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1 – Missão, Visão e Valores 1. Missão O planejamento estratégico inicia quando uma empresa define sua missão. Essa é entendida como a razão de ser da organização, o motivo pela qual ela foi criada e desenvolvida. De acordo com Chiavenato (2021, p. 69), para que seja possível definir a missão organizacional, é necessário responder a quatro perguntas básicas: • Quem somos nós? • O que fazemos? • Por que fazemos o que fazemos? Quais são os nossos objetivos? • Qual é a razão de nossa existência? Por que existimos? Quais os nossos propósitos? (CHIAVENATO, 2021, p. 69). Tente criar a missão de uma organização que você conhece. Para tanto, comece respondendo a, basicamente, duas questões básicas: o que se faz, para quem se faz. Em seguida, pense se a missão pode ter algum complemento, incluindo algo relacionado a como se faz, mas opcionalmente. Resumidamente, siga os três passos: 1) O que se faz; 2) Para quem você faz o que faz; 3) Opcionalmente, como se faz. Cuidado! A missão não deve conter mais de 4 linhas, ou mais de 4 grupos de ideias, pois se extensa, tem grande chance de não ser assimilada. A missão, então, envolve o propósito essencial de uma empresa, e está ligada a algo fora dela, isto é, no atendimento a demandas da sociedade, do mercado ou do cliente/consumidor. Por isso, a missão do McDonald’s pode ser considerada bem elaborada, pois estão presentes estes elementos. Afinal, qual cliente não quer uma comida de qualidade inserida em um momento delicioso e acessível? A missão da organização deve ser definida em uma declaração formal e escrita, de maneira que funcione como uma nota para todos os colaboradores lembrarem para onde e como conduzir os caminhos da empresa. Assim como um país possui seus símbolos (bandeira e hino, por exemplo), a organização deve preservar sua identidade, tanto interna como externamente, por meio de sua missão. Para que isso aconteça de forma satisfatória, a missão deve ser clara, possível e, sobretudo, impulsionadora e inspiradora (CHIAVENATO, 2021). Compreende-se que a missão traduz a filosofia da organização, pois é o ponto de partida da estratégia organizacional e indica o caminho a ser seguido pelo negócio. Portanto, a missão deve ser conhecida e apoiada por todos os membros da organização. A missão deve ser estável, mas não significa que não pode ser alterada. A Uber tinha como missão “tornar o transporte tão confiável quanto a água corrente, para todo mundo, em todos os lugares”. Com a introdução de novos serviços, como o de entrega de alimentos, a missão da empresa mudou para: “Nós damos a partida em oportunidades, colocando o mundo em movimento”. Dessa forma, fez de sua missão um conceito muito mais abrangente. É muito comum que não seja dada a devida importância à missão em uma empresa. Muitas vezes, ela é criada de maneira genérica, somente para demonstrar que a organização a tem. Então, é impresso um banner com a missão da empresa, ou colocada em um quadro, e, então, pendurado na recepção do negócio a título de perfumaria. Ninguém ali sabe o que a missão representa, sendo simplesmente uma frase na entrada da empresa. Esse é um grande erro, pois, como dito, a missão tem relação estreita com a estratégia empresarial. Se não for bem formulada e incorporada por todos os membros da organização, perde todo seu valor estratégico. 2. Visão Missão, Visão e Valores e Planejamento Estratégico Organizacional quarta-feira, 22 de março de 2023 13:35 Página 1 de DESING E CULTURA ORGANIZACIONAL 2. Visão A visão diz respeito à imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. Tem um aspecto de projeção da empresa no tempo futuro (AAKER, 2001). Desse modo, enquanto a missão traduz o estado atual da organização por meio de sua filosofia, a visão compreende o estado futuro desejado pela organização. Nesse sentido, no exemplo do McDonald’s, a sua visão é “ser reconhecidos por fornecer diariamente a melhor experiência em cada um dos nossos restaurantes, gerando valor para nossa gente e acionistas” (ARCOS DORADOS, 2022). Como se pode notar, missão e visão se complementam, mas enquanto a missão é baseada no sentido da organização, a visão traz um caráter futurista. Para melhor entendimento da missão do McDonald’s, bem como de sua missão e valores, assista ao filme de 2017 intitulado Fome de Poder, com direção de John Lee Hancock. O longa-metragem traz a história da ascensão do McDonald’s. Nos materiais complementares está a referência do filme. A falta de uma visão dos negócios é profundamente prejudicial, visto que desorienta a organização e seus membros quanto às suas prioridades em um ambiente dinâmico e competitivo (CHIAVENATO, 2021). Assim como na missão, a visão é somente atingida quando todos da organização trabalham em conjunto para que o futuro desejado aconteça. Para a criação da visão, é imprescindível pensar no futuro. Dessa maneira, por ser algo ainda a ser conquistado, é relevante que a visão tenha um prazo definido, e que seja possível de mensurar. Caso contrário, a empresa não terá parâmetros para saber se sua visão foi atingida ou não. Além disso, em função de ter um prazo, a visão deve ser sempre revisitada. Seja para avaliar o quão longe ou perto a organização está de conquistá-la, seja para alterar a visão, iniciando uma nova etapa na jornada da empresa. 3. Valores A respeito dos valores, esses decorrem de certas pressuposições básicas (como o respeito ao meio ambiente), que funcionam como o núcleo da cultura organizacional. Essa é entendida como um sistema de valores, compartilhado pelos membros de uma organização, e que a difere de uma para outra (ROBBINS; JUDGE, 2020). Valor, portanto, é a crença básica sobre o que é importante e relevante para a empresa. Aquilo que a organização valoriza e prioriza. Seguindo com o exemplo do McDonald’s, os seus valores são: Fornecemos qualidade, serviço e limpeza aos nossos clientes. ○ Estamos orientados ao resultado, com espírito empreendedor. ○ Promovemos a meritocracia e trabalho em equipe. ○ Valorizamos as diferenças e fomentamos a inclusão. ○ Operamos com responsabilidade e ética. ○ Contribuímos no desenvolvimento das comunidades em que operamos (ARCOS DORADOS, 2022, s. p.). ○ A partir desses valores, é possível observar as características-chave pelas quais o McDonald’s deseja ser conhecido, e de que maneira a sua cultura organizacional é assentada. A partir disso, todos os colaboradores entendem o que é priorizado na empresa, dando-lhe coesão Para além dos membros da organização, os valores também devem estar presentes nas relações da empresa com seus clientes, fornecedores e parceiros. Assim, os valores para terem efetividade, exigem compromisso e disciplina da organização em todos os seus relacionamentos. Sem os valores, em termos estratégicos, o negócio pode: se perder da própria natureza, desperdiçando recursos e lidando com resultados insatisfatórios; acabar realizando contratações incoerentes por não ser capaz de identificar quais profissionais apresentam perfis alinhados à cultura organizacional; perder a clareza de como chegar a seu propósito; e, perder talentos e parcerias, que, por não haver os valores da organização, acreditam que o relacionamento não seja válido 2 – Planejamento Estratégico Organizacional 1. Estratégia Organizacional e Planejamento Estratégia pode ser definida, primeiramente, como um padrão, isto é, a consistência de um comportamento ao longo do tempo. Mais que isso, é um plano (uma direção, um guia, um curso) de ação para o futuro, um Página 2 de DESING E CULTURA ORGANIZACIONAL ao longo do tempo. Mais que isso, é um plano (uma direção, um guia, um curso) de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali. Em outras palavras, as organizações desenvolvem planos para seu futuro, a partir de padrões de seu comportamento, ou seja, buscam caminhos para atingir seus objetivos futuros a partir do que têm e conhecem. Esse caminho é a estratégia, eo plano de futuro a partir do que se tem, é o planejamento estratégico. O planejamento estratégico, então, envolve uma preocupação geral com a direção da organização no longo prazo. Desse modo, a partir dos objetivos de longo prazo traçados pela empresa, é providenciada a sua estrutura para atingi-los (NEVES, 2006). O processo de administração estratégica (planejamento estratégico) é um conjunto sequencial de análises e escolhas que podem aumentar as chances de que uma empresa escolha uma boa estratégia, isto é, uma estratégia que gere vantagens competitivas (BARNEY; HESTERLY, 2007). Esse processo é dividido em cinco etapas, que levarão à vantagem competitiva, conforme descrito na figura abaixo: A primeira etapa, que é a confecção da missão empresarial, já foi abordada na aula 1, inclusive com a compreensão de outros conceitos, sendo eles: visão e valores. A partir dessa etapa, é possível prosseguir para a segunda etapa do planejamento estratégico, visto que, enquanto a missão é uma declaração ampla dos propósitos e valores da organização, seus objetivos são os alvos específicos e mensuráveis. De nada adianta uma boa missão, se ela não se desenrolar em elementos quantitativos, a fim de facilitar sua avaliação e acompanhamento no tempo. A próxima etapa envolve as análises externa e interna, que formam a fase de diagnóstico do planejamento estratégico. O entendimento integrado dos ambientes externo e interno é fundamental para compreender o presente e prever o futuro. Na análise externa, as empresas entendem o ambiente externo, obtendo informações em três áreas principais: 1) ambiente geral; 2) ambiente setorial (concorrentes); e 3) ambiente mercadológico (clientes) Com isso, a organização vai conseguir realizar o alinhamento estratégico ideal para o setor que atua. Já na análise interna, as empresas mapeiam: 1) seus principais recursos e competências; e 2) sua proposta de valor para o mercado (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008). Assim, com a análise interna, por meio da compreensão da sua estrutura, a organização identifica o que ela tem de mais valioso para competir no seu setor. Com a fase de diagnóstico, as organizações conseguem apreender do ambiente externo suas oportunidades e ameaças, e do ambiente interno, suas forças e fraquezas. Isso se chama Análise SWOT e será melhor explicado no próximo item. As próximas etapas do planejamento estratégico envolvem: a escolha e a implementação da estratégia. Munida de uma missão, de objetivos e de análise externa e interna completas, uma empresa está pronta para realizar suas escolhas estratégicas, isto é, está pronta para escolher o caminho que percorrerá para obter vantagem competitiva (BARNEY; HESTERLY, 2007). Enquanto a implementação da estratégia ocorre quando uma empresa adota políticas e práticas organizacionais consistentes com sua estratégia. A implementação estratégica envolve, pois, a coordenação de tarefas entre os setores, funções e divisões de uma organização, de maneira que todos os colaboradores sigam juntos na estratégia adotada, visando a vantagem competitiva. Página 3 de DESING E CULTURA ORGANIZACIONAL 2. Análise Swot A avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de uma empresa é denominada análise SWOT (dos termos em inglês: strengths, weaknesses, opportunities e threats). Trata-se de um meio de monitorar os ambientes externo e interno (KOTLER; KELLER, 2012). Em português, essa análise é conhecida como FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças) Após a análise do ambiente interno, a empresa deve verificar o que atrapalha o seu desenvolvimento, que na SWOT é chamado de fraquezas, e o que a ajuda, que são as forças. A análise do ambiente externo proporciona à organização a chance de verificar o que a atrapalha em relação ao seu ambiente, que para a análise SWOT são as ameaças, e o que a ajuda, as chamadas oportunidades. Esses conceitos são resumidos na matriz SWOT abaixo: A análise SWOT pode ser aplicada em qualquer empresa, desde àquelas que estão começando até as que já tem um certo tempo de mercado. Essa ferramenta de gestão ajuda a organização a identificar o que precisa ser melhorado e ajustado no negócio e, com base nisso, dar prosseguimento no planejamento estratégico, com a escolha estratégica e sua implementação. Uma empresa não precisa corrigir todas as suas fraquezas, nem deve se vangloriar de todas as suas forças. A grande pergunta é se o negócio deve se limitar às oportunidades para as quais dispõe dos recursos necessários, ou se deve examinar aquelas para as quais será necessário adquirir, ou desenvolver novas forças (KOTLER; KELLER, 2012). Página 4 de DESING E CULTURA ORGANIZACIONAL
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