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TEMÁTICA II- SEÇÃO II- DTO CONST - MANDADO DE SEGURANÇA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DA COLENDA CÂMARA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Magnólia, brasileira, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade (...), inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas nº (...), residente e domiciliada na rua (...), endereço eletrônico (...), vem perante Vossa Excelência por intermédio de seu advogado que o subscreve, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO LIMINAR
Em face do Senhor Fulano, Secretário da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, pessoa jurídica de direito público, devidamente inscrita sob CNPJ de nº (...), com sede na rua (...), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS
A impetrante descobriu há pouco tempo, ser portadora do Lúpus, conforme atestado médico em anexo. Uma doença autoimune, que deve ser tratada com medicamentos específicos. A impetrante descobriu que esse medicamento era fornecido gratuitamente pelo Estado, o que foi um alívio, visto que a impetrante se trata de pessoa hipossuficiente.
Ao procurar a Secretaria de Saúde do Estado, no dia 11/10/2017, via requerimento, a mesma foi informada no dia 15/10/2017 que a compra de todos os medicamentos estava suspensa por tempo indeterminado. A impetrante obteve a resposta, e desesperada por não saber como proceder, procura resguardar seus direitos e garantias fundamentais juridicamente. 
II – DO DIREITO 
Aduz o artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, sobre o Mandado de Segurança:
Inciso LXIX: “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. 
Nesse caso, verifica-se o direito da impetrante em buscar auxílio judicial para proteger direito líquido e certo. Sobre a saúde pública, versa o artigo 23, inciso II da Constituição Federal:
Artigo 23: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:”
II – “Cuidar da saúde e segurança pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”.
Ainda na Constituição Federal, aduz o artigo 196:
Artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
A Lei 8.080/90, que regula o Sistema Único de Saúde (SUS), dispõe:
Art. 7º “As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;” 
Nesses moldes, verifica-se que o pedido da mesma encontra-se respaldado por força de lei, e deve ser atendido o quanto antes.
Sobre a responsabilidade da autoridade coautora, versa o artigo 1º, § 1º da Lei 12.016/2009: 
Art. 1o  “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”.
§ 1o  “Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições”.
Diante do exposto, verifica-se o total direito da impetrante. Um direito que não se pode esperar, por se tratar de sua própria saúde. Portanto, espera-se que o pedido seja atendido com agilidade, visando o bem estar da impetrante.
III – DA LIMINAR
Verifica-se a urgência do pedido da impetrante, pelo fato dela ser hipossuficiente, e necessitar do uso contínuo dos remédios o mais rápido possível. A falta dos remédios causada pela autoridade coautora trás risco iminente a vida da impetrante, e o perigo da demora pode causar consequências graves. 
Portanto, em vista do risco iminente a vida da impetrante, e a possibilidade do direito claramente exposta, pede-se a antecipação da tutela, nos moldes do artigo 7º da Lei nº 12.016/09, c/c o artigo 300 do Código de Processo Civil.
IV – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A notificação da autoridade coautora, para prestar informações sobre os fatos narrados;
b) A ciência a pessoa jurídica de direito público citada;
c) A oitiva do representante do ministério público;
d) Que julgue totalmente procedente o pedido formulado pela impetrante, bem como o pedido de antecipação da tutela;
e) Que se determine ao Órgão Público Municipal competente o imediato fornecimento dos medicamentos.
f) Como meios de prova, instrui a presente peça o requerimento formulado pela impetrante devidamente protocolado, bem como a resposta de recusa da impetrada. 
Dá-se a causa o valor de R$ 500.00,00 (quinhentos reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Ceará, xx de xxxxx de xxxx
Advogado (...)
 OAB (...)

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