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Resumo - IESC P7

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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
1 
 
IESC – P7 
1. Familiarizar o aluno com os conceitos de 
proteção social, previdência social, 
seguridade social e vulnerabilidade social. 
Vulnerabilidade social é o conceito que 
caracteriza a condição dos grupos de 
indivíduos que estão a margem da sociedade, 
ou seja, pessoas ou famílias que estão em 
processo de exclusão social, principalmente 
por fatores sócioeconômicos. Vulnerabilidade 
social não é sinônimo de pobreza, mas sim 
uma condição que remete a fragilidade da 
situação sócioeconômica de determinado grupo 
ou indivíduo. 
 
PROTEÇÃO SOCIAL 
É a garantia de inclusão a todos os cidadãos que 
encontram-se em situação de vulnerabilidade e/ou em 
situação de risco, inserindo-os na rede de Proteção 
Social local. A Proteção Social é hierarquizada em 
Básica e Especial. 
 
1. Proteção Social Básica 
Tem como objetivo prevenir situações de risco por 
meio do desenvolvimento de potencialidades e 
aquisições e o fortalecimento de vínculos 
familiares e comunitários. Destina-se à população 
que vive em situação de vulnerabilidade social 
decorrente da pobreza, privação (ausência de 
renda, precário ou nulo acesso aos serviços 
públicos, dentre outros) e/ou fragilização de 
vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento 
social (discriminações etárias, étnicas, de gênero 
ou por deficiências, dentre outras). 
 
A Proteção Social Básica tem como porta de entrada 
do Sistema Único da Assistência Social os Centros de 
Referência de Assistência Social - CRAS. 
 
CRAS 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) 
é a porta de entrada da assistência social. Trata-se de 
uma unidade pública municipal, integrante do SUAS, 
localizado em áreas com maiores índices de 
vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação 
de serviços socioassistenciais de proteção social 
básica às famílias e indivíduos, e à articulação destes 
serviços no seu território de abrangência, e uma 
atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a 
proteção social. 
 
Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família-
PAIF 
Ofertado necessariamente no CRAS, de caráter 
continuado, com a finalidade de fortalecer a função 
protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus 
vínculos e a violência no âmbito de suas relações, 
garantindo o direito à convivência familiar e 
comunitária. 
 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos 
De caráter preventivo e proativo, realizado em 
grupos, de modo a garantir aquisições progressivas 
aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de vida. 
Destina-se a crianças, adolescentes, idosos em 
situação de vulnerabilidade. 
 
Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio 
para Pessoas com Deficiência e Idosas 
Tem a finalidade de prevenir os agravos que possam 
provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais 
dos usuários. Visa a garantia de direitos, o 
desenvolvimento de mecanismos para a inclusão, a 
equiparação de oportunidades e a participação e o 
desenvolvimento das pessoas com deficiência e 
pessoas idosas, a partir de suas necessidades e 
potencialidades individuais e sociais. 
 
2. Proteção Social Especial 
É a modalidade de atendimento assistencial destinada 
a famílias e indivíduos que se encontram em 
situação de risco pessoal e social por ocorrência 
de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, 
abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, 
cumprimento de medidas sócio-educativas, 
situação de rua, situação trabalho infantil, entre 
outras. 
 
São situações que requerem acompanhamento 
individual e maior flexibilidade nas soluções 
protetivas, comportam encaminhamentos 
monitorados, apoios e processos que assegurem 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
2 
 
qualidade na atenção protetiva e efetividade na 
reinserção almejada. 
 
Os serviços de proteção especial têm estreita interface 
com o sistema de garantia de direitos, exigindo muitas 
vezes uma gestão mais complexa e compartilhada 
com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros 
órgãos e ações do Executivo. 
 
a) Média complexidade 
Atendimentos às famílias e indivíduos com seus 
direitos violados, mas cujos vínculos familiares não 
foram rompidos. Requerem maior estruturação 
técnico-operacional e atenção especializada e 
individualizada com um acompanhamento sistemático 
e monitorado, tais como: 
 Serviço de orientação e apoio sociofamiliar; 
 Plantão social; 
 Abordagem de rua; 
 Cuidado domiciliar; 
 Serviço de habilitação e reabilitação na 
comunidade das pessoas com deficiência; 
 Medidas socioeducativas em meio-aberto (PSC e 
LA). 
 
b) Alta complexidade 
Garantem proteção integral - moradia, alimentação, 
higienização e trabalho protegido para famílias e 
indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em 
situação de ameaça, necessitando ser retirados de 
seu núcleo familiar e, ou, comunitário, tais como: 
 Atendimento Integral Institucional; 
 Casa Lar; 
 República; 
 Casa de Passagem; 
 Albergue; 
 Família Substituta; 
 Família Acolhedora; 
 Medidas socioeducativas restritivas e privativas de 
liberdade (semi-liberdade, internação provisória e 
sentenciada); 
 Trabalho protegido. 
 
CREAS 
O Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social (CREAS), integrante do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), constitui-se numa unidade 
pública estatal, responsável pela oferta de atenções 
especializadas de apoio, orientação e 
acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou 
mais de seus membros em situação de ameaça ou 
violação de direitos. 
Objetivo 
 Fortalecer as redes sociais de apoio da família; 
 Contribuir no combater a estigmas e preconceitos; 
 Assegurar proteção social imediata e atendimento 
interdisciplinar às pessoas em situação de 
violência visando sua integridade física, mental e 
social; 
 Prevenir o abandono e a institucionalização; 
 Fortalecer os vínculos familiares e a capacidade 
protetiva da família. 
Público-alvo 
Crianças, adolescentes, jovens, mulheres, pessoas 
idosas, pessoas com deficiência, e suas famílias, que 
vivenciam situações de ameaça e violações de direitos 
por ocorrência de abandono, violência física, 
psicológica ou sexual, exploração sexual comercial, 
situação de rua, vivência de trabalho infantil e outras 
formas de submissão a situações que provocam 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
3 
 
danos e agravos a sua condição de vida e os 
impedem de usufruir de autonomia e bem-estar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DECRETO 3048: REGULAMENTO DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
A seguridade social obedecerá aos seguintes 
princípios e diretrizes: 
 I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
 II - uniformidade e equivalência dos benefícios e 
serviços às populações urbanas e rurais; 
 III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
 IV - irredutibilidade do valor dos benefícios, de 
forma a preservar-lhe o poder aquisitivo; 
 V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
 VI - diversidade da base de financiamento; e 
 VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 Parágrafo único. As atividades de saúde são de 
relevância pública, e sua organização obedecerá aos 
seguintes princípios e diretrizes: 
 I - acesso universal e igualitário; 
 II - provimento das ações e serviços mediante 
rede regionalizada e hierarquizada, integrados emsistema único; 
 III - descentralização, com direção única em cada 
esfera de governo; 
 IV - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas; 
 V - participação da comunidade na gestão, 
fiscalização e acompanhamento das ações e serviços 
de saúde; e 
 VI - participação da iniciativa privada na 
assistência à saúde, em obediência aos preceitos 
constitucionais. 
 
A assistência social é a política social que provê o 
atendimento das necessidades básicas, traduzidas em 
proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência, à velhice e à pessoa portadora de 
deficiência, independentemente de contribuição à 
seguridade social. 
 Parágrafo único. A organização da assistência 
social obedecerá às seguintes diretrizes: 
 I - descentralização político-administrativa; e 
 II - participação da população na formulação e 
controle das ações em todos os níveis. 
previdência social rege-se pelos seguintes princípios e 
objetivos: 
 I - universalidade de participação nos planos 
previdenciários; 
 II - uniformidade e equivalência dos benefícios e 
serviços às populações urbanas e rurais; 
 III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios; 
 IV - cálculo dos benefícios considerando-se os 
salários-de-contribuição corrigidos monetariamente; 
 V - irredutibilidade do valor dos benefícios, de 
forma a preservar-lhe o poder aquisitivo; 
 VI - valor da renda mensal dos benefícios 
substitutos do salário-de-contribuição ou do 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
4 
 
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do 
salário mínimo; e 
 VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. 
 Art. 5º A previdência social será organizada sob 
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá 
a: 
 I - cobertura de eventos de doença, invalidez, 
morte e idade avançada; 
 II - proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; 
 III - proteção ao trabalhador em situação de 
desemprego involuntário; 
 IV - salário-família e auxílio-reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa renda; e 
 V - pensão por morte do segurado, homem ou 
mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
__________________________________________ 
A previdência social compreende: 
 I - o Regime Geral de Previdência Social; e 
 II - os regimes próprios de previdêcia social dos 
servidores públicos e dos militares. 
Parágrafo único. O Regime Geral de Previdência 
Social garante a cobertura de todas as situações 
expressas no art. 5
o
, exceto a de desemprego 
involuntário, observado o disposto no art. 199-A 
quanto ao direito à aposentadoria por tempo de 
contribuição. 
A administração do Regime Geral de Previdência 
Social é atribuída ao Ministério da Previdência e 
Assistência Social, sendo exercida pelos órgãos e 
entidades a ele vinculados 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
A seguridade social é o conjunto de ações e 
instrumentos por meio do qual se pretende alcançar 
uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a 
pobreza e a marginalização, reduzir as 
desigualdades sociais e promover o bem de todos. 
Essas são diretrizes fixadas na própria Constituição 
Federal no artigo 3º. 
Ou seja, o sistema de seguridade social, em seu 
conjunto, visa a garantir que o cidadão se sinta 
seguro e protegido ao longo de sua existência, 
provendo-lhe a assistência e recursos necessários 
para os momentos de infortúnios. É a segurança 
social, segurança do indivíduo como parte integrante 
de uma sociedade. 
A seguridade social é definida na Constituição 
Federal, no artigo 194, caput, como um “conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social”. 
 
É, portanto, um sistema de proteção social que 
abrange os três programas sociais de maior 
relevância: a previdência social, a assistência 
social e a saúde. 
a) Saúde 
Não importa nesta espécie de proteção social a 
condição econômica do beneficiário. O Estado não 
pode negar acesso à saúde pública a uma pessoa sob 
o argumento de que esta possui riqueza pessoal e 
meios de prover a sua própria saúde. 
As ações na área da saúde são de 
responsabilidade do Ministério da Saúde, 
instrumentalizada pelo Sistema Único de Saúde. 
Assim, o INSS, autarquia responsável por gerir 
benefícios e serviços da Previdência Social, não tem 
qualquer relação e responsabilidade em relação a 
hospitais, casas de saúde e atendimentos em geral na 
área de saúde. 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
5 
 
O órgão responsável pelo sistema de saúde é o SUS. 
Compete ao Sistema Único de Saúde: 
- executar ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, e as da saúde do trabalhador; 
- participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico; 
- colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho; 
- incrementar em sua área de atuação o 
desenvolvimento científico e tecnológico; 
- fiscalizar e inspecionar alimentos, bem como bebidas 
e águas para o consumo humano; 
- participar da produção de medicamentos, 
equipamentos e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde. 
A política nacional de saúde é regulada pelas leis 
8.080/90 e 8.142/90. Seu executor é o SUS, que é 
constituído por órgãos federais, estaduais e 
municipais. 
 
b) Assistência Social 
A Constituição Federal, no artigo 203, caput 
estabelece que : 
“A ASSISTÊNCIA SOCIAL SERÁ PRESTADA A 
QUEM DELA 
NECESSITAR, INDEPENDENTEMENTE DE 
CONTRIBUIÇÃO À SEGURIDADE SOCIAL, E TEM 
POR OBJETIVOS (...) ” . 
A assistência social é o segmento autônomo da 
seguridade social que tratar dos hipossuficientes, ou 
seja, daqueles que não possuem condições de 
prover sua própria manutenção. 
Cuidará daqueles que têm maiores necessidades, 
sem exigir deles (seus beneficiários) qualquer 
contribuição à seguridade social. 
Portanto, o Sílvio Santos não poderá valer-se dos 
benefícios e serviços da assistência social, porque ele 
não é uma pessoa hipossuficiente (não necessita dos 
serviços e benefícios da assistência social), 
diferentemente da Saúde que ele pode usufruir a 
qualquer momento. 
A atuação protetiva fornecerá aquilo que for 
absolutamente indispensável para cessar o atual 
estado de necessidade do assistido (Exs.: alimentos, 
roupas, abrigos e até mesmo pequenos benefícios 
em dinheiro). 
A assistência social serve para cobrir as lacunas 
deixadas pela previdência social que, devido a sua 
natureza contributiva, acaba por excluir os 
necessitados. 
São objetivos da assistência social (CF, art. 203, 
incisos): 
I - proteção da família, da maternidade, infância, 
adolescência e velhice; 
II - amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - promoção da integração ao mercado de 
trabalho; 
IV - habilitação e reabilitação de pessoas 
portadoras de deficiência e a promoção da sua 
integração à vida comunitária; 
V - garantia de 1 salário-mínimo de benefício 
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao 
idoso que comprovem não possuir meios de 
prover a sua própria subsistência, nem de tê-la 
provida por sua família 
São exemplos de benefícios da assistência 
social: auxílio-natalidade; auxílio-funeral; o 
aluguel social que o Governo está pagando às 
famílias vitimadas pelas chuvas na Região 
Serrana do Rio de Janeiro; bolsa família; 
benefício de prestação continuada (art. 203, V); 
abrigos, etc. 
O Ministério responsável pelas ações da 
Assistência Social é o Ministério do 
Desenvolvimento Social e combate à fome. 
stesegmento autônomo da seguridade social vai se 
preocupar exclusivamente com os trabalhadores e com os 
seus dependentes econômicos. 
c) Previdência Social 
A previdência social é a técnica de proteção social 
destinada a afastar necessidades sociais 
decorrentes de contingências sociais que reduzem 
ou eliminam a capacidade de auto-sustento dos 
trabalhadores e/ou de seus dependentes. 
Contingência social são fatos e/ou acontecimentos 
que, uma vez ocorridos, tem a força de colocar 
uma pessoa e/ou seus dependentes em estado de 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
6 
 
necessidade, como por exemplos invalidez 
(incapacidade), óbito, idade avançada... 
 
 
A Previdência Social, como visto, tem em mira 
contingências bem específicas: aquelas que atingem o 
trabalhador e, via reflexa, seus dependentes, pessoas 
consideradas economicamente dependentes do 
segurado. Essa dependência pode ser presumida por 
lei (no caso de cônjuges, filhos menores e/ou 
incapazes) ou comprovada no caso concreto (no caso 
de pais que dependiam economicamente do filho que 
veio a óbito). 
É o que estabelece a legislação: 
Artigo 16 da Lei 8.213/91: São beneficiários do 
Regime Geral de Previdência Social, na condição de 
dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho 
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido; 
II - os pais 
 III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, 
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que 
tenha deficiência intelectual ou mental que o torne 
absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente; 
§ 1º A existência de dependente de qualquer das 
classes deste artigo exclui do direito às prestações os 
das classes seguintes. 
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a 
filho mediante declaração do segurado e desde que 
comprovada a dependência econômica na forma 
estabelecida no Regulamento. 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a 
pessoa que, sem ser casada, mantém união estável 
com o segurado ou com a segurada, de acordo com 
o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. 
§ 4º. A dependência econômica das pessoas 
indicadas no inciso I é presumida e das demais deve 
ser comprovada. 
Logo, os beneficiários da Previdência Social são, 
EXCLUSIVAMENTE, OS TRABALHADORES E 
SEUS DEPENDENTES previstos na legislação 
previdenciária exclusivamente. 
A Previdência Social tem natureza de seguro 
social; por isso, exige-se a contribuição dos seus 
segurados. 
Assim, “O só estado de necessidade advindo de 
uma contingência social não dá direito à proteção 
previdenciária. Requer-se que a pessoa atingida 
pela contingência social tenha a qualidade, o 
“status” de contribuinte do sistema de previdência 
social”. 
A contribuição é da essência da previdência social já 
que o sistema é contributivo, devendo haver previsão 
de fundo de custeio para arcar com os gastos 
provenientes da concessão e manutenção de 
benefícios previdenciários. 
O regime jurídico da Previdência Social, como um 
todo, parte da premissa da obrigação contributiva do 
segurado (Exs.: período de carência; cálculo do valor 
das prestações pecuniárias). 
A contribuição do trabalhador é obrigatória. Todo 
e qualquer cidadão quer exercer atividade 
laborativa remunerada deve, obrigatoriamente, 
contribuir para a Previdência Social. Assim, a 
contribuição ao sistema geral de previdência 
social é compulsória para o empregado e para os 
demais trabalhadores, como por exemplo, os 
profissionais liberais. 
“No Brasil, qualquer pessoa, nacional ou não, que 
venha a exercer atividade remunerada em território 
brasileiro filia-se, automaticamente, ao Regime 
Geral de Previdência Social – RGPS, sendo 
obrigada a efetuar recolhimentos ao sistema 
previdenciário (somente se excluem desta regra as 
pessoas já vinculadas a regimes próprios de 
previdência” 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
7 
 
Admitem-se como segurado da Previdência Social, 
também, pessoas que não exerçam atividades 
laborativas remuneradas, mas que, por vontade 
própria, contribuam facultativamente para a 
Previdência Social. São os segurados facultativos, por 
exemplo, a dona de casa, o estudante. 
I- cobertura de doença, invalidez, morte e idade 
avançada; (Exemplos: Auxílio-doença, aposentadoria 
por invalidez, pensão por morte, aposentadoria por 
idade) 
II- proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; (salário-maternidade) 
III- proteção ao trabalhador em situação de 
desemprego involuntário (seguro-desemprego); 
IV- salário-família e auxílio-reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa renda; 
V- pensão por morte do segurado, homem ou 
mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no parágrafo 
segundo. 
Parágrafo sétimo: É assegurada aposentadoria no 
regime geral de previdência social, nos termos da lei, 
observadas as seguintes condições: 
I – 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se 
homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se 
mulher; 
II- 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, 
e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, reduzido 
em 5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores 
rurais de ambos os sexos e para os que exerçam 
atividades em regime de economia familiar, nestes 
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. 
 
2. Identificar os conceitos de carência e 
qualidade de segurado previstos na lei que 
rege a previdência social brasileira 
Em regra, a carência e qualidade de segurado são 
requisitos para a concessão de benefício 
previdenciário. Além desses, outros podem ser 
exigidos, a depender do benefício em questão, como a 
incapacidade laboral para os benefícios por 
incapacidade. 
A qualidade de segurado é adquirida com a filiação 
ao regime geral de previdência social, que por sua 
vez ocorre com o exercício de atividade laborativa 
remunerada para os segurados obrigatórios, e 
pela inscrição e pagamento da contribuição 
previdenciária para os segurados facultativos. 
A carência é o número mínimo de contribuições 
mensais indispensáveis para que o beneficiário 
faça jus ao benefício, consideradas a partir do 
transcurso do primeiro dia dos meses de suas 
competências. 
 
 
3. Compreender a concessão dos benefícios 
previdenciários, e o papel do médico perito e 
do médico assistente no processo 
Aposentadoria por tempo de contribuição 
Benefício devido ao trabalhador que comprovar 35 
anos de contribuição, se homem, ou 30 anos de 
contribuição, se mulher. 
 
Aposentadoria especial por tempo de contribuição 
Benefício para o cidadão que trabalha exposto a 
agentes nocivos à saúde. 
 
Aposentadoria por idade 
Devido ao trabalhador que comprovar o mínimo de 
180 meses de contribuição, além da idade mínima de 
65 anos, se homem, ou 60 anos, se mulher. 
 
Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência 
É preciso comprovar, no mínimo, 180 meses 
trabalhados na condição de pessoa com deficiência, 
além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55 
anos, se mulher. 
 
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-especial-por-tempo-de-contribuicao/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-idade/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-idade-da-pessoa-com-deficiencia/
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
8 
 
Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com 
deficiência 
Devida ao cidadão que, uma vez cumprida carência 
de 180 contribuições, alcance os outros requisitos, 
conforme o seu grau de deficiência. 
 
Aposentadoria por invalidez 
Devido ao cidadão incapaz de trabalhar e que não 
possa ser reabilitado em outra profissão. 
 
Aposentadoria por tempo de contribuição do professor 
É preciso comprovar 30 anos de contribuição, se 
homem, ou 25 anos, se mulher, exercidos em funções 
de magistério na Educação Básica. 
 
 
Outros auxílios:A Previdência Social é um seguro que garante a 
renda do contribuinte e de sua família, em casos de 
doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. 
Oferece vários benefícios que juntos garantem 
tranqüilidade quanto ao presente e em relação ao 
futuro assegurando um rendimento seguro. Para ter 
essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir 
todos os meses. 
 
A Previdência Social Brasileira, através do Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS concede uma série 
de benefícios em decorrência de fatos que ocorrem 
em nossas vidas. O INSS, ao conceder os benefícios 
de prestação continuada, deve observar os preceitos 
legais que regem a matéria, para que tais prestações 
sejam pagas de modo correto, ou seja, 
correspondentes às contribuições pagas pelo 
segurado, e respeitando suas respectivas bases de 
cálculo previstas em lei, tendo em vista o tipo de 
benefício concedido, além do fato que ensejou a sua 
concessão (o qual determinará o seu enquadramento 
legal). 
 
Exemplos: 
 
 Pensão por Morte 
É o benefício pago à família do trabalhador quando 
ele morre. Para concessão de pensão por morte, não 
há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário 
que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador 
tinha a qualidade de segurado. A pensão por morte é 
devida ao (s) dependente (s) do segurado, 
aposentado ou não, que falece. Perde o direito à 
pensão o (a) pensionista que falecer; o menor que se 
emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se 
inválido; ou o inválido, caso cesse a sua invalidez. O 
valor da pensão por morte é de 100% da 
aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito 
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao-da-pessoa-com-deficiencia/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao-da-pessoa-com-deficiencia/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-invalidez/
https://www.inss.gov.br/beneficios/aposentadoria-por-tempo-de-contribuicao-do-professor/
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
9 
 
a receber caso se aposentasse por invalidez e 
dividido em partes iguais entre os seus dependentes. 
 Auxílio-Doença 
É o benefício concedido ao segurado impedido de 
trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias 
consecutivos. No caso dos trabalhadores com 
carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos 
pelo empregador, exceto o doméstico, e a 
Previdência Social paga a partir do 16º dia de 
afastamento do trabalho dos demais trabalhadores. 
Para os demais segurados inclusive o doméstico, a 
Previdência paga o auxílio desde o início da 
incapacidade e enquanto a mesma perdurar. Em 
ambos os casos, o segurado deve requerer o 
benefício por escrito. Para concessão de auxílio-
doença é necessária a comprovação da 
incapacidade em exame realizado pela perícia 
médica da Previdência Social. 
 
 
 
 Salário-Maternidade 
O salário-maternidade é devido às seguradas 
empregadas, trabalhadoras avulsas, empregadas 
domésticas, contribuintes individuais, facultativas e 
seguradas especiais, por ocasião do parto, inclusive 
o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda 
judicial para fins de adoção. Considera-se parto o 
nascimento ocorrido a partir da 23ª semana de 
gestação, inclusive em caso de natimorto. O 
benefício será pago durante 120 dias e poderá ter 
início até 28 dias antes do parto. Se concedido antes 
do nascimento da criança, a comprovação será por 
atestado médico, se posterior ao parto, a prova será 
a certidão de nascimento. Para concessão do salário-
maternidade, não é exigido tempo mínimo de 
contribuição das trabalhadoras empregadas, 
empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, 
desde que comprovem filiação nesta condição na 
data do afastamento para fins de salário maternidade 
ou na data do parto. A contribuinte individual, a 
segurada facultativa e a segurada especial (que 
optou por contribuir) têm que ter pelo menos dez 
contribuições para receber o benefício. 
PERÍCIA MÉDICA 
A perícia médica é utilizada pelo INSS, no âmbito 
administrativo, e na Justiça Federal, no âmbito 
Judicial, para apurar se o segurado realmente está 
incapacitado ao labor perante a doença que possui. 
Muitas são as críticas que envolvem este tema, pois 
o segurado quando solicita o benefício perante o 
INSS, porque está incapacitado temporariamente ou 
permanentemente para o trabalho, apresenta, sendo 
requisito exigido pelo INSS, o laudo do seu médico, 
na maioria dos casos especialistas na doença do 
Segurado. 
O laudo médico que o segurado traz consigo, emitido 
por médico que faz seu tratamento, solicita o 
benefício para o segurado e descreve a doença, com 
o CID pertinente ao caso, o qual esclarece ainda se a 
doença é temporária ou permanente. 
Em tese, se o segurado já apresentou laudo médico 
perante o INSS, receitas e exames que identificam o 
período necessário de afastamento, e se tem que ser 
ou não aposentado, qual o motivo de realizar nova 
perícia 
Segundo o INSS, as perícias são realizadas para 
evitar fraudes, como é muito corriqueira no longo da 
existência do Instituto, e com a reavaliação do 
segurado novamente se inibe novas tentativas de tais 
fraudes. 
COMO FUNCIONA A PERÍCIA MÉDICA 
PERANTE O INSS 
A perícia médica é uma atividade realizada no INSS 
para verificação com diversas finalidades médicas 
que serão utilizadas administrativamente para 
caracterização ou não, conforme a legislação vigente 
no momento, do direito a um benefício, dentre elas: a 
verificação da incapacidade laborativa consequente a 
traumas ou doenças para a concessão de benefícios 
por incapacidade; a verificação da invalidez para a 
concessão de benefícios assistenciais; a verificação 
do enquadramento da doença de que o examinado é 
portador em várias situações de direito a benefícios 
fiscais, tais como isenção de pagamento de imposto 
de renda para aposentados. 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
10 
 
É de competência exclusiva de um médico 
concursado e treinado internamente, que deve 
possuir conhecimentos de legislação previdenciária. 
É uma especialidade médica reconhecida pelo 
Conselho Federal de Medicina, fazendo parte da 
especialidade de "Perícia Médica e Medicina Legal", 
que abrange outros tipos de perícias além da perícia 
previdenciária (como perícia criminal de lesões 
corporais).1 
A relação entre o médico e o segurado difere da 
relação médico-paciente ordinária, pois a sua 
atividade objetiva a diagnosticar e comprovar os 
sinais e sintomas apresentados e emitir parecer 
acerca de sua capacidade de trabalho considerando 
a atividade e o emprego do segurado, sem qualquer 
apresentação de tratamento da doença. Outras 
atividades comuns na perícia médica são: 
1. Visitar o segurado em casa quando 
impossível seu deslocamento a uma 
agência da Previdência Social para 
realizar o exame médico pericial 
2. Vistoriar as empresas para confirmar 
nexo técnico e para fins de 
aposentadoria especial 
3. Visitar o segurado no hospital, quando 
internado, para o exame médico 
pericial 
4. Participar como médico perito 
assistente do INSS em exames 
periciais judiciais de segurados 
quando o órgão é réu 
5. Eventualmente fazer o exame em 
empresas conveniadas ao INSS.2 
O médico-perito depois de realizar o exame pericial, 
preenche o laudo de perícia médica, atualmente de 
forma informatizada pelo Sistema de Avaliação de 
Benefícios por Incapacidade, SABI, sendo que o 
resultado da perícia será enviado posteriormente ao 
segurado, pelos correios, informando se há ou não 
incapacidade laborativa, há ou não invalidez 
permanente, se enquadra ou não na situação de 
direito etc. 
Cabe lembrar que a constatação da incapacidade 
depende da gravidade da doença ou lesão e também 
da atividade e emprego do segurado. Exemplo: uma 
epilepsia impede o trabalho de um motorista 
profissional, mas pode não ser incapacitante para um 
trocador de ônibus ou um trabalhador administrativo. 
Não basta haver uma doença,deve haver uma 
incapacidade causada pela doença para o trabalho 
atual do segurado. 
No caso da verificação da incapacidade para fins de 
concessão de benefícios por incapacidade, o perito 
médico tem cinco possibilidades de conclusão de seu 
exame: 
1. Não há incapacidade para o trabalho 
2. Há incapacidade por um prazo 
definido, ao fim do qual o segurado 
deverá retornar ao trabalho ou, se 
ainda se sentir incapacitado, solicitar 
nova avaliação pericial em exame de 
prorrogação ou pedido de 
reconsideração, de acordo com a data 
desse requerimento 
3. Trata-se de incapacidade por doença 
ou lesão de evolução prolongada e 
incerta, devendo ser reexaminado 
após um prazo de 2 ano 
4. Há incapacidade definitiva para a 
atividade usual, sendo encaminhado 
para a reabilitação profissional 
5. Há incapacidade definitiva 
oniprofissional, devendo ser 
aposentado por invalidez - nesse caso, 
há previsão legal para reexames 
periciais a cada 2 anos para 
verificação da persistência da 
incapacidade que motivou a 
aposentadoria.3 
Se o segurado discordar do resultado do exame 
poderá apresentar requerimento de reconsideração, 
recurso administrativo, ou ingressar diretamente com 
uma ação previdenciária em desfavor do INSS. 
DEFICIÊNCIAS 
Muitas são as reclamações que são feitas pelo 
segurado ao passar por uma perícia médica perante 
o INSS, sendo uma das principais, que o Médico não 
examinou o paciente, ou se quer ouviu suas queixas, 
e que em momento algum analisou seus exames 
apresentados. 
Trata-se de muitas reclamações, as quais não são 
casos isolados, mas de acordo com a própria 
ouvidoria da autarquia, mais de 80% dos casos, o 
que podemos verificar que os médicos que prestam 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
11 
 
serviços para a autarquia são tendenciosos na 
emissão de seu parecer em relação ao segurado.4 
Percebemos que o perito possui várias atividades 
perante o desempenho de suas funções quanto a 
perito, como já devidamente esclarecido no tópico 
anterior, mas não está incluso nestas funções julgar 
a legislação, e sim reconhecer a doença e relatar se 
a mesma prejudica o labor do segurado, sendo que 
atualmente quem concede o benefício ou não ao 
segurado é o medico perito que analisa se o 
segurado é apto ou não ao desempenho de suas 
funções, mas tal decisão não engloba somente a sua 
especialidade de médico, mas também a legislação 
previdenciária, sendo que percebemos que o médico 
está sendo “um pouco juiz”, ou seja, médico perito é 
para avaliar a doença, e se permite o labor do 
segurado ou não, deferir benefícios não lhe compete. 
Ora, se médicos comprometidos com a Justiça 
concedem benefícios negados pelo INSS, salta aos 
olhos a responsabilidade da autarquia, o erro culposo 
ou doloso, ou mesmo o despreparo do agente que 
gerou dano ao beneficiário. Sem adentrar no mérito 
médico, acredita-se que a divergência entre laudos 
da autarquia e dos médicos do juízo não advenham 
de discussão na doutrina médica acerca de ser ou 
não, determinado evento, doença, invalidez etc. 
Parece, sim, que por algum motivo os exames do 
INSS carecem de qualidade, mas com a finalidade de 
negar a concessão do benefício ao segurado, e com 
este resultado gerar mais receita para a instituição. 
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE 
A relação que trataremos neste tópico e brevemente, 
se trata de quando o segurado do INSS está doente 
e procura um médico especialista ou não para que 
lhe dê um diagnóstico de seus sintomas. Nesta 
consulta o segurado tenta passar o máximo de 
informações possíveis e presumidamente 
verdadeiras sobre aquilo que o aflige para posterior 
diagnóstico. 
O médico que atende o segurado neste primeiro 
momento é tratado pela doutrina como médico 
assistencialista, ou seja, um amigo, uma pessoa que 
poderá aliviar ou fazer cessar seu sofrimento, sendo 
que tais médicos assistencialistas atendem o 
segurado, solicita exames complementares, e no 
retorno ao consultório médico é lhe dado um 
diagnóstico, e posteriormente um tratamento que irá 
curar o segurado, ou o alívio de seus sintomas5. 
A relação médico-paciente possui uma cooperação 
mútua, sendo que a medicina age em favor do 
paciente, o tratando de suas enfermidades, lhe 
oferecendo a cura, ou lhe oferecendo o tratamento 
para alívio. 
Temos nesta situação, uma relação harmônica entre 
médico-paciente, pois aqui o médico assistencialista 
atende o segurado com um único intuito, o de curá-
lo, ou lhe passar um tratamento que lhe trará uma 
vida mais digna e forma de conviver com a doença 
confortavelmente, o olhar aqui, é clínico do médico 
assistencialista, pois prescreverá ao segurado o 
necessário para curá-lo ou no caso em que não há 
cura que o faça sobreviver de forma justa e digna 
com a enfermidade, não mediando esforços no 
momento de prescrever medicações, tratamentos e 
afastamentos do labor, pois busca a cura, ou melhor, 
convívio do segurado com a enfermidade6. 
A RELAÇÃO MÉDICO PERITO-PERICIADO 
Neste momento falamos do médico perito e o 
segurado, relação esta muito diferente da relação 
citada no tópico anterior, pois a única semelhança é 
de que os sujeitos da relação são os mesmos. 
O médico perito neste momento não exerce o papel 
de médico assistencialista, ou seja, não irá atender o 
segurado para lhe fornecer um diagnóstico, e muito 
menos um tratamento que lhe trará a cura ou 
amenizará os sintomas da doença diagnosticada. 
Neste momento o médico perito representa o INSS, 
sendo que o segurado que está em dia com suas 
contribuições ou na carência delas, procura a 
entidade para requerer um dos benefícios já 
elencados neste trabalho. 
Para esclarecer melhor a situação, o segurado após 
passar pelo médico assistencialista, recebe um 
diagnóstico, um tratamento e um laudo o qual 
relatará se aquela doença diagnosticada impede que 
o segurado exerça suas atividades temporariamente 
ou definitivamente. Resumindo, o médico do 
segurado irá lhe dizer claramente deve-se afastar do 
emprego para um período de tratamento, o qual será 
suficiente para cura de sua doença, ou se aquela 
doença não lhe permite permanentemente e 
definitivamente exercer seu labor. 
Após o recebimento pelo segurado deste diagnóstico 
e com toda a documentação que comprove o mesmo 
mais o laudo médico emitido pelo médico 
assistencialista, o segurado entrará com o pedido de 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
12 
 
afastamento perante a empresa que trabalha, a qual 
lhe fornecerá 15 dias pagos pela mesma, e sendo 
necessário mais dias encaminhará o segurado para o 
INSS para requerer seu benefício 
administrativamente, sendo que neste momento 
surge a figura do médico perito. 
Para que haja concessão de afastamentos ou 
aposentadorias por invalidez de segurados 
acometidos de qualquer tipo de enfermidade é 
requisito que o segurado passe por uma pericia 
médica dentro da instituição do INSS, ou seja, por 
um médico perito concursado para a função e 
treinado para a concessão ou não do benefício 
pleiteado pelo segurado. 
Após o término dos 15 dias de afastamento 
concedidos pela empresa, o segurado para continuar 
afastado deverá, em tese, procurar o INSS, solicitar o 
benefício o qual automaticamente receberá seu 
agendamento da perícia que se submeterá, com 
data, local e horário de comparecimento, e será 
informado da documentação a ser apresentada para 
o médico perito. 
O médico perito, não faz o papel do médico 
assistencialista, mas seu papel é exclusivamente o 
de analisar se o segurado está ou não acometido da 
enfermidade relatada pelo médico assistencialista, 
verificar os exames e examinar o segurado, surgindo 
aqui uma relação entre segurado e médico perito de 
desconfiança. 
O médico perito na realização e conclusão da perícia, 
seja administrativa ou judicial, não interessará o 
diagnóstico apresentado pelo segurado, a ênfase 
dada neste momento será a incapacidade; ou seja, 
identifica aquilo que o segurado apresenta, os sinais, 
e aquilo que diz sentir,os sintomas, e verificam se 
esses dois fatores relacionados a profissão exercida 
pelo segurado o impedirá de exercê-la, concluindo se 
o segurado está incapaz para o trabalho ou é capaz 
de exercer suas atividades laborativas mesmo sendo 
portador da enfermidade avaliada. 
A PERÍCIA MÉDICA E O ESPECIALISTA E 
A RESPONSABILIDADE DA CONCESSÃO 
DO BENEFÍCIO 
A diferença entre o médico assistencialista, que é o 
que faz o diagnóstico do segurado e trata sua 
enfermidade, e o médico perito que avaliará se 
aquela enfermidade deixa o segurado inapto 
provisoriamente e permanentemente para o exercício 
de seu labor, o que traz muitas insatisfações aos 
segurados, que não entendem esta diferença e 
acaba por gerar vários problemas na atuação de 
cada profissional. 
Entendemos que os papéis aqui de cada médico são 
diferentes, e já foram explanados devidamente, mas 
o exercício da função do médico perito é que vem 
sendo questionado pelo segurado, pela sociedade e 
pela lei, pois muitos são os descasos e 
irregularidades cometidos pelos peritos na realização 
de suas atribuições de perito. 
São muitos os segurados que não possuem 
patologias que são dignas de concessão de 
benefícios pelo INSS, segurados estes que forjam 
sintomas, doenças, exames para deixarem de 
exercer seu labor e se beneficiarem de um benefício 
que por lei não possuem direito, e é por conta destes 
segurados que tentam forjar uma incapacidade 
laborativa, que se trata de um número expressivo, 
que respondem os segurados honestos que buscam 
seus direitos. 
Não trataremos com maior ênfase sobre fraudes 
cometidas por segurados e sim daqueles segurados 
que verdadeiramente e de boa-fé buscam seus 
direitos perante o INSS. 
Hoje é muito questionável se o médico perito deveria 
ser especialista no caso da doença do segurado que 
realizará a perícia para a concessão do benefício ou 
não. 
Outro fato discutido na atualidade é se este médico 
perito teria que somente realizar a perícia ou se é 
valido que o mesmo dê o resultado para o segurado, 
ou seja, a palavra final de concessão é deste médico 
perito ou não. 
O fato é que os segurados no âmbito da perícia 
administrativa, reclamam da atuação do médico 
perito na realização da perícia, e as principais 
queixas é de que o médico perito não examinou o 
segurado, não apreciou, analisou a documentação 
levada pelo mesmo, entre exames realizados, 
receitas entre outros, e simplesmente os relatos são 
de que o perito médico manda o segurado se sentar, 
pede seu documento de identidade, digita o tempo 
todo no computador, e informa ao segurado que 
receberá o resultado em casa, ou seja, não cumpre 
com seu papel, que é receber o segurado, o 
examinar, ouvir suas queixas, examinar a 
documentação trazida, e após toda este cumprimento 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
13 
 
de sua atividade afirmar se o segurado está apto ao 
trabalho ou não. 
Outro fato questionado pelo segurado é que o 
médico perito é grosseiro, mal educado, trata mal o 
segurado, alguns chegam a gritar com o segurado, 
queixas estas que são levadas por mais de 80 % dos 
segurados a ouvidoria do INSS, que abre uma 
reclamação e nada acontece com o médico que se 
portou de forma errada e brusca com o segurado, 
mas os boatos levam a crer que o INSS treina seus 
peritos de formas inadequadas, pois o que visam é a 
não concessão de benefícios, para que não haja um 
aumento em suas receitas de pagamentos.7 
Muito questionado é o medico perito no momento da 
concessão do benefício ao segurado, pois dá a 
palavra final, ou seja, é de sua responsabilidade 
conceder ou não o benefício ao segurado. 
Os peritos do INSS recebem treinamento referente 
as leis que envolvem a concessão de benefícios, e 
por este motivo estão aptos a dar a palavra final ao 
segurado, visão esta unilateral do INSS. 
A classe dos advogados muito vem questionando 
esta matéria, pois não basta um treinamento para 
que um médico entenda claramente a legislação 
vigente, pois a cada profissão é dado um período 
longo de estudo, para que se tenha o mínimo 
necessário de conhecimento para o devido exercício 
da função de perito, ou seja, haveria a necessidade 
de se realizar uma mudança interna no INSS, pois o 
médico deveria realizar a perícia, apenas 
constatando a doença do seu segurado e se tal 
doença impossibilita ou não o segurado para o 
exercício de suas funções. 
Deveria haver um setor, dentro do INSS, que 
receberia toda a documentação levada pelo 
segurado no momento da realização da pericia, o 
qual receberia a conclusão do médico perito e 
analisaria dentro da legislação vigente e resultado 
pericial se o segurado em questão teria ou não direito 
a concessão do benefício. 
Estamos tratando de uma situação que envolve a 
matéria Direito, a qual o médico perito não é apto 
para exercer sua função atrelada a conhecimentos 
jurídicos, pois não possui formação hábil para tanto, 
prejudicando o segurado. 
O médico perito faz hoje os dois papéis: aplica na 
perícia a análise de que o segurado tem o direito ou 
não a concessão do benefício e a realiza a perícia 
em si. 
O médico perito no momento da realização da 
perícia, verifica em seu sistema se aquela pessoa 
que atende está assegurada ou perdeu a carência 
perante o INSS, sendo que não realizará o exame 
pericial em caso de perda da qualidade de segurado, 
fornecendo em seu parecer técnico que o paciente 
não é segurado do INSS, e por tal motivo indefere 
seu benefício, criando um conflito na função 
prestada, pois muitos são os casos em que o INSS 
não reconhece a pessoa como segurado, e 
posteriormente a Justiça Federal reconhece o 
vínculo. 
A perícia médica administrativa, neste caso, não foi 
realizada pelo médico do INSS, que ao invés de 
realizar o seu trabalho como médico, concluindo se a 
pessoa possui a doença ou não, e se a mesma é 
incapacitante, se deteve a analisar a parte jurídica, 
não sendo qualificado para tal função, tolhendo neste 
momento o direito do segurado de forma grosseira, 
pois sendo, o médico perito, apto para este serviço e 
não tendo realizado o serviço para qual realmente 
era apto. 
A especialidade do médico perito é alvo de muitas 
reclamações perante o INSS e a Justiça Federal, ou 
seja, muitos dos indeferimentos, no âmbito 
administrativo, referentes a pedidos de benefícios 
para o segurado, são objetos de posteriores ações 
judiciais, sendo que muito se questiona na Justiça 
Federal sobre a especialidade destes médicos 
peritos. 
O médico perito, atualmente, não necessita ser 
especialista na patologia que irá periciar, ou seja, um 
cardiologista perícia um segurado que possui uma 
perna quebrada, ou uma inflamação na coluna. 
Esta situação da falta da especialidade do médico 
perito ocorre no âmbito administrativo e judicial 
também, pois o que tem se percebido é que a falta 
da especialidade no caso concreto de cada 
segurado, gera uma incontroversa no resultado da 
perícia.8. 
A principal crítica é que o juiz que é apto para 
analisar a situação do segurado o faz de forma clara, 
específica, une todos os resultados de perícia 
levados ao processo, levando em consideração a 
perícia judicial, os documentos levados pelo 
segurado, e faz a seguinte análise: o segurado não 
pode exercer a função de carregador, mas pode 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
14 
 
exercer outro tipo de função em pé de igualdade com 
outras pessoas, ou seja, para uma decisão final se 
leva em conta o grau de instrução do segurado, e a 
capacidade de exercer outra atividade, pois nos dias 
atuais, no caso em tela, o segurado poderia ser 
porteiro, se esta função não dispendesse de carregar 
peso. 
Outro critério que seria analisado neste caso é se o 
sabe ler e escrever, pois para o exercício de simples 
funções atualmente, se exige grau de escolaridade 
mínima, ou seja, o juiz caso entenda que falta ao 
segurado capacidade para exercer outro tipo de 
função, irá lhe conceder o benefício, pois tal 
segurado não está aptopara outro labor levando em 
consideração os requisitos já supracitados. 
Percebemos então, que o médico perito 
administrativo está cumprido função dentro do INSS, 
que não é sua, pois não tem conhecimento técnico 
para isto, não é profissional da lei, assim como um 
advogado não é médico, ele leva até a justiça em 
nome do segurado o pedido, mas se baseia nos 
exames, laudos médicos e pedido de realização de 
perícia, para fazer suas afirmações, sendo que o 
médico perito administrativo, desempenha não seu 
papel, mas a de um técnico da área de direito, não 
tendo conhecimento específico suficiente para isto. 
Questiona-se muito a especialidade do médico perito, 
sendo que o ideal é que o médico perito fosse 
somente especialista, o qual seria designado para 
periciar segurados com problemas na sua área, mas 
existem leis que dizem ao contrário, e que permitem 
que os médicos não sejam especialistas nos casos 
em que atenderem o que traz sérios conflitos 
judiciais, aumentando os números de demandas nos 
fóruns, gerando gastos para o Estado. 
Muito se questiona se o médico perito deve ser 
especialista ou não, mas o fato é que a legislação 
vigente permite que médicos em geral, 
especialistas ou não, realizem a função de perito, 
independentemente de atuar na sua especialidade 
ou não. 
CONSIDERANDO que o médico assistente é o 
profissional que acompanha o paciente em sua 
doença e evolução e, quando necessário, emite o 
devido atestado ou relatório médicos e, a princípio, 
existem condicionantes a limitar a sua conduta 
quando o paciente necessita buscar benefícios, em 
especial, previdenciários; 
CONSIDERANDO que o médico perito é o 
profissional incumbido, por lei, de avaliar a condição 
laborativa do examinado, para fins de 
enquadramento na situação legal pertinente, sendo 
que o motivo mais frequente é a habilitação a um 
benefício por incapacidade; 
"Art. 3º - Na elaboração do atestado médico, o 
médico assistente observará os seguintes 
procedimentos: 
I - especificar o tempo concedido de dispensa à 
atividade, necessário para a recuperação do 
paciente; 
II - estabelecer o diagnóstico, quando expressamente 
autorizado pelo paciente; 
III - registrar os dados de maneira legível; 
IV - identificar-se como emissor, mediante assinatura 
e carimbo ou número de registro no Conselho 
Regional de Medicina. 
Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado 
pelo paciente ou seu representante legal para fins de 
perícia médica deverá observar: 
I- o diagnóstico; 
II - os resultados dos exames complementares; 
III - a conduta terapêutica; 
IV - o prognóstico; 
V - as consequências à saúde do paciente; 
VI - o provável tempo de repouso estimado 
necessário para a sua recuperação, que 
complementará o parecer fundamentado do médico 
perito, a quem cabe legalmente a decisão do 
benefício previdenciário, tais como: aposentadoria, 
invalidez definitiva, readaptação; 
VII - registrar os dados de maneira legível; 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
15 
 
VIII - identificar-se como emissor, mediante 
assinatura e carimbo ou número de registro no 
Conselho Regional de Medicina.” 
 
O papel do médico perito dentro do INSS, não é 
discordar do laudo do médico assistencialista, mas 
de avaliar se aquela patologia trazida pelo laudo é 
realmente incapacitante para o exercício do labor do 
segurado. 
Tem-se colocado em dúvida o trabalho realizado por 
este médico perito, o qual tem demonstrado que não 
exerce suas atribuições como é exigido por lei, mas 
se excede nestas atribuições, lesando segurados em 
seus direitos, pois a lei protege os médicos peritos 
lhe respaldando contra os pareceres de médicos 
assistencialistas. 
4. Identificar nexos entre o trabalho e os 
agravos à saúde e suas consequências 
previdenciárias 
 
Em 2017, a dorsalgia (nome técnico para dor nas 
costas) foi a doença que mais afastou os brasileiros 
dos postos de trabalho. Foram 83,8 mil casos. Nos 
últimos dez anos, a enfermidade tem liderado a lista 
de doenças mais frequentes entre os auxílios-doença 
concedidos pelo INSS. 
Em segundo lugar está fratura de perna, incluindo 
tornozelo, com 79,5 mil casos, seguido por fratura ao 
nível do punho e da mão, com registro de 60,3 mil 
casos. 
Os transtornos mentais e comportamentais também 
têm afastado muitos trabalhadores. Episódios 
depressivos, por exemplo, geraram 43,3 mil auxílios-
doença em 2017 – foi a 10ª doença com mais 
afastamentos. Mesma posição de 2016. Enfermidades 
classificadas como outros transtornos ansiosos 
também apareceram entre as que mais afastaram em 
2017 (15ª posição). Foram 28,9 mil casos. O 
transtorno depressivo recorrente apareceu na 21ª 
posição entre as doenças que mais afastaram. Foram 
20,7 mil auxílios. 
A neoplasia maligna mamária (câncer de mama) 
apareceu pela primeira vez nos últimos três anos entre 
as enfermidades mais incidentes. Foi a 20ª doença 
que mais gerou auxílio-doença em 2017: 21 mil casos. 
Os dados acima são relativos aos auxílios-doença 
previdenciários (sem relação com acidente ou doença 
do trabalho). 
 
ACIDENTÁRIOS 
Considerando-se apenas os auxílios acidentários, ou 
seja, decorrentes de acidente ou doença do trabalho, 
foram as fraturas as que mais afastaram os 
trabalhadores no ano passado. Somando-se fraturas 
de punho e mão, perna, pé e antebraço são quase 63 
mil casos. 
Entre os benefícios acidentários, a dor nas costas 
também aparece entre as doenças que mais 
afastaram no ano passado. 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
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5. Compreender o Benefício de Prestação 
Continuada enquanto estratégia de Proteção 
Social e Seguridade Social, bem como seus 
critérios de concessão. 
 
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL 
É a assistência (re)educativa e de (re)adaptação 
profissional, instituída sob a denominação genérica de 
habilitação e reabilitação profissional, visa 
proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial 
ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, 
independentemente de carência, e às pessoas 
portadoras de deficiência, os meios indicados para 
proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e 
no contexto em que vivem. 
É obrigação do Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS a prestação desse serviço, sendo executada, 
preferencialmente, por uma equipe multiprofissional: 
Serviço Social, Psicologia, Sociologia, Fisioterapia, 
Terapia Ocupacional e outras afins ao processo. (Art. 
137, do Decreto n° 3.048/1991). 
Quando indispensáveis ao desenvolvimento do 
processo de Reabilitação Profissional, o INSS 
fornecerá, em caráter obrigatório: prótese, órtese, seu 
reparo e substituição, instrumentos de auxílio para 
locomoção, bem como: transporte, alimentação e ½ 
diária ou diária. 
A programação profissional será desenvolvida 
mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, 
por meio de contratos, acordos e convênios com 
instituições e empresas públicas ou privadas, na forma 
do art. 317. 
Concluído o processo de reabilitação profissional, o 
Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado 
individual indicando a função para a qual o 
reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem 
prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue 
capacitado. 
Não constitui obrigação da previdência social a 
manutenção do segurado no mesmo emprego ou a 
sua colocação em outro para o qual foi reabilitado. 
A empresa com cem ou mais empregados está 
obrigada a preencher de dois por cento a cinco por 
cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou 
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas. 
 
LEI 8742: LEI ORGÂNICA DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
A assistência social, direito do cidadão e dever do 
Estado, é Política de Seguridade Social não 
contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de ações de 
iniciativa pública e da sociedade, para garantir o 
atendimento às necessidades básicas. 
A assistência social tem por objetivos:(Redação 
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, 
à redução de danos e à prevenção da incidência de 
riscos, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
a) a proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; (Incluído pela Lei 
nº 12.435, de 2011) 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes 
carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
c) a promoção da integração ao mercado de 
trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de 
benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
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A assistência social rege-se pelos seguintes 
princípios: 
 I - supremacia do atendimento às necessidades 
sociais sobre as exigências de rentabilidade 
econômica; 
 II - universalização dos direitos sociais, a fim de 
tornar o destinatário da ação assistencial alcançável 
pelas demais políticas públicas; 
 III - respeito à dignidade do cidadão, à sua 
autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de 
qualidade, bem como à convivência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação 
vexatória de necessidade; 
 IV - igualdade de direitos no acesso ao 
atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, 
garantindo-se equivalência às populações urbanas e 
rurais; 
 V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, 
programas e projetos assistenciais, bem como dos 
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios 
para sua concessão. 
 
A organização da assistência social tem como base as 
seguintes diretrizes: 
 I - descentralização político-administrativa para 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e 
comando único das ações em cada esfera de governo; 
 II - participação da população, por meio de 
organizações representativas, na formulação das 
políticas e no controle das ações em todos os níveis; 
 III - primazia da responsabilidade do Estado na 
condução da política de assistência social em cada 
esfera de governo. 
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO 
CONTINUADA 
BPC: É o Benefício de Prestação Continuada da 
Política de Assistência Social, coordenado pelo 
MDSA e operacionalizado pelo INSS 
Regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência 
Social (Lei n° 8.742, de 07/12/1993 
É um benefício individual, não vitalício e 
intransferível (revisto a cada 2 anos); 
Garante a transferência mensal de 1 (um) salário 
mínimo ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos 
ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer 
idade, com impedimentos de longo prazo (pelo 
menos 2 anos), de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, desde que comprovem 
não possuir meios para prover a própria 
manutenção nem de tê-la provida por sua família 
(renda mensal per capita inferior a 1/4 do salário 
mínimo); 
Integra a Proteção Social Básica no âmbito do 
Sistema Único de Assistência Social — SUAS e é 
financiado pelo Fundo Nacional da Assistência 
Social; 
Para acessá-lo não é necessário ter contribuído à 
Previdência Social; 
 
É a principal provisão que materializa o direito à 
assistência social como política não contributiva, 
sob responsabilidade do Estado; 
 
I - Requerimento; 
II - Concessão; 
III – Manutenção; e 
IV – Revisão. 
 A inscrição do requerente e sua família na 
Cadastro Único para Programas Sociais do 
Governo Federal – Cadastro Único, constitui 
requisito a ser observado nas etapas da 
operacionalização do BPC. 
Na fase do requerimento, as informações do 
Cadastro Único serão utilizadas para registro da 
composição do grupo e da renda mensal bruta 
familiar, em formulário próprio do INSS; 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
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a) medicamentos: comprovação de prescrição médica 
e comprovação do valor mensal gasto; 
b) alimentação especial: comprovação de prescrição 
médica e comprovação de valor mensal gasto; 
c) fraldas descartáveis: comprovação do valor mensal 
gasto; 
d) consultas na área de saúde (com profissionais de 
toda área de saúde): comprovação do valor mensal 
gasto. 
O benefício de prestação continuada é a garantia de 
um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e 
ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que 
comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
Para os efeitos do disposto no caput, a família é 
composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, 
os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o 
padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados 
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam 
sob o mesmo teto. 
Para efeito de concessão do benefício de prestação 
continuada, considera-se pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimento de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, 
em interação com uma ou mais barreiras, pode 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade 
em igualdade de condições com as demais pessoas. 
Considera-se incapaz de prover a manutenção da 
pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do 
salário-mínimo.

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