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UNIDADE I Tópicos Intregradores I - Enfermagem 2 Sumário Para início de converSa ...................................................................................... 2 a eSTruTura TridimenSionaL do dna ............................................................. 3 dna e rna: SemeLHanÇaS e diFerenÇaS ......................................................... 4 comPacTaÇÃo do dna ............................................................................................ 6 rePLicaÇÃo do dna .................................................................................................. 7 TranScriÇÃo do dna .............................................................................................. 10 TraduÇÃo do dna e cÓdiGo GenÉTico ............................................................. 13 muTaÇÕeS: oriGem e cLaSSiFicaÇÃo ................................................................. 17 veja o vídeo! .............................................................................................................. 19 aGenTeS muTaGÊnicoS ........................................................................................... 19 mecaniSmoS de reParo do dna ........................................................................ 21 1 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ Moura, Marcela Pinto. Tópicos Integradores I – Enfermagem: Unidade 1 Recife: Grupo Ser Educacional, 2019. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 2 TÓPicoS inTeGradoreS i - enFermaGem unidade 1 Para início de converSa Olá, prezado (a) aluno (a), seja bem-vindo (a)! Vamos iniciar o nosso primeiro contato comentando sobre a disciplina Tópicos Integra- dores I em Enfermagem. Nessa matéria serão abordados os principais conteúdos das disciplinas de Genética, Fisiologia Humana e Bioestatística que são fundamentais para sua formação no Curso de Enfermagem. Na Unidade I, você irá revisar alguns conceitos e mecanismos básicos em Genética – DNA, RNA, replicação, transcrição e tradução do DNA. Você também entenderá quais são as consequências de falhas nesses mecanismos, bem como conhecerá alguns sis- temas de reparo, que podem ser utilizados para corrigir ou minimizar esses problemas. Para que você possa aproveitar melhor os conteúdos aqui abordados, eu recomendo que você faça a leitura do livro-texto de Genética Humana, que está disponível na biblioteca virtual do portal do aluno. Assim, você estará mais habilitado (a) a fazer as correlações entre os recursos e as informações apresentadas neste guia de estudos. orienTaÇÕeS da diSciPLina O conteúdo deste guia de estudos irá lhe proporcionar o acesso a matérias, artigos científicos, apostilas e vídeos que enriquecerão seu conhecimento em Genética, atra- vés do acesso a links descritos ao longo desse material. Não se esqueça que na modalidade de ensino à distância, você é parte fundamental do processo de aprendizagem, sendo o gestor de seu progresso acadêmico e científico. Por isso, procure organizar seu tempo de estudo de acordo com a sua disponibilidade e necessidade. É importante associar a leitura deste material complementar com a dos livros-textos de cada disciplina (Genética, Fisiologia e Bioestatística), que podem ser acessados na biblioteca virtual. Use livremente os recursos disponíveis no Portal do aluno, como as dicas de leitura e de vídeo, para que a resolução das atividades avaliativas propostas (Desafio colaborativo e Atividade Contextualizada) ocorra de forma tranquila e organi- zada. Vamos juntos iniciar a leitura e discussão do conteúdo aqui apresentado. Espero que essa jornada seja instrutiva para você, e que abra seus horizontes acerca das possibi- lidades que a Genética, a Fisiologia e a Bioestatística podem proporcionar ao Curso de Enfermagem. 3 a eSTruTura TridimenSionaL do dna Você sabia que até o início da década de 1950, a estrutura tridimensional do DNA era desconhecida? Foi a partir de sua descoberta que cientistas passaram a investigar e propor diferentes modelos estruturais para esta molécula. Os primeiros trabalhos sobre a estrutura do DNA foram realizados por Rosalin Franklin e Maurice Wilkins. Os resultados destes experimentos com difração de raios X indicaram que o DNA é uma longa molécula, composta por duas fitas similares que estão dispostas paralelamente, em conformação helicoidal. Dados complementares foram obtidos por Erwin Chargaff, que propôs a quantidade total de nucleotídeos associados às bases nitrogenadas Timina e Citosina era sempre equivalente àquelas associadas às bases Adenina e Guanina. Por outro lado, a quantidade de A + T não é necessariamente igual a de G + C. Watson e Crick analisaram os trabalhos de Rosalin Franklin, Wilkins e Chargaff e propuseram o modelo da dupla hélice de DNA. Nesse modelo, cada fita é formada por uma cadeia de nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster, de forma paralela, cuja ligação estava relacionada às pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas (púricas e pirimídicas) de cada fita. Separadamente, cada fita seria formada pela união de nucleotídeos ligados entre si por ligações fosfo- diéster. As duas fitas do DNA teriam sentidos opostos, onde uma estaria no sentido 3´ - 5´ e a outra no sentido 5´ - 3´. O pareamento das bases nitrogenadas seguiria a regra de Chargaff, de modo que a Ade- nina se ligaria à Timina através de duas pontes de hidrogênio, e a Guanina se ligaria à Uracila através de três pontes de hidrogênio (C ≡ G e A = T), auxiliando na manutenção da estabilidade da molécula de DNA. Posteriormente, foi comprovado que genomas ricos em pares de base GC são mais estáveis do que aque- les em que há uma maior proporção de pares de base AT, o que teve impacto direto em muitas técnicas utilizadas rotineiramente em procedimentos biotecnológicos. aceSSe o ambienTe virTuaL No livro-texto de Genética Humana (Unidade I), você encontrará informações detalha- das sobre a estrutura e as funções do DNA e do RNA, e os principais tipos de RNA que atuam na síntese proteica (páginas: 2 a 11). Começaremos a estudar, a partir de agora, de forma resumida, as semelhanças e diferenças do DNA e RNA. 4 dna e rna: SemeLHanÇaS e diFerenÇaS O DNA (ácido desoxirribonucleico) é um polímero, formado por uma sequência linear de nucleotídeos, sendo constituído por uma molécula de açúcar ou pentose (desoxirribose), um grupo fosfato e por uma base nitrogenada (citosina, guanina, adenina ou timina). O RNA (ácido ribonucleico) também é formado pela associação de nucleotídeos, compostos por um açúcar (ribose), um grupo fosfato e por uma base nitrogenada (citosina, guanina, adenina ou uracila). Lembre-se, querido (a) estudante, que o DNA e o RNA apresentam algumas diferenças entre si; uma delas está na molécula de açúcar. A pentose do RNA é do tipo ribose enquanto a do DNA é do tipo desoxirribose, cuja diferença é a presença de uma molécula de hidroxila (OH), no carbono 2, da pentose do RNA. Figura 1 Fonte: LINK Você sabe quais são as outras diferenças entre o DNA e o RNA? Bem, a maior parte do DNA está localizada no núcleo das células em organismos eucariontes. Outro tipo de DNA (DNA mitocondrial) pode ainda ser encontrado em um tipo de organela citoplasmática – as mitocôndrias. Em contrapartida, os diferentes tipos de RNA podem ser encontrados no núcleo celular, no citoplasma e nos ribossomos, outra organela celular. https://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/quimica_vida/dna6.png5 Estruturalmente, o DNA e o RNA diferenciam-se pelo arranjo e número de cadeias de nucleotídeos, cujas diferenças podem ser observadas na figura, a seguir: Figura 2 Fonte: LINK Funcionalmente, o DNA é responsável por armazenar e transmitir as informações genéticas de uma célula à outra, e de geração em geração. Coordenada os processos de replicação, transcrição e síntese de proteí- nas. O RNA está envolvido com a síntese de proteínas, e é um importante catalisador celular (ribozimas). Existem vários tipos de RNA atuantes tanto na síntese de proteínas (mRNA, rRNA e tRNA) quanto na manutenção da integridade genômica e na regulação gênica dos seres eucariontes. (p.ex. snRNA, miRNA, siRNA, snoRNA, scaRNA). Caro (a) estudante, observe a figura a seguir e saiba quais as principais diferenças entre DNA x RNA: Figura 3 Fonte: LINK https://cdn.diferenca.com/imagens/dna-e-rna-2-cke.jpg https://slideplayer.com.br/slide/12543234/75/images/29/DNA%2Bx%2BRNA%2BDiferen%25C3%25A7as%2Bprincipais%253A%2BDNA%2BRNA%2BPentose%2BDesoxirribose%2BRibose.jpg 6 comPacTaÇÃo do dna Praticamente todo o DNA de uma célula eucariótica está “empacotado” em forma de cromatina. E por que isto é tão importante? A resposta é a seguinte: a compactação do DNA é desencadeada para: 1) Salvaguardar a informação genética contida nos genes; 2) Reduzir a molécula de DNA ao nível do núcleo celular; 3) Controlar de forma mais eficiente a regulação gênica. Figura 4 Fonte: LINK Como já foi mencionado anteriormente, a condensação age como um mecanismo de segurança, uma vez que dentro do núcleo celular o material genético fica mais protegido da ação de nucleases e de agentes oxidantes (radicais livres). Quanto à regulação gênica, o empacotamento pode ser “modelado” (remode- lamento da cromatina) facilitando, dificultando ou até mesmo impedindo o acesso do DNA a complexos enzimáticos, atuantes na replicação ou transcrição do DNA. veja o vídeo! Que tal assistir uma animação em 3D e assim, visualizar como a compactação do DNA acontece? No link a seguir, você verá um vídeo com o tempo de duração de 3 minutos e 5 segundos que lhe ajudará na compreensão desse processo tão importante para a regulação e proteção da informação genética do DNA. LINK https://image.slidesharecdn.com/aulaestruturaereplicacaododnachristian-130808202638-phpapp02/95/aula-estrutura-ereplicacaododnachristian-3-638.jpg%3Fcb%3D1375993644 https://www.youtube.com/watch%3Fv%3DENJWh50sJRo 7 aceSSe o ambienTe virTuaL No livro-texto de Genética humana (Unidade I), você encontrará informações detalha- das sobre a replicação do DNA, síntese proteica e código genético (páginas: 12 a 28). rePLicaÇÃo do dna É o processo que viabiliza a transmissão do material genético para de uma célula para suas células-filhas durante a divisão celular (Mitose ou Meiose). O DNA tem função autoduplicadora e ao final de cada replicação são formadas moléculas de DNA, contendo uma fita original e outra recém-sintetizada. Esse mecanismo de replicação está de acordo com a Teoria semiconservativa de replicação do DNA. PaLavraS do ProFeSSor Até o início da década de 50 havia três hipóteses a respeito dos mecanismos de replicação do DNA, a saber: 1) Teoria conservativa; 2) Teoria semiconservativa; 3) Teoria dispersiva. Foi a partir das descobertas de Matthew Meselson e Franklin Stahl, em 1958, que a Teoria semiconserva- tiva foi confirmada. Experimentos posteriores validaram os resultados obtidos por esses pesquisadores. Na imagem a seguir você aprenderá a diferenciar as teorias de replicação do DNA: Figura 5 Fonte: LINK %20http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABGMAAK-0.jpg 8 A replicação é iniciada na chamada origem de replicação, com a participação do replissomo – uma maqui- naria molecular que atua diretamente na síntese de DNA. Em organismos superiores (eucariotos) existem centenas de milhares de pontos de origem e, consequentemente, vários replissomos que duplicam o DNA de forma bidirecional em cada um dos 46 cromossomos, na espécie humana. Figura 6 Fonte: LINK Sabe-se que a partir da origem de replicação ocorre a abertura do DNA, isto graças a ação de enzimas catalíticas que rompem as pontes de hidrogênio – DNA helicases, formando assim a bolha de replicação. Mas como evitar superelicoidização do DNA gerada pela abertura gradativa da dupla-fita do DNA? As topoisomerases resolvem esse problema, promovendo pequenas clivagens na molécula do DNA que passa a girar livremente, eliminando a tensão de torção. Diversas enzimas estão envolvidas no processo de replicação, porém são as DNA-polimerases as princi- pais moléculas envolvidas. Há vários tipos de DNA polimerases, mas todas têm em comum a necessidade de uma extremidade 3’ OH livre, da disponibilidade de nucleotídeos trifosfatados (A, T, G e C) e de uma fita de DNA que servirá como molde. Independente do sentido da fita-molde (3’→5’ ou 5’→3’), a replicação sempre será desencadeada no sentido 5’→3’. Este é o sentido em que as DNA polimerases adicionam novos nucleotídeos à cadeia recém-sintetizada. https://slideplayer.com.br/slide/1233453/3/images/15/As%2Benzimas%2Benvolvidas%2Bna%2Breplica%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bformam%2Bo%2Breplissomo.jpg 9 O fornecimento das extremidades iniciais 3’OH livre é feito pela DNA primase através da síntese de uma pequena molécula de RNA (iniciador ou “Primer”). Na fita de DNA líder ou contínua (5’→ 3’), um primer é suficiente para que as polimerases iniciem a síntese na nova cadeia de DNA, porém para a fita lenta ou descontínua (3’→5’ ), são necessários diversos primers (fragmentos de Okazaki), pois a síntese ocorre de forma fragmentada. Figura 7 Fonte: LINK Inicialmente, as DNA polimerases excisam os primers de RNA e o substituem por nucleotídeo de DNA, que são complementares à fita de DNA molde, exercendo de forma simultânea suas funções de exonu- clease e de polimerase. Periodicamente, as DNA polimerases atuam também na revisão da fita recém-for- mada, removendo nucleotídeos que foram erroneamente pareados e sintetizando novos no lugar destes. As eventuais lacunas apresentadas são preenchidas pela DNA ligase, especialmente quando há fragmen- tos de Okazaki. A ligação é realizada covalentemente a partir da formação de ligações fosfodiéster entre os fragmentos adjacentes. Todo esse processo permite que as fitas de DNA sejam duplicadas de forma semiconservativa, gerando moléculas geneticamente idênticas, com alto grau de precisão. veja oS vídeoS! Se você quiser acessar esse conteúdo de forma mais interativa, acesse os vídeos dis- poníveis nos links indicados com a duração de 4 minutos e 25 segundos, e 5 minutos e 45 segundos, respectivamente: LINK1 LINK2 https://cdn.pixabay.com/photo/2012/04/25/01/03/diagram-41531_960_720.png https://www.youtube.com/watch%3Fv%3DT3RK7w0nfOc%20 https://www.youtube.com/watch%3Fv%3DtBkhK3t6Aw0%20 10 TranScriÇÃo do dna A transcrição é o processo pelo qual a informação é transferida do DNA para o RNA, geralmente para a síntese de proteínas. Nos organismos eucariotos, o DNA está no núcleo da célula, enquanto as proteínas são sintetizadas no citoplasma celular. Desse modo, a transferência da informação requer a participação de uma molécula intermediária – o RNA. Você já aprendeu que o DNA também tem a função de comandar a síntese das proteínas necessárias à manutenção e funcionamento da célula. A síntese proteica ocorre em duas fases –a Transcrição e a Tradução. Na transcrição, a síntese e o pareamento dos ribonucleotídeos são executados pela RNA polimerase – uma enzima multifuncional, que é responsável pela abertura do DNA, inclusão de ribonucleotídeos e revisão da cadeia recém-sintetizada, lembrando sempre de que no RNA, a Adenina pareia com a Uracila, e que a Guanina pareia com a Citosina, e vice-versa. A base nitrogenada Timina não faz parte da compo- sição dos RNA. Guarde essa informação! Figura 8 Fonte: LINK Outro ponto importante é que na transcrição apenas umas das fitas de DNA atua comomolde para a síntese do RNA. Como o RNA é sintetizado no sentido 5’→3’, o filamento molde deve estar no sentido 3’→ 5’. Diferentemente do que acontece na replicação em que as duas fitas antiparalelas são utilizadas como molde, na duplicação semiconservativa do DNA. https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/images/a/ad/Transcricao_geral.jpg 11 A transcrição pode ser dividida em três estágios: iniciação, alongamento e término. O primeiro evento en- volve o reconhecimento das chamadas regiões promotoras – sequências específicas (TATA box, na região –10 e a sequência TTGACA, na região –35) que devem ser reconhecidas pela RNA polimerase, indicando o início dos genes que serão transcritos. Após a aproximação da RNA polimerase, ocorre o desenovelamento e abertura da dupla fita de DNA, gerando a bolha de transcrição. À medida que são inseridos novos ribonucleotídeos vai sendo formado um curto híbrido de RNA recém-sintetizado, que permanece pareado à fita-molde de DNA até que a RNA polimerase detecte um dos sinais de término da transcrição. Todo o processo é estritamente controlado, com uma velocidade de cerca de 50 nucleotídeos por segundo. O processo de transcrição ocorre no núcleo da célula e para que o RNA recém-sintetizado (pré-RNAm) possa ser transportado até o citoplasma é necessário que ele sofra uma série de modificações, e assim esteja apto a ser traduzido. Os eventos de processamento incluem o revestimento (cap) do pré-RNAm em sua extremidade 5’, a remoção de regiões não codificantes (íntrons) e união de regiões codificantes (éxons) pelos spliceossomos em um processo denominado de “splicing”, e adição de uma cauda poli-A na extremidade 3’ (poliadenilação) do pré-RNAm. A adição do Cap e da cauda poli-A previnem a ação de endonucleases, que poderiam causar a degradação do RNAm, e auxiliam no transporte desta molécula até o citoplasma. Outra função é auxiliam o posicio- namento do RNAm nas subunidades dos ribossomos, o que é essencial na etapa de tradução do DNA. Figura 9 Fonte: LINK https://www.algosobre.com.br/images/stories/biologia/splicing1.jpg 12 Nos organismos eucarióticos, um processo chamado de Splicing alternativo garante o aumento da di- versidade de proteínas que um determinado organismo pode codificar. Este mecanismo é regulado ge- neticamente, resultando na codificação de múltiplas proteínas a partir de um único gene. As proteínas produzidas são diferentes tanto na sequência de aminoácidos como também em suas funções biológicas, em alguns casos. O princípio do splicing alternativo é a inclusão/exclusão de éxons de um transcrito pri- mário, produzido por certo gene. Figura 10 Fonte: LINK vocÊ Sabia? Querido (a) aluno (a), você sabia que m 2003, os resultados do “Projeto Genoma humano” foram apresen- tados para toda a comunidade científica? Sim! Foi uma pesquisa científica que contou com a participação de 18 países em um esforço para deter- minar o sequenciamento de bases nitrogenadas de todo genoma humano. Esse projeto possuía alguns objetivos, tais como: 1. Identificar todos os genes humanos; 2.Oferecer um banco público de dados com os resultados obtidos, visando o embasamento de pesquisas nas áreas científicas, médicas e farmacológicas, entre outras; 3. Desenvolver novas metodologias e ferramentas, mais rápidas e práticas, para pesquisadores em Ge- nética molecular. ??? https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images%3Fq%3Dtbn:ANd9GcRfC7-XiZDVlV7UATzCQw0INNsUTg--T8h2CMPJuJsbyVRyplAS 13 Na próxima imagem, você verá os principais resultados alcançados nessa iniciativa: Figura 11 Fonte: LINK TraduÇÃo do dna e cÓdiGo GenÉTico O processo de tradução envolve a “descodificação” de uma mensagem de RNAm maduro (sequência de nucleotídeos) em um produto polipeptídico (sequência de aminoácidos) durante a síntese proteica. Parti- cipam da tradução três classes de RNA – RNA transportador, RNA mensageiro e RNA ribossômico. Figura 12 Fonte: LINK https://image.slidesharecdn.com/projetogenomahumano-131024191449-phpapp01/95/projeto-genoma-humano-9-638.jpg%3Fcb%3D1382642140 https://essaseoutras.com.br/wp-content/uploads/2011/09/tipos-de-rna.png 14 Guarde eSSa ideia! Utilize o esquema abaixo para memorizar as principais funções de cada uma das clas- ses de RNA, envolvidas na síntese de proteínas. Figura 13 Fonte: LINK Enquanto a transcrição ocorre no núcleo celular, a tradução é realizada no citoplasma, graças a participação de uma organela celular denominada de ribossomo. Os ribossomos são formados basicamente por RNA ribossômico, possuindo duas subunidades uma maior e outra menor que se unem durante a tradução. Figura 14 Fonte: LINK http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/images/3TIPOS.png https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Ribosome_mRNA_translation_pt.svg/450px-Ribosome_mRNA_translation_pt.svg.png 15 Na subunidade pequena liga-se o RNAm e na subunidade grande o RNAt – responsável por trazer os aminoácidos que irão compor a proteína em crescimento. Cada molécula de mRNA é traduzida simulta- neamente por muitos ribossomos (polirribossomos ou polissomos.), gerando proteínas em uma mesma direção. Figura 15 Fonte: LINK A leitura do RNAm é feita em trincas (códons), de três em três nucleotídeos, que são complementares às sequências dos RNAt correspondentes (anticódons), seguindo as informações pré-estabelecidas do códi- go genético. A sequência de nucleotídeos de uma molécula de mRNA é traduzida na sequência apropriada de aminoácidos de acordo com as determinações do código genético. Ao todo, existem 64 trincas possíveis de nucleotídeos, porém apenas 61 codificam a produção de ami- noácidos. Isto porque há um códon que indica o início da tradução (AUG), há 3 códons que sinalizam o término da tradução (UAA, UGA e UAG), e para vários aminoácidos há códons redundantes. A serina, por exemplo, pode ser codifica por 4 diferentes tipos de códons. Algo que se repete para outros aminoácidos, resultando em 20 aminoácidos das 64 trincas possíveis. http://www.biowiki.com.br/lib/exe/fetch.php%3Fhash%3Ddaa2c1%26w%3D600%26media%3Dhttp%253A%252F%252F1.bp.blogspot.com%252F-_iT_RfZjNNU%252FTzZntYcPMjI%252FAAAAAAAAAI4%252FVDQMnM_41yM%252Fs1600%252Ftraducao.jpg 16 Veja o quadro, a seguir, e observe a importância dessas informações: Figura 16 Fonte: LINK O início da tradução depende da associação de um ribossomo, com um RNAm e seu respectivo RNAt car- regando o aminoácido metionina, no sítio P do ribossomo. O anticódon do códon iniciador (AUG) é o UAC. Posteriormente, outro RNAt carregado liga-se ao ribossomo no sítio A, e com isso o ribossomo catalisa a ligação dos aminoácidos, carregados pelos seus RNAt. Logo após, o ribossomo desloca-se pela molécula de RNAm e faz a leitura de outra trinca de bases. Novos RNAt são recrutados com base nos códons do RNAm e novas ligações entre os aminoácidos são sintetizadas, até encontrar que sejam alcançadas as sequências de finalização (UAA, UGA e UAG), que indicam o término da tradução. Ao final, o polipeptídeo é liberado do ribossomo, que se torna disponível para começar a síntese de outra proteína. Figura 17 Fonte: LINK https://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/Citologia2/codons.JPG https://www.planetabiologico.com.br/wp-content/uploads/2018/09/1-7.jpg 17 Agora que você já reviu e aprendeu os princípios e mecanismos moleculares básicos da estrutura e do funcionamento do DNA e RNA, replicação, transcrição e tradução, vamos entender o que são e como ocorrem as mutações, bem como os principais mecanismos de reparo do DNA. Vamos começar! muTaÇÕeS: oriGem e cLaSSiFicaÇÃo Mutações são alterações do material genético de um organismo que podem afetar um lócus gênico espe- cífico (mutações gênicas ou pontuais) ou alterar cromossomos (mutações cromossômicas), cujo aprofun- damento você verá no guia de estudos II. As mutações gênicas podem ser classificadas de acordo com: 1. Etiologia Espontâneas Induzidas (agentes mutagênicos) 2. Tipo de célula afetadaSomáticas – células que formam o corpo em geral Germinativas – células que formam os gametas 3. Mutações pontuais Substituição Transição – substituição de uma purina/purina ou pirimidina/pirimidina Transversão – substituição de uma purina/pirimidina ou pirimidina/purina Efeito Direto Reverso Silencioso Neutro Deleção ou inserção Mudança na matriz de leitura Não haver mudança na matriz de leitura 18 Veja no quadro abaixo alguns exemplos de mutações gênicas pontuais. Figura 18 Fonte: LINK dica É sempre bom fazer um resumo dos aspectos mais importantes vistos na sua rotina de estudos, não é verdade? https://chem.libretexts.org/%40api/deki/files/97313/19.15a.jpg%3Frevision%3D1%20%20 19 Segue uma dica para você, estimado (a) estudante): utilizae o quadro a seguir como uma ferramenta na fixação do conteúdo visto sobre mutações gênicas. Quadro 1 Fonte: LINK veja o vídeo! Acessando o vídeo disponível no link indicado, você verá uma breve explicação sobre os principais tipos e a classificação das mutações gênicas (com duração: de 6 min e 5 s), de forma mais dinâmica. LINK aGenTeS muTaGÊnicoS Por definição, agente mutagênico é todo tipo de fator ou componente capaz de gerar mutação no material genético. Os agentes mutagênicos podem ser de três tipos: 1. Agentes físicos Exemplos: radiação ionizantee e a raios UV; Tipos de danos: dímeros de pirimidina (ex.: timina); Os efeitos biológicos resultantes dependem de alguns fatores como: localização da fonte (dentro ou fora do organismo), tipo de radiação, nível de energia e das características do material que as absorve (densidade, conteúdo hídrico, etc.). https://biologianolaboratorio.files.wordpress.com/2012/01/mutac3a7c3b5es-gc3a9nicas.png https://www.youtube.com/watch%3Fv%3DQHuhkj3I8l0 20 Figura 19 2. Agentes químicos Exemplos: análogos de bases, compostos com ação direta, agentes alquilantes e corantes de acridina; Tipos de danos: não disjunção meiótica, quebras cromossômicas e mutações pon- tuais; A ação deles sobre a molécula do DNA é potencializada nos gametas femininos e masculinos, em particular durante a gametogênese. Figura 20 3. Agentes biológicos Exemplos: vírus, bactérias e alguns protozoários Tipos de danos: podem induzir mutações e a transformação de células normais; A transformação, multiplicação e disseminação de células malignas pode gerar o aparecimento de tumores malignos. 21 mecaniSmoS de reParo do dna O reparo do DNA é desempenhado por uma série de processos e enzimas que têm por objetivos identificar e corrigir danos no material genético. Vários fatores podem causar tais erros no DNA, em particular os chamados agentes mutagênicos, discutidos no tópico anterior. Você sabia que em células humanas os agentes mutagênicos são responsáveis por cerca de 1.000.000 de lesões moleculares por dia, para cada indivíduo? Pois bem, a maioria dessas lesões é capaz de danificar o DNA, podendo alterar ou eliminar a capacidade da célular se dividir, ou de realizar a síntese de proteínas. Algumas lesões geram mutações potencial- mente prejudiciais no genoma celular, cujo reparo é fundamental para a sobrevida celular e manutenção da integridade genômica – célula a célula e de indivíduo para indivíduo. Nesse sentido, os sistemas de reparo precisam estar funcionando constantemente para que esses problemas sejam solucionados de forma rápida e precisa, ou pelo menos que os danos sejam minimizados. A taxa de reparo do DNA depende de uma série de fatores que envolvem o tipo e a idade celular, além das condições do meio extracelular. Ao longo de sua vida, uma célula pode ter acumulado uma quantidade significativa de erros no DNA, e assim poderá ter um dos três possíveis fins: a) entrar em um estado irreversível de dormência (senescência); b) induzir o suicídio celular ou apoptose (morte celular programada); c) iniciar o processo de carcinogênese – a formação de câncer. De modo geral, as células tornam-se inicialmente senescentes, alterando a sua biossíntese e funciona- mento; porém após danos irreparáveis a apoptose é iniciada, funcionando assim como útima alternativa à transformação celular que pode ser letal a sobrevida do organismo. Tenha sempre em mente que nem toda mutação irá originar uma célula cancerígena. Há uma série de etapas que precisam ser vencidas para que a célula transformada se matenha e se dissemine no “pool” de células de um determinado organismo, até que eventualmente haja a formação de um tecido neoplásico, que pode ou não se infiltrar em outros tecidos ou órgãos. Você já deve ter percebido que a capacidade de reparo de uma célula é vital não só para as células, mas para todo o organismo, não é mesmo? Atualmente, vários estudos têm demonstrado que alguns genes inicialmente apontados como influentes na longevidade estão, na verdade, envolvidos na proteção e no reparo aos danos no DNA. Como forma de restaurar as informações perdidas, as células podem utilizar uma fita de DNA complemen- tar, que não alterada, de um mesmo cromossomo (cromátide-irmã) ou de um cromossomo-homólogo. Caso isso não seja possível, o reparo dos danos torna-se mais propenso a erros. Vamos conhecer alguns desses mecanismos e suas características. 22 Quando somente uma das fitas de um determinado cromossomo foi danificada, a outra fita pode ser uti- lizada como modelo para a correção do erro. Dentre os diversos mecanismos de reparo, há aqueles que incluem: Danos à fita simples do DNA Reversão direta do dano que remove especificamente grupamentos metila da guanina, através da ação da metil-guanina metil-transferase que, através da luz UV, quebra a ligação química (fotólise) entre bases de timidina adjacentes nas bactérias. Nesse sistema, não necessidade de se utilizar uma fita-molde no reparo do dano; Reparo por mecanismos de excisão que removem o nucleotídeo danificado, e refa- zendo a fita danificada através do com a fita de DNA complementar não dainifcada; Reparo de excisão de bases (“Base excison repair”), que repara danos em nucleo- tídeos decorrentes de processos de oxidação, alquilação, hidrólise ou desaminação; Reparo por excisão de nucleotídeos (“Nucleotide excision repair”), que repara os danos, removendo os nucleotídeos em bloco. Nesse reparo é importante na correção de danos que causam distorções na dupla fita do DNA (ex.: a dimerização de timidina causada por luz UV), e quebras em uma das fitas do DNA; Reparo de pareamentos errados (“Mismatch repair”), que corrige erros gerados durante a replicação do DNA e na recombinação gênica, que geram o pareamento incorreto dos nucleo- tídeos. O tipo mais grave de dano à dupla fita do DNA é aquele que envolve a quebra ou ruptura da dupla hélice, principalmente quando as células estão em divisão. Há dois mecanismos de reparo para este tipo de dano, conhecidos como união terminal não-homóloga (“Non-Homologous End-Joining”) e recombinação homóloga. Danos à dupla-fita do DNA Na recombinação homóloga é preciso haver a presença de uma sequência idêntica para ser utili- zada como cópia para o reparo do dano. A maquinaria enzimática atuante é similar àquela empregada no “crossing-over” na meiose; A união terminal não-homóloga reúne diretamente as duas porções terminais de uma quebra por não haver uma sequência que possa ser copiada. Inevitavelmente, há perda de informação genética e por isso, esse sistema de reparo pode ser mutagênico. 23 viSiTe aS PáGinaS Se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre mutações e sistema de reparo, acesse os links a seguir: LINK1 LINK2 LINK3 PaLavraS FinaiS do ProFeSSor Prezado (a) aluno (a), chegamos ao final deste guia de estudos e assim você encerra os conteúdos da I unidade. O conteúdo aqui descrito lhe servirá como material de apoio em sua rotina de aprendizagem, direcionando seus estudos e enriquecendo em concei- tos que serão tão importantes na vivência desta disciplina. Aqui, você aprendeue revisou alguns conceitos e mecanismos básicos em Genética – DNA, RNA, replicação, transcrição e tradução do DNA. Também passou a entender quais são as consequências de falhas nesses mecanismos, que podem ser gerados es- pontaneamente ou pela ação de agentes mutagênicos (químicos, físicos ou biológicos), além de ter conhecido alguns sistemas de reparo, que podem ser utilizados para corrigir ou minimizar esses problemas. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3005337/mod_resource/content/1/BiologiaMolecular_texto03%2520%25283%2529.pdf http://www.conhecer.org.br/enciclop/2017a/agrar/mecanismos%2520de%2520reparo.pdf https://pt.khanacademy.org/science/biology/dna-as-the-genetic-material/dna-replication/a/dna-proofreading-and-repair _GoBack Para início de conversa A ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DO DNA DNA E RNA: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS COMPACTAÇÃO DO DNA REPLICAÇÃO DO DNA TRANSCRIÇÃO DO DNA TRADUÇÃO DO DNA E CÓDIGO GENÉTICO MUTAÇÕES: ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO Veja o vídeo! AGENTES MUTAGÊNICOS MECANISMOS DE REPARO DO DNA
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