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Princípios gerais do tratamento antimicrobiano Prof. Dr. Igor José dos Santos Nascimento Centro de Ensinos Superiores de Maceió (CESMAC) Curso de Farmácia Graduação em Farmácia – UFAL Especialista em Farmacologia Clínica – IBRAS Mestre em Ciências Farmacêuticas – UFAL Doutor em Química e Biotecnologia – UFAL Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana • A teoria microbiana desenvolveu- se expressivamente ao longo do século XX com a identificação e a caracterização de muitos patógenos microbianos e seus mecanismos pato genéticos e a introdução dos agentes antimicrobiano • Com a utilização desses fármacos, surgiram problemas como definição dos esquemas mais apropriados, resistência antimicrobiana, interações farmacológicas e toxicidade • FLEMING (1928) - contaminação acidental de uma colônia de estafilococos que foi lisada pelo Penicilium notatum – revolução na farmacologia. Existe diferença entre antimicrobiano e antibiótico? Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana “Os agentes antimicrobianos no tratamento de doenças infecciosas podem ser divididos em aqueles obtidos de microrganismos, chamados de antibióticos e os obtidos não naturalmente, apresentando compostos químicos sintéticos e semissintéticos chamados de quimioterápicos”. Classes e ações dos antimicrobianos Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Os microrganismos importantes sob a perspectiva médica podem ser classificados em quatro grupos gerais: bactérias, vírus, fungos e parasitos. A primeira classificação geral dos antibióticos corresponde diretamente a essa divisão, d modo que temos fármacos Antibacterianos Antivirais Antifúngicos Antiparasitários Qual objetivo de uma Terapia Antimicrobiana? Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Toxicidade seletiva ! “As moléculas antimicrobianas devem ser entendidas como ligantes, cujos receptores são proteínas microbianas. Assim, deve ser seletivos contra proteínas microbianas” Classificação de Antibióticos Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Penetração dos antimicrobianos nos compartimentos anatômicos • Em muitas infecções, o patógeno não causa doença em todo o organismo, mas em órgãos específicos. • Os antibióticos geralmente são administrados a uma distância considerável desses focos infecciosos • Para que seja eficaz, cada antibiótico precisa chegar onde o patógeno está, ou seja, penetrar no compartimento infectado Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Penetração dos antimicrobianos nos compartimentos anatômicos Qual indicação terapêutica? • Alcança as seguintes razões entre as concentrações de pico 1,4 entre a pele e o plasma, 2,8 entre o líquido do revestimento epitelial e o plasma e 67 entre a urina e o plasma • Os índices de falência terapêutica foram de 0% entre os pacientes com infecções urinárias, de 3% nos indivíduos com infecções pulmonares e de 16% entre os pacientes com infecções da pele e dos tecidos moles Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Penetração dos antimicrobianos nos compartimentos anatômicos “A penetração do fármaco em determinado compartimento anatômico depende das barreiras tisicas que a molécula precisa atravessar, das propriedades químicas do antimicrobiano e da existência de transportadores para múltiplos fármacos” A penetração através dessas barreiras físicas geralmente se correlaciona com o coeficiente de partição do antimicrobiano em octanol-água, que é uma medida da hidrofobicidade ou da hidrofobicidade de uma substância Química Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Farmacocinética populacional e variabilidade das respostas aos fármacos Uma mesma dose de medicamento funciona igual para todos os tipos de indivíduos? Uma mesma dose de medicamento funciona SEMPRE para um mesmo paciente? Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Farmacocinética populacional e variabilidade das respostas aos fármacos “Quando vários pacientes são tratados com a mesma dose de um fármaco, cada paciente tem parâmetros farmacocinético diferentes dos demais” Isso é conhecido como variabilidade entre pacientes. “Mesmo quando doses iguais são administradas ao mesmo paciente em duas ocasiões diferentes, ele pode ter perfis diferentes de concentração-tempo nas duas situações” Isso é conhecido como variabilidade entre ocasiões ou do mesmo paciente Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Farmacocinética populacional e variabilidade das respostas aos fármacos O que explica essa variabilidade? Genética Medidas antropométricas Comorbidades Interações farmacológicas! Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Farmacocinética populacional e variabilidade das respostas aos fármacos Quais Tipos de Interações Farmacológicas? Farmacocinética Farmacodinâmica Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Farmacocinética populacional e variabilidade das respostas aos fármacos “O conhecimento das covariáveis associadas à variabilidade farmacocinética facilita os ajustes das doses, a substituição de um antibiótico por outro, ou ainda as alterações dos fármacos utilizados simultaneamente” Inibidor enzimático Indutor enzimático Impacto dos testes de sensibilidade na eficácia dos antimicrobianos • Identificação e isolamento do agente causador da infecção é fundamental para o sucesso terapêutico; • À medida que os microrganismos replicam-se no paciente, eles podem evoluir entre o momento da infecção e o diagnóstico da doença Impacto dos testes de sensibilidade na eficácia dos antimicrobianos • No caso das bactérias, os testes de diluição utilizam os antibióticos em concentrações progressivamente menores em ágar sólido ou meios de cultura que contêm o microrganismo a ser testado • A menor concentração do fármaco que impede o crescimento visível depois de 18-24 h de incubação é conhecida como concentração inibitória mínima (CIM) Base para a escolha da dose e do esquema posológico A eficácia CLÍNICA de um antimicrobiano depende apenas do teste de sensibilidade ? “Ao contrário dos testes de sensibilidade realizados no laboratório, nos quais as concentrações do fármaco são invariáveis por definição, os microrganismos presentes nos pacientes ficam expostos às concentrações variáveis do antimicrobiano” POSOLOGIA ! • A resposta do microrganismo a uma dose invariável do antibiótico difere de acordo com sua sensibilidade • Por exemplo, a resistência à vancomicina ocorre quando a CIM é > 2,0 mg/L. Quando os pacientes com infecção por SARM foram tratados com esse antibiótico, os índices de sucesso foram de 61% dos pacientes infectados com cepas que apresentavam CIM de 0,5 mg/L, de 28% com a CIM de 1,0 mg/L e de apenas 11% com a CIM de 2,0 mg/L “O ponto a ser ressaltado é que, para determinar os resultados terapêuticos, é importante correlacionar a exposição ao fármaco com a CIM” Base para a escolha da dose e do esquema posológico Base para a escolha da dose e do esquema posológico A dose propriamente dita é uma medida confiável da exposição ao fármaco, quando se consideram as variabilidades entre os pacientes e do mesmo paciente ? Concentração real do fármaco alcançada no foco infeccioso é o mais importante! “A dose ideal do antibiótico para determinado paciente é a que consegue exposições entre CI80 e CI90 no foco infeccioso” “A atividade microbicida máxima está em uma assíntota, de forma que as exposições ao antimicrobiano não ligado às proteínas e associadas ao Emáx entre 80 e 90% são conhecidas como concentrações "ideais“ Base para a escolha da dose e do esquema posológico A atividade microbicida ideal produzida pelo antibiótico pode ser alcançada mais facilmente pela maximização de determinadas configurações da curva de concentração-tempoTipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Em alguns casos, o sistema imune controla e elimina a infecção antes que cause quaisquer danos adicionais. Em outros casos, o microrganismo não é totalmente eliminado, mas se esconde dentro das células do próprio paciente e toma-se latente, sendo reativado quando a função imune é suprimida em uma ocasião futura Em alguns pacientes, o microrganismo pode superar as defesas imunes e, nestes casos, causar doença. Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Profilaxia “A profilaxia consiste em tratar pacientes que ainda não estão infectados ou não desenvolveram a doença” O objetivo da profilaxia é evitar a infecção de alguns pacientes ou impedir o desenvolvimento de uma doença potencialmente perigosa em indivíduos que já têm evidências de infecção Ex. Paciente imunossuprimido (HIV) que receberam transplantes Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Tratamento empírico do paciente sintomático Um paciente sintomático deve ser tratado imediatamente? “A ação reflexa de associar febre com infecções tratáveis e prescrever antimicrobianos sem uma avaliação mais cuidadosa é irracional e potencialmente perigosa” Resistência ! Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Tratamento definitivo para patógenos conhecidos. “Quando um patógeno for isolado e os resultados dos testes de sensibilidade estão disponíveis, o tratamento deve ser individualizado com um antibiótico específico” Tratamento preferível: 1 – Apenas um agente antimicrobiano 2 – Posologia adequada 3 – Menor duração possível Evitar a Toxicidade do antimicrobiano e resistência Mecanismos da resistência aos antimicrobianos “Quando foram introduzidos na prática clínica, os antimicrobianos eram considerados capazes de curas milagrosas. Entretanto, pouco depois da descoberta da penicilina, ficou evidente que as bactérias desenvolviam resistência com rapidez, desaparecendo o "milagre" Fatores: Evolução Práticas Clínicas/ambientais Mecanismos da resistência aos antimicrobianos A resistência antimicrobiana pode desenvolver-se em qualquer uma das várias etapas dos processos necessários a que um fármaco alcance e combine-se com seus alvos Base evolutiva da emergência da resistência Desenvolvimento de resistência por seleção mutacional “Exemplos incluem as mutações” da Ser315 do katG do M. tuberculosis, que conferem resistência à isoniazida Resumo Clínico O que deve ser observado para sucesso no tratamento antimicrobiano? 1 – Seleção apropriada do antimicrobiano 2 – Penetração do fármaco e compartimento infectado 3 – Dose e Esquema posológico 4 – Objetivos bem definidos 5 – Em regra um fármaco (existem exceções) Obrigado ! Slide 1: Princípios gerais do tratamento antimicrobiano Slide 2: Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Slide 3: Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Slide 4: Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Slide 5: Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Slide 6: Bases científicas da quimioterapia antimicrobiana Slide 7: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 8: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 9: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 10: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 11: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 12: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 13: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 14: Bases farmacocinéticas do tratamento antimicrobiano Slide 15: Impacto dos testes de sensibilidade na eficácia dos antimicrobianos Slide 16: Impacto dos testes de sensibilidade na eficácia dos antimicrobianos Slide 17: Base para a escolha da dose e do esquema posológico Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21: Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Slide 22: Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Slide 23: Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Slide 24: Tipos e objetivos do tratamento antimicrobiano Slide 25: Mecanismos da resistência aos antimicrobianos Slide 26: Mecanismos da resistência aos antimicrobianos Slide 27: Base evolutiva da emergência da resistência Slide 28: Resumo Clínico Slide 29
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