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91 Legumes alcachofra, berinjela, cebola, abóbora, abobrinha, beterraba, cenoura, chuchu, pimentão, quiabo, rabanete, tomate, pepino, nabo, cogumelos Frutas abacaxi, abacate, ameixa, banana, caqui, carambola, figo, goiaba, jaca, kiwi, laranja, maçã, mamão, manga, melancia, melão, morango, pera, pêssego, tangerina, uvas etc. Óleos Óleo de oliva, linhaça, girassol, gergelim Vale observar que, embora não seja um cereal, a quinoa é incorporada a esse grupo. Da mesma forma, as algas entram como verduras e cogumelos, como legumes. Embora a soja possa ser classificada com oleaginosa, sua composição nutricional é mais próxima das leguminosas. 2. PLANO ALIMENTAR VEGANO Não há uma forma única de elaborar uma dieta vegetariana, mas há algumas diretrizes importantes. O ponto de maior atenção é que a sua estrutura final contemple os nutrientes necessários, sem falta nem excesso, como deve ser em qualquer dieta, inclusive a onívora. E isso pode ser feito de muitas formas. Ao final deste Guia temos diversos perfis de cardápio do mundo inteiro, com os cálculos nutricionais discriminados. No contexto dos guias alimentares, há mais de quatro décadas temos publicações que sugerem porções de diferentes grupos alimentares e direcionamento para a escolha de alimentos mais ricos dentro de cada grupo alimentar [210]. Em 2003, um guia desenvolvido para norte-americanos sugeriu as seguintes porções, para um dia com 1.500 kcal: 6 porções de cereais, 5 de alimentos mais ricos em proteína (leguminosas e oleaginosas), 4 de hortaliças (verduras e legumes), 2 de frutas e 2 de gorduras. É enfatizada a escolha de fontes mais ricas em cálcio (8 porções por dia) e ômega-3, além de cuidados para garantir a adequação de vitamina D e vitamina B12, com o uso de alimentos enriquecidos ou de suplementos [211]. Em 2006, traduzimos em nosso serviço o que seria, visualmente, esse guia se a alimentação fosse composta apenas pelas duas refeições principais, resultando na proporção da Figura 4.1. 92 Figura 4.1. — Construção da refeição vegana É importante notar que essa disposição não implica na necessidade de comer esse volume, pois nessa foto há cerca de 750 kcal. O que importa é organizar as refeições principais com a proporção de grupos alimentares disposta na figura. A figura 4.2 mostra algumas possibilidades de substituição dentro de cada grupo alimentar. Bases para a elaboração de um prato vegano Figura criada pelo Professor Doutor Eric Slywitch 93 Figura 4.2. — Substituição dos alimentos dentro de cada grupo alimentar São exemplos dessa composição (consideramos os óleos como opcionais, adicionados no preparo ou no prato já pronto ou quando há a presença de oleaginosas), as refeições compostas por: — Pão integral (cereal), homus ou pasta de tofu (leguminosas) com suco verde (hortaliças + frutas). — Arroz integral (cereal), lentilha (leguminosa), salada (hortaliças) e fruta de sobremesa. — Sopa com base de feijão branco (leguminosa), legumes e verduras refogados dentro da sopa (hortaliças), macarrão dentro da sopa (cereais) e uma fruta de sobremesa. — Macarrão integral (cereal) com molho bolonhesa de lentilha e rúcula salpicada, em que a lentilha é leguminosa e o molho de tomate com rúcula, as hortaliças. A fruta entra de sobremesa. Figura criada pelo Professor Doutor Eric Slywitch 94 Dentro da escolha da estruturação das refeições, sugerimos as diretrizes da Tabela 4.2., que não estão listadas em ordem de importância. Tabela 4.2. — Diretrizes para escolhas de alimentos Diretrizes para a estruturação das refeições vegetarianas No grupo dos cereais, dar sempre preferência aos integrais, sendo desejável que sejam 100% integrais. Os cereais podem ser trocados por vegetais amiláceos (batata, mandioca, inhame, cará) para a obtenção de carboidratos, mas seu teor de proteína é menor do que o dos cereais. Caso a opção seja o uso de vegetais amiláceos, sugerimos aumentar a quantidade de leguminosas, que na própria refeição ou em outra ao longo do dia. Se possível, as leguminosas devem ser incluídas pelo menos nas duas refeições principais, por representarem o grupo vegetal mais rico em proteínas, com bom teor de ferro e zinco. Por sua versatilidade, podem ser usadas de diversas formas, em sopas, pastas, bolinhos, hambúrgueres ou na forma de grãos. O uso do demolho é interessante para melhorar a digestibilidade e a biodisponibilidade de nutrientes, como veremos nos capítulos seguintes. As oleaginosas, assim como os demais alimentos vegetais, contêm proteínas, e seu consumo é saudável. Porém, do ponto de vista nutricional, o maior percentual calórico desse grupo é oriundo de gorduras, e seu teor proteico é bem menor do que o das leguminosas. Assim, sugerimos considerá-las mais como fonte de gordura do que de proteínas. Por isso, colocamos quantidade limitada no prato apresentado, mas elas podem ser porcionadas de forma diferente de acordo com o planejamento. Preste atenção ao teor calórico, pois em 100 gramas pode haver 600 kcal; é um grupo alimentar que facilita a ingestão calórica. Isso pode ser desejável ou não. Alimentos fontes de ômega-3 devem ser utilizados diariamente, como linhaça, chia, semente de cânhamo ou noz. O uso de DHA para adultos não é uma recomendação oficial, a não ser para gestantes e lactantes. No grupo dos cereais, dar sempre preferência aos integrais, sendo desejável que sejam 100% integrais. Os cereais podem ser trocados por vegetais amiláceos (batata, mandioca, inhame, cará) para a obtenção de carboidratos, mas seu teor de proteína é menor do que o dos cereais. Caso a opção seja o uso de vegetais amiláceos, sugerimos aumentar a quantidade de leguminosas, que na própria refeição ou em outra ao longo do dia. Se possível, as leguminosas devem ser incluídas pelo menos nas duas refeições principais, por representarem o grupo vegetal mais rico em proteínas, com bom teor de ferro e zinco. Por sua versatilidade, podem ser usadas de diversas formas, em sopas, pastas, bolinhos, hambúrgueres ou na forma de grãos. O uso do demolho é interessante para melhorar a digestibilidade e a biodisponibilidade de nutrientes, como veremos nos capítulos seguintes. 95 As oleaginosas, assim como os demais alimentos vegetais, contêm proteínas, e seu consumo é saudável. Porém, do ponto de vista nutricional, o maior percentual calórico desse grupo é oriundo de gorduras, e seu teor proteico é bem menor do que o das leguminosas. Assim, sugerimos considerá-las mais como fonte de gordura do que de proteínas. Por isso, colocamos quantidade limitada no prato apresentado, mas elas podem ser porcionadas de forma diferente de acordo com o planejamento. Preste atenção ao teor calórico, pois em 100 gramas pode haver 600 kcal; é um grupo alimentar que facilita a ingestão calórica. Isso pode ser desejável ou não. Sempre procuramos obter nutrientes diretamente dos alimentos. Mas, quando isso não for possível, recorremos aos suplementos, seja por meio de ingestão direta, seja por meio de alimentos enriquecidos. O uso de suplementos numa dieta vegana não indica que ela seja incapaz de oferecer tudo o que o organismo precisa, pois, a onívora também não oferece os nutrientes sem o auxílio dessa tecnologia imposta aos animais de criação. Além disso, o uso dos nutrientes diretamente pelos seres humanos, sem os animais como atravessadores, traz economia de recursos. Ao abordarmos os nutrientes nos próximos capítulos, teremos condições de escolher os alimentos mais ricos.
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