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A �m de compreender o design e a elaboração de material didático para EaD, o presente roteiro explora temas relacionados ao projeto educacional e instrucional de curso, explicitando a importância do planejamento, da elaboração e do desenvolvimento de materiais educacionais que contribuem consideravelmente no processo de ensino e aprendizagem do aluno. Traz uma re�exão acerca do desenvolvimento da EaD, com o intuito de lhe proporcionar aspectos da totalidade sobre o tema. Assim, com o advento da EaD, cabe ressaltar as questões relacionadas ao surgimento dos Recursos Educacionais Abertos (REA) e a consequente problemática de plagiarismo visando compreender a arquitetura da informação na web para, assim, re�etir sobre as possibilidades de modelos de design instrucional integradores e �exíveis, de modo que incorpore estratégias de interação como um sistema dinâmico, uma metodologia estrategicamente planejada, que permita contextos didáticos com possibilidades de interações e aberturas. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você irá: compreender projetos educacional e instrucional de curso; re�etir sobre o estado da arte na produção de materiais didáticos na EaD; estudar o surgimento dos REA e questões de plagiarismo; aprender acerca da arquitetura da informação na web ; veri�car as possibilidades de modelos de design instrucional integradores. Introdução Comumente, é ressaltado que a Terceira Revolução Industrial, mais conhecida como Revolução Técnico- Cientí�co-Informacional, foi proporcionada por uma difusão de novas tecnologias que intensi�cam, cada vez mais, seu �uxo de informação. A popularização dessas tecnologias trouxe à tona a capacidade de compartilhamento sincronizado de informações de todo tipo possível, inclusive no tocante à educação. Design e Elaboração de Material Didático para EAD Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Esp. Débora Pereira Molinari Revisor: Rosangela Silveira Garcia Com isso, o ensino se tornou uma prática viável de ser executada a distância, �xando raízes no cenário educacional atual. Assim, essa disponibilidade técnica permitiu o surgimento de várias instituições que ofertam cursos nessa modalidade de ensino. Nesse sentido, cabem os seguintes questionamentos: qual é a qualidade do material ofertado por tais instituições? O que delimita o sucesso ou o fracasso de um projeto? Como garantir que a formação acadêmica ofertada seja efetiva? Os Projetos Educacional e Instrucional de Curso Primeiramente, os cursos devem considerar os seus respectivos projetos a serem aplicados, de forma que atinjam a sua proposta da melhor maneira possível. Independentemente dos conteúdos a serem tratados, existem algumas orientações relativas ao modo como esses devem ser abordados, e até mesmo estruturados, para que o aprendizado do aluno seja, de fato, efetivo. Comumente, a palavra “projeto” pode ser utilizada em vários cenários diferentes, desde arquitetura (projeto arquitetônico), passando pelo campo jurídico (projeto de lei), até chegar a educação, ciência e tecnologia. Esse último caso, foco do presente material, pode conter inúmeras aplicações para o termo “projeto”, como projeto de pesquisa, projeto pedagógico, projeto de trabalho, projeto educacional e projeto instrucional. As duas últimas aplicações serão analisadas a seguir. De acordo com Moura e Barbosa (2017, on-line ), os projetos educacionais podem ser entendidos como: [...] um empreendimento ou conjunto de atividades com objetivos claramente de�nidos em função de problemas, necessidades, oportunidades ou interesses de um sistema educacional, de um educador, grupos de educadores ou de alunos, com a �nalidade de realizar ações voltadas para a formação humana, construção do conhecimento e melhoria de processos educativos. Nota-se a amplitude da abrangência desse tipo de projeto, uma vez que ele não se limita a uma escola, a um sistema educacional formal ou informal, mas, ao contrário, pode abarcar as mais diversas esferas sociais desde que apresente �nalidades educativas. Em se tratando dos projetos instrucionais, sua proposta é, em linhas gerais, instruir ao estudante o caminho a seguir no decorrer de seu percurso formativo, com vistas ao seu concomitante desenvolvimento pessoal e pro�ssional, qual seja (SELEME; MUNHOZ, 2009). Para isso, Seleme e Munhoz (2009) apontam que são necessários alguns requisitos básicos para a execução dessa proposta e/ou projeto, como: ferramental tecnológico, abordagem e estratégia instrucional. As tecnologias dizem respeito tanto à infraestrutura quanto aos meios de comunicação utilizados, por aluno e professor, no processo ensino-aprendizagem. A principal referência é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), integrado a um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo e Aprendizagem (SGCA), no qual ocorrem todos os procedimentos relativos à transferência de conhecimentos, e, portanto, atua como uma espécie de ambiente educativo, além de apresentar ferramentas variadas como chats, correios eletrônicos e fóruns de discussão, Comunidade de Aprendizagem Virtual (CAV), dentre outras (SELEME; MUNHOZ, 2009). No tocante à abordagem, a mais adotada por esse tipo de projeto é a ADDIE (Analisys, Design, Development, Implantation, Evaluation – Análise, Projeto, Desenvolvimento, Implantação e Avaliação), proposta por Dick e Carey (1996), que objetiva uma progressão na independência do aluno em relação à assistência do professor (heutagogia) a partir da apresentação de problemas. Em relação à estratégia instrucional, Seleme e Munhoz (2009, p. 10) a�rmam que essa etapa é: [...] onde o projetista instrucional determina, em consonância com a equipe pedagógica, como serão apresentados os conteúdos, levando em consideração as mídias disponíveis, com visão focada na maneira que pode ser mais proveitosa para auxiliar a atividade de aprendizagem do aluno. Desse modo, percebe-se que o foco dessa estratégia está no processo de ensino-aprendizagem, sobretudo na autonomia do aluno, e não nos conteúdos a serem lecionados. Outro ponto que merece destaque é a relação com a equipe pedagógica, evidenciando a proximidade com o Projeto Político- Pedagógico (PPP) e, consequentemente, com o projeto educacional ao qual está submetido. LIVRO Trabalhando com projetos: planejamento e gestão de projetos educacionais Autores: Dácio Guimarães Moura e Eduardo Fernando Barbosa. Editora: Vozes Ano: 2017 Comentário: esse livro traz apontamentos interessantes sobre a gestão de projetos, especialmente aqueles relativos ao campo educacional. Nota-se a relevância dos tópicos 1.2 e 1.3 para o entendimento sobre projetos educacionais, contribuindo, assim, para a resolução do case, visto que os projetos educacionais e instrucionais são fundamentais na elaboração de um material didático efetivo. Este título está disponível na Biblioteca Virtual. O Estado da Arte na Produção de Materiais Didáticos na EaD A produção de materiais didáticos na EaD, no seu princípio, estava voltada à produção de conteúdo, pois a necessidade era conectar estudante e professor, e, na época, estabeleceu-se tal contato por correspondência. Diferentemente desse momento, hoje existe uma ampla gama de recursos interativos que colocam em conexão aluno e professor, o que possibilita grande evolução nessa relação no processo ensino-aprendizagem. Esse processo evolutivo passou por cinco períodos marcantes, conforme Moore e Kearsley (1996), que serão sumariamente explanados nos parágrafos a seguir. O primeiro período diz respeito à educação a distância marcada pelas correspondências como meio de comunicação. Os primeiros registros desse período datam do século 18, e, durante todo esse intervalo, o objetivo era atingir os estudantes socialmente mais desfavorecidos, principalmente as mulheres, por meio de metodologia de autoavaliação e guias de estudo. Como a forma de comunicação era realizada por correspondência, todas as orientações também o eram, o que resumia a interatividade do processoensino-aprendizagem à relação aluno/material didático. Essa primeira geração, conhecida como textual, �ndou-se no primeiro terço do século 20, sendo substituída por novas formas de estruturação que caracterizam o segundo período da EaD. A partir da década de 1930, com a difusão do rádio e da televisão como formas de comunicação, as instituições passaram a integrá-las como materiais didáticos, juntamente com apostilas, cadernos didáticos e �tas K7, conduzindo a interatividade a poucos contatos telefônicos entre aluno e professor, com vistas a apresentar aos estudantes as informações a distância. Esse período terminou nos anos �nais da década 1960, cedendo espaço ao seguinte. O terceiro período da EaD inicia na década de 1970, com a metodologia empregada pelas universidades ao abrirem suas instalações para alunos que não tinham acesso a alguns recursos, como laboratórios e bibliotecas, por exemplo, visando ao oferecimento de ensino de qualidade a partir de orientações em grupos de estudo. Com isso, a interatividade passou a um nível de integração entre áudio, vídeo e texto, de forma que os estudantes tinham contato com os professores via transmissão de rádio, televisão, telefone, kits para experiências domiciliares e bibliotecas locais. Geração analógica foi a denominação dada ao conjunto do segundo período, que, por sua vez, cessou no �m da mesma década. A década seguinte, 1980, marcou o princípio do quarto período da EaD, tendo o computador como forma de comunicação adicional às demais já utilizadas. O direcionamento foi concebido para que estudantes pudessem estudar sozinhos, ainda que necessitassem de orientações esporádicas. Para tanto, a interatividade passou a ser em tempo real entre aluno, professor e colegas de turma, seja síncrona ou assincronamente. Esse período teve duração de 20 anos, e foi substituído pelo seu sucessor no início do século 21. Por �m, o quinto período, que perdura até os dias atuais, simboliza a intensi�cação da última forma de comunicação assimilada pela EaD, o computador, impulsionada pela popularização da internet. Esse recurso, a internet, permitiu a interação do aluno com a organização dos estudos propostos pelo professor, iniciando uma participação colaborativa, entre ambos os atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, por meio de métodos de aprendizagem construtivistas. Somado ao quarto período, ambos recebem o nome de geração digital. Em relação ao construtivismo, “concebe o conhecimento como um processo contínuo de construção, invenção e descoberta por parte do aluno, ressaltando a importância de sua interação com os objetos e os outros seres humanos” (MAIA; MATTAR, 2008, p. 19). Com isso, nota-se como o foco da EaD mudou ao longo do tempo, sobretudo com o suporte do desenvolvimento tecnológico, passando da pura produção de conteúdo do professor ao aluno para uma participação colaborativa entre ambos na construção do conhecimento. Surgimento dos REA e Questões de Plagiarismo Os Recursos Educacionais Abertos (REA) “são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, �xados em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio público ou licenciados de maneira aberta” (INICIATIVA..., 2020, on-line ). Trata-se de quaisquer conteúdos utilizados em prol da educação, que de LIVRO ABC da EAD: a educação a distância hoje Autores : Carmem Maia e João Mattar Editora : Pearson Prentice Hall Ano : 2008 Comentário: essa obra traz um ponto de vista interessante sobre EaD, funcionando como uma espécie de manual do assunto. Para além disso, o livro faz uma retomada histórica do percurso dessa modalidade de ensino, bem como dos conceitos, elementos e fatores constituintes e incidentes sobre ela, culminando com suas formas de aplicações e tendências futuras. Com relação ao case, os tópicos 2, 3 e 5 se mostram de grande valia para o entendimento e, sobretudo, resolução da problemática proposta, tendo em vista que tratam, respectivamente, da história da EaD, dos modelos da EaD e dos novos papéis para o aluno, professor e instituição. Este título está disponível na Biblioteca Virtual. alguma forma possa ser publicada, utilizada, recombinada e reutilizada por novos usuários, de modos e em locais diferentes, para suprir as mais diversas necessidades. Os REA podem ser utilizados (INICIATIVA..., 2020, on-line ): • Para facilitar o acesso de todas as pessoas ao conhecimento; • Para levar a tecnologia para a sala de aula de uma maneira produtiva, planejada e que promova a ideia de autoria entre professores e alunos; • Para incentivar que educadores e estudantes sejam reconhecidos como autores; • Para aproveitar melhor os recursos públicos investidos em material didático que, se REA, estarão disponíveis a toda a sociedade; • Para melhorar o uso dos impostos pagos por todos (âmbito público); • Para permitir o acesso à educação a quem está na escola e a quem não está. Assim, com a expansão da internet e consequente difusão dos REA, a utilização das informações dispostas na rede se torna cada vez mais frequente, tanto por professores quanto por alunos. Porém, muitas vezes, a utilização inadequada desses conteúdos resulta na seguinte ação antiética: o plagiarismo. O termo plágio deriva do grego plágios , que signi�ca apresentar propriedade acerca de uma obra que, na realidade, foi desenvolvida por outra pessoa (HARTMANN, 2006). Dessa forma, considera-se plágio a utilização/reprodução, sem as devidas referências, integralmente ou não de um texto. Cabe ressaltar que o plagiarismo está relacionado a questões éticas, isso porque viola a propriedade intelectual e, consequentemente, a dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1998, on-line). Krokoscz (2011) subdivide o plágio em categorias: o direto, o indireto, o de fontes, o consentido e o autoplágio. O plágio direto (aquele mais facilmente identi�cado) está relacionado ao ato de copiar o trecho tal como ele está na obra original. Krokoscz (2011) o de�ne como “ word by word ”, popularmente conhecido como “Ctrl C + Ctrl V”. Já o plágio indireto consiste na ação de utilizar a ideia central de um texto sem as devidas referências do autor, e, como são utilizadas paráfrases, esse tipo de plágio não é identi�cado facilmente como o anterior. O plagiador agrupa ideias de textos diversos a �m de agregar sentido na escrita �nal (KIRKPATRICK, 2001). Por sua vez, o plágio de fontes está em se apropriar das referências utilizadas em determinado material sem citá-las, extraindo citações de autores, como se tivessem sido consultadas de fato. O plágio consentido, por sua vez, é comumente visto em sala de aula quando alunos inserem o nome do colega sem ele ter participado da elaboração do material. O autoplágio é muito comum, até mesmo entre professores universitários, visto que, muitas vezes, há uma confusão em compreender que o conteúdo deve ser sempre original e que, mesmo que desenvolvido por ele próprio em outras situações, deverá ser incluído como citação e devidamente referenciado. De acordo com Costa (2001), está previsto no Código Penal brasileiro que o ato de plagiar é crime e pode gerar detenção e/ou multa. Destarte, há um impasse em alegar com certeza o plágio de trabalhos, visto que vários são os elementos a serem analisados antes de tal a�rmação. Portanto, faz-se de suma importância ampliar re�exões e ações acerca do assunto. Sugere-se a leitura da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 1998), que dispõe a respeito dos direitos autorais no âmbito nacional, regulando o tema nas instâncias intelectuais de direitos do autor, da utilização de obras intelectuais e de fonogramas, dos direitos conexos, das associações de titulares de direitos de autor e dos que lhe são conexos, bem como das sanções às violações dos direitos autorais. Quanto à resolução do case , os Capítulos I e II, Das Obras Protegidas e Da Autoria das Obras Intelectuais, respectivamente, auxiliam na compreensão do contexto jurídico-legal ao qual estão submetidos os materiais didáticos produzidos.Arquitetura da Informação na Web Em primeiro lugar, deve-se considerar que web é uma redução de World Wide Web, que signi�ca Rede Mundial de Computadores. A web, de acordo com Vidotti et al . (2019, p. 197), “foi concebida em 1989 por Tim Berners-Lee, buscando criar um meio de troca de dados utilizando a infraestrutura da Internet, tendo como base o conceito do hipertexto”. Portanto, a ideia era conectar dispositivos para que esses pudessem compartilhar informações numa rede amplamente conectada. A ideia funcionou e, em poucos anos, popularizou-se, expandindo a potencialidade da web sobre o cotidiano das pessoas (VIDOTTI et al ., 2019). Com o aumento da frequência de utilização, a interação entre usuário e recurso naturalmente cresceu e, assim, gerou uma demanda sobre a organização das informações na rede, tendo em vista o grande volume de dados gerado e a desordem na qual se encontravam. Dessa forma, a arquitetura da informação, ramo do conhecimento associado à ciência da informação e criado na década de 1970 por Richard Saul Wurman, com o intuito de organizar informações em guias e mapas (SILVA et al ., 2011), foi aplicada no contexto digital na década de 1990 e estabelecida pelo Instituto LIVRO Tecnologias da Informação e Comunicação Autor: Renato Veloso Editora: Saraiva Ano: 2011 Comentário: para aprofundar seus conhecimentos, leia o Capítulo I do livro “Tecnologias da Informação e Comunicação”, de Renato Veloso, pois, a partir da discussão do autor sobre tecnologia, trabalho e sociedade, você poderá compreender mais a conversa em torno do melhor uso da tecnologia na educação a distância. Este título está disponível na Minha Biblioteca. de Arquitetura da Informação (2002, on-line ) como “a arte e ciência de organizar e rotular websites, intranets, comunidades on-line e software, para suportar a usabilidade”. Nota-se o objetivo de tal aplicação na criação de facilidades para o usuário, de modo que o acesso às informações seja mais fácil, rápido, útil e, assim sendo, e�ciente. Para tanto, Silva et al . (2011) a�rmam que são implementados quatro sistemas na arquitetura da informação na web: sistema de organização; sistema de navegação; sistema de rotulação; e sistema de busca. O sistema de organização é de�nido por esses autores como “o sistema que agrupa e categoriza o conteúdo informacional e origina-se da ideia de que é necessário organizar o espaço em que a informação está inserida para assim recuperá-la” (SILVA et al ., 2011, p. 14). Isto é, o foco desse sistema está em juntar e distinguir as informações a serem apresentadas para otimizar sua busca/recuperação. No que tange ao sistema de navegação, a orientação na web é o propósito a ser alcançado. Isso porque, conforme SILVA et al . (2011, p. 16) apontam, “a maneira de navegar, de mover-se pelo espaço informacional e hipertextual”, deve proporcionar ao usuário um senso de localização nos websites, permitindo-lhe identi�car onde estava, onde está e para onde vai. Em relação ao Sistema de Rotulação, esse estipula “as formas de representação e apresentação da informação, de�nindo signos para cada elemento informativo” (BARACHO, 2016, p. 136). Percebe-se, então, que esse sistema é responsável pela nomenclatura das informações dispostas na web, tendo papel crucial na identi�cação de tais conteúdos. Por �m, o sistema de busca “permite ao usuário formular expressões de busca a �m de recuperar a informação desejada”, de acordo com Vidotti e Sanches (2004 apud SILVA et al ., 2011, p. 19). Veri�ca-se a possibilidade de encontrar e/ou recuperar determinada informação que se está buscando. À luz de todo o exposto, torna-se compreensível como a arquitetura da informação colaborou e colabora com o desenvolvimento e evolução da web, sobretudo no sentido de integrar usuário e rede numa relação mais participativa do que receptiva. A pesquisa de Dumer, Sousa e Albuquerque (2019) aborda estruturas de representação da informação e seu apoio à arquitetura da informação na web : um olhar sobre vocabulários controlados, tesauros e metadados. É uma leitura importante para se aprofundar no tema. Possibilidades de Modelos de Design Instrucional Integradores Por design instrucional entende-se o “conjunto de atividades envolvidas na formulação de uma ação educativa” (BARREIRO, 2016, p. 64). Não necessariamente devem ser ações de conteúdo educativo, mas que estejam envolvidas no processo como um todo. Para isso, o pro�ssional que desenvolve tais ações, denominado designer instrucional, deve possuir habilidades em áreas como design, comunicação, pedagogia e tecnologia da informação para ter êxito na sua prática. Cabe ressaltar que suas valências estão muito mais direcionadas à apresentação e organização do conteúdo do que à produção. Isso porque esse pro�ssional, embora tenha conquistado evidência com o desenvolvimento tecnológico dos últimos tempos, surge muito antes disso, no período da Segunda Guerra Mundial, mas já com o objetivo de passar instruções especí�cas a um determinado público-alvo (FILATRO, 2008). No contexto digital, especialmente no tocante à EaD, o design instrucional se encontra numa relação de interatividade em que aluno e professor são partes fundamentais da construção do conhecimento e não estão mais numa condição estática, na qual o aluno recebe passivamente instruções e conteúdos. É uma mudança de cunho signi�cativo no processo de ensino-aprendizagem, possibilitada por métodos construtivistas que permitem essa colaboração participativa entre os agentes educacionais. Nesse sentido, Filatro (2008) indica três modelos de design instrucional: fechado, aberto e contextualizado. O primeiro faz referência à produção predeterminada e in�exível às necessidades discentes, valorizando primordialmente o conteúdo, além de dispor de retornos automatizados. Já o design instrucional aberto diz respeito a uma �exibilidade maior às demandas dos alunos ao considerar as avaliações deles sobre o modelo aplicado, ainda que a produção do conteúdo seja feita anteriormente a isso, o que caracteriza um avanço no sentido da participação no ato de construir o conhecimento. Por �m, o design instrucional contextualizado é um formato que busca agregar os dois modelos anteriores, fechado e aberto, de modo que proporcione, concomitantemente, essa dinâmica �exível na organização geral do modelo aplicado conforme as necessidades discentes e a utilização de estruturas previamente desenvolvidas em partes especí�cas de tal modelo, possibilitando, assim, uma personalização da aprendizagem. Com isso, percebe-se que os focos dos modelos são diferenciados, ainda que estejam inseridos no contexto educacional. O primeiro modelo está centrado no conteúdo; o segundo, no processo educativo em si; e o terceiro busca uma junção de ambos ao passo que enfatiza o processo educativo. Podemos citar, também, o modelo CDWT (Conteudista + Designer Instrucional + Web Designer + Tutor), que por ser engessado e provê pouca alternativa de escolha de conteúdo aos alunos, dado que a organização e a abordagem são de�nidas previamente. Tendo em vista os demais tópicos apresentados, nota-se a busca por meios que proporcionem e, principalmente, estimulem uma colaboração entre os entes envolvidos no processo de ensino- aprendizagem. Considerando a relevância e a ubiquidade das tecnologias da informação e comunicação no cotidiano popular, muito por conta do avanço exponencial vivenciado por esse ferramental tecnológico nos últimos trinta anos, a educação deve se apropriar de tais recursos para implementar em si mesma tal evolução e, consequentemente, nos seus legados à humanidade. Conclusão Com base nas informações apresentadas, enfatizando o contexto digital e tecnológico no qual a educação está inserida na atualidade (a modalidade de ensino EaD), veri�ca-se a importância de empregar uma participação colaborativa entre os entes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, identi�cou-se a relevância de seter projetos, especialmente educacional e instrucional, estreitamente alinhados, de se produzir materiais didáticos mais e�cazes e personalizados às demandas discentes, de contextualizar os Recursos Educacionais Abertos (REA) e temáticas associadas ao plagiarismo, de se compreender a organização informacional em rede a partir da arquitetura da informação na web e, en�m, de se entender as possibilidades de modelos de design instrucional que sejam integradores, possibilitando a almejada participação colaborativa. Referências Bibliográ�cas BARACHO, R. A. Organização e recuperação da informação: pilares da arquitetura da informação. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação , v. 9, n. 1, p. 126-146, jan./ago. 2016. Disponível em: https://revistas.ancib.org/index.php/tpbci/article/view/383/383 . Acesso em: 8 abr. 2021. LIVRO Design instrucional na prática Autor : Andrea Filatro Editora : Pearson Education do Brasil Ano : 2008 Comentário: o livro em questão aborda os conceitos e fundamentos do design instrucional, bem como seus processos práticos inerentes e sua inserção no campo econômico. Atinge em cheio a problemática proposta pelo case nos seus tópicos 1, 2 e 3, tratando, respectivamente, dos conceitos e fundamentos do design instrucional, do design instrucional para o aprendizado eletrônico e do modelo ADDIE e do design instrucional �xo, aberto e contextualizado. Este título está disponível na Biblioteca Virtual. https://revistas.ancib.org/index.php/tpbci/article/view/383/383 BARREIRO, R. M. C. Um breve panorama sobre o design instrucional. EaD em Foco , v. 6, n. 2, p. 61-75, ago. 2016. Disponível em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/375 . Acesso em: 9 abr. 2021. BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 . Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm . Acesso em: 9 abr. 2021. COSTA, A. M. Direito Penal : parte especial. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. v. 2. DICK, W.; CAREY, L. The systematic design of instruction . 4. ed. New York: Haper Collins College Publishers, 1996. DUMER, L.; SOUSA, M. R. F. de; ALBUQUERQUE, M. E. B. C. de. Estruturas de representação da informação e seu apoio à arquitetura da informação na web: um olhar sobre vocabulários controlados, tesauros e metadados. Bibli : revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 24, n. 54, p. 38-51, jan./abr. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518- 2924.2019v24n54p38/38207 . Acesso em: 9 abr. 2021. FILATRO, A. Design instrucional na prática . São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008. HARTMANN, E. 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