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LEANDRO ROCHA IPOA MEL E PRODUTOS APÍCOLAS AS ABELHAS ATRAVÉS DOS TEMPOS: ♦ Bíblia faz citações de mel e enxame - mel era uma das dádivas da terra ♦ Paleolítico – homem primitivo destruía as colméias para recolher o mel ♦ Neolítico – homem domestica animais e observa como as abelhas constroem suas casas, ele colhe o mel sem destruir as colméias ♦ Egípcios – usavam a própolis para embalsamar falecidos e como antibiótico, criavam abelhas em potes de barro (mel= riqueza, poder e crença) – precursores da apicultura ♦ Gregos – alimentavam as crianças e Zeus com mel; criação de abelhas em “colmos” (palha trançada) = origem de colméia ♦ Babilônios – editaram as primeiras leis sobre mel 1 AS ABELHAS ATRAVÉS DOS TEMPOS: ♦ Bíblia faz citações de mel e enxame ♦ Paleolítico – homem primitivo destruía as colméias para recolher o mel ♦ Neolítico – homem sedentário, domestica animais e observando as abelhas constrói suas casas, já colhe o mel sem destruir as colméias ♦ Egípcios – usavam a própolis para embalsamar falecidos e como antibiótico ♦ Gregos – alimentavam as crianças e Zeus com mel ♦ Babilônios – editaram as primeiras leis sobre mel ♦ Judeus – iniciaram a apicultura migratória ao serem expulsos do Egito (comiam mel na caminhada) e receberam o Maná (bolo de mel) de Deus ♦ As abelhas e seus produtos fazem parte da história da humanidade através de lendas, e a apicultura nasceu do empirismo: - Hebreus – iniciaram a apicultura migratória ao serem expulsos do Egito (comiam mel na caminhada) -Sansão X esqueleto de um leão com colméia; - Durante muitos anos acreditou-se que as abelhas “nasciam”de cadáveres de animais; -Aristóteles – colméias feitas em “anastomo” ou “cofini” (barro e estrume de vaca) ♦ Aristóteles (322 aC) - 1° a estudar cientificamente as abelhas, observou : - como elas faziam os favos com cera sobre placas de madeira; - as larvas adoeciam com alimento ruim; - as abelhas sempre iam à mesma espécie de flor em cada vôo; - as abelhas morriam após ferroar; - as abelhas não gostavam de cheiro forte; - as abelhas gostavam de água limpa e corrente; - as abelhas são altamente higiênicas e organizadas; - as abelhas eliminavam a rainha (ele dizia “rei”). ♦ 1670 – O holandês Swammerdam descobriu o sexo da rainha; ♦ 1771 – O austríaco Janscha explicou o vôo nupcial da rainha; Schirac provou que a rainha tem origem idêntica às operárias; ♦ 1841 – Francis Huber: criação de fato da apicultura racional (móvel) – aperfeiçoamento da apicultura; ♦ 1845 – O pastor alemão Dzierzon descobriu a pertenogênese em abelhas; ♦ 1851 – O pastor americano Lorenzo Langstroth descobriu o “espaço abelha” (6 a 9 mm) e criou o quadro móvel (Colméia LANGSTROTH) difundida mundialmente hoje; ♦ 1857- Johanes Mehring – apicultor alemão que produziu a 1ªfolha de cera alveolada; ♦ 1865 – Franz Hruschska inventou a centrífuga para extrair o mel dos favos; AS ABELHAS NO BRASIL: ♦ As abelhas melíferas não são nativas da América do Sul; ♦ 1839 – início da Apicultura Brasileira, no império de D. Pedro II (com os jesuítas): - Padre Antonio Pinto Carneiro teve a exclusividade de importar abelhas da europa para o RJ (Decreto 72 de 1839); - Padres jesuítas trouxeram européias para as margens do rio Uruguai; ♦ 1870 – Frederico Hanemann trouxe a raça de abelha italiana (Apis mellifera lingustica) para o RS; ♦ 1906 – Schenck complementou a introdução das abelhas italianas no Brasil e introduziu aqui a caixa de Langstroth,devido ao frio no RS (colméia mobilista); ♦ 1952 – Don Amaro Emelen editou a 1ª Cartilha do Apicultor Brasileiro (em SP) APICULTURA: - Século XX (1950): Warwick Estevan Kerr trouxe colméias africanas para o Brasil (SP) (estudar rusticidade e produtividade) = africanização das abelhas nativas; - A apicultura: ramo da agricultura que estuda as abelhas com ferrão e produtoras de mel (melíferas) com técnicas para explorá-las convenientemente em benefício do homem; - Apicultura atual (racional) X pré-histórica (predatória); - Vestimentas e utensílios adequados: fumegador, roupas claras, formão, faca e garfo desoperculadores, espanador, pegador de quadros, etc.; - Uso da fumaça – exceto óleo, querosene, gasolina; - Cuidados: pasto apícola, água, proteção contra pilhagem; espaço adequado para colméia, clima, inimigos naturais. FORMÃO PEGADOR DE QUADROS FACA E GARFO DESOPERCULADORES - Apicultura racional – uso de quadros móveis (Hoffman) que induzem as abelhas a construírem seus favos em quadros dispostos em colméias artificiais. Vários tipos de colméias (Colméia Langstroth ou americana é a mais usada): ESPAÇO-ABELHA: é o menor espaço livre que pode existir na colméia para permitir a movimentação das abelhas (6,4 a 9,5 mm); < 6,4mm propolisam e >9,5mm constróem favos “RAÇAS” DE ABELHAS: EUROPÉIAS: - Apis mellifera lingustica ou italiana - Apis mellifera mellifera ou preta ou européia - Apis mellifera carnica - Apis mellifera caucasica ORIENTAIS: - Apis indica - Apis dorsata - Apis florea - Apis meda AFRICANAS: - Apis mellifera yemenitica - Apis mellifera adansonii - Apis mellifera intermissa - Apis mellifera capensis - Apis mellifera lamarckii - Apis mellifera unicolor - Apis mellifera scutellata Brasil: predominam as “africanizadas” (dóceis,produtivas e resistentes à doenças) ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ABELHAS: ♦ A colméia divide-se em 3 castas: - 1 rainha, - 300 zangões, - ±75000 operárias (20000 campeiras,20000 jovens, 20000 pupas,9000 larvas, 6000 ovos) ♦ ovos fecundados originam rainha e operárias, ♦ ovos não fecundados originam zangões (partenogênese) ♦ apiário: conj. de colméias ♦ colméia – favos - alvéolos ALVÉOLOS AS 3 CASTAS: FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) AS 3 CASTAS: A RAINHA • É a maior de todas • Está nos favos centrais • É alimentada toda a vida com Geléia Real na realeira • Aos 9 dias de vida copula (vôo nupcial – 1 única vez) • Copula com 10 a 20 zangões • Postura 3000 ovos ao dia – cerca de 6 dias após a cópula • Coloca ovos nos alvéolos que escolhe (reunião para decidir) • Inibe o desenvolvimento sexual das operárias • Duração de 3-5 anos em média • Escolhe qual ovo será fecundado Vôo nupcial Oviposição FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) COMO NASCEM AS ABELHAS? FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) FEROMÔNIOS: • Gl.mandibular da rainha – atrair zangão e manter a unidade da colméia (atrofia de ap. reprodutor de operárias) • Gl.epidermiais da rainha –atrair operárias • Gl. epidermiais das operárias – liberada em ferroada • Gl Tanassof (rainha e operárias) – ajuda na localização da colméia e alimento AS OPERÁRIAS • Eclodem de ovos fecundados • São alimentadas até o 3° dia com Geléia Real • Ovo – larva – pupa – adulto • Fazem todo o serviço da colméia, de acordo com a idade • Secretam e moldam a cera • Secretam a Geléia Real • Manipulam pólen apícola • Produzem o Mel e a Própolis • Cuidam da rainha após cópula • Ferroam para a defesa CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS ENTRE A POSTURA E A VIDA ADULTA TEMPO (DIAS) OPERÁRIA RAINHA ZANGÃO 1° AO 3° OVO OVO ÓVULO 3° ECLOSÃO DO OVO ECLOSÃO DO OVO ECLOSÃO DO ÓVULO 3° AO 8° LARVA LARVA LARVA 8° LARVA CÉLULA OPERCULADA LARVA 8° AO 9° A CÉLULA É OPERCULADA; A LARVA TECE O CASULO A LARVA TECE O CASULO A CÉLULA É OPERCULADA; A LARVA TECE O CASULO 10° AO 10° 1/2 PRÉ-PUPA PRÉ-PUPA TECE O CASULO 11° PRÉ-PUPA PUPA PRÉ-PUPA 12° PUPA PUPA PRÉ-PUPA 16° PUPA INSETO ADULTO PUPA 21° INSETO ADULTO ------------ ------------ 24° ----------- ------------- INSETO ADULTO FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS NA VIDA ADULTA TEMPO (DIAS) OPERÁRIA RAINHA ZANGÃO 1° AO 3° INCUBAÇÃO E LIMPEZA RAINHA JOVEM VIVE DENTRO DA COLMÉIA 4° COMEÇA A ALIMENTAR AS LARVAS RAINHA JOVEM VÔOS PARA FORA 5° ALIMENTA AS LARVAS RAINHA JOVEM 5° AO 6° ALIMENTA AS LARVAS JOVENS; PRODUZ GELÉIA REAL E FAZ OS PRIMEIROS VÔOS A RAINHA É ALIMENTADA PARA O VÔO NUPCIAL 8° AO 12° PRODUZ GELÉIA REAL; PRODUZ CERA; FAZVÔOS DE RECONHECIMENTO A RAINHA COMEÇA A ENGORDAR 13° AO 19° CAMPEIRA INICIA A POSTURA PROCURA A RAINHA PARA FECUNDAR. SE ACASALAR, ELE MORRE. 21° AO 30° CAMPEIRA PÕE OVOS ---------- 31° CAMPEIRA PÕE OVOS ----------- 31° AO 45° MORRE PÕE OVOS ------------ 60° ----------- PÕE OVOS MORRE NATURALMENTE 356° ------------ PODE ENXAMEAR ------------- 720° AO 1450° ------------- MORRE ------------- FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) DIVISÃO DE TRABALHO DAS OPERÁRIAS IDADE FUNÇÕES 1 a 3 dias Faxineiras: fazem a limpeza e reforma, polindo os alvéolos. 3 a 7 dias Nutrizes: alimentam com mel e pólen as larvas com mais de 3 dias. 7 a 14 dias Alimentam as larvas com idade inferior a 3 dias com geléia real. Também neste período, algumas cuidam da rainha. São Chamadas de amas. 12 a 18 dias Fazem limpeza do lixo da colméia. 14 a 20 dias Engenheiras: segregam a cera e constroem os favos. 18 a 20 dias Guardas: defendem a colméia contra inimigos e contra o apicultor desprevinido. 21 dias em diante Campeiras trazem néctar, pólen, água e própolis, até a morte. FONTE: WIESE (1995) OS ZANGÕES • Eclodem de ovos não fecundados (partenogênese) • São alimentadas até o 3° dia com Geléia Real • Ovo – larva – pupa – adulto • Não tem ferrão • Só tem a função reprodutiva • São expulsos quando em escassez de alimento • Morre após a cópula • Não sabe trabalhar nem coletar alimento COMUNICAÇÃO DA FONTE DE ALIMENTO: • Alimento < 100 m da colméia: Dança em círculo; • Alimento > 100 m da colméia: Dança em requebrado ou “8”; • Nas duas danças ela indica a direção do alimento pelo ângulo da dança em relação ao sol (Memória Geográfica) ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS ABELHAS: ♣ Cabeça, tórax e abdômen CABEÇA • 3 olhos simples: enxergar de perto e no escuro; • 2 olhos compostos (omatídeos): percepção de luz, cores e movimentos (preferem amarelo, azul, verde) – zangão (13000 omatídeos, op 6500 e rainha 3000); • 2 antenas (odor de floradas e de princesas), audição e tato; • Aparelho bucal lambedor (néctar e água); • Mandíbula: elaborar própolis e moldar a cera; • Glândula hipofaríngea: produzir Geléia Real; • Glândula Salivar Cefálica: início da transformação do néctar em mel; • Glândula Mandibular: feromônios; própolis (operárias engenheiras), dissolve cera (operárias engenheiras). TÓRAX - 3 pares de patas: * 1°par: limpar as antenas, olhos e língua * 2° e 3° pares: coletar pólen e resina da própolis (armazenam na corbícula ou alforje) * 3°par: manipular a cera e própolis - 2 pares de asas ABDÔMEN - Vesícula melífera ou papo: (armazenar néctar e água); - Estômago ou ventrículo; - Intestinos; - 8 Glândulas cerígenas: cera; - Espiráculos: respiração; - 1 pênis e 2 testículos (zangão); - Ferrão (rainha # operárias); - Vagina, 2 ovários (rainha) – operárias são atrofiados; - Espermateca (rainha); - Glândula de Thanassof (cheiro); - Coração - Gl. do veneno (operárias) 1 Glândulas cerígenas 2 Glândula do cheiro FONTE: WIESE (1995) PAPO O QUE AS CAMPEIRAS RECOLHEM DAS FLORES? ♣ Água (com a língua ou glossa) ♣ Néctar (com a língua ou glossa): líquido açucarado das plantas, principal fonte de mel das abelhas. Composto de água, glicose, frutose sacarose, dextrina, gomas. Variável com a florada acumulado na vesícula melífera até retornarem à colméia ♣ Pólen ou Pão das abelhas (com os 2° e 3 ° pares de patas): conteúdo pulverulento das flores (elemento masculino da flor), fonte de proteínas para as abelhas transportado nas corbículas das tíbias. ♣ “Própolis” ou “perganho” (com os 2° e 3 ° pares de patas): é uma resina, viscosa, castanho-esverdeada e perfumada produzida nas hastes e folhas das plantas, é transformada em Própolis na mandíbula, usada como betume (vedar) ou balsâmico (envernizar) para a colméia. ♣ Melato ou exsudato dos pulgões (com a língua ou glossa): líquido açucarado de certos pulgões de algumas árvores (Aphinideos e Lachinideos), também é fonte de mel das abelhas acumulado na vesícula melífera até retornarem à colméia O QUE AS ABELHAS PRODUZEM? ♣ MEL ♣ CERA ♣ PRÓPOLIS ♣ GELÉIA REAL ♣ PÓLEN APÍCOLA ♣ APITOXINAS MAS AFINAL, O QUE É MEL??!! DEFINIÇÕES ▪ FAO/OMS – substância açucarada obtida a partir do néctar das flores ou secreções de partes das plantas, que as abelhas recolhem, transformam e combinam com outras matérias, depositando-a nos favos da colméia. ▪ Para Aristóteles era o “néctar dos Deuses”. ▪ National Honey Board (2005) - Mel não é simplesmente uma “substância doce” produzida pelas abelhas melíferas a partir das flores. As abelhas não produzem o Mel, elas “o tranformam”. ▪ Masson (1994) - “Mel e água são os únicos alimentos universais, consumidos por todas as raças e religiões da humanidade” COMO AS ABELHAS TRANSFORMAM O MEL? NÉCTAR DAS FLORES (CAMPEIRA) GLÂNDULAS SALIVARES CEFÁLICA E TORÁCICA VESÍCULA MELÍFERA OU PAPO (ALTERAÇÃO QUÍMICA: INVERSÃO DA SACAROSE E ADIÇÃO DE ELEMENTOS) CAVIDADE BUCAL TRANSFERÊNCIA PARA A CAVIDADE BUCAL E PAPO DE VÁRIAS ENGENHEIRAS (“de PAPO EM PAPO”) (ALTERAÇÃO FÍSICA com PERDA DE ÁGUA) DEPOSIÇÃO NOS FAVOS (OPERCULAÇÃO DOS FAVOS) MATURAÇÃO: EVAPORAÇÃO, INVERSÃO + INCORPORAÇÃO DE ÁCIDO FÓRMICO ESQUEMA DA ELABORAÇÃO DO MEL NO ORGANISMO DA ABELHA: 1.PAPO 2. PROVENTRÍCULO 3. ESTÔMAGO FONTE: MASSON (2005) CARACTERÍSTICAS DO MEL ▪ Solução aquosa ao ser retirado dos favos viscoso (evaporação) e granulado (cristalização da glicose) com o tempo; ▪ O Mel é uma solução supersaturada, composta por: - açúcares (principalmente frutose e glicose) - água (maior parte ligada aos açúcares) - vitaminas (A, complexo B, C, D, E, K) – retiradas com a filtração (pólen) - minerais (cálcio, ferro, sódio, fósforo, cobre magnésio, manganês, potássio, iodo, rádio, estanho,titânio, chumbo) – maior nos méis escuros; -enzimas (endógenas – gls.salivares) invertase e diástase, e (exógenas-pólen) catalase e fosfatase (desnaturam com temperatura > 50°C); - catalase e fosfatase = facilitam a associação açúcar/álcool = desintoxicação do organismo -ácidos diversos (> nos méis claros) = pH 3,9 (málico, cítrico, acético, succínico, glucônico e fórmico, glucônico); - proteínas (do pólen, do néctar, das gls. salivares) – prolina (maturidade = 200mg/kg); - Contém: grãos de cera; grãos de pólen (valor nutritivo - obrigatório) e vários antioxidantes; ác. Graxos (palmítico,oléico e linoléico) ▪ COR e SABOR: variável com a florada. Mel claro (mais suave) e Mel escuro (sabor mais acentuado); ▪ COR não indica qualidade do Mel – alterada com processamento; ▪ o Mel é um antimicrobiano natural ( pH, açúcar, ácidos (princ. fórmico), inibina, H2O2,enzimas e flavonóides), sendo comprovada sua ação cicatrizante (NATIONAL HONEY BOARD); ▪ Portanto, o Mel é: - energético: em função dos açúcares - reconstituinte do organismo: sais minerais e vitaminas; - digestivo: enzimas; - tônico muscular e anti-séptico: ácidos (fórmico) - reserva de energia hepática (frutose) - antimicrobiano: interação dos fatores e flavonóides ▪ Elevadas temperaturas desnaturam as enzimas e vitaminas, além de alterar os açúcares = fraude ▪ O Mel é muito higroscópico = fermenta fácil, conservá-lo em local seco; ▪ A composição varia com a florada e com a região. Portanto, não existe uma composição única para o Mel, podemos ter um exemplo abaixo: COMPONENTE PROPORÇÃO (%) ÁGUA 12,7 A 27,0% GLICOSE 24,7 A 36,9% FRUTOSE 40,2 A 48,6% SACAROSE 0 A 10% CINZAS 0,03 A 0,09% WIESE (1995) ALTERAÇÕES ESPONTÂNEAS DO MEL ☻Maturação ou Sazonamento: ocorre durante o repouso nos favos e nos decantadores. Continua a evaporar, inverter a sacarose e formar o gel. ☻Fermentação: umidade acima de 20% e climas úmidos favorecem a fermentação (prejudicial). ☻Cristalização: reversível ao aquecimento (<50°C). ♦ Ao contrário do que muitos pensam, Mel puro cristaliza, depende da composição (teor de glicose e outros; processamento; armazenamento; florada). Ex. Mel deeucalipto cristaliza mais rápido que outros (glicose > 30%). TIPOS DE PLANTAS MELÍFERAS FRUTÍFERAS ORNAMENTAIS ÁRVORES E ARBUSTOS LARANJEIRA ASTRAPÉIA ASSA-PEIXE LIMOEIRO AMOR AGARRADINHO MARMELEIRO GOIABEIRA GIRASSOL CARQUEJA MAMOEIRO CAMBOATÁ PITANGA MIMOSA SERIGÜELA FLOR-DE-MAIO GABIROBA VASSOURA JAMBO BRACATINGA ABACATEIRO AROEIRA CAJUEIRO ACÁCIA UNHA-DE-GATO EUCALIPTO LEUSENA ALGAROBA CAFEEIRO FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) ▪ O poder de profilaxia e cura do Mel já foi descrito na antiguidade Grega e Romana: - Gregos e Romanos ofereciam frutas com mel aos Deuses; - Pitágoras associou sua longevidade ao uso do Mel; - Provérbio dos ricos: “Mel no interior e óleo no exterior”. ▪ Um pote de Mel de 3.300 anos foi encontrado em uma pirâmide, inalterado – poder antimicrobiano (ác.fórmico e inibina) ▪ Smirnov (1950) comprovou a ação cicatrizante do Mel em soldados russos; POTENCIAL DE CURA DO MEL ▪ Na Rússia, Feldman comprovou ser o Mel um antiácido gástrico, hematopoiético e cicatrizante de úlceras gástricas (MASSON, 1994); ▪Vários autores associam o poder antimicrobiano, anti-séptico e anti-reumático ao ácido fórmico; ▪ O Mel é vasodilatador e diurético: frutose; ▪ A fitoterapia pelo Mel não é perigosa (ex. Mel de papoula é sedativo, mas não tóxico como o ópio da planta); ▪ Na Alemanha usa-se injeção IV de mel para cardiopatias; ▪ Mel X açúcar (séc. XVIII – Índias) INDICAÇÕES E USO DO MEL FONTE: MASSON (1994) INDICAÇÃO USO INFLAMAÇÕES DE GARGANTA GARGAREJAR COM MISTURA DE 1 COLHER DE SOPA DE MEL + 1 COLHER DE SOPA DE ÁGUA MORNA IRRITAÇÃO NOS OLHOS INSTILAR UMAS GOTAS DE MEL MORNO NOS OLHOS AFTAS OU INFLAMAÇÕES NA BOCA MEL + SUMO DE LIMÃO REJUVENECEDOR DE PELE 1 COLHER DE MEL + 1 COLHER DE FARINHA DE CENTEIO + 1 GEMA DE OVO DIGESTIVO MEL PURO OU ALGUNS COMPOSTOS DIURÉTICO MEL DE URZE (VERMELHO E VISCOSO) MÁ CIRCULAÇÃO SANGÜÍNEA MEL DE CASTANHEIRA (ESCURO E ACRE) ASMA BRÔNQUICA MEL DE EUCALIPTO (PASTOSO E AROMÁTICO) QUEIMADURA USO TÓPICO DE MEL DE ALFAZEMA SEDATIVO MEL DE LARANJEIRA (CLARO, SUAVE E PASTOSO) MEL DE TÍLIA (AMARELO CLARO E SUAVE) DIGESTIVO E HEPATOPROTETOR MEL DE ALECRIM (CLARO E SUAVE) EXTRAÇÃO E PROCESSAMENTO DO MEL (PURO E COMPOSTO) ■ Brasil: 5° maior produtor de Mel e 5 ° maior exportador do mundo ■ março de 2006 – embargo da UE ao mel brasileiro (Equivalência): Perda da Alemanha e ganho dos EUA (EUA comprou 59% do nosso mel e pagaou menos que Alemanha) - Queda do preço do mel (25 Kg): R$ 130,00 para R$ 50,00 - Queda da produção ■ Cenáro atual: maio de 2008 – fim do embargo, > volume exportado (Alemanha) e produzido, > preço ■ Apicultura brasileira hoje: - Emprega > 300.000 pessoas - Exporta quase toda produção - Consumo per capita: 300 g/ano - Mel é considerado remédio e não alimento Produção de Mel (Quilograma) - Mato Grosso 300.089 374.786 365.006 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 2004 2005 2006 MT hoje: Apicultura pouco expressiva – criação do Projeto de Desenvolvimento Econômico e Social para a Revitalização e Fortalecimento da Apicultura no Estado de Mato Grosso Desafios: capacitação e profissionalização, verbas, modernização, consorciação e aumento de qualidade PROCESSAMENTO DO MEL PURO: AVALIAÇÃO DOS FAVOS DESOPERCULAÇÃO DOS FAVOS EXTRAÇÃO DO MEL POR CENTRIFUGAÇÃO DOS FAVOS FILTRAÇÃO DECANTAÇÃO ENVASE TODO O PROCESSO DEVE ATENDER ÀS BPF (PORTARIA 368 DO MAPA) 1 - AVALIAÇÃO DOS FAVOS ■ Não centrifugar favos com ovos, larvas, pupas ou excesso de pólen (dificultam a filtração); ■ Só centrifugar favos com mín. de 80% de operculação (maduro) ■ Média de produção de 100 Kg/colméia/ano FONTE: ADRIANA L. MELLO (2008) 2 - DESOPERCULAÇÃO DOS FAVOS ■ Feita em mesa própria, com uso do Garfo Desoperculador; ■Deve-se evitar quebrar os favos (reaproveitar: abelha consome 7 Kg de Mel para fazer 1 Kg de cera); ■ O Mel que escorre é retido em tanque para filtração. FAVO COM MEL ESCORRENDO GARFO DESOPERCULADOR DESOPERCULAÇÃO DE FAVOS ■ Distribuir os quadros homogeneamente na centrífuga, com cuidado; ■ Acelerar a velocidade lentamente; ■ Temperatura ambiente mín. 25°C; ■ Em dias frios, pode-se acoplar um sistema de aquecimento na centrífuga ou usar um descristalizador antes ou após o envase; ■ O Mel extraído deve seguir por sistema fechado (bombas ou gravidade) para o tanque homogeneizador/decantador com filtros. 3 - EXTRAÇÃO DO MEL POR CENTRIFUGAÇÃO DOS FAVOS CENTRÍFUGA FONTE: EMBRAPA (2008) ■ Após centrifugado, o Mel passa por filtros (por pressão ou gravidade) para retirar impurezas (< vitaminas) 4 - FILTRAÇÃO 5 - DECANTAÇÃO ■ O Mel filtrado cai em tanque decantador onde aguarda 48 horas em repouso (impurezas e bolhas de ar na superfície são retiradas, são menos densas); ■ Neste período, completa-se a maturação do Mel; ■ Após a decantação, pode ser feita a homogeneização em tanques de inox com pás giratórias (para Méis de diferentes floradas) TANQUE HOMOGENEIZADOR FONTE: EMBRAPA (2008) DECANTADORES ■ Pode ser manual ou automatizado; ■ Embalagem depende do consumo: - Balde plástico de 18 ou 25 Kg (atacado); - pote de vidro ou plástico (varejo); - bisnagas (280 g) e sachês (4 g) (varejo). ■ Recomenda-se pote de boca larga (no caso de cristalização) e bisnaga para quantidade inferior a 400 g. ■ Estocagem variável de 1 a 2 anos; ■ Adotar a IN 11/2000 (MAPA) para rotulagem e embalagem do Mel, além das legislações para embalagens de poa’s. 6 -ENVASE TANQUE ELÉTRICO OU BANHO-MARIA OU ESTUFA CASEIRA NÃO > 50°C DESCRISTALIZADOR ENVASE MANUAL OU AUTOMATIZADO FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) EMBALAGENS PARA MEL BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO DO MEL: • Qualidade do mel está diretamente ligada ao manejo na colheita • Fazer procedimentos adequados e rápidos da colheita até processamento: - Materiais e roupas de colheita higienizados (contaminação cruzada) - Colheita em horas frescas em dias ensolarados - Não expor quadros ao sol (HMF/perda enzimática) - Cuidados com o uso do fumigador (esterco,jornal, gasolina, etc) - Seleção dos quadros a retirar (mel verde/mel maduro) - Não colocar melgueiras no chão - Transporte em veículos apropriados (sol/poeira/acidentes) - Higiene na recepção dos quadros no entreposto - Cuidados gerais durante o beneficiamento (secagem ou banho- maria,centrifugação,decantação e envase) PROCESSAMENTO DO MEL COMPOSTO: ■ O Mel Composto é uma mistura de Mel e extratos vegetais e/ou outros produtos das abelhas (própolis, geléia real ou pólen); ■ Agrega valor ao Mel, comum em uso terapêutico; ■ O principal equipamento utilizado é o Homogeneizador (com inversor de giros); ■ O fluxograma de obtenção é idem ao de Mel, bastando adicionar a mistura específica; ■ Compostos mais usados são as tinturas e os extratos vegetais (de indústrias químicas especializadas). TINTURA: ■ É a extração do vegetal em solução alcóolica (5 mL de tintura = 1 g de vegetal seco). EXTRATO FLUIDO: ■ É a extração do vegetal em solução alcóolica (1 mL de extrato fluido = 1 g de vegetal seco). VEGETAIS MAIS UTILIZADOS: ■ agrião, eucalipto, guaco, copaíba, alho, ginseng, catuaba e guaraná. EM GERAL, OS COMPOSTOS COM MEL POSSUEM 1 A 3% DE EXTRATO FLUIDO (OU 5% DE TINTURA) MISTURA CARACTERÍSTICAS INDICAÇÕES DE USO MEL COM PRÓPOLIS É O PRODUTO MAIS USADO, COM VÁRIAS AÇÕES TERAPÊUTICAS GRIPES, RESFRIADOS, BRONQUITES E TOSSES MEL COM EUCALIPTO POTENCIALIZA A AÇÃO DA PRÓPOLIS GRIPES, RESFRIADOS, BRONQUITES E TOSSES EXPECTORANTE MEL COM GUACO O GUACO É ANTIINFLAMATÓRIO E FLUIDIFICANTE TOSSES SECAS MEL COM AGRIÃO O AGRIÃO É EXPECTORANTE. POTENCIALIZA A AÇÃO DA PRÓPOLIS GRIPES, RESFRIADOS, BRONQUITES E TOSSES EXPECTORANTE MEL COM PÓLEN O PÓLEN É ENERGÉTICO E PROTÉICO ATLETAS E CONVALESCENTES MEL COM GELÉIA REAL MULTIVITAMÍNICO SUPLEMENTAÇÃO PARA DOENTES, CONVALESCENTES, ESTIMULANTE SEXUAL FONTE: COSTA e OLIVEIRA(2005) PRINCIPAIS COMPOSTOS DE MEL: PROCESSAMENTO DO MEL COMPOSTO: PREPARO DA PRÉ-MISTURA HOMOGENEIZAÇÃO (MEL + PRÉ-MISTURA) DECANTAÇÃO DO MEL COMPOSTO FILTRAÇÃO ENVASE TODO O PROCESSO DEVE ATENDER ÀS BPF (PORTARIA 368 DO MAPA) ■ Adicionar em ½ Litro de Mel o extrato ou tintura e misturar bem por 3 minutos. ■ Colocar em tanque homogeneizador o Mel puro e a pré-mistura; ■ Homogeneizar, invertendo os giros por cerca de 20 minutos. 1 – PREPARO DA PRÉ-MISTURA 2 - HOMOGENEIZAÇÃO (MEL + PRÉ-MISTURA) 3 - DECANTAÇÃO DO MEL COMPOSTO ■ Transferir a suspensão para um tanque decantador e deixar por 24 horas descansando. ■ Filtrar a suspensão, retirando a espuma sobrenadante. ■ Proceder como para Mel Puro. 4 - FILTRAÇÃO 5 -ENVASE EXTRAÇÃO E PROCESSAMENTO DA CERA USO DA CERA: ■ Uso na indústria (cosméticos, farmacêuticos, artesanatos); ■ Produção de 2% do mel; ■ Principais importadores: EUA, Alemanha, Inglaterra,Japão e França ■ Principais exportadores: Chile, Tanzânia, Brasil, Holanda e Austrália PRINCIPAL USO DA CERA: FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) As engenheiras consomem 7 Kg de Mel para produção de 1 Kg de cera ■ Importância para as abelhas: - Moradia: Colméia – favos – 2770 alvéolos hexagonais (5,5 mm cada); - Alvéolos de Cria (“comum” e “realeira”) e de Mel (Melgueiras), opérculos dos alvéolos; - Proteção contra Pilhagem e predadores ■ Secretada pelas engenheiras (gls. Cerígenas) e moldadas pelo 3° par de patas + mandíbula = flocos ou escamas de diversas espessuras; ■ Secretada líquida e incolor sólida e escura. CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO: ■ É composta por diversas substâncias obtidas do Mel consumido; ■ Baixa densidade (0,960 a 0,972); ■ Baixo ponto de fusão (60 a 65°C); ■ Cor variável (pólen, própolis): branca a amarela; ■ Dificilmente apodrece (reciclável); ■ Acima de 30 °C é moldável; ■ Aroma da florada PROCESSAMENTO DA CERA: EXTRAÇÃO DA CERA DOS FAVOS DERRETIMENTO PURIFICAÇÃO EMBLOCAMENTO EMBALAGEM LAMINAÇÃO PLACA DE CERA ALVEOLADA ● CERA BRUTA ● CERA VIRGEM OU BRANCA ● CERA EM PLACA ALVEOLADA ■ Extrair em separado cera de favos velhos, dos opérculos e de favos de melgueiras. Não usar favos atacados por traças ■ Através de calor via seca (estufa, derretedor solar) ou em água; ■ Os blocos obtidos podem ser comercializados diretamente = CERA BRUTA; ■ Os blocos obtidos podem ser purificados = CERA VIRGEM 2 - DERRETIMENTO 1 - EXTRAÇÃO DA CERA DOS FAVOS ■ Melhor qualidade da cera e valor comercial (por derretedor solar ou água) ■ qualidade inferior à cera; ■ Se ainda houver florada: reutilizar os favos íntegros ■ Em final de florada: guardar os quadros, retirando o excesso de mel (evitar fungos e traças, armazenando em local seco e arejado) ■ Derreter os favos quebrados e velhos APROVEITAMENTO DOS OPÉRCULOS APROVEITAMENTO DOS FAVOS ■ A cera derretida é vertida em formas de pesos especificados (geralmente cônicos), e formam os “pães”ou “blocos de cera”. 3 – EMBLOCAMENTO E EMBALAGEM “PÃO” DE CERA FONTE: MASSON (1995) ■ Consiste em retirar as impurezas dos blocos de cera bruta; ■ O bloco é raspado e fundido diretamente em água limpa por 2 a 3 vezes sucessivas; ■ Após resfriado, o bloco é retirado sobre a água; ■ A cera purificada pode ser destinada para indústrias de cosméticos, velas, etc. ou para fabricar placa de cera alveolada para colméia de Langstroth PURIFICAÇÃO ■ Os blocos purificados são fundidos em derretedor vertical com molde de madeira; ■ Resfria-se o molde em água fria; ■ Solta-se o molde e obtém-se 2 placas de cera LAMINAÇÃO Conjunto Laminador de Cera FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) Conjunto Laminador de Cera FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) ■ As placas laminadas passam imediatamente por cilindros de alveolação. PLACA DE CERA ALVEOLADA FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) CILINDRO ALVEOLAR ☻ Serve como guia para as abelhas construírem favos ☻ Limita o nascimento de zangões ☻ Economiza tempo e desgaste das abelhas ☻ Favos mais resistentes ☻ Maior produção de mel VANTAGENS DO USO DA PLACA ALVEOLADA EXTRAÇÃO E PROCESSAMENTO DA PRÓPOLIS PRÓPOLIS ■ Maiores produtores de própolis: China, Brasil, EUA, Austrália e Uruguai. Japão é o maior consumidor mundial; ■ É um antibiótico natural sem efeitos colaterais; ■ Origem grega: pro = defesa e polis = cidade (colméia), embalsamavam as múmias; ■ Séc. XII – comprovação científica do uso terapêutico da própolis ■ Empirismo na Iuguslávia: artesão Seifert X poder de cura da própolis PRÓPOLIS ■ É produzida a partir de resinas das plantas (troncos, galhos, brotos e folhas), coletada pelas campeiras (2° e 3° pares de patas) e transformada pelas engenheiras (ác. 10- hidroxidocenóico das gls. Mandibulares) – demora horas para a transformação; ■ Espaço-abelha (6,4 a 9,5 mm): < 6,4 mm propolisam; ■ Importância para as abelhas: - Envernizar e impermeabilizar a colméia; - Cobrir cadáveres e inimigos; - Reduzir o alvado; - Fechar frestas (“betume”); - Desinfetar a colméia (antimicrobiano natural). ■ Coletada pelas abelhas nas horas mais quentes do dia; ■ O manejo da colméia para a produção da própolis consiste em fazer com que as abelhas trabalhem mais (calços de madeira sob a tampa da colméia; telas plásticas; CIP; etc.) = coletar em média de 30-60 dias após manejar; ■ Deve-se levar em conta a raça de abelha e flora apícola resinosa (proibido próximo de indústrias – resinas de tintas, asfaltos, etc.) ■ Propriedades desinfetantes, bactericidas, fungicidas e anti-oxidantes; ■ Coloração variável (verde, amarela a preta) com a florada, mais maleável que a cera; ■ Insolúvel em água e solúvel em álcool; ■ Composição em média de: - 50%: resinas e bálsamos vegetais - 30% de cera - 10% de óleos aromáticos - 5% de pólen - 5% de várias outras substâncias (minerais, vitaminas) – flavonóides (antimicrobiano) CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO PROCESSAMENTO DA PRÓPOLIS IN NATURA EXTRAÇÃO DA PRÓPOLIS DOS FAVOS SELEÇÃO E LIMPEZA CLASSIFICAÇÃO ACONDICIONAMENTO 1 - EXTRAÇÃO DA PRÓPOLIS DOS FAVOS ■ Não coletar em estação fria; ■ Pode ser por raspagem da colméia ou por coletores; ■ Cuidados na raspagem: higiene (BPF), não retirar madeira e tinta, evitar contato da própolis com a luz; ■ Após a extração, acondicionar em recipientes secos e protegidos da luz, da umidade e do calor. 2 - SELEÇÃO E LIMPEZA ■ Retirar todas as impurezas manualmente (abelhas, cera, folhas, etc.); ■ Passagem por peneiras inox; ■ Própolis úmida estufa a 40°C (ar seco); ■ Própolis mole freezer; ■ Própolis muito suja é desclassificada (< preço). ■ É visual, considera: cor, odor, sabor, tamanho e frescor. Há preferência comercial por pedaços > 1,0 cm; ■ Classifica-se em: ● De 1ª qualidade: em escamas, livre de quaisquer impurezas, ● De 2ª qualidade: granulada, coletada do alvado ou das tampas, livre de impurezas, ● De 3ª qualidade: vinda da raspagem de quadros e tampas, com excesso de impurezas. ■ Deverá ser viscosa em temperatura > 20°C e deve atender aos teores de flavonóides: - Baixo teor (até 1%); médio (1-2%) e alto (>2%). 3 - CLASSIFICAÇÃO ■ Acondicionar em sacos plásticos secos, escuros e sob refrigeração (< 10°); ■ Pode ser moída e armazenada na geladeira; ■ Pode ser congelada por curtos períodos. 4 - ACONDICIONAMENTO PROCESSAMENTO DO EXTRATO DE PRÓPOLIS: 1 – PRODUÇÃO DO EXTRATO DE PRÓPOLIS-MÃE: ■ Triturar a própolis e colocar em recipiente de vidro escuro, ■ Acrescentar álcool de cereais 96°GL (1 Litro de álcool/1Kg de própolis), ■ Deixar em infusão por 60 dias (agitando perodicamente); ■ Filtrar o extrato e armazená-lo em vidro esterilizado escuro (= extrato-mãe concentrado). PROCESSAMENTO DO EXTRATO DE PRÓPOLIS: 2 – PRODUÇÃO DE EXTRATO DE PRÓPOLIS COMERCIAL ■ O extrato-mãe é diluído na concentração escolhida (30% mais comum) e acondicionado em frascos de 30 mL de cor âmbar. OUTROS PRODUTOS COM PRÓPOLIS ■ Emplastro (própolis + óleo de oliva) = uso veterinário ■ Fungicida (álcooletílico + própolis) = agricultura ■ Pomadas diversas = uso humano e veterinário DOENÇAS QUE A PRÓPOLIS CURA INDICAÇÕES USO DA PRÓPOLIS DOENÇAS DA PELE POMADA DE PRÓPOLIS A 2,5% COM VASELINA, ÓLEO DE GÉRMEN DE TRIGO E ESSÊNCIA DE ALFAZEMA DOENÇAS DA BOCA E GARGANTA E APARELHO RESPIRATÓRIO LASCAS DE PRÓPOLIS (BALAS OU PASTILHAS). 3g DE PRÓPOLIS + 125 g DE MEL 3 X DIA OU MASTIGAR 1 PASTILHA POR ½ HORA 3 X DIA DOENÇAS DO APARELHO GENITAL PRÓPOLIS EM PÓ OU LÍQUIDA 1 COLHER DE SOPA DE EXTRATO DE PRÓPOLIS + 1 COLHER DE SOPA DE PÓLEN EM JEJUM (MANHÃ) DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO E INTESTINAL MASTIGAR LASCAS DE PRÓPOLIS (1 g POR ½ HORA 3 X DIA) FONTE: MASSON (1994) EXTRAÇÃO E PROCESSAMENTO DO PÓLEN APÍCOLA USO DO PÓLEN ■ O Pólen é o elemento fecundante masculino das flores (pacto Flor X Abelha) ■ Abelha X Polinização – colheita de pólen voluntária e involuntária; ■ É coletado das plantas pelas campeiras (2° e 3° pares de patas) e depositado nos favos próximos aos de cria = alimento das abelhas > 3 dias de vida (exceto rainha) – “pão das abelhas” (fonte de proteína); ■ Sem Pólen – consome 19 Kg de Mel para fazer 1 Kg de cera: o Mel fornece energia para o vôo, mas o Pólen fornece todos as substâncias para o trabalho – ausência de pólen = extinção da colméia; ■ O Pólen não acompanhou a demanda do Mel, requer técnicas especiais para colheita; POLINIZAÇÃO ■ Pode ser por vários insetos, inclusive vento, mas principalmente pela ABELHA; ■ Abelha em números: – 1 campeira visita até 1500 flores/dia para encher as curbículas; -Memória geográfica da colméia explica porque as abelhas da mesma colméia visitam as mesmas flores por vôo; ■ Muitas espécies agrícolas dependem de insetos (melão, maçã, abóbora, melancia) CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO COMPONENTE PROPORÇÃO (%) PROTEÍNAS 10 A 33 LIPÍDEOS 1 A 14 HIDRATOS DE CARBONO 30 A 40 CINZAS 2 A 7 ÁGUA 5 A 10 ÁCIDO LÁTICO 3 pH 4,5 MINERAIS 1 A 7 FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) POTENTE SUPLEMENTO ALIMENTAR ■ Importância para a dieta humana: - vitaminas: A, todas do Complexo B, C, D,E,H e K; - Aminoácidos essenciais: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, triptofano e valina. ■ Estudos comprovaram que ingestão diária de 30 g de Pólen (em jejum) age como estimulante do organismo e melhora o estado geral do indivíduo; ■ Eritropoiético (lisina e histidina), antibiótico e fortalecedor de capilares (flavonóides), estimulante sexual (ácido aspártico e arginina), digestivo (metionina), combate queda de cabelos (rutina), etc. ■Contra-indicado para alérgicos ao pólen (polinose) PROCESSAMENTO DO PÓLEN EXTRAÇÃO DO PÓLEN ARMAZENAMENTO EM FREEZER SECAGEM EM ESTUFA LIMPEZAS MANUAL E MECÂNICA ENVASE ■ Uso de coletores específicos (“caça-pólen”) na colméia – extração de até 2 a 4 kg/colméia/ano; ■ Manejo adequado antes da coleta (alimentação artificial protéica e energética + garantir grande número de crias novas nos favos); ■ Após a colheita, pôr em sacos plásticos no freezer até o beneficiamento. 1 - EXTRAÇÃO DO PÓLEN COLETOR FRONTAL OU “TRAMPA” FONTE: COSTA e OLIVEIRA (2005) ■ Ao chegar no entreposto ou casa do mel, é mantido congelado até o beneficiamento (máx. 24 horas). 2 – ARMAZENAMENTO EM FREEZER 3 – SECAGEM EM ESTUFA ■ Segue para bandejas e estufas (umidade deve cair de 20 para 8% - variável com pólen). 4 – LIMPEZAS MANUAL E MECÂNICA ■ Limpeza manual: em peneiras (sujeiras grosseiras); ■ Limpeza mecânica: em caixas de aeração. ■ Para atacado (25 Kg) ou varejo (120 g). 5 – ENVASE EXTRAÇÃO E PROCESSAMENTO DA GELÉIA REAL A GELÉIA REAL ■ Produzida pelas amas (gl. Hipofaríngeas) para alimentar as larvas até 3 dias de vida (exceto rainha); ■ China é o maior produtor mundial e Japão maior consumidor ■ Produção de 200g/colméia/ano; ■ É um “super alimento” – é o que diferencia a rainha (maior, copula, postura, nasce mais cedo e vive mais); ■ É uma substância pastosa, esbranquiçada, sabor picante/doce – superior ao colostro!; ■ Armazenada em todos os favos de cria < 3 dias, em MAIOR quantidade nas “realeiras”. ■ Consumir pequenas quantidades/dia: 1 a 2 g. COMPOSIÇÃO DA GELÉIA REAL COMPONENTE PROPORÇÃO (%) ÁGUA 66% GLICÍDEOS 14% PROTEÍNAS 10% LIPÍDEOS 6% OUTRAS 3% FONTE: WIESE (1995) ■ Importante para o homem pois possui todas as vitaminas do complexo B, C, minerais e muitos aminoácidos essenciais; ■ Estimulante biológico e energético – semelhante ao Pólen (úlceras, anemias, depressão, hipercolesterolemia, hepatopatias, etc.), aumenta o peso corporal; ■ É o alimento mais rico em Ác. Pantotênico (B5) – precursor da coenzima A (metabolismo celular) cérebro, fígado, músculos e rins. PROCESSAMENTO DA GELÉIA REAL PRODUÇÃO DA GELÉIA EXTRAÇÃO DA GELÉIA ENVASE ARMAZENAMENTO ■ Orfanar a colméia (colméia sem rainha leva à construção forçada de realeiras): > produção de Geléia Real; ■ 2 Métodos: 1) “Puxada Natural” = retirar temporariamente a rainha e coletar a Géléia 3 dias após; 2) “Puxada Natural” + realeiras artificiais (cúpulas) com enxertia de larvas de até 3 dias. ■ Devolver a rainha; ■ Não devolver a rainha – cuidado para não acabar com a colméia. 1 - PRODUÇÃO DA GELÉIA ■ Coletar as realeiras (naturais ou artificiais) da colméia e levá-las em quadros para o beneficiamento (em caixas higienizadas = BPF); ■ Extrair a Geléia com espátula ou conta-gotas (não raspar cera). 2 - EXTRAÇÃO DA GELÉIA 3 – ENVASE e ARMAZENAMENTO ■ Após a extração, envasar (embalagem opaca) e armazenar em frio (refrigeração ou congelamento). ■ A G.R. só se conserva entre 5e 16ºC e por máx. 18 meses (melhor comercializar com mel) APITOXINA OU “VENENO DAS ABELHAS” ♦ Defensividade ataque com “ferrão” (operárias): - Lingustica = mais dócil - Adansonii = tem maior defensividade ♦ Morte da operária após a picada; ♦ Ataques sucessivos das companheiras (odor ácido); ♦ Veneno: líquido incolor e amargo, semelhante ao veneno dos cogumelos e das cobras. Composto por: - Histamina - Melitina: citotóxica e hemolítica - Hialuronidase: aumenta a absorção nos tecidos -Fosfolipase: anticoagulante 1 – Retirar o ferrão com cuidado (sem apertar a gl. do veneno); 2 – Uso tópico de anestésico e gelo no local da picada; 3 – Pessoas com sensibilidade normal – suportam até 20 picadas, já as sensíveis – anti- histamínicos. COMO PROCEDER EM CASO DE FERROADAS? EFEITOS DO VENENO (variáveis com a sensibilidade individual): ● Neurotóxico ● Hemorrágico ● Hemolítico COMO COLETAR O VENENO? Fios elétricos que dão choque nas abelhas – o veneno se solta da bolsa do veneno e é coletado sobre uma placa de vidro. MAS, PARA QUE USAR A APITOXINA?? ☻EUA e Europa: uso consagrado em reumatismos, nevralgias e hipertensão arterial – injeções SC, inalações e comprimidos; ☻Brasil: empírico, em estudo...... HIDROMEL ♦ É uma bebida fermentada, resulta da fermentação do Mel + água, o teor alcoólico vem da própria fermentação ♦ É uma bebida levemente adocicada, feita com Mel claro e aromático, com adição de algumas leveduras para a fermentação, que são posteriormente extraídas ♦ Pode-se adicionar extratos vegetais.