Buscar

Leishmaniose

Prévia do material em texto

Leishmaniose
A leishmaniose é uma zoonose causada por
protozoários do gênero Leishmania sp.
A doença é classificada em leishmaniose
tegumentar americana e leishmaniose
visceral, sendo esta última de grande
importância para a Saúde Pública.
Os hospedeiros do protozoário são os
caninos e o ser humano. Os felinos são
hospedeiros acidentais, principalmente em
regiões onde a leishmaniose é considerada
endêmica com altas taxas de prevalência
tanto nos cães quanto nos humanos.
TRANSMISSÃO
A doença é transmitida através da picada
do mosquito-palha. A fêmea do mosquito
pica o animal infectado e ingere o
protozoário na forma amastigota (que
completa o ciclo no intestino do mosquito
vetor). O vetor inocula o parasito na forma
de promastigota em um novo hospedeiro
quando se alimenta dele.
PATOGENIA
Esses parasitos atacam o sistema
imunológico. Quando em contato com o
hospedeiro, estes parasitos atacam as
células fagocitárias (macrófagos), se
ligando a estas células e se multiplicando.
Após a multiplicação, rompem os
macrófagos e liberam as amastigotas, que
vão disseminar por vasos sanguíneos e
linfáticos, podendo atingir órgãos como
fígado, baço e medula óssea.
Leishmaniose tegumentar
SINAIS CLÍNICOS
Há o aparecimento de pequena lesão
eritemato-papulosa no local da picada do
mosquito, onde ocorre a multiplicação do
protozoário no interior dos macrófagos.
Posteriormente forma-se um nódulo que
dá origem à úlcera. A lesão possui formato
arredondado com bordas elevadas e
infiltradas, podendo ser única ou múltipla,
dependendo do número de picadas.
Alguns animais podem apresentar nódulos
com aspecto tumoral na pele ou mucosas.
As lesões geralmente são de difícil
cicatrização, mas não são pruriginoso e
nem doloridas. Em cães apresentam-se
principalmente em regiões como saco
escrotal, focinho, boca, prepúcio e outras
áreas com pouco ou nenhum pêlo.
Leishmaniose
DIAGNÓSTICO
- Clínico: avaliar características das
lesões de pele;
- Epidemiológico: o animal é proveniente
ou esteve em áreas endêmicas?
- Sorológico (ELISA);
- Parasitológico;
- Diagnóstico diferencial: linfoma,
leucemia, doenças infecciosas, dermatite,
pulicose, escabiose, foliculite, dermatite
alérgica, pododermatites, não desgaste das
unhas, desnutrição, erliquiose, endo ou
ectoparasitos, doenças cardíacas e
intestinais crônicas e trauma.
Leishmaniose visceral
Afeta principiante o baço, linfonodo, fígado,
medula óssea e pele.
SINAIS CLÍNICOS
Cerca de 60% dos cães são
assintomáticos. Os sinais clínicos podem
demorar meses a anos para aparecer após
a infecção.
Após a infecção, a manifestação clínica
pode iniciar como uma lesão cutânea e,
posteriormente, disseminar-se
sistematicamente.
Cães oligossintomáticos: apresentação de
alguns sinais clínicos como moderada perda
de peso, lesões de pele e/ou pêlos opacos.
Cães sintomáticos: todos ou alguns sinais
mais comuns da doença como:
Sinais neuromusculares: paresia,
convulsão, atrofia muscular.
Adenomegalia: linfonodo poplíteo,
pré-escapular e submandibular.
Sinais oftalmológicos: blefarite,
uveíte, conjuntivite e ceratite.
Mucosa: palidez, epistaxe, úlceras e
nódulos.
Derme: eritema, prurido, alopecia,
hiperqueratose, onicogrifose.
Outros sinais: gástricos (vômito e
diarreia), insuficiência renal, artrose,
abdominal (hepatomegalia e
esplenomegalia).
DIAGNÓSTICO
- Clínico: muitas vezes confundido com
sarna;
- Epidemiológico: o animal é proveniente
ou esteve em áreas endêmicas?
- Sorológico: ELISA e RIFI;
- Parasitológico;
- Diagnóstico diferencial: erliquiose,
linfossarcoma, mieloma, seborreia, pênfigo
e infecções fúngicas, sistêmicas e outras
doenças que causam proliferação do
sistema reticuloendotelial.
Leishmaniose felina
SINAIS CLÍNICOS
Assim como ocorre na leishmaniose
visceral, os gatos infectados podem não
apresentar sinais clínicos da doença
durante anos ou mesmo durante toda a
vida.
Sinais cutâneos: alopecia, lesões
nodulares ou ulceradas na pele e
Leishmaniose
mucosas, mais frequentemente
localizada na cabeça (pálpebras,
nariz e lábios), ou nas partes distais
dos membros e/ou sistêmicos, com
aumento dos linfonodos.
Lesões oculares: uveíte,
vermelhidão, conjuntivite olho seco
e queda de pêlos ao redor dos olhos.
Visceral: perda de peso, aumento da
ingestão de água, aumento do
volume e frequência de urinar,
sangramentos nasais e gengivais e
fezes com sangue.
A doença em felinos geralmente está associada a outras enfermidades que
causam imunossupressão, como FIV e FeLV.
TRATAMENTO
O animal permanece como fonte de
infecção para o mosquito-palha. A
leishmaniose não tem cura.
Utiliza alguns medicamentos como
milteforan, alopurinol e domperidona.
Porém, o tratamento é longo e caro, requer
cuidado e intenso acompanhamento
veterinário ao longo da vida.
PREVENÇÃO E CONTROLE
A eutanásia de animais positivos foi
recomendada pela OMS e OPAS, porém,
estudos afirmam que esse método é
ineficaz, já que a transmissão ocorre
através dos flebotomíneos e existem
diversas espécies de animais selvagens que
podem atuar como reservatórios da
doença.
É recomendado:
- Vacinação dos animais;
- Utilização de mosquiteiros, telas em
janelas e portas, uso de repelentes
e inseticidas.

Continue navegando