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Aula 04 Paulo Heraldo Costa do Valle Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS PAULO HERALDO COSTA DO VALLE Olá! Meu nome é Paulo Heraldo Costa do Valle. Sou formado em fisioterapia, com mestrado e doutorado em fisiologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com uma experiência técnico, profissional e acadêmica na área de saúde a mais de 25 anos. Trabalhei em várias como a Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), Universidade Gama Filho (UGF), Universidade Ibirapuera (UNIb), Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e Kroton Educacional. Já trabalhei como consultor AD HOC do MEC para autorização, reconhecimento e renovação de cursos de graduação durante 10 anos e fui membro da Comissão Assessora do Curso de Fisioterapia do Exame Nacional de Desempenho do Estudante – ENADE. Fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da Comissão de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO e membro da Comissão de Sindicância do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO. Fui Vice-Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia e Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia. Além da Telesapiens já produzi conteúdos para a Kroton Educacional, Editora Guanabara Koogam, 5G Educacional, Uninter, Delínea, Must, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e DPContent. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso trabalho junto com a Editora Telesapiens compondo o seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre. Autor INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e inda- gações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Certificação e acreditação 12 Introdução a Certificação e acreditação 12 Instrumentos utilizados 12 Modelos de avaliação externa 12 Modelos de avaliação interna 13 Sistema Nacional de Auditoria 13 Federal 13 Estadual 13 Municipal 14 Organização Nacional de Acreditação 15 Itens que são avaliados no processo de acreditação 16 Missão e filosofia da instituição 16 Normas e desempenho atuais 17 Gerenciamento de processos 17 Infraestrutura 17 Análise dos dados registrados 17 Elaboração de programas 17 História da acreditação e instituições acreditadoras 18 Introdução à história da acreditação 19 Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations 20 Identificação dos clientes/pacientes de forma correta 20 Melhoria da comunicação mais efetiva 20 Melhora na segurança dos medicamentos de alta vigilância 21 Assegurar cirurgias com local de internação, procedimento e cliente/paciente corretos 21 Diminuição do risco de infecções que estão relacionadas com os cuidados de saúde 21 Diminuição dos riscos de lesões em função das quedas dos clientes/pacientes 21 Instituições acreditadoras nacionais e internacionais 22 Gestão de qualidade 23 Princípios da gestão de qualidade 23 Foco no cliente 23 Liderança 24 Envolvimento dos colaboradores 24 Abordagem de processo 24 Abordagem sistêmica para a gestão 24 Melhoria contínua 25 Abordagem factual para a tomada de decisão 25 Benefícios mútuos quanto a relação com os fornecedores 25 Certificação ONA 25 Processo da certificação ONA 25 Níveis de certificação 26 Sistema Nacional de Acreditação 28 Introdução ao Sistema Nacional de Acreditação 28 Condições necessárias para os serviços de análises clínicas 28 Independência, integridade e imparcialidade 29 Cooperação com os clientes/pacientes 29 Cooperação com autoridades sanitárias 29 Programa externo de avaliação da quantidade 29 Cooperação com o DICQ 29 Atuação dos profissionais nos processos de acreditação 29 Indicadores de desempenho e modelos de avaliação médica 31 Papel do enfermeiro na acreditação 32 Gestão de risco 34 Plano de ação para prevenção 35 Agência Nacional de Saúde 36 Programa de Qualificação de Prestadores (QUALISS) 37 Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência a Saúde 38 Programa de Qualificação das Operadoras 38 Psicofarmacologia Clínica 9 UNIDADE 04 Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento10 Olá, tudo bem com você? Gostaria de convidar você a continuar este processo de conhecimento e aprendizagem, tenho certeza que será muito enriquecedor, repleto de desafios e estímulos para o seu o crescimento! Você é o nosso convidado especial para continuar esta viagem através do conhecimento, durante essa trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantes e desafiadoras em todo este percurso. O tema desta quarta unidade é “Importância da acreditação e certificação”, o qual está dividido nos seguintes conteúdos: certificação e acreditação, história da acreditação e instituições acreditadoras, gestão de qualidade e Sistema Nacional de Acreditação. Bons estudos! INTRODUÇÃO Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Diferenciar certificação de acreditação. 2. Conhecer a história da acreditação e das instituições acreditadoras. 3. Compreender a gestão de qualidade. 4. Analisar o Sistema Nacional de Acreditação. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conheci- mento? Ao trabalho! OBJETIVOS Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento12 Certificação e acreditação INTRODUÇÃO: Neste item, você terá uma introdução à certificação e à acreditação, instrumentos utilizados (modelos de avaliação externa e modelos de avaliação interna), Sistema Nacional de Auditoria (Federal, Estadual e Municipal), Organização Nacional de Acreditação, itens que são avaliados no processo de acreditação (missão e filosofia da instituição, normas e desempenho atuais, gerenciamento de processos, infraestrutura, análise dos dados registrados e elaboração de programas) e elaboração de programas. Introdução a Certificação e acreditação Para que a política de qualidade nos hospitais possa ser aprimorada é necessário o conhecimento sobre todas as diretrizes e estratégias. Portanto, a melhor saída, nesse casso, é um bom planejamento sendo então possível o estabelecimento de todas as necessidades da empresa, sendo necessário, neste caso, a realização de um programa de avaliação internoe uma avaliação externa com base em todos os conceitos internacionais. Instrumentos utilizados Os intrumentos que podem ser utilizados, nesses casos, são os seguintes: � modelos de avaliação externa; � modelos de avaliação interna. Acompanhe cada um deles a seguir. Modelos de avaliação externa Todos os modelos de avaliação externa estão associados à acreditação dos serviços de saúde como, por exemplo, as normas da International Organizatiomn for Standardization (ISO). Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 13 Modelos de avaliação interna Todos estes modelos são elaborados por profissionais que estão em contato direto com o hospital, para conseguirem determinar quais são os pontos que podem ser considerados como frágeis através da utilização de ferramentas da gestão de qualidade. Todo sistema de avaliação da qualidade vai permitir um maior desempenho por parte de todas as instituições de saúde, inclusive o hospital, possibilitando o acompanhamento de todas as transformações que são necessárias para que os serviços sejam mais aceitáveis a todos os clientes. Através da Lei n° 8.080 de 1990 e Lei n° 8.689 de 1993 foi instituído o Sistema Nacional de Acreditação, organizando a fiscalização de todos os órgãos tanto de controle interno e externo por meio de todos os níveis do governo. Sistema Nacional de Auditoria Os vários métodos de avaliação de qualidade podem e devem ser utilizados de acordo com as necessidades e interesses de cada hospital, em função das competências que são atribuidas pelo Sistema Nacional de Auditoria em: � federal; � estadual; � municipal. Acompanhe cada uma das competências. Federal As ações e os serviços de saúde que possuem abrangênca nacional devem seguir todas as normas da política nacional de saúde. Todos os recursos federais são repassados aos Estados e aos municípios de acordo com os termos legais por meio das avaliações de gestão. Estadual Os recursos estaduais são revertidos aos municípios de acordo com a legisação própria de cada unidade federada. Todas as ações previstas no plano estadual de saúde são executadas por meio da colaboração dos recursos federais. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento14 Municipal Todas as ações e os serviços de saúde municipais são realizados por meio de recursos próprios através dos repasses estaduais, também podem ser executados consórcios intermunicipais. As avaliações devem ser pautadas através de padrões que vão considerar tanto o objetivo e as possibilidades para realizar várias ações a fim de garantir o sucesso da empresa. A proposta não é apenas a acreditação de um determinado hospital, mas sim indicar quais são todos os caminhos necessários para que se possa atingir um nível de excelência. Portanto, a acreditação pode ser considerada como um método de avaliação da capacidade e o desempenho do hospital e quanto ele está perto da qualificação pretendida qnuato ao atendimento de todos os seus clientes/pacientes. Figura 1 - Auditoria Fonte: pixabay Consequentemente, para a acreditação, são necessários alguns padrões de qualidade que possam ser superiores ao mínimo solicitado por meio de todos os órgãos governamentais. Os padrões necessários para a qualidade vão permitir: � melhora da qualidade quanto ao atendimento oferecido aos clientes/pacientes. � estímulo à associação entre os membros da equipe de trabalho; � possibilidade de uma maior aproximação entre todos os colaboradores do hospital; � maior controle quanto ao custos; � avaliação antecipada de todas as etapas elaboradas no planejamento institucional, como também com relação aos resultados esperados; Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 15 � elevação da eficiência e efetividade com relação aos serviços prestados; � elevação da confiança e da fidelidade dos clientes/pacientes. � diminuição dos riscos e desperdícios do tempo e do material utilizado; � valorização e motivação de todos os colaboradores. Os padrões de acreditação devem atuar por meio de estímulos para que o hospital possa encontrar um caminho para a elevação do padrão da qualidade. Organização Nacional de Acreditação Conforme a Organização Nacional de Acreditação (ONA) o sistema de avaliação e certificação da qualidade nos serviços de saúde possui uma natureza voltada para a educação buscando sempre a melhora de forma continuada não tendo a finalidade de fiscalizar ou controlar de forma oficial (governamental), não podendo ser confundida com todos os procedimentos relacionados com a licença e as atividades do Estado. Todo o processo de acreditação está baseado através de três princípios, sendo eles: � ser voluntário realizado por meio da livre escolha do hospital; � ser periódico por meio das organizações de saúde para a certificação e durante o período da sua validade do certificado; � todas as informações coletadas em cada hospital durante o processo de avaliação não podem ser divulgadas. A acreditação é um método considerado de consenso e racionalização por parte de todos os hospitais considerado também como um sistema de educação permanente de todos os profissionais. É um processo voluntário onde é passado por meio de uma auditoria externa para avaliação do cumprimento de todos os critérios e padrões pré determinados através de uma empresa de forma independente é que de acordo com os resultados pode ou não receber a acreditação. Todo este processo ocorre por meio de entrevistas através da verificação de todas as atividades dos setores que serão analisados além de um exame rigoroso de todos os documentos. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento16 Tudo o que for apresentando durante as entrevistas precisa ser comprovado por meio de registros oficiais. Todo o processo de avaliação vai ser encerrado posteriormente a produção e aprovação do relatório final da instituição responsável pela acreditação que vai expedir o parecer conferindo ou não a referida certificação. No caso do hospital não concordar com o referido resultado ele pode solicitar um recurso com o objetivo de ser feito uma averiguação. A Joint Commission Accreditation, Health Care, Certification (JCAHO) foram criadas tendo como objetivo a criação de uma cultura de segurança e qualidade dentro do próprio hospital, sendo exercida internacionalmente por meio da Joint Commisssion International (JCI) e no Brasil a parceria é realizada por meio do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). Itens que são avaliados no processo de acreditação Existem vários itens que são avaliados durante o processo de acreditação entre eles: � missão e filosofia da instituição; � normas e desempenho atuais; � gerenciamento de processos; � infraestrutura; � análise dos dados registrados; � elaboração de programas. Vamos conhecer cada item com detalhes. Missão e filosofia da instituição Com relação a análise da missão e da filosofia deve ser levado em consideração se o hospital realmente apresenta a qualidade desejada, além da preocupação quanto ao valor da qualidade para este hospital. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 17 Normas e desempenho atuais Deve ser levado em consideração o que já existe no hospital e o que vai ser alterado, o hospital deve estar envolvido com a implantação dos padrões determinados pela entidade que vai realizar a acreditação. Sendo fundamental avaliar o desempenho e a motivação de todas as equipes que pertencem ao hospital. Gerenciamento de processos O gerenciamento dos processos está relacionado com a capacidade de realização de um plano estratégico tendo como objetivo alcançar os níveis esperados quanto a qualidade por meio da avaliação da eficiência do plano e dos resultados atingidos. Neste gerenciamento estão incluidos tanto o treinamento como a capacitação de todos os colaboradores, controle e a orientação de todos os indivíduos. Infraestrutura A infraestrutura correta possibilitaque o processo seja efetuado através de uma maior seriedade e eficiência garantindo que os resultados sejam atingidos. Todos os recursos relacionados com a infraestrutura se forem trabalhados de forma adequada vão garantir que os padrões esperados sejam atingidos. Análise dos dados registrados O processo de acreditação requer que sejam registradas toda as ações realizadas para a execução da análise e avaliação dos dados possibilitando que todas as informações possam estimular a prática de novas condutas tendo como objetivo a melhora da qualidade. Elaboração de programas A elaboração dos programas de acordo com as determinações da entidade acreditadora deve ser efetuada através dos recursos custeados pelo hospital. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento18 Neste programa devem também fazer parte a viabilidade financeira para garantir que a qualidade seja atingida em função do cumprimento dos padrões pré determinados pela empresa certificadora. RESUMINDO: Neste item foi estudado em detalhes um tema muito importante que é a certificação e a acreditação através dos assuntos abordados que foram a introdução à certificação e à acreditação, instrumentos utilizados (modelos de avaliação externa e modelos de avaliação interna), Sistema Nacional de Auditoria (Federal, Estadual e Municipal), Organização Nacional de Acreditação, itens que são avaliados no processo de acreditação (missão e filosofia da instituição, normas e desempenho atuais, gerenciamento de processos, infraestrutura, análise dos dados registrados e elaboração de programas) e elaboração de programas. Com este conteúdo abordado você agora tem condições de entender o que é necessário e como funciona o processo de acreditação. História da acreditação e instituições acreditadoras INTRODUÇÃO: Neste item será estudado a introdução a história da acreditação, Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (Identificação dos clientes/ pacientes de forma correta, melhoria da comunicação mais efetiva, melhora na segurança dos medicamentos de alta vigilância, assegurar cirurgias com local de internação, procedimento e cliente/paciente corretos, diminuição do risco de infecções que estão relacionadas com os cuidados de saúde, diminuição dos riscos de lesões em função das quedas dos clientes/pacientes) e instituições acreditadoras nacionais e internacionais. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 19 Introdução à história da acreditação Todos os mecanismos relacionados com a avaliação da qualidade dos serviços de saúde, surgiram por volta do começo do século XX, porém apenas nos últimos 20 anos é que houve a consolidação no Brasil de uma forma mais significativa. Nos Estados Unidos no ano de 1950 só metade dos hospitais americamos possuiam a acreditação e não existia neste momento nenhum tipo de interesse por parte de todos os serviços de saúde para atingir esta certificação. VOCÊ SABIA? A Joint Comission Internacional Acdreditation, Health Care, Certification é a líder quanto a certificação de todas as empresas de saúde desde 1998. No Brasil o associado direto é o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). A proposta está baseada na promoção da melhoria de forma contínua da qualidade e da segurança com relação aos cuidados realizados para os clientes/pacientes e todos os que são beneficiados por todos os sistemas de serviço de saúde, o que ocorre através dos processos de acreditação e certificações internacionais e nacionais. Apesar do início dos serviços de acreditação de saúde nos Estados Unidos começar de forma independente de qualquer tipo de ação do governo as maiores influências com relação as ações da JCI foram por meio dos serviços de saúde públicos. No ano de 1965 foi estabelecido o programa chamado de Medicare, que foi um programa de saúde admistrado pelo governo americano para todos os indivíduos com mais de 65 anos ou ainda para os indivíduos com necessidades especiais sendo que todo o hospital acreditado pela JCI faria parte, apesar de ser controlada por meio dos profissionais da saúde a acreditação passou a possuir um novo usário ou seja o próprio governo. Este é um grande exemplo para mostrar as mudanças quanto a tendências das instituições da saúde que acabam se solidificando por meio da vantagens sólidas para alcançar a certificação e receberem a acreditação. A acreditação passou posteriormente a ser utilizada tanto pelos governos federais e estaduais como uma forma para a garantida quanto Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento20 a concessão dos hospitais além do estabelecimento da assistência a saúde em várias intituições como por exemplo: � hospitais; � serviços home care; � serviços de apoio ao diagnóstico e a terapêutica; � hospitais dia. Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations A Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO) é considerada como referência em todo o processo devendo ser cumprida várias metas internacionais de Qualidade e Segurança do Paciente entre elas: � identificação dos clientes/pacientes de forma correta; � melhoria da comunicação mais efetiva; � melhora na segurança dos medicamentos de alta vigilância; � assegurar cirurgias com local de intevenação, procedimento e cliente/paciente corretos; � diminuição do risco de infecções que estão relacionadas com os cuidados de saúde; � diminuição dos riscos de lesões em função das quedas dos clientes/pacientes. Identificação dos clientes/pacientes de forma correta Deve ser utilizado a interpretação adequada através da precisão, identificação do indivíduo como cliente para o serviço ou o tratamento que será realizado. Melhoria da comunicação mais efetiva Deve ser criado uma abordagem para que possa ser organizado uma comunicação de forma efetiva entre todos os prestadores do cuidado sendo formada através do receptor, via escrita, verbal ou eletrônica. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 21 Melhora na segurança dos medicamentos de alta vigilância Compreende uma abordagem que possibilite a garantia da segurança dos medicamentos de alta vigilância, além de possibilitar a criação de medidas que possam prevenir todos os problemas que são considerados de alto risco sendo ocasionados em função da utilização de medicamentos inadequados que auxiliem quanto ao plano terapêutico dos clientes/pacientes de uma forma mais adequada. Assegurar cirurgias com local de internação, procedimento e cliente/paciente corretos Devem ser criadas práticas que permitam que as cirurgias possam ser realizadas com o local de intervenção, procedimento e cliente/ paciente correto, elevando o potencial de comunicação interna das equipes de saúde que permitam garantir que o processo cirúrgico possa existir de forma correta e de maneira bastante segura. Diminuição do risco de infecções que estão relacionadas com os cuidados de saúde Deve ser promovido o controle e a prevenção das infecções em todos os setores da assistência a saúde, tendo como base uma abordagem voltada para a diminuição dos riscos ao criar por exemplo um programa permanente para a higienização das mãos. Diminuição dos riscos de lesões em função das quedas dos clientes/pacientes Devem ser criados protocolos para a diminuição dos riscos de lesões em virtude das quedas, tendo como a prevenção e o controle dos riscos através de uma avaliação de toda a população que está sendo atendida, serviços realizados pelas instituições e pelas suas instalações. Deve ser implantado um processo que possibilite a avalição de todos os clientes/pacientes quanto ao início da provisão dos cuidados e que realize uma avaliação quanto a condição de saúde quanto ao passar por alguma alteração. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento22 Através de todas estas metas deve ser criada uma cultura voltada para a qualidade assistencial, por meio de uma melhora permanente de todas as práticasque possibilitem a segurança quanto ao cuidados do cliente/paciente através da implantação dos serviços de educação, consultoria, acreditação e certificação internacional. Instituições acreditadoras nacionais e internacionais Existem muitos programas de acreditação, sendo que vão variar de acordo com o interesse ou a adequação de cada serviço da saúde, em função das áreas de atuação e as especialidades. As normas da ISO foram escritas no ano de 1987, tendo a validade de 3 anos, sendo preciso que exista uma nova auditoria externa de qualidade para a sua renovação. Em função do segmento da instituição e da finalidade quanto ao processo de auditoria a ser instalado, as normas ISO foram reunidas por meio de cinco grupos entre eles: � ISO 9000. � ISO 9001. � ISO 9002. � ISO 9003. � ISO 9004. Todas as normas ISO são utilizadas como base para a certificação de qualidade referentes aos processos, produtos e serviços. RESUMINDO: Neste item foi estudado em detalhes a história da acreditação e as instituições acreditadoras através da introdução a história da acreditação, Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (Identificação dos clientes/ pacientes de forma correta, melhoria da comunicação mais efetiva, melhora na segurança dos medicamentos de alta vigilância, assegurar cirurgias com local de internação, procedimento e cliente/paciente corretos, diminuição do risco de infecções que estão relacionadas com os cuidados de saúde, diminuição dos riscos de lesões em função das quedas dos clientes/pacientes) e instituições acreditadoras nacionais e internacionais. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 23 Através deste importante conteúdo estudado você com certeza conseguiu entender todo o processo histórico do surgimento da acreditação. Gestão de qualidade INTRODUÇÃO: Neste item será estudado os princípios da gestão de qualidade (foco no cliente, liderança, envolvimento dos colaboradores, abordagem de processo, abordagem sistêmica para a gestão, melhoria contínua, abordagem factual para a tomada de decisão, benefícios mútuos quanto a relação com os fornecedores, certificação ONA, processo da certificação ONA e os níveis de certificação. Princípios da gestão de qualidade Existem oito princípios de gestão de qualidade que podem levar um hospital a atingir uma melhora referente ao desempenho entre eles: � foco no cliente; � liderança; � envolvimento dos colaboradores; � abordagem de processo; � abordagem sistêmica para a gestão; � melhora contínua; � abordagem factual para a tomada de decisão; � benefícios mútuos quanto a relação com os fornecedores. Foco no cliente Todos os hospitais necessitam dos seus clientes/pacientes, portanto precisam atender todas as suas exigências atuais e futuras podendo ser realizadas muitas vezes por meio da superação de todas as suas expectativas. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento24 Figura 2 – Foco no cliente Fonte: pixabay Liderança São os líderes que vão proporcionar o rumo correto para a empresa, portanto devem criar e manter um excelente ambiente interno, onde os colaboradores estejam voltados para o propósito quando ao alcance de todos os objetivos do hospital. Envolvimento dos colaboradores Os colaboradores de todos os níveis são considerados como a essência da empresa, o envolvimento por completo permite que as habilidades sejam alcançadas para o benefício de toda a empresa. Abordagem de processo O resultado esperado é atingido de forma mais eficiente quando tanto as atividades como os recursos são gerenciados por meio de processos. Abordagem sistêmica para a gestão Deve ser identificado, gerenciado todos os processos que estão relacionados com o sistema de forma que contribua tanto para a eficácia e a eficiência do hospital para que possa ser atingido todos os objetivos. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 25 Melhoria contínua A melhoria constante quanto ao desempenho global da empresa deve ser considerada como um objetivo constante. Abordagem factual para a tomada de decisão Toda as decisões que são consideradas como mais eficazes estão pautadas na análise de todos os dados e informações. Benefícios mútuos quanto a relação com os fornecedores Todo hospital e os seus fornecedores são considerados como interdenpendentes, sendo que a relação de benefícios recíprocos vão elevar a habilidade para ambos garantindo um aumento possibilitando uma agregação de valor. Certificação ONA A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é considerada como a maior agência responsável pela ceritificação em todo o Brasil, tendo como equipe os profissionais que fazem um curso preparatório do Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA). Após a conclusão do curso é necessário a aprovação em um exame obrigatório de proficiência para que possa então exercer a função durante dois anos, precisando fazer uma renoção após este período. Processo da certificação ONA O processo da certificação ONA está pautado nos indicadores padrão estando relacionados com: � indicadores de destaque nos clientes/pacientes que vão verificar a sua satisfação; � indicadores com foco nos recursos humanos que vão fazer a avaliação quanto o absenteismo, rotatividade, horas de treinamento para cada colaborador e os índices dos acidentes de trabalho. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento26 � indicadores com foco nos clientes/pacientes que verificam o tempo de permanência, taxa mensal de partos cesáreas, infecção hospitar entre outros. � indicadores como foco na admistração, que possibilitem avaliar a taxa de ocupação de todos os leitos, margem líquida da empresa entre outros itens. IMPORTANTE: Para o processo de certifição é necessário que o hospital inicialmente tenha o desejo de ser submetido ao processo de avaliação para que ocorra a acreditação, devendo então realizar o cadastro na ONA e requerer um diagnóstico organizacional a uma das instituições de acreditação credenciadas junto a ONA. O hospital que fez a solicitação vai receber uma visita que tem a finalidade diagnóstica sendo realizada por meio de avaliadores capacitados tendo como objetivo a produção de um relatório individual por setores avaliando todos os processos e os departamentos de serviço estando também inclusos os terceirizados. Após a etapa do diagnóstico o hospital vai se preparar para a avaliação da certificação que vai ocorrer através de uma comissão in loco levando em consideração o nível de avaliação que o hospital pleitea para a sua certificação. Níveis de certificação A certificação é dividida em três níveis diferentes que são: � Nível 1 – Acreditado – Segurança quanto a estrutura física, as condições são baseadas nas leis de Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde. � Nível 2 – Acreditado pleno – Organização de todos os processos (rotinas e registros) através da gestão integrada onde os processos acontecem de forma constante e com comunicação entre as atividades. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 27 � Nível 3 – Acreditado com excelência – Correspondem as práticas de excelência realizadas por meio dos indicadores econômicos, desempenho e de qualidade entre eles a satisfação do cliente, implantação do programa de qualidade e produtividade, avaliando o impacto no sistema produtivo no serviço de saúde. Esta certificação tem a validade de dois anos para os níveis 1 e 2 e de três anos para o nível 3, posteriormente a este período o hospital deve fazer novamente o cadastro na ONA e pleitear outra avaliação de acreditação ou a reavaliação para renovação do certificado. Para padronizar o processo de acreditação pela ONA, o Ministério da Saúde criou o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, sendo formado por seções e subseções. As seções estão relacionadas com os setores ou as unidades que possuem características em comum de forma que a avaliação seja realizada por meiode uma consistência sistêmica. Já as subseções compreendem o foco de cada serviço indo dos mais simples para os mais complexos. Dentro do processo de avaliação todas as subseções apresentam mesmo grau de importância, sendo que cada uma delas possui determinados padrões relacionados com a avaliação da estrutura, processo e resultado do serviço, setor ou unidade. Cada padrão é constituido por uma definição e uma lista de orientação que ajuda na identificação do foco a ser avaliado. RESUMINDO: Neste item foi estudado em detalhes a gestão de qualidade através dos princípios da gestão de qualidade (foco no cliente, liderança, envolvimento dos colaboradores, abordagem de processo, abordagem sistêmica para a gestão, melhoria contínua, abordagem factual para a tomada de decisão, benefícios mútuos quanto a relação com os fornecedores, certificação ONA, processo da certificação ONA e os níveis de certificação. Tenho certeza que agora após de todo o conteúdo estudado você conseguiu entender em detalhes o que é a gestão de qualidade. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento28 Sistema Nacional de Acreditação INTRODUÇÃO: Neste item serão estudados a introdução ao Sistema Nacional de Acreditação, condições necessárias para os serviços de análises clínicas (independência, integridade e imparcialidade, cooperação com os clientes/pacientes, cooperação com autoridades sanitárias, programa externo de avaliação da quantidade e cooperação com o DICQ), atuação dos profissionais nos processos de acreditação (Indicadores de desempenho e modelos de avaliação médica e papel do enfermeiro na acreditação), gestão de risco, plano de ação para prevenção, agência Nacional de Saúde, programa de Qualificação de Prestadores (QUALISS), programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência a Saúde e programa de Qualificação das Operadora. Introdução ao Sistema Nacional de Acreditação Inicialmente as certificações e os processos de acreditação eram realizados apenas pelos hospitais, porém com o desenvolvimento e a preocupação pela qualidade as outras instituições de saúde que não os hospitais começaram também a passar por este processo como por exemplo os serviços de análises clínicas. O Sistema Nacional de Acreditação tem o objetivo de concretizar a acreditação nas empresas da área da saúde. Condições necessárias para os serviços de análises clínicas Existem cinco condições que precisam ser levadas em conside- ração nos serviços de análises clínicas entre elas: � independência, integridade e imparcialidade; � cooperação com os clientes/pacientes; � cooperação com autoridades sanitárias; � programa externo de avaliação da quantidade; � cooperação com o DICQ. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 29 Independência, integridade e imparcialidade Toda instituição deve ter ética e ser confiável e transparente quanto as ações que realizam ficando claro quais são os seus objetivos sempre baseados através da qualidade. Cooperação com os clientes/pacientes Esta providência deve ser tomada de acordo com o nível de satisfação e da excelência quanto ao atendimento a todos os clientes/ pacientes. Cooperação com autoridades sanitárias Através de uma participação mais ativa tanto das instituições em auditorias internas e externas. Programa externo de avaliação da quantidade É obrigatório que toda empresa participe deste programa pelo menos um ano de forma que ela esteja habilitada para participar dos processos de acreditação. Cooperação com o DICQ Deve existir um vínculo entre a empresa e o DICQ quanto ao monitoramento das atividades e dos regulamentos para a acreditação. Atuação dos profissionais nos processos de acreditação Agora será abordado a atuação de cada profissional quanto ao processo de acreditação com relação aos serviços prestados nas empresas. A equipe da saúde possui um papel primordial quanto ao registro de todos os cuidados realizados em cada cliente/paciente através do seu prontuário, sendo que nele contém o diagnóstico, tratamento e todas as anotações referentes a evolução clínica, prescrição de todos os medicamentos, cuidados necessários e utilização de protocolos. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento30 Os prontuários preenchidos corretamente além de auxiliar durante o processo da acreditação são indicadores do que precisa ser realizado para que possa existir melhoras em todo o processo. É importante ressaltar que a prática da revisão dos prontuários é considerada como uma ação central com relação a avaliação da qualidade estando diretamente relacionada com a fidedignidade e o nível de detalhamento de toda as informações registradas. Sendo neste caso fundamental a utilização de sistemas de informação modernos que possibilitem a utilização da melhor forma de todos estes dados. A seguir será abordado o que é considerado referente aos profissionais com relação a formação e a prática clínica. Tabela 2 – Atuação dos médicos para realizar a função na acreditação hospitalar de acordo com níveis recomendados pela ONA NÍVEL I DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O corpo clínico possui uma direção médica que realiza a supervisão de todas as ações assistenciais realizadas pela equipe médica, atuando tanto em tempo integral ou parcial possibilitando o acompanhamento contínuo dos clientes/pacientes que estão internados. - Presença de corpo clínico organizado; - Existência formal do responsável técnico da assistência médica que acompanha todas as decisões referentes ao diagnóstico e o tratamento sendo o responsável por toda a conduta; - Padronização do médico assistente responsável por cada grupo de pacientes; - Relação e divulgação quanto as escalas de plantões presenciais ou a distância; - Conhecimento dos clientes/pacientes ao nome do médico, além do diagnóstico e todos os procedimentos que serão realizados; - Garantia de permanência do atendimento ao cliente/paciente, estando incluido a distribuição de todos os horários de visitas, prescrição das equipes de saúde e o acompanhamento de todo o quadro clínico; - Presença de registros nos prontuários do cliente/paciente sobre todos os cuidados que foram realizados; - Prontuários completos e legíveis com a identificação e a assinatura de todos os profissionais de saúde. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 31 NÍVEL II DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O médico deve atuar conforme as normas do regimento do corpo clínico por meio de ações embasadas nos protocolos clínicos que possuem o programa de educação e treinamento de forma continuada tendo como objetivo a melhoria de todos os processos e as ações médicas que são auditadas através dos registros nos prontuários. - Normatização do regimento referente ao corpo clínico ou manuais e normas, rotinas e procedimentos documentados, atualizados e disponíveis. - Existência de um programa de educação continuada; - Formação de grupos de trabalho com foco na melhoria dos processos, integração institucional, análise crítica dos casos, melhora técnica, controle dos problemas, minimização dos erros e efeitos colaterais; - Estabelecimento de mecanismos de auditora médica interna e externa; - Normatização dos procedimentos voltados para a continuidade e o acompanhamento dos cuidados ao cliente/paciente. NÍVEL III DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O modelo de assistência interprofissional faz parte do programa institucional de qualidade tendo evidências de ciclos de melhoria, dispondo sobre o sistema de aferição da satisfação interna e externa e de avaliação do serviço, em comparação com referenciais de impacto junto à comunidade. - A assistência ao cliente/paciente segue o planejamento em vários níveis de complexidade, com enfoque interprofissional; - Rotinas de avaliação contínua dos protocolos clínicos e de seus resultados; - Implantação de reuniões clínicas periódicas para a discussão dos casos;- Estabelecimento de indicadores epidemiológicos utilizados para o planejamento e a definição do modelo assistencial a ser seguido pela instituição de saúde. - Sistematização dos registros, atas, relatórios e estatísticas referentes as atividades de avaliação da qualidade de assistência. - Realização de comparações dos resultados ao longo do tempo e com referenciais adequados. - Estabelecimento de uma sistema de aferição da satisfação dos clientes/pacientes internos e externos. Fonte: adaptado de Possoli, 2017. Indicadores de desempenho e modelos de avaliação médica Com relação aos indicadores sobre o desempenho e os modelos de avaliação da qualidade durante o desenvolvimento da acreditação é necessário que se tenha um certo cuidado ao se jugar qualquer procedimento referente a um serviço prestado, sendo necessário levar em consideração os seguintes pontos: Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento32 � Análise dos vários dados de forma estruturada como por exemplo: taxa de mortalidade fora de um determinado contexto não pode ser considerada como um indicador confiável para medir a qualidade, porém se for analisada de forma conjunta com um determinado fator vai apresentar uma grande potencialidade para mostrar uma realidade e dar embasamento para que possa ser tomado uma determinada decisão. � Conhecer os processos, setores e profissionais para que possa ser identifcados quais são os pontos frágeis e posteriormente podem trabalhar por meio das correções necessárias. � Estar claro que todas as etapas do processo de acreditação são importantes, além da percepção que o foco não é apenas nos resultados mas sim na qualidade, sendo essencial que seja estabelecido uma cultura de qualidade no hospital e não apenas a preocupação com o recebimento da certificação de qualidade. � Ficar claro que o investimento em todas as ações de qualidade dever ser percebido de uma forma mais ampliada, não podendo ser considerado apenas o custo sem ter uma relação com os retornos que podem ser tanto financeiros, reconhecimento da marca e do serviço, maior captação dos clientes em outros tantos itens. Papel do enfermeiro na acreditação O enfermeiro também desempenha um papel muito importante no processo de acreditação, sendo primordial o seu conhecimento quanto a metodologia da acreditação possibilitando que ele possa escolher quais são as melhores estratégias para a implantação e o desenvolvimento na instituição onde está atuando auxiliando quanto a qualiade e a segurança de todos os clientes/pacientes. Durante todo o processo de acreditação o enfermeiro acaba desempenhando atividades que são consideradas como muito diferentes sendo tanto de natureza assistencial, administrativa, científica e pedagógica. Conforme observado os enfermeiros e a sua equipe realizam também atividades que estão divididas nas suas competências estando separadas em níveis. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 33 Tabela 3 – Atuação dos enfermeiros para realizar a função na acreditação hospitalar de acordo com níveis recomendados pela ONA NÍVEL I DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O serviço é realizado através do responsável técnico que está habilitado, tanto os procedimentos e os controles dos clientes/ pacientes que estão internados devem ser todos registrados no prontuário. A organização da equipe através de escala é realizada de acordo com a habilitação requerida estando conforme as necessidades de cada serviço. - Presença de uma responsável técnico devidamente habilitado, além da supervisão contínua e de forma sistematizada por um profissional habilitado. - A chefia do serviço de enfermagem vai coordenar tanto a seleção como o tamanho da equipe. - Divisão adequada quanto ao número de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem em função das necessidades do serviço e da regulamentação da categoria profissional. - A escala garante que exista a cobertura da assistência que foi prestada e a disponibilidade de pessoal 24 horas por dia sem interrupção das atividades. - Presença de todos os registros no prontuário do cliente/paciente de todos os cuidados que foram realizados. - Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no prontuário do cliente/ paciente de forma completa estando legível, assinado e devidamente identificado. NÍVEL II DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O serviço apresenta manuais e normas quanto as rotinas e fluxos estando todos documentados, atualizados e disponíveis, desenvolvimento de suas ações com base nos protocolos clínicos, disponibilidade de um programa de educação continuada e melhora dos processos, as ações são auditadas através dos registros nos prontuários. - Desenvolvimento de manuais referentes as normas, rotinas e procedimentos documentados, atualizados e disponíveis. - Implantação dos programas de educação e treinamento continuado. - Presença de grupos de trabalho voltados para a melhora dos processos, integração institucional, análise crítica os casos atendidos, melhoria técnica, controle dos problemas, minimização dos riscos e efeitos indesejáveis. - Sistematização de procedimentos voltados para a continuidade dos cuidados ao cliente/ paciente para o acompanhamento dos casos. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento34 NÍVEL III DESCRIÇÃO ITENS DE ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIOS O modelo assistencial de enfoque interprofissional engloba o programa de qualidade, dando evidências quanto aos ciclos de melhora, dispõe de sistema de aferição quanto a satisfação dos clientes internos e externos e de avaliação em comparação com referenciais adequados a comunidade. - Implantação de métodos de avaliação dos procedimentos de enfermagem e de seus resultados. - Acompanhamento dos seus indicadores epidemiológicos utilizados para o planejamento e a definição do modelo assistencial a ser utilizado pelo serviço de saúde. - Realização de comparações dos resultados ao longo do tempo e com referências adequados. - Estabelecimento de um sistema de aferição da satisfação dos clientes/pacientes internos e externos. Fonte: adaptado de Possoli, 2017. Os enfermeiros são considerados como indispensáveis para um programa de qualidade, visto que compõem um número bastante significativo das instituições de saúde e vão atuar de forma direta com os clientes/pacientes internos e externos. A participação ativa do enfermeiro pode ser considerada como o resultado dos programas de qualidade e de acreditação em função de sua atuação direta na capacitação dos profissionais, atuando na reestruturação de todas as rotinas de trabalho e na busca da melhoria de forma contínua da empresa, sendo considerada como parte integrada sendo que a enfermagem possui uma posição bastante privilegiada. Durante o processo de acreditação o enfermeiro vai realizar atividades de pesquisa e discussão clínica, condição clínica profissional estando em contato direto com os clientes/pacientes. A participação dos enfermeiros quanto a elevação da qualidade assistencial é muito grande, sendo fundamental que estejam alinhadas com todas as ações e as responsabilidades da categoria profissional nas instituições de saúde. Gestão de risco Qualquer situação de risco no local de trabalho vai provocar efeitos que são considerados como muito delicados e negativos principalmente na área da saúde. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 35 Todos estes efeitos podem impactar a qualidade do serviço e acabar afetando a competitividade do mercado, de forma que pode levar à perda de clientes/pacientes que podem sofrer algum tipo dano. A gestão de risco tem como meta identificar de forma precoce todos os possíveis danos que podem ser causados aos clientes internos e externos sendo fundamental a existência de várias ações de prevenção para impedir a existência destes eventos. Uma das saídas para este caso quanto a gestão de risco é criar uma equipeque esteja treinada quanto aos riscos e as iatrogenias possuindo um excelente conhecimento sobre toda as rotinas e as ações de cada setor da empresa, conseguindo, portanto, entender todas as situações e tendo condições de identificar todos os possíveis eventos de risco. Através do reconhecimento de todas as situações de risco é possível realizar uma análise de forma detalhada de todos os eventos tendo condições de decidir de forma mais assertativa quanto a melhor estratégia que pode ser utilizada no serviço tendo o objetivo de solucionar o problema. Quanto aos hospitais os principais riscos estão relacionados com a falta de segurança no cuidado com o cliente/paciente, podendo estar envolvido com as iatrogenias que são provocadas pelas equipes de saúde, utilização dos equipamentos de forma não correta, não seguimento dos protocolos, falhas nos processos de esterilização tantos dos equipamentos como dos materiais e a prestação dos cuidados estando envolvidos com a realização de cirurgias e administração dos medicamentos. A partir do momento que um risco é identificado deve ser realizado a intervenção imediatamente através do serviços de educação continuada, grupo de prevenção de acidentes de trabalho, implantação ou revisão dos protocolos assistencias. Plano de ação para prevenção É necessário que seja desenvolvido métodos para auxiliar na prevenção dos riscos e de situações de perigos, possibilitando que seja identificado todos os fatores que estão envolvidos. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento36 A gestão de risco deve fazer parte de uma instituição de forma permanente, sendo que o ideal é que seja incorporado dentro da sua filosofia e rotina da empresa. O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) tem como foco garantir que todos os serviços de saúde garantam a segurança para todos os clientes/pacientes. Este programa parte da proposta que a gestão de riscos propõe que existam princípios e diretrizes que permitam criar uma cultura de segurança, organizando todos os processos de gerenciamento e trabalhando de forma transparente. A seguir será abordado algumas agências reguladoras, sendo uma delas a Agência Nacional de Saúde (ANS). Agência Nacional de Saúde O propósito institucional da agência Nacional de Saúde é incentivar o interesse a defesa quanto ao interesse público para a assistência suplementar a saúde, regulando as operadoras setoriais até mesmo com relação aos prestadores e aos consumidores possibilitando o desenvolvimento das ações de saúde em todo o Brasil. Esta agência faz a cobertura assistencial e das condições do acesso, entradas das operadoras de saúde, preço para comercialização dos planos, fiscalização de forma direta e indireta quanto a regulação e a integração ao SUS. Toda as operadoras que trabalham como os planos de saúde são obrigadas a cumprirem as determinações legais que estão relacionadas com a utilização das instalações, equipamentos e recursos humanos. A partir do ano 2000 devido a criação de várias leis regulatórias todas as operadoras dos planos de saúde iniciaram os processos de auditoria da qualidade nas prestadoras credenciadas ou para serem credenciadas por meio das determinaçõe da agência reguladora do setor. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 37 Programa de Qualificação de Prestadores (QUALISS) Este programa está relacionado com o estabelecimento dos atributos de qualificação para o aprimoramento da qualidade assistencial disponibilizada pelos prestadores de serviços, avaliação da qualificação dos prestadores de serviços, divulgação das características da qualificação como: acreditação, segurança do paciente, qualificação profissional, monitoramento da qualidade através dos indicadores. O QUALISS possui um Comitê Técnico de Avaliação de Qualidade Setorial (COTAQ) tendo como objetivo auxiliar a ANS quanto a criação de critérios para a verificação e o controle da qualidade da prestação dos serviços de saúde suplementar através da participação dos vários colaboradores do setor. Para a atuação do QUALISS, a ANS possui empresas que contém participantes que auxiliam não apenas quanto a elaboração dos critérios, mas também para a coleta e a consolidação dos dados. O Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar apareceu para auxiliar quanto a qualificação dos prestadores de serviços na saúde suplementar, expandindo quanto a disponibilidade de todas as informações. O objetivo deste programa e dar uma maior liberdade para a avaliação e a escolha dos prestadores das operadoras e também dos beneficiários dos planos de saúde. Os princípios são os seguintes: � transparência para a transmissão das informações para a sociedade; � avaliação da qualificação dos prestadores; � divulgação das características da qualificação; � estabelecimento das características da qualidade funda- mentais para aumentar a qualidade assistencial; � garantia da voluntariedade quanto a participação dos presta- dores de serviço. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento38 Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência a Saúde O Programa de Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência a Saúde foi criado por meio da Resolução Normativa n ° 277 de 04 de novembro de 2011. Este Programa de Acreditação é uma atividade voluntária relacionada com a adequação e a eficiência de todos os serviços disponiveis pelas operadoras, sendo executado pelas instituições acreditoras, tendo como função a certificação da qualidade assistencial das operadoras de planos de saúde. A certificação é decorrente da avaliação que foi realizada por meio das associações de acreditação aprovadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Desde o dia 03 de maio de 2013 as empresas de acreditação estão obrigadas a serem habilitadas junto ao Instituito Nacional de Metrologia, Qualidae e Tecnologia (INMETRO). É fundamental que fique claro que a análise das entidades de acreditação deve levar em consideração vários itens para a concesão da certidão. Programa de Qualificação das Operadoras No ano de 2015 a resolução n° 386 fez a definição do Programa de Qualificação de Operadoras tendo a proposta de incentivar as operadoras atuarem como gestoras de saúde, além de aperfeiçoar a sua capacidade regulatória. O Programa de Qualificação das Operadoras corresponde a avaliação sistemática de um grupo de atributos previstos quanto ao desempenho das áreas, organizações e serviços com relação ao setor de saúde suplementar com a avaliação do desempenho das operações chamadas de qualificação das operadoras. De acordo com o artigo 8 a avaliação das operadoras é realizada tendo como base os indicadores determinados pela ANS e normatizados através de fichas técnicas que devem conter no mínimo os seguintes itens: Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento 39 � identificação; � conceituação; � método de cálculo; � definição dos termos utilizados; � meta; � critério de pontuação � fonte de dados O desempenho dos indicadores é calculado através da razão entre a pontuação atingida e a pontuação fixada pela ANS podendo variar de zero a um. RESUMINDO: Neste item foi estudado em detalhes o que é o Sistema Nacional de Acreditação, através da abordadem da introdução ao Sistema Nacional de Acreditação, condições necessárias para os serviços de análises clínicas (independência, integridade e imparcialidade, cooperação com os clientes/pacientes, cooperação com autoridades sanitárias, programa externo de avaliação da quantidade e cooperação com o DICQ), atuação dos profissionais nos processos de acreditação (Indicadores de desempenho e modelos de avaliação médica e papel do enfermeiro na acreditação), gestão de risco, plano de ação para prevenção, agência Nacional de Saúde, programa de Qualificação de Prestadores (QUALISS), programade Acreditação de Operadoras de Planos Privados de Assistência a Saúde e programa de Qualificação das Operadora. Após todos estes conteúdos estudados você conseguiu compreender como funciona o Sistema Nacional de Acreditação. Gestão Hospitalar e Qualidade no Atendimento40 BIBLIOGRAFIA BURMESTER, H. Manual de gestão hospitalar. Editora FGV, 2012. BURMESTER, H. Gestão da qualidade hospitalar. Editora Saraiva, 2013. CHIROLI, DMG. Avaliação de sistemas de qualidade. Editora Intersaberes; 2016. MELLO, CHP. Gestão da qualidade. São Pauo, Editora Pearson. 2011. NASCIMENTO, AB. Gestão hospitalar e qualidade do atendimento. São Paulo, Editora Pearson, 2017. POSSOLLI, GE. Acreditação hospitalar: gestão da qualidade, mudança organizacional e educação permanente. Editora Intersaberes, 2017. SALU, EJ. Administração hospitalar no Brasil. Barueri, Editora Manole, 2012.