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MOTIVAÇÃO NO TRABALHO SST Bassler, Ana Cristina Motivação no trabalho / Ana Cristina Bassler Ano: 2020 nº de p. : 09 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Motivação no trabalho 3 Apresentação Em um mundo que muda constantemente é preciso encontrar novos motivos e dar a oportunidade para os colaboradores se sentirem engajados na empresa para que possam produzir e entregar mais. Veremos que pequenas ações podem fazer do ambiente de trabalho um espaço colaborativo e incrementar o dia a dia de trabalho. Diante disso, vamos conhecer os conceitos básicos de motivação e descrever a importância dos programas de reconhecimento e valorização dos funcionários na empresa como sendo fundamentais para manutenção dos trabalhadores nas organizações. Conceitos básicos da motivação Levantar todos os dias e ir em busca dos objetivos pessoais e profissionais exige algo que é particular de cada indivíduo. Para alguns pode ser a questão financeira, para outros o desafio, satisfação pessoal, etc. Mas o que nos move em busca destes objetivos? Conhecemos este estímulo como motivação. A motivação nos leva mais longe Fonte: Plataforma Deduca (2020) 4 A motivação é uma força interna que nos impulsiona a tomar determinadas ações e orientam nosso comportamento e desempenho dentro e fora das organizações. Descobrir quais são as necessidades básicas que lhe dão motivos para ir em frente determinam a direção (para onde direcionamos nossos esforços), a intensidade (quantidade de esforço) e a persistência (tempo direcionado ao esforço) dos seus atos. A motivação humana é um tema que vem polarizando as atenções dos cientistas e estudiosos desde o início do século XX, quando oficialmente se tem notícia das primeiras pesquisas e estudos científicos nessa área. (MARRAS, 2011, p.25). Reflita Teorias da Motivação Para compreender o porquê determinadas pessoas são mais motivadas que outras e como estes fatores estão associados à produtividade e ao desempenho, despertando o interesse dos líderes e gestores das empresas, temos as teorias motivacionais, que objetivam identificar e analisar os fatores que estimulam o comportamento das pessoas. Teoria da Motivação de Frederick Herzberg O psicólogo Frederick Herzberg desenvolveu a Teoria da Motivação, a qual aponta dois fatores que explicam os comportamentos. O primeiro é o fator motivacional, relativo às questões internas do indivíduo. Segundo Herzberg, conforme citado por Marras (2011, p. 27), estes fatores causam satisfação ou motivação, mas a sua falta não necessariamente causa insatisfação ou desmotivação. O segundo fator é o higiênico, relativo às questões extrínsecas da pessoas; fazem parte do ambiente de trabalho e são considerados fatores que não motivam e sua falta causa insatisfação. 5 Fatores Motivadores Fatores Motivadores Determinantes Realização O término com sucesso de um trabalho ou tarefa; os resultados do próprio trabalho. Reconhecimento pela realização O recebimento de um reconhecimento público, ou não, por um trabalho bem-feito ou um resultado conseguido. O trabalho em si Tarefas consideradas agradáveis e que provocam satisfação. Responsabilidade Proveniente da realização do próprio trabalho ou do trabalho de outros. Desenvolvimento pessoal Possibilidade de aumento de status, perfil cognitivo ou mesmo de posição social. Possibilidade de crescimento Uma alavancagem dentro da estrutura organizacional, em termos de cargo ou responsabilidade. Fonte: Marras (2011) Não existe uma relação entre fatores que geram satisfação com fatores que geram insatisfação. Situações que são externas ao colaborador podem ser desmotivadoras e geram uma série de comportamentos não desejáveis pelas organizações como absenteísmo, turnover e baixa produtividade. Já as razões que geram satisfação contribuem para uma melhoria do desempenho e de estímulos positivos do colaborador. Empresas que aplicam o conhecimento desta teoria, observam como estes fatores influenciam nas suas equipes e as consequências no dia a dia podem prevenir o descontentamento dos funcionários como para elaborar estratégias para motivá- los. Como resultado, os funcionários tem o seu bem-estar garantido, o que refletirá no aumento da produtividade. Vale ressaltar que não se pretende repetir o velho jargão otimista e utópico de que “o elemento humano vem sendo cada vez mais valorizado pelas organizações”. A organização não está se tornando mais humana por causa da nova onda competitiva, não está sendo regida por princípios que privilegiam o humano em detrimento de outros valores organizacionais. O que se quer dizer é que, quanto mais os negócios se sofisticam em qualquer de suas dimensões — tecnologia, mercado, expansão e abrangência etc. 6 —, mais seu sucesso fica dependente de um padrão de comportamento coerente com esses negócios. (FLEURY, 2002. p. 12). Hierarquia das Necessidades de Maslow A Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow é uma das ferramentas mais utilizadas na área organizacional. Segundo Maslow, a motivação dos indivíduos tem como objetivo satisfazer certas necessidades que vão desde as primárias (fisiológicas) – as mais simples – até as mais complexas ou psicológicas (autorrealização). (MARRAS, 2011, p.26). Teoria da Motivação de Maslow Fonte: Plataforma Deduca (2020) O formato de uma pirâmide que abriga os níveis das necessidades foi a forma de representar esta teoria. As necessidades primárias em sua base, seguida das necessidades secundárias no meio e as necessidades de realização pessoal, ocupando o topo da estrutura. De acordo com Marras (2011), os fatores motivadores definidos por Maslow são: Necessidades fisiológicas: aquelas que se relacionam com o ser humano como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc. 7 Necessidade de segurança: A contrapartida da insegurança natural das pessoas: estabilidade, proteção: um abrigo, uma estrutura, uma ordem etc. Necessidades sociais: A necessidade endógena de amar e ser amado, ter amizades, vínculos familiares, intimidade etc. Necessidades de estima: A noção das pessoas de se sentirem valorizadas pelos que as rodeiam; sua autoestima; o desejo de se sentir importante, competente e valorizado Necessidades de autorrealização: O desejo dos indivíduos de renovar e reciclar seu potencial; tornar-se cada vez mais o que cada um seria capaz de ser. Para Maslow, todas as pessoas têm necessidades, com peculiaridades e intensidades distintas. Isso faz com que elas sempre estejam tentando comprazer essas necessidades. Ao ter uma satisfação atendida outra surge e, consequentemente uma nova força impulsiona a pessoa a se movimentar em direção ao bem estar. Aquilo que sentimos falta vem do ambiente externo exceto no estágio da autorrealização. Essa necessidade é puramente intrínseca e, em geral, manifesta-se em indivíduos que são independentes e são autogerenciáveis e buscam realizar atividades que lhe tragam a sensação do dever cumprido e de deixar um legado para todos. A área de Gestão de Pessoas emprega estes estudos para seus subsistemas: atrair e reter talentos, instigar a eficiência e eficácia na entrega de resultados e garantir o bom clima institucional. Além das teorias acima existem outros conceitos importantes quando se trata de Motivação Humana. A Teoria da Expectativa formulada por V. H. Vroom relaciona desempenho com recompensa e a Teoria da Equidade, elaborada por Stacy Adams, que propõe que as pessoas se sentirão mais ou menos motivadas para o trabalho, à medida que percebam, ou não, a presença da justiça, da igualdade das relações de trabalho. 8 Motivação na prática: programas de reconhecimento, valorização e envolvimento dos funcionários De acordo com BOOG (2002), a motivação se tornou uma palavra mágica, como um oxigênio buscado pelas empresas em encontrosgerenciais, convenções de venda e reuniões de diretoria. Mas, de quem é a responsabilidade em motivar as pessoas? Palestras e eventos são capazes de motivar alguém? Investir na motivação das equipes é fundamental para atingir os resultados corporativos pois já não é novidade que o capital humano é corresponsável pelo lucro ou prejuízo das empresas. Motivação é um processo interno, uma porta que se abre por dentro. Sendo assim, não conseguimos motivar os outros, apenas inspirar e instigar as pessoas a algo que faça sentido em suas vidas dispostas a realizar tarefas, a colocar seus talentos a serviço de uma causa na qual acreditam. Pessoa sentindo-se motivada Fonte: Plataforma Deduca (2020) Mas de que forma podemos transforma a teoria em prática? Existem algumas boas práticas sugeridas por BOOG (2002), as quais são: • Fazer com que os colaboradores se sintam participantes, conectados e orgu- lhosos quanto aos propósitos de suas áreas, unidades de negócio e empresa. • Disponibilizar o treinamento e a capacitação para as tarefas que executam. • Compartilhar informações, equipamentos, ferramentas e materiais para o de- sempenho de seu trabalho. 9 • Reconhecer por meio de feedbacks positivos pelos resultados destacados que atingiram. • Distribuir recompensas proporcional à contribuição que trouxeram como sa- lários extra, benefícios, bônus, prêmios, participações, etc. • Possibilitar a autorrealização, dar a oportunidade de crescer e de se desen- volver tanto como pessoas como profissionais. • Criar perspectivas de criação, de influenciar e melhorar processos, relações e ambiente de trabalho. • Fazer com que se sintam integrantes e participantes das equipes. Fechamento Aprendemos nesta unidade que a motivação é objeto de estudo de longa data. Frederick Herzberg com a teoria que abordou questões internas e externas ao indivíduo e a forma como motivam ou desmotivam as pessoas. Maslow e sua Hierarquia das necessidades, demonstrando que se necessidades básicas não são satisfeitas não temos como ter motivos para ir em busca da satisfação de necessidades de afeto, autoestima ou de realização pessoal. Elogiar é uma excelente maneira de reconhecer e motivar as pessoas. Não é necessário algo grandioso; um bom trabalho, soluções criativas e inovadoras, produtividade acima da média ou o cumprimento do prazo de uma tarefa difícil são bons exemplos. A satisfação de ser reconhecido gera a sensação de liberdade e gera o engajamento tão necessário dentro das organizações. Referências FLEURY, Maria Tereza Leme (Coord.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos .14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BOOG, Gustavo (Coord.). Manual de Gestão de Pessoas e Equipes: estratégias e tendências. vol. 1. São Paulo: Gente, 2002.
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