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IMUNO P1 TEÓRICA


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IMUNOLOGIA P1
AULA 1 – INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA IMUNE
I) INTRODUÇÃO
Ciência que estuda os mecanismos de defesa do hospedeiro contra agentes infecciosos, as alterações de
funcionamento e a manutenção da homeostasia do sistema imune.
II) A IMUNIDADE SE DIVIDE EM DOIS GRANDES GRUPOS: IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA
A imunidade inata é aquela que nasce com o indivíduo. Compreende inicialmente às barreiras químicas
(lágrimas, suor, muco) e físicas (pele, mucosa) do corpo que são importantes para impedir a invasão de
microrganismos. Caso essa invasão aconteça, a primeira resposta celular imune contra esses agentes é feita
através de células da imunidade inata: células fagocíticas, que são capazes de reconhecer e, por
fagocitose, ingerir e destruir microrganismos; e também por moléculas do sistema complemente e
proteínas de fase aguda, que fazem a resposta inflamatória.
Esse primeiro tipo de combate é feito nas primeiras horas e é uma resposta imediata à invasão. Porém,
muitas vezes os microrganismos não são totalmente destruídos e precisam ser eliminados por uma
resposta mais eficiente e direcionada (e não generalizada) para o tipo de microrganismo que está causando
aquela invasão.
A imunidade adaptativa é feita pelos linfócitos. Essas células precisam ser ativadas para atuarem; precisam
que antígenos sejam apresentados; têm que proliferar, gerar células efetoras que vão produzir a ) no caso
dos linfócitos B: anticorpos ou imunoglobulinas, b) no caso dos linfócitos T: citocinas, capazes de chamar
outras células para matar esses microrganismos.
A imunidade adquirida demora mais tempo para ser gerada (demora dias) e, ao contrário da imunidade
inata, possui memória imunológica.
→ Imunidade inata (barreiras físicas e químicas,
leucócitos e NK): rapidamente ativada, com
especificidade limitada, e não gera células de
memória – fazem parte desse tipo de imunidade:
barreiras epiteliais, fagócitos, células dendríticas e
células NK.
→ Imunidade adaptativa (linfócitos B e T)
(lentamente ativada, com alta especificidade, e
gera células de memória) – fazem parte desse tipo
de imunidade: Linfócitos B → Anticorpos;
Linfócitos T → Células T efetoras.
Ambas imunidades estão inter-relacionadas, e são
essenciais para o bom funcionamento do sistema
imune.
Gráfico que representa a evolução de uma infecção (nível de microrganismos x
duração da infecção)
Animais que possuem imunidade inata e imunidade adaptativa: conseguem
controlar a infecção.
Animais que possuem imunidade inata, mas não apresentam imunidade
adaptativa: tendem a conseguir controlar a infecção no início, mas não
conseguem controlá-la após determinado período.
Animais que possuem imunidade adaptativa, mas não apresentam imunidade
inata: não conseguem controlar a infecção desde o início.
III) ORIGEM DAS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE → HEMATOPOIESE
Hematopoiese é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue
(eritrócitos, plaquetas, leucócitos) a partir de um precursor celular comum. A célula-tronco hematopoiética
pluripotente auto-renovável na medula óssea (ancestral comum), dá origem à duas linhagens de células: a
linhagem mielóide, e a linhagem linfóide.
Progenitor mielóide: é o precursor dos macrófagos, monócitos, mastócitos, basófilos, eosinófilos,
neutrófilos e células dendríticas – basicamente todo o sistema imune inato, só faltando o NK.
Progenitor linfóide: é o precursor dos linfócitos específicos B e T (resposta imune adaptativa) e não-
específicos NK (resposta imune inata).
→ Os linfócitos B são mediadores da imunidade humoral. Eles produzem plasmócitos que liberam Ig; e
apresentam receptores do tipo BCR.
→ Os linfócitos T são mediadores da imunidade celular e apresentam receptores do tipo TCR.
TCD8 → Linfócito T citotóxico (agem de forma parecida ao NK)
TCD4 → Linfócito T auxiliar (liberam citocinas p/ auxiliar outras células na resposta imune).
IV) CÉLULAS EFETORAS: COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA QUE VIERAM DE UM PROGENITOR
MIELÓIDE COMUM
CÉLULA FUNÇÃO
Macrófago (monócito) Fagocitose e apresentação de antígenos
Célula dendrítica Captura de antígeno e apresentação de antígeno
Neutrófilo Fagocitose, são as primeiras células a chegarem no local de infecção
Eosinófilo Respostas antiparasitárias
Basófilo Promoção da resposta alérgica e antiparasitária
Mastócito Liberação de grânulos de histamina em resposta inflamatória
MACRÓFAGO:
São células amplamente distribuídas e com funções vitais para a homeostase do indivíduo.
• Macrófagos residentes em tecidos: defesa imediata contra microrganismos
• Altamente fagocítico: fagocitose de microrganismos e células mortas
• Apresentação de antígenos
• Resposta contra inflamação
• Imunossupressão
O processo de fagocitose: reconhecimento das partículas estranhas (microrganismos) a partir de
receptores, ativação do macrófago, que vai emitir pseudópodes, formando vesícula (fagosomo). O
fagosomo se funde com vesículas lisossomais, as quais contém uma série de enzimas responsáveis por
realizar a digestão dessa partícula. Parte do material é utilizado pela própria célula e parte é excretada.
O reconhecimento de constituintes de microrganismos pelos diferentes receptores da superfície celular dos
macrófagos (PRR – receptores de reconhecimento padrão) vai resultar na ativação desse macrófago.
O macrófago ativado apresenta um fenótipo bastante distinto do macrófago inativo. Ele expressa
moléculas em sua superfície relacionadas com a ativação de linfócitos T; secreta citocinas para resposta
inflamatória de caráter autócrino, e produz radicais de oxigênio e nitrogênio, que são importantes
mecanismos de microbicidas.
Mecanismos microbicidas: Indução da atividade de enzimas específicas durante os processo de ativação de
um macrófago, levando à liberação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. São essas enzimas:
oxidase do fagossoma NDPH e NO sintase. A leishmania, um parasita que infecta macrófagos, por exemplo,
é suscetível à óxido nítrico.
NEUTRÓFILOS:
São as células mais abundantes do sistema imune inato, polinucleares e com grânulos no citoplasma. Os
neutrófilos são as primeiras células a chegarem num local de infecção.
• Os grânulos podem ser classificados de acordo com seu conteúdo:
◦ Grânulos primários: apresentam lisossomas
◦ Grânulos secundários: apresenta lisozima e elastase
◦ Grânulos terciários: apresenta gelatinase
◦ Vesículas secretórias:
CÉLULAS DENDRÍTICAS:
São leucócitos amplamente distribuídos entre os tecidos, que têm função primária de apresentadores de
antígenos aos linfócitos T virgens. As células dendríticas também podem ser originadas de um precursor
linfóide.
• Mecanismo de funcionamento: Ao capturar os antígenos nos mais diversos tecidos, as células
dendríticas migrarão para o órgão do sistema linfático mais próximo, onde apresentarão os
antígenos aos linfócitos T. Ao passo que as células dendríticas migram, elas vão se maturando,
diminuindo sua capacidade fagocítica e aumentando sua capacidade de estimulação de linfócitos T
a partir de células B7.
MASTÓCITOS:
São encontrados principalmente na pele e na mucosa, apresentando grânulos citoplasmáticos com
estruturas vasoativas. Na sua superfície celular, contém um receptor de alta afinidade para anticorpos IgE,
que ao se ligar, ativa o mastócito, estimulando-o a degranular. São esses grânulos que apresentam
diferentes mediadores inflamatórios.
Além disso, os mastócitos produzem diferentes mediadores lipídicos da síntese de novo, como
prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos e citocinas.
EOSINÓFILOS:
Apresentam uma série de grânulos citoplasmáticos, liberam uma série de citocinas envolvidas no
recrutamento de mais eosinófilos.
Localizados nas mucosas dos tratos respiratório, gastrointestinal e genitourinário.Armazenam e liberam enzimas: peroxidases eosinofílica e a colagenase, que levam ao remodelamento e
dano tecidual.
Agem contra parasitas e em processos alérgicos.
IV) CÉLULAS EFETORAS: COMPONENTES DA IMUNIDADE QUE VIERAM DE UM PROGENITOR LINFÓIDE
COMUM
NATURAL KILLERS (NK):
Não são considerados linfócitos específicos, pois diferentemente destes, os natural killers somente
reconhecem mudanças na expressão de determinadas moléculas de uma célula, e assim liberam seus
grânulos líticos responsáveis por matar células-alvo infectadas por vírus. Além disso, agem na resposta
contra células tumorais. Se ao se ligar na célula-alvo, houver a passagem de um sinal negativo, o NK não
mata a célula-alvo; mas se houver a passagem de um sinal positivo, o NK mata a célula-alvo. O NK não
reconhece o vírus, mas sim a alteração na expressão de moléculas daquela célula-alvo.
OBS: linfócitos específicos são aqueles que
apresentam receptores para antígenos 
específicos em sua superfície celular.
LINFÓCITOS:
São as principais células da imunidade adaptativa
Expressam receptores de antígenos com especificidades distintas para diferentes determinantes
antigênicos
Repertório de receptores gerado a partir de recombinação gênica
SUBTIPOS:
• Linfócitos B → produção de plasmócitos que liberam anticorpos (apresentam receptor BCR)
• Linfócitos T → mediadores da imunidade celular (apresentam receptor TCR) 
▪ Linfócitos T auxiliares TCD4 (auxiliam outras células dentro da resposta imune) e TCD8
citotóxicos (agem de forma parecida com NK VS células afetadas por vírus ou tumores)
V) BREVE COMENTÁRIO SOBRE OS LINFÓCITOS
- Células da imunidade ADAPTATIVA
- Tem como característica o reconhecimento específico
de antígenos, bem como a criação de memória.
Todo o processo de desenvolvimento e maturação dos
linfócitos B ocorrem na medula óssea (mamíferos), ou na
bursa de fabrícios (aves), ou na placa de Peyer ilíacas
(bovinos e ovinos), ou no apêndice (coelhos). Por outro
lado, os linfócitos T duplo negativo são produzidos na
medula óssea e maturados no timo em linfócitos T
únicos positivos: citotóxicos ou auxiliares. Após a
maturação, os linfócitos migram para os órgãos linfóides
periféricos a partir de vasos linfáticos.
VI) ÓRGÃOS LINFÓIDES
Primários: medula óssea e timo
Secundários: adenoide, tonsila, linfonodos, apêndice, placas de peyer, baço, etc.
TIMO: Cortical (rica em timócitos, células precursoras de células T) e medular, com várias trabéculas.
SECUNDÁRIOS: INICIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
BAÇO: resposta a antígenos presentes no sangue, rico em macrófagos. Apresenta uma grande
quantidade de linfócitos T na região peri-arterial e uma grande quantidade de linfócitos B na região
marginal. Os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos e formam o centro germinativo durante uma
resposta imune. Os plasmócitos produzem anticorpos.
LINFONODOS: distribuído ao longo de todo sistema linfático. Dividido em região cortical
(folículos de linfócitos B), para-cortical (linfócitos T) e medular (macrófagos e plasmócitos). Quimiocina é
um tipo de citocina responsável por recrutar células, e por isso determinada região do baço e do linfonodo
apresentam somente um determinado tipo de linfócitos.
MALT: tecido linfóide associado à mucosa, responsáveis por responderem antígenos que
entram através da mucosa (um exemplo é a placa de Peyer, que apresenta células M, as quais vão captar e
transportar antígenos até as células do sistema imune), (outro exemplo é a mucosa da pele, que apresenta
células dendríticas que apresentam antígenos).
VII) RECIRCULAÇÃO DOS LINFÓCITOS
Os linfócitos estão o tempo inteiro recirculando no organismo (recirculação linfática e sanguínea). Seu
trajeto se dá por: circulante no vaso sanguíneo, vênulas de endotélio alto, linfonodo, vaso linfático
eferente, ducto torácico e volta para a circulação sanguínea, em caso de não haver nenhum antígeno.
Se houver antígeno:
1) Local de infecção do tecido periféricos
2) Células dendríticas captarão o antígeno e migrarão ao órgão linfóide mais próximo pelas vênulas do
endotélio alto
3) Células dendríticas apresentarão o antígeno para o linfócito T, que é ativado
4) Linfócito T sai do órgão linfóide pela veia eferente e segue para o local de infecção pelo vaso sanguíneo
periférico, agindo contra o agente infeccioso.
VIII) ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES:
Citocinas: são proteínas regulatórias de baixo peso molecular ou glicoproteínas secretadas por diversas
células do Sistema Imune (também chamadas interleucinas – IL). Tem função de fazer a comunicação entre
as células.
Quimiocinas: são citocinas que afetam a quimiotaxia, isto é, o movimento e o comportamento de
leucócitos. Elas se ligam a receptores celulares e direcionam as células para o ponto exato onde está
acontecendo a infecção.
Anticorpos: São glicoproteína secretadas por plasmócitos após a ativação de linfócitos.
DISCUSSÃO DA AULA 1 SÍNCRONA
As células da imunidade adaptativa demoram para atuar porque elas precisam ser ativadas e diferenciadas
em células efetoras.
Expansão clonal → processo de clonagem/proliferação dos linfócitos após ele ter pareado com seu
respectivo antígeno.
 
Gáfico que representa a diferença entre a
resposta imunológica primária e secundária
com enfoque no fenômeno de geração de
células de memória.
Quando um animal é exposto pela primeira vez a
um determinado antígeno A, gera-se primeiro
uma resposta imunológica inata (mais rápida e
menos específica), seguida de uma resposta
adquirida (lenta, embora mais específica que a
inata). Dessa maneira, ao entrar em contato com
o antígeno A pela primeira vez, os linfócitos da
imunidade adaptativa vão gerar células de
memória, que vão agir mais rapidamente numa
próxima infecção do mesmo antígeno.
Assim sendo, quando ocorrer uma segunda
exposição do mesmo animal ao mesmo antígeno
A, desencadeia-se uma resposta imunológica
adaptativa mais rápida e mais eficaz que aquela
da primeira vez (sendo até mesmo mais rápida
que a resposta inata). Isso se deve às células de
memória que foram criadas durante a primeira
resposta. 
A resposta inata, por outro lado,
independentemente de quantas vezes entrar em
contato com o antígeno, responde exatamente
da mesma maneira que respondeu naquela
primeira exposição; e isso se deve ao fato não
apresentar nenhum elemento de memória.
1
22
3
4
AULA 2.1 – MOLÉCULAS ENVOLVIDAS NA RESPOSTA IMUNE
O sistema imune está relacionado com a forma com que o
patógeno interage com o organismo.
COMPONENTES DA IMUNIDADE:
→ Barreiras naturais
→ Proteínas efetoras circulantes
• Proteínas do sistema complemento
• Outros sistemas de proteases plasmáticas
• Proteínas de fase aguda
• Mediadores lipídicos, citocinas e quimiocinas
→ Células efetoras e circulantes
A) BARREIRAS NATURAIS: imunidade inata que está presente desde o nascimento
→ Os peptídeos microbianos: moléculas que fazem parte da barreira natural da contenção de patógenos
Catelicidinas: produzidas por neutrófilos, macrófagos, queratinócitos da pele e célula epiteliais dos
pulmões e intestinos. São produzidos como um pró-peptídeo inativo composto por dois domínios ligados, e
são processados antes da secreção.
Histatinas: produzidas constitutivamente pelas glândulas paratireóide, sublingual e submandibular.
Lisozima: faz a clivagem da parede celular de bactérias gram-positivas e gram-negativas. A sua ação se deve
à hidrólise das ligações glicosídicas B1,4 entre resíduos do ácido N-acetilmurâmico e N-Acetil-D-glicosamina
num peptídeoglicano.
Defensinas: antibióticos de largo espectro que são capazes de criar poros nas paredes celulares de
microrganismos (bactérias e fungos), deixando-os mais suscetíveis → morte.
B) PROTEÍNAS EFETORAS CIRCULANTES
→ Proteínas do sistema complemento: são proteínas termolábeis produzidas pelos hepatócitos,
monócitos, macrófagos teciduaise células epiteliais dos tratos gastrointestinais e geniturinário. Elas atuam
a partir de mecanismo de cascata enzimática de ativação, com intuito de formar poros na parede do
microrganismo, deixando-os mais suscetíveis. No meio dessa cascata de ativação, há a formação de
proteínas importantes para a formação de resposta inflamatória (C3a e C5a) e proteínas que se ligam a
receptores do complemento nos fagócitos, gerando a opsonização dos patógenos, facilitando o processo de
fagocitose.
→ Sistema de proteases plasmáticas: 
Cascata cinina: a Bradicinina gera resposta a processo inflamatório. Aumenta a permeabilidade vascular,
para permitir que células consigam chegar no tecido-alvo. Ela também gera dor, gerando um quadro de
quietude no indivíduo a fim de permitir um enfoque de gasto de energia na resolução da injúria. A
Calicreina, por sua vez, vai atuar junto ao sistema complemento a partir da clivagem de C5 em C5a (age em
processos inflamatórios).
Sistema fibronolítico: formação de plasmina que atua junto ao sistema complemento a partir da clivagem
de C3 em C3a (age em processos inflamatórios)
Sistema da Coagulação: formação de fibrina e fibrinopeptídeos.
→ Proteínas de fase aguda:
As bactérias induzem os macrófagos a produzirem IL-6, que age sobre os hepatócitos, levando-os a
sintetizarem proteínas de fase aguda. Exemplo de proteína de fase aguda: Proteína C reativa que atua
como opsonina para auxiliar o processo de fagocitose.
→ Mediadores lipídicos, citocinas e quimiocinas:
Quebra de fosfolipídios de membrana gera importantes mediadores inflamatórios. A COX-1 é uma enzima
constitutiva (presente em todo mundo) enquanto a COX-2 vai ser expressa quando houver um processo
inflamatório.
→ Fatores solúveis – citocinas e quimiocinas:
As citocinas são moléculas que permitem com que haja comunicação entre as diferentes células do sistema
imune. As citocinas vão permitir a recirculação de linfócitos, e as quimiocinas vão permitir que as células da
imunidade inata migrem da periferia para órgãos linfóides secundários.
Após terem interagido com as citocinas, as células passam a desempenhar funções diferentes.
AULA 2.2 – MECANISMOS DE RECONHECIMENTO E ATIVAÇÃO DO SISTEMA IMUNE
Célula sinalizadora vai liberar moléculas sinais que vão atuar
em células-alvo com receptores específicos para esses sinais.
Ao receber o sinal, a célula-alvo vai fazer uma transdução de
sinal, isto é, a ligação extracelular da molécula-sinal no
receptor da célula-alvo vai gerar uma mudança na
membrana dessa mesma célula, desencadeando ativações
de proteínas intracelulares (é um processo de cascata de
resposta).
SINAL → RECEPTOR → TRANSDUÇÃO, TRANSMISSÃO E
AMPLIFICAÇÃO DO SINAL → ALVOS FINAIS (PROTEÍNAS
EFETORAS) → RESPOSTA OU ALTERAÇÃO NO
COMPORTAMENTO DA CÉLULA
NA IMUNIDADE INATA:
I) Moléculas capazes de desencadear resposta imune inata:
→ PAMPs: padrões moleculares associados à patógenos, que são reconhecidos pelos PRRs (receptores que
reconhecem padrões). O reconhecimento de um PAMP por um PRR de uma célula da imunidade inata leva
a ativação de vias intracelulares de sinalização, responsável por gerar o processo de inflamação. Ex: a
manose presente na superfície de bactérias e fungões são reconhecidos através de receptores PRR.
→ DAMPs: padrões moleculares associados ao dano, atuam similarmente aos PAMPS, mas têm origem a
partir de moléculas endógenas (aquelas próprias do organismo) que são produzidas e liberadas por células
danificadas ou mortas.
II) Receptores da imunidade inata (PRRS)
→ Receptores de superfície celular 
São os TLR (toll-like-receptors), localizados na superfície celular; e responsáveis por identificar PAMPS e 
DAMPS principalmente de substâncias hidrossolúveis (açúcares, proteínas).
→ Receptores intracelulares
São os NLR (Nod-like-receptors), RLR (Rod-like-receptors, que impedem a replicação viral a partir da
produção de interferons que atuam sobre RNA viral) e Inflamossomos (reconhecem qualquer alterações
celulares). No geral, os receptores intracelulares são responsáveis por identificar PAMPs principalmente de
células lipossolúveis como o DNA e RNA viral.
LPS → lipopilissacarídeos; PG → proteoglicanos
NA IMUNIDADE ADAPTATIVA:
I) Moléculas capazes de desencadear resposta imune adaptativa:
→ Antígenos: São moléculas ou parte de uma molécula que é especificamente reconhecida por proteínas
altamente especializadas dos linfócitos: os receptores de células B (BCR); e receptores de células T (TCR)
quando associados ao MHC. 
No entanto, haptenos, apesar de serem antígenos, são proteínas muito pequenas que são incapazes de
induzir uma resposta imune. Anticorpos podem ser produzidos contra esse hapteno pequeno se esta
molécula estiver ligada covalentemente a uma proteína carreadora grande, gerando um complexo grande o
suficiente para ser reconhecido pelo S.I. 
A penicilina é um exemplo de hapteno. 
Características dos antígenos:
A) Imunogenicidade: é a capacidade dos antígenos de induzir uma resposta celular ou humoral. Haptenos
carecem de imunogenicidade, uma vez que sozinhos são incapazes de gerar resposta imune.
PROPRIEDADES QUE INFLUENCIAL NA IMUNOGENICIDADE:
→ Natureza estranha.
→ Complexidade: normalmente proteínas são muito mais imunogênicas que polissacarídeos, que por sua
vez são muito mais imunogênicos que ácidos nucleicos.
→ Tamanho: quanto maior a molécula, mais imunogênica.
→ Capacidade de ser degradado e apresentado aos linfócitos T.
B) Antigenicidade: é a capacidade dos antígenos de se combinar especificamente com os produtos dinais
da resposta imune (imunoglobulinas, TCR).
Epítopo: é a região do antígeno que é reconhecida pelos receptores antigênicos, também denominado
determinante antigênico. Em outras palavras, os receptores dos linfócitos não se ligam ao antígeno todo,
mas somente aos epítopos de um antígeno.
A) Os receptores de linfócitos B (imunoglobulinas ou anticorpos) são capazes de identificar epítopos
LINEARES e epítopos CONFORMACIONAIS.
B) Os receptores de linfócitos T são capazes de identificar SOMENTE EPÍTOPOS LINEARES.
Um epítopo reconhecido pela célula T é um
fragmento peptídico do antígeno (peptídeo
antigênico) que passou por um processamento
antes de se ligar ao MHC. Isso implica que
epítopos conformacionais podem ser perdidos
durante o processamento; e justamente por
isso que células T só reconhecem epítopos
lineares.
Superantígenos: Os superantigenos são moléculas capazes de ativar um grande numero de linfócitos T de
forma inespecífica, mediante a ligação externa a molécula de MHC II e a região variável do TCR. Muitos
atogenos produzem superantigenos, incluindo bactérias como as toxinas de Staphylococcus e
Streptococcus. O estimulo pelo superantigeno não é especifico, ativam um grande número de células T, que
produzem uma quantidade maciça de citocinas, que por sua vez ativam macrófagos, que sintetizam
citocinas como TNF- α, que ao alcançar a circulação promovem o choque. Esta patologia é conhecida como
choque tóxico bacteriano .
II) Os receptores do Sistema Imune Adaptativo
BCR → Receptores de células B ou molécula de anticorpo
As moléculas de anticorpos são compostas por duas regiões
distintas. Uma é a região constante que apresenta apenas uma de
quatro ou cinco formas bioquimicamente distinguidas, e a outra é a
região variável que pode ser composta por uma variedade
aparentemente infinita de diferentes sequências de aminoácidos,
formando estruturas um pouco diferentes que permitem que os
anticorpos se liguem de maneira específica a uma ampla variedade
de antígenos 
Cada molécula de anticorpo tem dois eixos de simetria e é
composta por duas cadeias pesadas (CH) idênticas e duas cadeias
leves idênticas (CL). Cada cadeia leve e pesada tem regiões
variáveis e constantes. As regiões variáveis de uma cadeia pesada e
de uma cadeia levecombinam-se para formar um sítio de ligação
ao antígeno; então, ambas as cadeias contribuem para a especificidade de ligação do antígeno da
molécula de anticorpo. 
Além disso, os BCRs vão ter uma região transmembrana mas não vão ter uma região citoplasmática que vá
permitir a transdução de sinal. Isso exige que os BCR estejam acoplados a moléculas igBeta e igAlfa, que
permitem a sinalização.
TCR → Receptores de células T
O TCR é composto por duas cadeias de tamanhos aproximadamente
iguais, denominadas cadeias alfa e beta do TCR, sendo que cada uma
cruza a membrana da célula T. Cada cadeia tem uma região variável
(extremidade livre) e uma região constante (extremidade da
membrana), e a combinação das regiões variáveis das cadeias alfa e beta
criam um único sítio para a ligação do antígeno.
Apesar de apresentarem uma porção citosólica, os TCR precisam do
auxílio de cadeias peptídicas CD(x) tanto para se ligar ao complexo MHC
quanto para enviar o sinal intracelular pelos ITAMs.
IMPORTANTÍSSIMO: Os receptores de célula T, diferentemente do BCR, são incapazes de se ligar
diretamente ao patógeno. O TCR só consegue se ligar ao patógeno quando ele já estiver ligado ao MHC
(complexo principal de histocompatibilidade). Dessa forma, as células T precisam do auxílio de células
apresentadoras de antígeno (células dendríticas, macrófagos, células B). A função das moléculas de
histocompatibilidade MHC é de apresentar peptídeos derivados de antígenos proteicos para células T (CD4
ou CD8). A consequência disso será uma resposta imune adequada e específica. Os MHC I apresentam para
TCD8 e os MHC II apresentam para o TCD4. Existe uma restrição estabelecida pelo MHC de qual antígeno
será reconhecido por qual linfócito T. Isso se deve ao fato que o TCR do linfócito T precisa ser capaz de
reconhecer TANTO O MHC QUANTO O PEPTÍDEO ANTIGÊNICO.
Tanto os receptores dos linfócitos B que o TCR são moléculas altamente variáveis. Essa variabilidade se
concentra na região de ligação com Ag (Porção variável) e é determinada por eventos de recombinação
somática do DNA genômico. 
“Essa especificidade dos receptores BCR e TCR em sobreposição aos receptores da imunidade inata (TOLL,
NLR, RLR) se dá pela diferença na característica morfofuncional de cada receptor. Por exemplo, os
receptores das células da imunidade inata, como os ”TOLL's", possuem uma estrutura que permite a eles
interagirem com moléculas presentes na superfície celular de diferentes tipos de patógenos. Isso acontece
com o LPS, uma molécula presente na superfície de bactérias gram negativas. Então esses receptores TOLL
vão reconhecer qualquer bactéria gram negativa, porque todas elas possuem esse LPS, seja uma Eschirichia
coli, uma Helicobacter, qualquer uma delas (característica generalista da imunidade inata).
Já as células da imunidade adaptativa possuem receptores diferentes. Esses receptores (TCR no caso de
célula T e BCR em célula B) possuem, na sua estrutura, uma região denominada hipervariável que tem
afinidade por um antígeno específico na superfície de um determinado patógeno.
Então uma determinada célula T ou B vai reconhecer especificamente um antígeno que só tá presente na
Escheirichia coli e que não está na Helicobacter. Já outra célula T ou B vai reconhecer especificamente um
antígeno que só tá presente na Helicobacter e não está na Escherichia coli (característica específica da
imunidade adaptativa).”
COISAS QUE PRECISAM FICAR CLARAS SOBRE A AULA II:
Na imunidade inata → os receptores podem ser denominados de PRRS (receptores que reconhecem
padrões), responsáveis por reconhecer os PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos) e DAMPs
(padrões moleculares associados a danos); moléculas altamente conservadas encontradas em muitos
microrganismos. O reconhecimento dos PAMPs e DAMPs pelos PRRs leva a ativação de vias intracelulares
de sinalização e gera como resposta a inflamação e outras respostas inatas. Grupos de receptores PRRS
(IMUNIDADE INATA) → TLR (de superfície); NLR, RLR e Inflamossomos (intracelulares).
NfcapaB → fator de transcrição da imunidade inata: quando ocorre a sinalização pela cascata de
fosforilação, ele transcreve o DNA em RNA, que é traduzido numa proteína.
Na imunidade adquirida → antígenos são definidos como moléculas que interagem com os Receptores de
Células B (BCR) ou células T (TCR), quando associados as moléculas do complexo principal de
histocompatibilidade (MHC). Seu reconhecimento leva a ativação de via intracelulares de sinalização –
ativação da resposta imune (adquirida).
AULA 3 – SISTEMA COMPLEMENTO (SISTEMA IMUNE INATO)
INTRODUÇÃO:
→ O que são: são proteínas termolábeis produzidas pelos hepatócitos, monócitos, macrófagos teciduais e
células epiteliais dos tratos gastrointestinal e geniturinário que vão complementar a atividade das células
do sistema imune.
→ Como são encontradas: A maioria das proteínas do complemento circula no soro na forma inativa como
pró-enzimas, ou zimógenos, os quais são ativados pela clivagem proteolítica que remove o fragmento
inibidor expondo o sítio ativo da molécula.
→ Ativação do sistema complemento: As vias do complemento são desencadeadas por proteínas que
atuam como receptores de reconhecimento de padrões (PRRs) para detectar a presença de patógenos. O
sistema complemento pode ser ativado por 3 vias: via da lectina, via clássica e via alternativa, que iniciam
de forma diferente, mas têm o mesmo objetivo, que é formar uma enzima denominada C3 convertase.
Quando um patógeno rompe a barreira epitelial e as primeiras defesas antimicrobianas do hospedeiro, ele
encontra o principal componente da imunidade inata, conhecido como sistema do complemento, ou
complemento.
Nomenclatura: 
Componentes designados C1 a C9 ou pelas letras B ou D.
Fragmentos peptídicos formados representados por letras minúsculas a ou b.
→ Por exemplo: o fragmento C4 é clivado em C4a e C4b. Normalmente o fragmento b é maior que o a (esse
padrão não se aplica unicamente ao fragmento C2. Depois da clivagem, o fragmento maior C4b expõe uma
ligação tioéster ativa. Quando acontece a exposição da ligação tioéster, o fragmento precisa rapidamente
se ligar à superfície celular do patógeno. Se isso não acontece, a ligação tioéster é hidrolisada e se torna
inativa de forma irreversível. Por outro lado, o fragmento C4a, pelo seu baixo peso molecular, “sobe” para a
corrente sanguínea, permanecendo em sua forma fluida, passando a ser chamada anafilotoxina, cujo papel
principal é o de quimiotaxia.
A) ATIVAÇÃO DA VIA LECTINA: 
→ inicia a partir da família das moléculas colectinas, que
reconhecem o padrão de açúcares presentes na superfície
de patógenos. 
O monômero MBL, por exemplo, reconhece o carboidrato
manose pelo seu domínio de reconhecimento de
carboidrato. Ao reconhecer as moléculas de manose, a
protease MASP2, que está associada ao MBL, é ativada.
As ficolinas são similares à MBL em estrutura, mas
possuem diferentes domínios de ligação ao carboidrato,
denominado domínios de fibronectina. As ficolinas ligam
oligossacarídeos contendo açúcares acilados (N-acetil…),
acionando a MASP2.
→ O MASP2 tem atividade catalítica.
→ Quanto as moléculas da família das colectinas (MBL e ficolinas) reconhecem os açucares na superfície de
patógenos, a protease MASP-2 é ativada, e torna-se capaz de clivar os componentes seguintes da via
lectina, denominados C4 e C2.
→ O C4 é então clivado em fragmentos C4a (menor) e C4b (maior). Quando há clivagem dessa molécula do
complemento, a separação dos fragmentos C4a e C4b gera uma mudança conformacional na C4b, que
expõe sua ponte tioéster reativa.
→ Quando C4b expõe a ligação tioéster reativa, ele rapidamente se liga na superfície celular do patógeno.
→ Ao se ligar no patógeno, uma molécula de C2 se liga na molécula de C4b. Quando isso acontece, o MASP-
2 cliva a molécula de C2 em C2a (maior)e C2b (menor), e forma-se a molécula C4bC2a, também chamada
de C3convertase.
→ A C3convertase vai clivar o próximo componente da via, uma molécula de C3, em C3b (maior) e C3a
(menor). Uma molécula de C3 convertase é capaz de clivar centenas de moléculas de C3 (que é a molécula
mais abundante do sistema complemento). Ou seja, vários fragmentos de C3b são gerados após a formação
da C3 convertase.
→ Ao clivar as várias moléculas de C3 em C3a (menor) e C3b (maior), uma nova ligação tioéster do C3b é
exposta, que rapidamente se liga na superfície do patógeno.
→ Ao se associar com a C3 convertase → C4bC2a + C3b = C4bC2aC3b → forma uma C5 convertase.
→ A C5 convertase vai ativar o próximo componente da via, o C5, a partir da clivagem deste em C5b (maior)
e C5a (menor). 
→ O fragmento C5b vai iniciar a formação de MAC (complexo de ataque a membrana).
→ Os fragmentos pequenos C4a, C2b, C3a e C5a que não foram utilizados no processo ficarão em sua fase
fluida e passam a ser chamados anafilotoxinas, que levam à uma resposta inflamatória.
B) A ATIVAÇÃO DA VIA CLÁSSICA
→ Inicia a partir do C1, complexo formado por C1q e duas
proteases associadas C1r e C1s. A via é ativada quando o
complexo C1 reconhece/interage com duas regiões Fc da
molécula de imunoglobulina.
Quando um anticorpo (imunoglobulina) se liga a um antígeno específico, ele expõe sítios de ligação para
C1q. O anticorpo de ativação mais eficiente dessa via é o IgM, pois ele é um pentâmero e expõe 5 regiões
Fc, que são os sítios de ligação pra C1. Porém a IgG também é relativamente eficiente na ativação do C1, o
problema é que como ela é um monômero, são necessárias várias lgG para ligar somente um C1.
→ Ao formar o conjugado C1-anticorpo-antígeno, o complexo C1q é ativado, consequentemente ativando
as proteases associadas C1r e C1s.
→ Ao serem ativadas, especificamente a C1s, vai clivar o próximo componente da via.
→ DEPENDE DA MOLÉCULA DE ANTICORPO RECONHECER SEU ANTÍGENO, DE FORMA A EXPOR OS SÍTIOS
DE LIGAÇÃO PARA C1
→ Resumo: Quando uma molécula C1 consegue se ligar simultaneamente a duas regiões Fc de anticorpos,
há a ativação da molécula de C1q que ativa as proteases C1r e C1s. A protease C1s ativada é capaz de clivar
os próximos componentes da via clássica, denominados C4 e C2.
A C1s vai clivar o próximo componente da via, um C4, em C4a e C4b (maior). A C4b tem sua ligação tioéster
exposta, e precisa rapidamente se ligar a membrana celular.
A C4b se liga a um componente C2, que é clivado em C2b e C2a pela C1s. C4b se liga a C2a formando C3
convertase.
A C3 convertase vai clivar a C3 em dois fragmentos: C3a e C3b. A C3b adere a célula ou se junta à
C3convertase, formando a C5convertase.
A C5convertase vai clivar o próximo componente da via, a C5, em C5a e C5b. 
O fragmento C5b vai iniciar a formação de MAC (complexo de ataque a membrana).
→
ATIVAÇÃO
DA VIA ALTERNATIVA
→ Acontece pela hidrólise espontânea de C3 no plasma em fragmentos C3b e C3a.
→ C3b se liga à superfície celular
→ Fator B, um outro componente da via alternativa, pode se associar à C3b
→ Fator D, um outro componente da via alternativa, ao reconhecer a ligação entre fator B e C3b, cliva o 
fator B em fragmentos Ba e Bb.
→ Formação de C3bBb, que nada mais é que a C3 convertase instável.
antígeno
→ C3 precisa se estabilizada pela proteína properdin (liberado pelos neurófilos quando ativados por 
inflamação). A properdin tem afinidade pela membrana de patógenos.
→ C3 convertase instável + properdin = C3 convertase estável
→ C3 convertase estável cliva vários fragmentos de C3, gerando C3a e C3b.
→ C3b pode ser agregado a C3convertase ou pode se lugar à superfície celular.
→ Formação de C3bBbC3b ou C5 convertase
→ C5 convertase cliva a C5 em C5a e C5b
→ C5b é responsável pela ativação dos componentes finais da via do sistema complemento, que vai levar a 
formação do MAC.
→ O QUE ACONTECE COM OS COMPONENTES FINAIS DA VIA COMPLEMENTO
C5b, produto das vias clássica, lectina e alternativa, se associa aos componentes C6 e C7. A C7 expõe uma 
região hidrofóbica, que te dá capacidade de se introduz na membrana celular, propiciando a interação de 
mais um complemento: C8.
C8 também possui uma região hidrofóbica e é capaz de se inserir completamente na membrana celular.
A interação C5, C6, C7 e C8 permite a ligação de várias moléculas do próximo componente: o C9. O C9 é 
polimerizado, formando um poro na membrana do patógeno (MAC).
RESUMÃO TOTAL:
→ As vias são ativadas de maneira diferente, mas tem a mesma finalidade: formação de C3 convertase que 
vai ser a responsável pelo pontapé inicial para a formação de C5convertase, culminando na MAC.
O sistema complemento é composto de 3 vias: a via clássica, lectina e alternativa.
A via clássica depende da formação do complexo antígeno-anticorpo e parte de C1.
A via lectina depende de proteínas (MBL e ficolina) que reconhecem açúcares manose ou acilados, ativando
as MASP1 e MASP2, e parte de C4 e C2.
A via alternativa acontece espontaneamente pela hidrólise de C3 e apresenta FATOR D e FATOR B
Todas as 3 vias vão gerar C3 convertase, responsável por clivar C3; e é justamente a C3b que, ao se juntar à 
C3 convertase, vai formar a C5 convertase. 
A C5 convertase, consequentemente, vai clivar C5 em C5a e C5b. C5b vai permitir a ligação de C6 à C9, 
gerandoo MAC (complexo de ataque à membrana).
Os demais fragmentos menores ficam na fase fluida e são responsáveis por realizarem resposta 
inflamatória.
→ FUNÇÕES
DO SISTEMA
COMPLEMENTO
Alguns tipos celulares apresentam receptores do complemento em sua superfície celular, de forma a
reconhecer fragmentos das moléculas do complemento. Ao reconhecer esses fragmentos, há um estímulo
desses tipos celulares a manterem a resposta imune. Como exemplo, o macrófago tem receptor para o
fragmento iC3b, e ao reconhecer esse iC3b, o macrófago vai ser estimulado a realizar fagocitose.
→ Formação do MAC: (complexo de ataque à membrana), responsável pela formação de poros e a lise.
→ Opsonização: fragmentos de moléculas do complemento (C3b, iC3b, C4b) são reconhecidos por
receptores do complemento de células fagocíticas, que são estimuladas a fagocitarem. A opsonização
refere-se ao revestimento do patógeno por proteínas do complemento, de modo que ele se torne mais
facilmente capturado e destruído pelas células fagocíticas → ideia da cobertura de chocolate.
→ Ativação da resposta inflamatória: os fragmentos menores que são originados durante as vias de
ativação do sistema complemento (como C3a, C4a, C5a) são reconhecidos por receptores associados à
proteína G dos diferentes tipos celulares da resposta inata (macrófagos, neutrófilo, basófilo, eosinófilo…).
Quando esse reconhecimento acontece, as células de resposta inflamatória do sistema imune são
recrutadas para o tecido-alvo. Em outras palavras, esses pequenos fragmentos do sistema complemento
(também denominadas anafilotoxinas) têm característica de quimiotaxia, e convocam as células do sistema
imune para o local de infecção.
→ Eliminação de complexos imunes circulantes: durante a formação da resposta imune são gerados
complexos antígeno-anticorpo que ficam na circulação, mas que precisam ser eliminados, senão são
acumulados nos glomérulos renais. O C3b tem importante papel nessa eliminação, pois ele, ao se depor na
região Fc do anticorpo, passa a ser reconhecido por eritrócitos que tem o complexo CR1. O eritrócito ligado
ao anticorpo vai para o fígado ou para o baço, levando o complexo antígeno-anticorpo até um fagócito.
→ Remoção de células apoptóticas: essas células apresentam sítios de ligação para proteínas como C1q e
MBL, que são proteínas da via de ativação do sistema complemento. No processo de ativação do sistema
complemento, são liberados aqueles fragmentos pequenos, como C3b, responsável pelo recrutamento de
fagócitos.
→ Presente na interface com a imunidade adquirida: quando um epítopo específico do antígenoé
reconhecido pelo BCR, esse antígeno está opsonizado por proteínas do sistema complemento (C3d). Um
correceptor (CR2), que participa desse reconhecimento do BCR, reconhece a C3d. Juntos, CR2 e BCR vão
ativar o linfócito B.
REGULAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO
→ A instabilidade relativa de muitos componentes do complemento é o primeiro meio pelo qual o
hospedeiro se protege contra a ativação inadvertida do complemento, pois esses componentes dependem
de outras moléculas para serem aderidos a superfície celular.
→ Um segundo mecanismo regulatório passivo depende da diferença no carboidrato da superfície celular
composição de células hospedeiras versus células microbianas.
→ Uma série de mecanismos ativos – proteínas reguladoras que o hospedeiro possui que atuam para inibir,
destruir ou diminuir a atividade das proteínas do complemento e seus fragmentos ativos.
I) EXEMPLO DE PROTEÍNAS QUE REGULAM O SISTEMA COMPLEMENTO
C1Inh → Inibidor de serina protease: causa dissociação do C1rs e do C1q da via clássica, impedindo a
formação do complexo C1, inibindo o restante da via.
Proteína de ligação do C4b, CR1 ou MCP → bloqueiam a formação da C3 convertase da via clássica e via
lectínica.
Na via alternativa Cr1, MCP (CD46) ou fator H → impede a ligação do C3b com o fator B na via alternativa.
Fator I quebra o C3b em vários outros pequenos.
Fator de aceleração do decaimento (DAF) ou CD55 → acelera a dissociação de C4bC2b e C3bBb
Proteína S → Impede a inserção do componente MAC C5bC6C7 na membrana, de forma a impedir a ligação
do C8 com sua porção hidrofóbica e consequentemente da formação do poro pelo C9.
Fator de restrição homóloga (HRF) ou CD59 → liga ao C5bC6C7C8, impedindo a formação dos conjugados
de C9, bloqueando a formação do MAC.
Então é possível regular a ativação do sistema complemento na célula hospedeira em várias etapas da via.
Deficiência do sistema complemento torna o indivíduo mais suscetível a infecção bacteriana e pode
ocasionar ao acúmulo de complexo imune (antígeno-anticorpo). A deficiência de fator H em porcos está
diretamente relacionada à insuficiência renal → destruição de glomérulos, pois o C3b passa a se ligar às
células do próprio hospedeiro.
Evolutivamente, as vias lectinica ou alternativa foram desenvolvidas primeiro, e a clássica provavelmente
surgiu depois porque ela depende de sistema imune adaptativo.
Sobre a insuficiência renal e as células do complemento:
“Se a gente tem uma grande produção de anticorpo em uma determinada doença, e esses complexos
imunes (anticorpos ligados a antígenos) permanecem no nosso soro em grandes quantidades. Esses
complexos imunes começam a se depositar nos rins nos glomérulos renais e começa a ter uma ativação da
resposta inflamatória, ativação do sistema complemento e lise dos glomérulos renais (disfunção renal).
Esses complexos imunes precisam ser tirados da circulação e o sistema complemento auxilia nesse
processo. Então quando os complexos antígeno-anticorpo vão parar nos rins, quando ele se depositar nos
rins ele tem a ativação do sistema complemento, por exemplo pela via clássica, e vai começar a ter a lise
das células renais. O complexo imune precisa ser retirado da circulação.”
AULA 4 – RESPOSTA INFLAMATÓRIA (IMUNIDADE INATA!)
INTRODUÇÃO:
→ Processo complexo que forma uma cascata: indutores → sensores → mediadores → efetores
A resposta inflamatória é consequência da resposta imune inata. Trata-se de uma resposta complexa a um
indutor nocivo, que não necessariamente é um microrganismo vivo. O processo de resposta inflamatória
depende de vascularização de forma a permitir que as células e moléculas envolvidas alcancem o tecido
que precisa de atuação do sistema imune.
Com isso, entendemos que a resposta inflamatória:
→ Envolve o recrutamento e a ativação de várias proteínas plasmáticas e células;
→ Depende de mediadores químicos;
→ Depende de vascularização.
A resposta inflamatória é uma resposta inata protetora, no entanto, uma resposta inflamatória não
controlada pelo organismo de maneira organizada, ela passa a ser exacerbada e pode causar lesões e
doenças. Nesse sentido, a inflamação precisa ser controlada.
→ O sufixo -ite significa doenças originada por inflamação: faringite, artrite, tendinite, etc.
a) INDUTORES
Podem ser endógenos ou exógenos:
→ Exógenos: microbial (PAMPs [padrões moleculares: LPS de gram-negativas] e fatores de virulência
[como a cápsula de uma bactéria]) e não-microbial (alérgenos [poeira], irritantes, corpos estranhos,
componentes tóxicos, trauma mecânico [por isso o tapa na cara fica vermelho]).
É liberado em função à presença de qualquer fator externo, patogênico ou não.
→ Endógenos: fatores liberados por células, por tecidos, pelo plasma e pelo ECM. Todos esses fatores
convergem à: sinais liberados por células mortas/malfuncionantes/estressadas
Liberado em função à uma alteração no ambiente fisiológico interno.
b) SENSORES
São os receptores de membrana de células da imunidade inata (ou seja, os PRRs – receptores que
reconhecem padrões), que permitem, por cascata de sinalização, uma mudança no comportamento da
célula em frente a um induotor.
Por exemplo, os PRRs conseguem distinguir DAMPs (padrões moleculares associados ao dano) e PAMPs
(padrões moleculares associados a patógeno). Um exemplo seria o reconhecimento do PAMP presença de
lipopolissacarídeos da membrana externa de bactérias gram-negativas.
c) LIBERAÇÃO DE MEDIADORES QUE VÃO MODIFICAR O AMBIENTE ONDE ESTÁ OCORRENDO O
PROCESSO
→ Citocinas e quimiocinas
d) FORMAÇÃO DE EFETORES
VISÃO GERAL DO P. INFLAMATÓRIO:
Células sentinelas (macrófagos e células
dendríticas) são aquelas que percebem
alteração no tecido a partir de seus sensores
(receptores, como os PRRs), e então elas são
ativadas e secretam substâncias (citocinas) que
vão induzir a resposta imune. → Citocinas pró-
inflamatórias: IL-1, 1L-6, TRF
I) SINAIS CARDEAIS DO PROCESSO
INFLAMATÓRIO
No momento do dano tecidual, há a geração de
uma resposta inflamatória local que gera sinais
inflamatórios característicos, os sinais cardeais da resposta inflamatória local. O desencadeamento desses
efeitos se deve aos fatores indutores endógenos e exógenos.
SINAIS
Rubor → “vermelhidão”
Calor
Tumor (edema) → inchaço
Dor
Alteração (perda) da função tecidual → o tecido lesado vai estar preocupado em se recupar da lesão para
depois voltar a exercer sua função normal.
=
EFEITOS
→ Vasodilatação
→ Aumento na permeabilidade vascular
→ Acúmulo de plasma no tecido
→ Aumento no fluxo sanguíneo
→ Migração de leucócitos
II) A RESPOSTA INFLAMATÓRIA PODE SER CLASSIFICADA DE ACORDO COM O TEMPO DE DURAÇÃO:
→ Inflamação aguda (pode ser localizada ou sistêmica):
Rápido início e uma curta duração (76 horas, mais ou menos).
Os sinais cardeais (calor, rubor, edema, dor, perda de função) vão apontar o início rápido da resposta
inflamatória, que num primeiro momento se concentra localmente. No entanto, esse início rápido da
inflamação aguda é acompanhada por uma reação sistêmica conhecida como resposta de fase aguda.
Como as células da imunidade inata produzem citocinas (proteínas), essas substâncias logo ganham o corpo
através da corrente sanguínea, e acabam chegando ao SNC (cérebro → prostaglandinas), ao fígado
(proteínas de fase aguda), etc. No fígado, essas citocinas fazem os hepatócitos produzem ainda mais
proteínas plasmáticas (de fase aguda), que são detectadas através de exames. Além da resposta local há
agora uma resposta sistêmica do organismo, pois outros órgãos foram ativados.
ASSIM: A inflamação aguda é acompanhada por uma reação sistêmica conhecida como resposta de fase
aguda, a qual é caracterizada por uma rápida mudança nos vários níveis de proteínas plasmáticas. 
→ Inflamação crônica:
Processo com início mais demorado, sempre precedido da inflamação aguda, podendo ser de longa
duração (meses).Clinicamente, nas inflamações crônicas não se observam os sinais cardinais característicos das reações
agudas. Porém, todas as alterações vasculares e exsudativas que originam esses sinais clínicos continuam
acontecendo, culminando com o destaque da última fase inflamatória, a fase produtiva-reparativa. Nesse
sentido, durante a inflamação crônica, todo o corpo se mobiliza para sanar o dano, e por final temos uma
fase reparativa, para o tecido voltar a ter sua função, na qual o sistema imunológico também participa. 
A inflamação aguda é caracterizada por recrutamento de neutrófilos
A inflamação crônica é caracterizada por fibroses e presença de linfócitos e macrófagos.
III) CÉLULAS E MEDIADORES ENVOLVIDOS NA RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA LOCAL:
O dano tecidual (que pode ser causado, por exemplo, por um prego repleto de bactérias) desencadeia uma
série de vias para combater o dano. São elas: a via de ativação de células sentinelas, e a via das proteases
plasmáticas (como a via do sistema complemento, a via do fator XII [coagulação e cinina], e a via dos
eicosanóides); tal que todas agem simultaneamente e auxiliam no processo inflamatório.
A) Vamos abordar primeiro a via que envolve a ativação de células dendríticas e macrófagos teciduais. 
Quando um agente infecioso ultrapassa as barreiras físicas e químicas da imunidade inata, ele se depara
com as células sentinelas: as células dendríticas, os macrófagos teciduais, e os neutrófilos. Essas células
percebem, a partir de seu PPR, algum padrão generalizado do patógeno, um PAMP (pode ser uma LPS, por
exemplo, presente na membrana de todas as bactérias gram-negativas). Quando os receptores das células
sentinelas são ativados, há a emissão intracelular de um sinal, que culmina na liberação de citocinas,
moléculas cujo principal papel é realizar a comunicação para as demais células da imunidade de que algo
está errado naquele tecido. Com isso, somado à resposta do sistema complemento, inicia-se a resposta
inflamatória. 
A inflamação possui mecanismos essenciais para combater a infecção. O primeiro é levar moléculas
efetoras adicionais e células do sangue para o local da infecção, buscando agilizar a destruição dos
patógenos. O segundo é induzir a coagulação sanguínea local, que promove uma barreira física à
propagação da infecção na corrente sanguínea. O terceiro é promover o reparo do tecido danificado, caso a
infecção tenha sido acompanhada de abrasão tecidual.
Todas essas estratégias são possíveis porque as citocinas pró-inflamatórias liberadas pelas células
sentinelas vão induzir a:
a) aumento no diâmetro vascular, especialmente pela ação do óxido nítrico, levando ao aumento da
quantidade de sangue no local e a diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo.
b) ativação das células endoteliais, principalmente pela citocina TNF-alfa, que passam a expressar
moléculas de adesão celular (CAMs), e dos monócitos e neutrófilos sanguíneos a expressarem integrinas e
selectinas, de forma a facilitar o processo de extravasamento das células da imunidade da corrente
sanguínea para o local de infecção.
c) aumento da permeabilidade vascular, isto é, a separação das células endoteliais, auxiliando no processo
de diapedese e permitindo a passagem de proteínas de fase aguda para o tecido infectado;
d) coagulação em microvasos no local da infecção, que previne que o patógeno alcance a corrente
sanguínea sistemicamente. 
As citocinas secretadas por células dendríticas e macrófagos em resposta à ativação dos receptores de
reconhecimento do padrão incluem um grupo de proteínas estruturalmente diversificado que inclui as
interleucinas (IL1-beta, IL-6 e IL-12), as hematopoietinas, a TNF-alfa, e as quimiocinas (CXCL8 e CCL2).
As quimiocinas atuam em receptores acoplados à proteína G em outros leucócitos, e a ativação desses
receptores pelas quimiocinas resulta na mudança comportamental da célula, de forma que os monócitos,
neutrófilos, e outras células da imunidade inata circulantes no sangue são recrutados para o local de
infecção. Esse processo de recrutamento é denominado quimiotaxia. A CXCL8 é a quimiocina responsável
por recrutar neutrófilos do sangue para o tecido; já a CCL2 é a quimiocina responsável por recrutar
monócitos do sangue, que ao alcançar o tecido, passam a ser macrófagos. O processo de perfusão das
células do sangue para o tecido é denominado diapedese, e as citocinas também têm papel importante
nesse processo, pois são elas que induzem mudanças conformacionais dos leucócitos, de forma a
expressarem as integrinas e selectinas; e também no endotélio, de forma a expressarem as CAMs.
Principais citocinas secretados pelas células sentinelas.
B) Agora, consideraremos as vias de proteases plasmáticas
1. O sistema complemento
Durante a ativação das vias do complemento, uma proteína do complemento é clivada em dois fragmentos
menores. Com exceção da C2, todas as proteínas do complemento são clivadas de forma que o seu
fragmento “a” é o menor e o “b” é o maior. Os fragmentos menores, por um peso molecular muito
pequeno, tendem a ficar em sua fase fluida no sangue, e passam a ser consideradas anafilotoxinas. Isso
porque elas tem uma atuação de quimiotaxia, e atraem leucócitos, especialmente neutrófilos e
macrófagos, para a região lesada. Além disso, as proteínas do complemento vão opsonizar microrganismos
de forma que eles sejam reconhecidos mais facilmente pelos fagócitos durante a resposta inflamatória.
2. O fator XII
Estão encontrados em sua forma inativa no tecido, mas por alterações fisiológicas nesse tecido, ele é
ativado, ficando em sua forma XIIa.
Esse fator XIIativado pode atuar em duas cascatas: a cascata cinina e a cascata de coagulação, que apesar
de tudo acabam se comunicando entre elas.
A CASCATA CININA
1) clivagem da pré-calicreína em calicrenína.
2) a calicreína pode atuar na clivagem do CAMP, formando bradicinina
A bradicinina atua no aumento da permeabilidade vascular e na geração de dor. O mecanismo 
de dor se dá pelo fato que o indivíduo fica mais quieto, e então o metabolismo pode direcionar
sua atuação para manter a homeostasia.
2) A calicreína pode atuar no sistema fibrinolítico, clivando plasminogênio em plasmina. A 
plasmina, por sua vez, pode atuar no sistema complemento a partir da clivagem de C3 em C3a
2) A calicreína também pode atuar no sistema fibrinolítico, clivando plasminogênio em 
plasmina. A plasmina, por sua vez, vai atuar na formação de fibrina, fazendo uma comunicação
para a via da coagulação (fibrina faz contenção de pontos hemorrágicos)
A CASCATA DE COAGULAÇÃO
O fator XIIativado vai clivar XI em XIativado, que a partir de uma cascata de reações vai acabar clivando
protrombina em trombina. A trombina atua sobre o fibrinogênio, clivando-o em fibrina. A fibrina, por sua
vez, faz a contenção de pontos hemorrágicos.
3. Os eicosanóides são produzidos a partir de mediadores lipídicos
Fosfolipases quebram fosfolipídeos da membrana celular, liberando ácido araquidônico. O ácido
araquidônico pode ser substrato para a via das cicloxigenases ou para a via da 5-Lipoxigenase. Na via das
cicloxigenases, haverá a formação de prostaglandinas (PGD2, PGE2, PGF2 alfa), de prostaciclinas e de
tromboxanos, enquanto na via da 5-Lipoxigenase haverá a formação de Leucotriennos.
V) O PROCESSO DE DIAPEDESE
Macrófago tem um PRR que
reconhece o PAMP do patógeno. O
macrófago então fagocita e
processa o microrganismo, e com
isso, passa para a sua forma ativada
(EFETORA), cuja alteração vai
permitir que ela seja um fagócito
mais eficiente, que libere
mediadores como citocinas e
quimiocinas; e que haja a expressão
de novos receptores. Assim, o
macrófago inicia a resposta
inflamatória.
As quimiocinas são responsáveis
por recrutar células de defesa para
o tecido que precisade assistência
imunológica. E elas são classificadas
de acordo com a quantidade de
resíduos de cisteína.
Os leucócitos precisam se ligar à parede do endotélio para facilitar o processo de diapedese no local de
injúria. Esse processo envolve a participação de moléculas de adesão presentes na membrana plasmáticas
dos leucócitos, como integrinas, selectinas (célula da imunidade inata) e ICAMinas (endotélio).
→ As selectinas: normalmente iniciam o processo.
→ As integrinas: permitem à forte
adesão da célula ao endotélio
As integrinas têm como ligantes as
imunoglobulinas (ICAMs) do
endotélio.
O endotélio na região inflamada é
ativado por citocinas e passa a
expressar moléculas de adesão
(CAM). Similarmente, as citocinas
promovem a expressão de
selectinas e integrinas na
membrana das células da
imunidade inata. Dessa maneira, os
leucócitos passam a aderir ao
endotélio, facilitando a diapedese.
É a quimiocina que vai atrair os
leucócitos a migrarem do sangue
para o tecido do sítio-inflamatório.
VI) ALTERAÇÕES NOS CAPILARES DURANTE A RESPOSTA INFLAMATÓRIA
Durante o processo inflamatório, algumas alterações ocorrem nos vasos sanguíneos. São elas: aumento da
permeabilidade dos vasos, vasodilatação, diminuição do fluxo sanguíneo e aumento da concentração do
sangue no local.
Injúria → Ativação da inflamação → Resolução da injúria ou inflamação crônica
A inflamação aguda é caracterizada por recrutamento de neutrófilos
A inflamação crônica é caracterizada por fibroses e presença de linfócitos e macrófagos.
A persistência da inflamação é devido a granulomas, resultado do acúmulo de macrófagos que liberam
citocinas e acabam recrutando ainda mais células. Essa persistência se deve a um indutor persistente. 
O granuloma é uma consequência da inflamação crônica, e é caracterizado por acúmulo de linfócitos e
macrófagos em torno ao indutor persistente.
Assim, se a inflamação for contínua, como o que acontece na pneumonia, haverá a fibrose dos capilares
sanguíneos; e o pulmão deixa de funcionar como deveria → PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO.
VII) A INFLAMAÇÃO SISTÊMICA
A resposta inflamatória para de ser local e passa a ser sistêmica quando há uma liberação desenfreada de
TNF-alfa, IL-1 e IL-6 (citocinas pró-inflamatória) secretadas pelas células da imunidade inata que vão
desencadear os sinais cardinais em toda a circulação sanguínea; bem como ativar outros órgãos a
participarem na resposta inflamatória.
Além do seu efeito localizado, as citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF) secretadas pelos macrófagos
têm efeitos sistêmicos, comunicando a outros órgãos que atuem conjuntamente à resposta inflamatória.
Um exemplo é a ativação da adrenal a produzir corticóides (que vão controlar a resposta inflamatória); o
fígado a produzir células de fase aguda (como as proteínas do complemento), e o cérebro, estimulando a
liberação de prostaglandinas que induz a febre.
Com isso, entende-se que o comportamento “doente” é parte da resposta do corpo ao estímulo
inflamatório. As principais citocinas indutoras de comportamento doente são a interleucina 1 e 6 (IL-1 IL-6)
e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa). A febre, por exemplo, causa o aumento de temperatura com
objetivo de combater patógenos e favorecer ambiente propício aos macrófagos.
A liberação do TNF-alfa (citocina) pelos macrófagos induz efeitos locais protetores, mas o TNF-alfa pode ter
efeitos prejudiciais quando liberado sistemicamente. A resposta inflamatória exagerada não é benéfica
para o hospedeiro. Por isso precisa haver a resolução da inflamação a partir de outras citocinas (as
inflamatórias IL10- TNF-beta*) e glicocorticóides.
Mediadores pró inflamatórios → Inflamação sistêmica (SIRS)
Mediadores anti-inflamatórios → Resposta contra-reguladora (CARS)
PROVA:
O comportamento doentio é parte da resposta do corpo ao estímulo inflamatório. A liberação do TNF-alfa
pelos macrófagos induz efeitos locais protetores, mas o TNF-alfa pode ter efeitos prejudiciais quando
liberado sistemicamente. A liberação sistêmica de TNF-a na corrente sanguínea causa vasodilatação, que
leva à perda da pressão sanguínea e ao aumento da permeabilidade vascular, ocasionando perda de
volume plasmático e o colapso dos vasos devido ao pouco volume sanguíneo. Além disso, a liberação de
TNF-a no choque séptico desencadeia ainda a coagulação sanguínea nos pequenos vasos do organismo,
evento denominado coagulação intravascular disseminada, a qual leva ao consumo massivo de proteínas
de coagulação e, assim, o sangue do paciente não pode coagular de maneira apropriada 
O choque séptico bacteriano é causado pelo processo descrito acima. A bactéria produz uma endotoxina
que estimula a produção e liberação de TNF-alfa pelos macrófagos, o que leva, em último caso, à falência
dos órgãos pelo colapso e tapamento dos vasos. Há coagulação intravascular disseminada, primeiramente. 
O choque tóxico bacteriano ocorre a partir da produção da toxina da síndrome do choque tóxico pela
bactéria Staphylococcus aureus que vai causar uma ligação prolongada entre o macrófago e o linfócito T
(vários clones de linfócito T serão ativados) causando uma superprodução de IL-2, IFN-gama, TNF-alfa e IL-
1. Também levando à morte por falência dos órgãos. 
Uma outra mudança também pode ser observada, que é a a coagulação em microvasos no local da
infecção, prevenindo a difusão do patógeno 
AULA 5 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA: APRESENTAÇÃO E PROCESSAMENTO DE ANTÍGENO
INTRODUÇÃO: 
→ Faz parte da resposta imune adaptativa
→ Como os linfócitos T (resposta imune adaptativa celular) e linfócitos B (resposta imune adaptativa
humoral) são ativadas pela primeira vez.
I) CÉLULA T
Os receptores de membrana TCR não reconhecem o antígeno diretamente. Eles precisam que uma célula
apresentadora de antígeno primeiramente processe o antígeno e que “ofereça” o antígeno a partir de uma
molécula, denominada complexo principal de histocompatibilidade (MHC).
→ São 3 as principais células apresentadoras de antígenos:
1) Células dendríticas: presentes no tecido, tem a função de captar o antígeno da região onde está
acontecendo a ação imunológica, processar esse antígeno, e migrar para um órgão linfoide (linfonodo) mais
próximo, afim de apresentar o antígeno para os linfócitos T. As células dendríticas são consideradas APC
potentes porque elas são capazes de ativar células T virgens.
2) Macrófagos: faz uma ponte entre a imunidade inata e a adquirida. Os macrófagos fagocitam e tentam
eliminar o antígeno, e ao mesmo tempo apresenta esse antígeno para os linfócitos T da imunidade
adquirida.
3) Linfócitos B: os receptores BCR (anticorpos) captam, processam e mostram o antígeno para o linfócito T.
→ Importante lembrar: Células T citotóxicas (TCD8)
Células T auxiliares (TCD4)
→ O MHC: O complexo de histocompatibilidade principal é caracterizado por moléculas de superfície de
membrana das células apresentadoras de antígeno cujo papel é ligar peptídeos antigênicos formando um
complexo MHC-peptídeo antigênico. É este complexo que é reconhecido pelas células T. Elas podem
influenciar na susceptibilidade a infecções e surgimento de doenças autoimunes. Além disso, o MHC
influencia a habilidade de um organismo aceitar ou rejeitar tecidos transplantados provenientes de outro
membro de uma mesma espécie.
 
Essas moléculas são codificadas por genes específicos e quanto maior o polimorfismo (formas alternativas
de um gene, ou seja, alelos da mãe e do pai) e a poligenia (genes distintos mas que codificam moléculas
com estrutura e funções semelhantes), maior a diversidade das moléculas de MHC; consequentemente,
quanto mais variável a molécula de MHC, maior a diversidade de peptídeos antigênicos que podem se ligar
a essa molécula e ser apresentados aos linfócitos T.
A expressão dos alelos do MHC é codominante, ou seja, há
contribuição de 50%da parte paterna e 50% da parte
materna na formação dos haplótipos.
→ Por exemplo: um camundongo heterozigoto vai
expressar os genes codificantes de MHC tanto do pai
quanto da mãe. Nesse sentido, ele pode apresentar
moléculas de MHC de classe I do pai e moléculas de MHC
de classe I da mãe. Além disso, as cadeias alfa e beta dos
MHC de classe II podem ser recombinadas (pegar cadeia
alfa da mãe e cadeia beta do pai, por exemplo).
Todo conjunto de genes de MHC herdado de pais para filho é denominado haplótipos.
Quanto mais
variável a molécula
de HMC, mais
peptídeos podem
se associar a essa
molécula e ser
apresentados aos
linfócitos T.
ORGANIZAÇÃO DO MHC
Gene do MHC de classe I → codificam para glicoproteínas expressas na superfície de quase todas as células
nucleadas. A principal função dos produtos do gene de classe I é a apresentação dos peptídeos antigênicos
a Células T citotóxicas (TCD8).
Gene do MHC de classe II → codificam para glicoproteínas expressas primariamente em células
apresentadoras de antígenos (macrófagos, células B, dendríticas). A principal função dos produtos do gene
de classe II é a apresentação dos fragmentos peptídicos do antígeno a células T auxiliares (TCD4).
Gene do MHC de classe III → codificam, além de outros produtos, várias proteínas secretadas que possuem
funções imunes, incluindo componentes do sistema complemento e moléculas envolvidas na inflamação.
EX: o macrófago apresenta MHC de classe I ou II? Os dois, porque ele tem núcleo e, concomitantemente, é
uma célula apresentadora de antígeno.
E o hepatócito? Classe I, porque é comente uma célula nucleada que não é apresentadora de antígeno.
Quanto ao transplante:
→ Quando se pensa na rejeição de um transplante de fígado, por exemplo, é uma célula TCD8 que está
sendo ativada, porque o hepatócito apresenta MHC de classe I, que é reconhecido por TCD8.
• Animais isogênicos são aqueles que tem os mesmos genes codificantes para as moléculas de MHC
que são expressas. Nesse caso, não há rejeição ao transplante.
• Animais heterogênicos são aqueles que apresentam genes codificantes diferentes para as
moléculas de MHC (consequentemente expressando diferentes moléculas de MHC).
• Compatibilidade: é a análise da composição das moléculas de MHC do indivíduo receptor do
transplante comparado ao indivíduo doador do transplante. O linfócito T só reconhece o peptídeo
antigênico se ele estiver formando um complexo com o MHC do próprio indivíduo. Isso se deve ao
fato de que os linfócitos T, quando no timo, aprendem a reconhecer apenas MHC específicos do
próprio animal; e não o MHC de um doador (ou seja, é muito mprovável que 2 indivíduos ao acaso
expressem conjunto de moléculas MHC idênticas), e por isso a compatibilidade pode ser baixa.
ESTRUTURA DO MHC
→ O MHC de classe I apresenta uma cadeia alfa com três domínios; sendo um deles transmembrana com
uma cauda citoplasmática. A cadeia alfa se associa a uma outra proteína que é a B2 microglobulina durante
a síntese do MHC no RE. É entre os domínios alfa 1 e alfa 2 que está a fenda de ligação dos fragmentos
peptídicos (de 8 a 10 aminoácidos) dos antígenos ENDÓGENOS que serão apresentados às células T TCD8.
→ O MHC de classe II é formado por duas cadeias: alfa e beta. Cada uma dessas cadeias apresentam dois
domínios e cada uma dessa cadeias apresenta uma porção transmembrana e uma cauda citoplasmática. A
fenda de ligação do peptídeo (de 13 a 17 aminoácidos) dos antígenos EXÓGENOS é formado pelos domínios
alfa1 e beta1.
O RECEPTOR TCR
Ao reconhecer o MHC associado ao
peptídeo antigênico, o TCR vai ativar
os ITAMs que vão levar a sinalização
intracelular do linfócito T. Essa
sinalização celular vai culminar na
ativação de genes relacionados a
ativação, proliferação e diferenciação
da célula T.
É importante salientar que o CDx é
um correceptor que vai auxiliar o
pareamento entre MHC-antígeno-
TCR, e por isso há especificidade (ou
restrição) do MHC classe II ao TCD4 e
o MHC classe I ao TCD8
TCD4 reconhece antígenos trazidos por MHC de classe II
TCD8 reconhece antígenos trazidos por MHC de classe I
IMPORTANTÍSSIMO:
O reconhecimento de antígenos pelo linfócito T é restrito ao complexo MHC-antígeno.
VIA DE
PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS:
MHC CLASSE I
O antígeno endógeno (disperso no citosol)
é degradado por proteassomas que o
clivam, gerando fragmentos peptídicos
(peptídeos antigênico). Os peptídeos
antigênicos gerados pela ação da
proteassoma entram no retículo
endoplasmático através da proteína
transportadora TAP, que age como um
canal.
Dendo do retículo endoplasmático, o
peptídeo antigênico se liga à molécula de
MHC classe I, que lá foi sintetizada e
ancorada.
Já com o peptídeo antigênico ligado,
formando o complexo antígeno-MHC, a
molécula de MHC classe I é exportada em
uma vesícula para a membrana celular,
alcançando a superfície da célula.
Somente quando alcança a superfície celular que há o reconhecimento do complexo pelo receptor TCR da
célula T (TCD8) que vai formar o complexo MHC-antígeno-TCR.
MHC CLASSE II 
O antígeno exógeno é primeiramente endocitado, e somente dentro de vesículas, ele alcança o citosol.
Dentro da vesícula acídica, o antígeno é degradado gerando peptídeos antigênicos.
Paralelamente, há a produção do MHC de classe II pelo retículo endoplasmático com auxílio da cadeia
invariante.
Uma vez formado no RE, o MHC classe II é enviado ao complexo de Golgi e de lá, enviado de encontro Às
vesículas repletas de peptídeos antigênicos.
As vesículas do MHC classe II e do fragmento peptídico são fundidas, e com isso, há a formação do
complexo peptídeo antigênico-MHC. Essa vesícula contendo o complexo é então transportada para a
superfície de membrana da célula; e somente então há o reconhecimento pelo receptor da célula T (TCD4)
que vai formar o complexo MHC–peptídeo antigênico–TCR.
PROCESSO DE MONTAGEM DOS MHC CLASSE I NO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
A molécula de MHC de classe I é
montada no RE, num processo
auxiliado por outras proteínas
denominadas chaperonas*. O
MHC classe I é associado a
proteína B2 microglobulina com
auxílio da calnexina. Em seguida
a calnexina se desliga e um
novo complexo de proteínas
chaperonas se liga no MHC
classe I. Uma dessas proteínas é
a Tapasina, localizada próxima
ao complexo TAP. O complexo
TAP age como um canal que
abre-se, permitindo a passagem de peptídeos antigênicos que foram processados pelos proteassomas para
dentro do RE. Esses fragmentos são mais uma vez degradado pela ERAAP, alcançando seu tamanho
molecular ideal; e enfim podem se ligar no MHC classe I no próprio RE. Em seguida, o complexo MHC classe
I – peptídeo antigênico sai do RE por vesículas, alcançando a superfície de membrana.
PROCESSO DE MONTAGEM DOS MHC CLASSE II NO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
O MHC de classe II também é
montado no retículo
endoplasmático. Entretanto,
ele está associado a uma cadeia
invariante, responsável por
bloquear a fenda de ligação do
MHC à fim de impedir que
outros peptídeos quaisquer se
liguem nele.
O MHC II então sai do RE a
partir de vesículas acidificadas;
que acabam degradando parte
da cadeia invariável, deixando
somente aquela que está de
fato ligada à fenda do MHC.
A vesícula contendo o MHC
classe II se funde com a vesícula
endocítica que degradou o
antígeno exógeno formando
peptídeos antigênicos. Quando
isso acontece, a porção da
cadeia invariável que estava
ligada na fenda sai, deixando espaço para que o peptídeo antigênico se ligue. Quem retira a porção da
cadeia invariável da fenda de MHC é um outro MHC, denominado de não clássico.
VIA ENDÓGENA (MHC CLASSE I) X
VIA EXÓGENA (MHC CLASSE II)
Uma mesma molécula de MHC
pode ligar diferentes tipos de
peptídios uma única vez. O
importante é que esses peptídeos
consigam se acoplar àfenda do
MHC.
OBS:
Alguns antígenos virais e bacterianos (os superantígenos) como toxinas conseguem se ligar externamente
ao receptor da célula T e ao MHC, ativando a célula T de maneira inespecífica; pois não é o fragmento
peptídico específico na fenda, mas sim a toxina.
MOLÉCULAS CD1
Apesar da família CD1 ser codificada fora do locus gênicos para MHC, ela apresenta homologia à estrutura
de MHC classe I, mas realizam sua função de maneira similar ao MHC classe II. A única diferença que ao
invés de conter em sua fenda fragmentos peptídicos de antígenos, as CD1 vão conter em sua fenda
fragmentos lipídicos de antígenos. Esses fragmentos serão apresentados para linfócitos T específicos.