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1 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO INDIVÍDUO ACOMETIDO POR HEPATITES VIRAIS (A-B-C-D), FAMÍLIA E COMUNIDADE Uthania de Mello França HEPATITES VIRAIS (A-B-C-D) 1. Aspectos Epidemiológicos O termo clínico “hepatite” significa inflamação do tecido hepático. Este quadro clínico pode ser produzido por vários agentes, entre eles o citomegalovírus, vírus da febre amarela e outros patógenos como Toxoplasma gondii, leptospira) e certas drogas como o álcool, etanol, metildopa, isoniazida, etc. As hepatites virais vem apresentando destaque na morbidade por doenças transmissíveis com incremento do coeficiente de incidência a partir de 1993, que, provavelmente, reflete a implementação das ações de Vigilância Epidemiológica, que foi estabelecidas política de controle dessa infecção através de sorologias entre os doadores de sangue, vacina para Hepatite B, entre outros, conforme diretrizes do Ministério da Saúde. Atualmente é conhecida como uma epidemia silenciosa. No Brasil as hepetites incidem de acordo com as características sóciodemográficas de cada região. A hepatite Aé mais incidente nas regiões norte e nordeste e as demais nas outras regiões. Reconhece-se, hoje, cinco agentes virais responsáveis pelas Hepatites virais mais comuns, identificados pelas letras A, B, O, D e E, e abreviados como HAV, HBV, HCV, HDV e HEV, respectivamente. A incidência cada vez maior de hepatite viral constitui uma preocupação crescente de saúde pública. A doença é importante por causa da facilidade de sua transmissão, da morbidade e da perda prolongada de tempo que ela costuma acarretar. A hepatite por vírus é uma doença infecciosa, endêmica em todo o mundo, inclusive no Brasil, por seus graves problemas sociais, constitui, sem dúvida, relevante complicador da Saúde Pública, em todos os continentes, quer em países desenvolvidos, quer em países subdesenvolvidos. A Hepatite A, antigamente denominada hepatite infecciosa, hepatite epidêmica e hepatite de período de incubação curto. Apresenta de forma esporádica e epidêmica, é comum nos países com saneamento básico deficiente, em instituição fechadas, como berçários e creches. A Hepatite B, antigamente denominada hepatite por soro homólogo, hepatite sérica e hepatite de período de incubação prolongado. No Brasil, vem apresentando um grande contingente de casos, o que é grave considerando sua transcendência, letalidade e facilidade de expansão, em razão de ser pouco investigada e controlada, apesar de ser uma DST, com mecanismos de transmissão semelhantes aos da AIDS. A literatura médica refere a região sul como área de baixa endemicidade, as regiões centro-oeste, nordeste e sudeste são de intermediária endemicidade. A região da Amazônia Legal média de 8% de prevalência de HBsAg. A hepatite viral B constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública. Estima-se que cerca de 300 milhões de indivíduos, em todo o mundo, sejam portadores crônicos do vírus da hepatite B e que um milhão morram anualmente pela doença (OSTI et al., 2010). Em algumas regiões mundiais, China e região sub-Saara da África, o carcinoma hepatocelular associado ao VHB é a principal causa de câncer em homens (KRASTEV, 2006). No contexto geral, o Brasil é considerado um país de baixa prevalência de infecção pelo HBV, contudo os estados do Acre, Amazonas e Rondônia são considerados como regiões mailto:uthania@gmail.com 2 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. geográficas de alta prevalência (FERREIRA e SILVEIRA, 1997). Segundo o Ministério da Saúde, 96.044 casos de hepatite B foram confirmados entre os anos de 1999 e 2009. Desses, mais de 50% se concentraram em indivíduos entre 20 e 39 anos, com quadro de evolução aguda em cerca de 90% (BRASIL, 2010). A Hepatite C, antigamente conhecida por hepatite não-A, não-B, de transmissão parenteral, em 1989, o agente responsável por esta patologia foi identificado e caracterizado como vírus da hepatite C (HCV). A infecção pelo o vírus da Hepatite D (Delta) foi encontrado em todos os continentes, mas sua distribuição não é homogênea, ocorre particularmente nas áreas onde há alta prevalência de infecção do vírus da hepatite B (HBV). No Brasil, a Amazônia brasileira, representa 58% do território brasileiro, (RR, AC, RO, AM, PA, AP, MA, TO e MT) é considerada de alta endemicidade para o HDV, como também os estados de São Paulo e Rio de Janeiro também têm notificado alguns casos. A hepatite E foi recentemente reconhecido como um dos agentes etiológicos das hepatites não-A não-B de transmissão entérica. Os primeiros casos foram identificados em Nova Dehli, na Índia, em 1955. Há relato de surtos epidêmicos na Índia, Líbia, México, China, entre outros. No Brasil, os primeiros três casos foram reportados no estado da Bahia, em 1993. 2. Agentes etiológicos HEPATITE A (HAV) O vírus da hepatite A (HAV), identificado por Feinstone, em 1973, constituído de ácido ribonucléico (RNA), pertencente à família dos enterovírus, Picornaviridae, dentro do gênero Hepatovírus (Hepa-RNA vírus). HEPATITE B (HBV) O HBV é um vírus envelopado pertencente à família Hepadnaviridae, gênero Hepatovírus e possui tropismo por células hepáticas. Foi descoberto por Blumemberg e colaboradores em 1964, detectaram um antígeno, este foi chamado de antígeno Austrália (Au) ou antígeno de superfície do vírus da Heptite B ( AgHBs). Apresenta-se como uma partícula esférica, coposta por ácido desoxirribonucleico, sendo o único vírus de hepatite a possuir DNA como material genético. Possui ainda uma estrutura interna, núcleo ou core, que compreende o antígeno “c” ou nuclear da hepatite B (AgHBc), o antígeno “e” (AgHBe), o DNA viral e a proteína DNA polimerase. O invólucro externo é composto por proteínas, glicoproteínas e lipídios (HUSSAIN e LOK, 2001). mailto:uthania@gmail.com 3 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. HEPATITE C (HCV) O vírus da hepatite C (HCV), constituído por um ácido ribonucleico (RNA), provavelmente pertence à família Flaviviridae e apresenta baixa viremia. Cientistas da Chiron Corporation, em colaboração com o Centro de Controle de Doenças (CDC) de Atlanta, Estados Unidos, adotaram uma linha de pesquisa inédita usando técnicas modernas de biologia molecular para um melhor conhecimento do vírus, sem que o HCV tivesse sido mesmo visualizado à microscopia eletrônica. HEPATITE D (HDV) O vírus da Hepatite D (HDV) é um vírus defectivo, naturalmente incompleto, que para ser infectante, multiplicar-se e tornar-se patogênico necessita de que seu genoma, constituído por ácido ribonucléico (RNA), seja envolvido pelo HBsAg do HBV. HEPATITE E (HEV) O vírus da hepatite E é um pequeno vírus constituído por ácido ríbonucléico (RNA), sua classificação ainda não esta bem definida. 2.1. Reservatório - O homem e alguns primatas, inclusive os chimpanzés para todos os tipos de hepatites virais. 3. Modo de transmissão HEPATITE A Fecal-oral, de uma pessoa a outra (direta e indiretamente), por veiculação hídrica, alimentos contaminados. HEPATITE B Até bem pouco tempo acreditava-se que a hepatite B era transmitida quase que exclusivamente por inoculação parenteral de sangue ou seus derivados contaminados, por isso era chamada de hepatite sérica. A partir de 1973, vários estudos epidemiológicos comprovaram a existência de uma associação entre a infecção pelo vírus B da hepatite e atividade sexual com antecedentesorogenital e anogenital, embora a transmissão por inoculação parenteral continue sendo a mais importante. Desta forma, as vias descritas de transmissão são o sangue, sexo e a forma vertical (materno-fetal). A infecção tem sido mais freqüente descrita em receptores de sangue e hemoderivados, pacientes hemofílicos podem adquirir o vírus através de concentrados de fatores sangüíneos ou por crioprecipitados, pacientes em hemodiálise, viciado em drogas endovenosas, trabalhadores da área de saúde (cirurgiões, dentistas, médicos, enfermeiros, técnicos de laboratórios e pessoal de banco de sangue), homo e bissexuais masculinos, trabalhadoras do sexo e recém-nascidos de mães portadoras crônicas ou que apresentaram a doença aguda por ocasião do parto. HEPATITE C O vírus da hepatite C é transmitido especialmente pelo sangue e seus derivados sendo responsável, portanto, pela maioria das hepatites pós-transfusionais Em torno de 50 a 70% dos usuários de drogas endovenosas são portadores do vírus. HEPATITE D - Semelhante ao vírus da hepatite B. HEPATITE E - Fecal-oral, principalmente por veiculação hídrica. Semelhante a da hepatite A. 4. Período de incubação HEPATITE A - De 15 a 45 dias, em média 30 dias(1m). HEPATITE B - De 45 a 180 dias, em média 90 dias(3m). HEPATITE C – De 15 a 180 dias, em média 180 dias(6m e mais). mailto:uthania@gmail.com 4 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. HEPATITE D - Não está definido para seres humanos.Chimpanzés, em média 35 dias. HEPATITE E - em média 45 dias. 5. Período de transmissibilidade HEPATITE A - A partir da segunda semana antes do início dos sintomas até o final da segunda semana da doença, na maioria das pessoas. HEPATITE B - O sangue de uma pessoa portadora do vírus é infectante de 2 a 3 semanas antes que a pareçam os primeiros sintomas e continua assim durante a fase aguda da doença e no estado de portador crônico, que pode persistir por vários anos ou pelo resto da vida. Outros líquidos orgânicos, como o sêmen, saliva, secreção vaginal e outros, também podem conter o vírus e, portanto, serem infectados. O estado de portador crônico é arbitrariamente fixado após 6 meses de persistência do HBsAg no sangue. HEPATITE C - Desde uma semana anterior ao início dos sintomas da doença aguda. O período de portador crônico ainda é indefinido. HEPATITE D - Desde uma semana anterior ao inicio dos sintomas da infecção pelos vírus das hepatites tipo B e D. Na superinfecção, não se conhece o período de transmissibilidade. HEPATITE E - Provavelmente semelhante ao do vírus da hepatite A. 6. Suscetibilidade e imunidade HEPATITE A - A suscetibilidade é geral. Há imunidade homóloga provavelmente pelo resto da vida. HEPATITE B - A suscetibilidade é geral. Há imunidade homóloga provavelmente pelo resto da vida, na presença de anticorpos anti-HBV. HEPATITE C - A suscetibilidade é geral. Desconhece-se os anticorpos protetores conferidos pela infecção. HEPATITE D - Todas as pessoas suscetíveis à infecção pelo vírus da hepatite tipo B ou que sejam portadoras deste último vírus. O papel do anticorpos anti-HDV na infecção não é conhecido. HEPATITE E - Não há dados conclusivos sobre a suscetibilida e a imunidade. 7. Fisiopatogenia Os mecanismos responsáveis pela lesão hepatocelular na hepatite por vírus ainda não foram completamente elucidados. 8. Quadro Clínico Nas hepatites virais, independente da etiologia, as manifestações clínicas são bastantes semelhantes: mal-estar, febre baixa, anorexia, náuseas, vômitos, cefaléia, astenia, fadiga, artralgia, dor abdominal no hipocôndrio direito, icterícia, prurido, acolia fecal, colúria, nos casos mais graves (fulminante): toxemia, sonolência, confusão mental, coma hepático, manifestações hemorrágicas (melena, hematêmese, equimose). Nas hepatites virais crônicas, podem evoluir para cirrose hepática ou carcinoma hepatocelular. HEPATITE A O curso clínico da HAV pode ser extremamente variável, desde a infecção inaparente ou subclínica, á doença clínica na forma anictérica (semelhante a gripe: cefaléia, mal-estar, fadiga, anorexia, febre) ou ictérica (pele e mucosa ictéricas, colúria, acolia fecal, aumento do fígado, dor no hipocôndrio direito ), raramente, ocorre a forma fulminante e a infecção pelo HAV é autolimitada, isto é, não caminha para a cronicidade. mailto:uthania@gmail.com 5 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. HEPATITE B Pode ocorrer com ou sem sintomas, semelhante a HVA, porém mais grave, pode ocorrer artralgias e erupções cutâneas. Uma das principais características biológica do HBV é a potencialidade de causar uma infecção hepática nas formas fulminante, aguda ou crônica de Hepatite. Sendo considerado como grande potencial oncogênico, causa cirrose ou hepatocarcinoma. HEPATITE C Na maioria das vezes a Hepatite aguda pelo vírus C tem apresentação assintomática. Acredita- se que mais de 50% dos infectados desenvolverão a forma crônica e, o mais grave, que um percentual elevado de 20 a 30% destes pacientes evoluirão para Cirrose Hepática, num período relativamente curto. HEPATITE D - Desde infecção assintomática às formas fulminantes semelhante a HVB HEPATITE E - Os sintomas clínicos apresentados são semelhantes aos da hepatite A. 8.1 Complicações As hepatites virais agudas que não evoluem para a cura completa podem progredir para a forma crônica, se houver persistência do vírus pode evoluir para a cirrose ou carcinoma hepático. A forma fulminante pode complicar-se com hemorragia de múltiplos órgãos e septecemia. 9. Diagnóstico Clínico – Identificações dos sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico, através do exame físico, anmnese e dados epidemiológicos. Laboratorial: Específico # Marcadores sorológicos: Os marcadores sorológicos têm vários significados clínicos. São realizados através do método ELISA (Ensaio imunoenzimático associado à enzima), se obtem a visualização dos Anticorpos específicos para cada tipo de hepatite: HEPATITE POR VÍRUS A (HAV) O vírus A induz a produção de anticorpos: Anti-HAV-IgM – Fase aguda da doença. Anti-HAV-IgG – Anticorpo associado à cura e a imunidade. Aumenta as enzimas hepáticas como a Alanina aminotransferase HEPATITE POR VÍRUS B (HBV) - O vírus B induz a produção de vários antígenos e anticorpos anti- HBV: mailto:uthania@gmail.com 6 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. – HBsAg: é o antígeno de superfície do vírus B, sua positividade indica a contaminação pelo vírus. Surge na fase de incubação, mantendo-se por l a 3 meses após a fase aguda. A sua positividade por períodos superiores a 6 meses caracteriza o estado de portador crônico, é solicitado para o diagnóstico diferencial das hepatites, na seleção de doadores de sangue e nos casos de portadores crônicos. – Anti-HBs: significa efetiva vacinação contra o vírus B ou eliminação do vírus em doença com boa evolução, uma vez que traduz a imunidade ao vírus. A sua detecção é tardia, cerca de algumas semanas ou meses após a fase clínica da enfermidade. Sua utilidade é para detectar se o paciente já teve contato com o vírus, por doença ou vacinação, não sendo portanto eficaz no diagnóstico diferencial das hepatites. – HBcAg: corresponde ao antígeno nuclear (core), só podendo ser detectado no tecido hepático através da técnica de imunoperoxidase, portanto não é feito de rotina em nosso meio. – IgM Anti-HBc: é o primeiro anticorpoque aparece e o marcador mais importante para o diagnóstico da infecção aguda pelo vírus B, não indica imunidade e raramente está presente em pacientes com infecção persistente. Torna-se positivo no final do período de incubação, permanecendo por alguns meses. – IgG Anti-HBc: como o anterior, não indica imunidade e é o anticorpo de aparecimento tardio do núcleo do vírus B. Na fase aguda não é detectável, surgindo após o período de convalescença e permanecendo por longo tempo. Sua utilidade diagnostica é para pesquisar exposições anteriores ao vírus B, não tendo valor no diagnóstico diferencial das hepatites virais. – HBeAG: é o antígeno que representa a capacidade de replicação do vírus e o índice de infectividade, costuma se tornar positivo cerca de uma semana após o surgimento do HBsAg, negativando-se um pouco antes do HBsAG. Não tem valor para o diagnóstico diferencial das hepatites, é solicitado nos casos de hepatite crônica para indicar a utilização de drogas antivirais (interferon). – Anti-HBe: é o antígeno que indica boa evolução, indica baixa capacidade de replicação viral e baixo índice de infectividade, permanece positivo por período prolongado. Não dever ser pedido para o diagnóstico diferencial, mas sim para decisão terapêutica da utilização de agentes antivirais. mailto:uthania@gmail.com 7 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. mailto:uthania@gmail.com 8 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. mailto:uthania@gmail.com 9 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. mailto:uthania@gmail.com 10 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Carga viral= PCR ( Reação da polimerase em cadeia / Polymerase Chain Realtion) DNA viral (genoma) = HVB-DNA - Indica persistência da infecção. (Pouco usado devido ao seu alto custo, já que Anti-HBV +AgHBs define muito bem o diagnóstico). HEPATITE POR VÍRUS C (HCV) - O vírus C induz a produção de anti-corpos (Anti HCV). O Anti- HCV positivo não pode ser considerado como prova definitiva de infecção pelo vírus C (Anti- HCV positivo). Carga viral= RNA - HCV por PCR (Polymerase Chain Realtion / Reação da polimerase em Cadeia )- É o método mais fiel para o diagnóstico da Hepatite C. HVC-RNA - Quantifica o RNA do vírus HCV, indicando sua virulência. HEPATITE POR VÍRUS D (HDV) - O vírus D induz a produção de anti-corpos (Anti-HDV ou Anti- DeIta). HBsAg + anti-Delta - indica presença de infecção aguda da hepatite por vírus D. E para avaliação da infecção crônica é realizado o HDV-RNA (PCR) HEPATITE POR VÍRUS E (HEV) - O vírus E induz a produção de anti-corpos (Anti-HEV). (Ainda não disponível comercialmente). # Provas bioquímicas da função do fígado: -Transaminases alanina aminotransferese (ALT) / TGP (T. Pirúvica) = Até 42U1/L - Aspartato (AST) / TGO (T. Oxalacética) = Até 37 Ul/L - Bilirrubinas Direta (0,la 0,4 mg/lQQmI) e indireta(O,2 a 0,7 mg/lQOmI) - Fosfatase alcalina (adulto=O,8 a 3,0 un.B.L/mI criança=2,8 a 6,7 un.B.I./ml) - Proteínas(Proteínas Totais=6 a 8g/dI Albunina =4,5 a 5,5g%, Globulina =1,5 a 3,0 g%) - Tempo de Protombina (TP) = 11 a 13 segundo - Atividade protrombinica (AP) = 70 a 100% # Histológico - Biopsia hepática, de modo geral, só deve ser indicada nos casos de suspeita de evolução para cronificação das hepatites. - Exames complementares Hemograma mostra: Concentração de Hb normal ou diminuído Leucócitos normal ou Ieucopenia, Iinfócitos atípicos inferior a 10%. 10. Tratamento De modo genérico, o indivíduo com hepatite viral aguda, independente do tipo que o acometeu, deve ser acompanhado ambulatorialmente pela rede assistencial médica. Basicamente, o tratamento consiste em manter repouso domiciliar relativo, até que a sensação de bem-estar retorne e os níveis das transaminases (TGO e TGP) volte ao normal. Em média esse período dura quatro semanas. Não há nenhuma restrição de alimentos no período da doença, e desaconselhável a ingesta de bebidas alcóolicas. Aqueles pacientes com hepatite pelos vírus tipos B, C e D, poderão evoluir para estado crônico, deverão ser acompanhados pelo infectologista ou hepatologista. A terapêutico da hepatite crônica, seja pelo vírus B, C e D vem sendo realizada através da combinação do Interferon por via parenteral (IM ou SC), mais Ribavirina (Virazole) por via oral, por um período de 12 meses, tem mostrado um diminuição da evolução para cirrose hepática e mailto:uthania@gmail.com 11 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. hepatocarcinoma. 10.1Profilaxia # Notificação de todos casos de HVB devem ser notificados e investigados, visando a proteção dos contatos não infectados. E para as hepatites A e E, só devem ser notificadas e investigadas os surtos. Já as hepatites C e D não estão selecionadas como doença de notificação. # Sujeita à investigação epidemiológica em situação de surtos de hepatites. # Precaução entérica (cuidados com fezes, vômitos). # Educação à saúde: Higiene dos alimentos (verduras, frutas bem lavadas, alimento bem cozidos), lavagem adequada das mãos, boa qualidade da água, destino e tratamento adequado dos lixos e dejetos e cloração da água. E os portadores e doentes devem ser orientados para evitar a disseminação do vírus, adotando medidas simples (uso de preservativos nas relações sexuais, uso de seringas descartáveis...). # Medidas de controle: Oferta de água de boa qualidade, saneamento básico, instalações sanitárias apropriadas na comunidade e no lar, vigilância sanitária nas instituições que manuseiam alimentos (restaurantes, padarias, barracas, etc), rigoroso controle do sangue e seus derivados. Estes controles deve ser feito através de triagem clínicas e sorológicas (HBV e HCV) dos doadores de sangue nos hemocentros e os profissionais de saúde devem seguir as normas de biossegurança. # Imunoprofilaxia: - A imunoglobulina humana normal (gamaglobulina comercial) usada para qualquer tipo de exposição das hepatites virais, administrada dentro de poucos dias após a exposição. - A imunoglobulina humana anti-HB usada na exposição do vírus da hepatite B e D. As principais indicações são aos recém-nascidos filhos de mãe portadoras HBsAg positivo, os contatos sexuais suscetíveis de pessoas portadoras ou com infecção aguda e nas pessoas que tiveram acidentes com instrumentos cortantes contaminados pelo vírus da hepatite B. # Vacinação: - Quanto ao vírus da hepatite A, já há uma vacina eficaz, mas seu uso está muito restrito, face a seu elevado custo. A vacina contra hepatite A, HAVRIX, é feita em duas doses com um intervalo de um mês, e um reforço com um intervalo de 6 a 12 meses. Deve ser feita por via IM, na região deltóide. Não deve ser administrada por vias SC e ID porque produz uma menor resposta de anticorpos anti-VHA. A vacina não pode ser aplicada por via intravenosa (IV). -lnternacionalmente com o surgimento de uma vacina contra HBV, criou-se expectativa concreta para o controle dessa doença. A vacina tem indicação na população de risco (pacientes hemofílicos, pacientes em hemodiálise, politransfusionais, viciados em drogas endovenosa e trabalhadores de saúde,população infantil com a implantação da vacina B no calendário de vacinação infantil). A vacina é feita em três doses com intervalo de 30 dias da 1a, para a 2o e 6 meses da 1o para a 3o dose, deve ser feita por via IM ou SC. A Imunização com a vacina da hepatite B é o meio mais eficaz de se prevenir a infecção por VHB, VHD e suas conseqüências. - Com relação aos vírus das hepatites C e E, ainda não se dispõe de tecnologia para produção de vacinas contra elas. Diagnósticos de enfermagem mailto:uthania@gmail.com 12 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Os possíveis diagnósticos de enfermagem FADIGA pode estar relacionada à redução da energia metabólica e à alteração da bioquímica (TGQ, TGP, proteínas, etc), podendo evidenciar-se por relatos de astenia! incapacidade de manutenção das rotinas usuais, redução do desempenho e aumento nas queixas físicas. NUTRIÇÃO ALTERADA inferior às necessidades orgânicas pode estar relacionada à incapacidade de ingestão dos nutrientes adequados (náuseas, vômitos, anorexia), podendo evidenciar-se pela aversão a comida / falta de interesse por comida, falta observada de ingestão, dor ou cólica abdominal e perda ponderal. DOR pode estar relacionada à inflamação e aumento do fígado (hepatomegalia), artralgia, podendo evidencia-se por queixas de dor no hipocôndrio D, nas articulações do MMII e cefaléia. RISCO PARA DANOS À INTEGRIDADE DA PELE PREJUDICADA podendo estar relacionada à alteração no turgor e na elasticidade da pele, pigmentação alterada/ acumulação cutânea dos sais biliares (icterícia), presença de edema/ascite. INTEGRIDADE TISSULAR PREJUDICADA podendo estar relacionada à alteração no turgor e na elasticidade da pele, pigmentação alterada/acumulação cutânea dos saís biliares (icterícia), presença de edema/ascite podendo evidencia-se por solução de continuidade da pele, descamação e prurido. RISCO PARA DÉFICIT DO VOLUME DE LÍQUIDO pode estar relacionado às manifestações hemorrágicas (melena, hematêmese, equimose), diarréias, vômitos. EXECESSO DO VOLUME DE LÍQUIDOS pode estar relacionado ao comprometimento do mecanismo regulador, como redução das proteínas Plasmáticas/desnutrição e excesso de sódio, podendo evidenciar-se por edema, anasarca ganho ponderal, ingestão maior que a excreção, mudança na densidade urinária(oligúria/anúria) variação na PVC e pressão arterial, ortopnéia, derrame pleural. PROCESSOS DO PENSAMENTO ALTERADO pode estar relacionado à mudanças fisiológicas (aumento no nível sérico de amônia e incapacidade hepática em desintoxicar certas enzimas/medicamentos distúrbio do sono), podendo evidenciar-se por confusão mental. DÉFICIT NO AUTOCUIDADO: higiene corporal e íntima pode está relacionado à intolerância à atividade física, dor e desconforto, enfraquecimento perceptual ou cognitivo, podendo evidenciar-se por condições higiênicas precárias. DÉFICIT DE CONHECIMENTO (necessidade de conhecimento) pode estar relacionada à falta de compreensão acerca do processo / transmissão da doença, necessidades terapêuticas e expectativas futuras, podendo evidenciar-se por perguntas, demonstrações de preocupação, acompanhamento irregular das orientações e desenvolvimento de complicações evitáveis. Intervenções de Enfermagem Baseados nos possíveis diagnósticos de enfermagem acima relacionados, serão especificados os cuidados de enfermagem mais importantes ao paciente, família e comunidade, com a finalidade de aliviar as manifestações clínicas, prevenir as complicações e controlar a transmissão. # Ao paciente: - Identificar sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico (ícterícia, prurido, Palidez, edema, perda de peso, hemorragias, hepatoesplenomegalia...); - Observar aspecto da pele e mucosa (palidez, icterícia, prurido...), urina (colúria, hematúria. oligúria, anúria...), fezes (acolia fecal, melena, diarréias...); - Monitorizar os SSVV; - Pesar (perda de peso) e medir CA (hepatoesplenomegalia) em jejum; mailto:uthania@gmail.com 13 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. - Observar aceitação da dieta (anorexia, náusea, vômitos); - Orientar quanto a importância da dieta (emagrecimento); - Fazer controle hídrico (edema); - Medir diurese das 24 horas; - Administração de medicação: - Orientar quanto a importância da higiene oral, corporal; - Atentar para sinais de complicações ( hemorragias, insuficiência renal agude, endocardite, meningite, insuficiência respiratória...); - Proporcionar ambiente confortável; - Observar sono e repouso; - Auxiliar nas atividades de autocuidado (banho, higiene oral, alimentação, oferecer papagaio, comadre, etc.); - orientar para evitar a disseminação do vírus, adotando medidas simples (uso de preservativos nas relações sexuais, uso de seringas descartáveis...). - # À família: - Orientar quanto à patologia (transmissão, tratamento e complicações); - Informar à família o estado do paciente, orientando sua participação para recuperação do mesmo; - Realizar educação para a saúde: Higiene dos alimentos (verduras, frutas bem lavadas, alimento bem cozidos), lavagem adequada das mãos, boa qualidade da água, destino e tratamento adequado dos lixos e dejeto, entre outros. # À comunidade: - Realização de programas para controle epidemiológico em região endêmica; - Fazer busca ativa de casos; - Realizar educação para saúde através de palestra à comunidade com relação às ações de saneamento ambiental, imunização, redução do risco de exposição, normas de biossegurança, entre outras. ANEXO RESUMO: CURSO CLÍNICO DAS HEPATITES VIRAIS (A – B - C) INFECÇÃO PELOS VÍRUS HEPATITE AGUDA HEPATITE CRÔNICA HAV (100%) HBV (90%) HCV (30-50%) HBV (10%) HCV (50 -70%) Subclínco/ assintomático Cura Fulminante Portador Assintomático/ estado de portador Portador Crônico ↓ Doença Crônica Ativa ↓ mailto:uthania@gmail.com 14 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Cirrose Hepática ↓ Carcinoma Hepático RESUMO: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS HEPATITES VIRAIS Características Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Agente etiológico Picornavírus - RNA Hepadnavírus - DNA Flaviviridae - RNA Vírus defectivo – RNA Modo de transmissão Fecal-oral; condições sanitárias inadequadas Sexual, parenteral, sangue e perinatal Sexual? Parenteral, sangue e derivados Idem a HBV Período de incubação 15 a 45 dias 30 a 180 dias 5 a 10 semanas 35 dias? Período de transmissibilidade Desde a 2o semana antes ao inicio dos sintomas até o final da 2o semana da doença Desde a 2o semana antes ao inicio dos sintomas até enquanto durar a viremia-prolongado Desde a 1o semana antes ao inicio dos sintomas até enquanto durar a viremia – prolongado Desde a 1o semana ao inicio dos sintomas da infecção conjunta pelo vírus das hepatites B e D Suscetibilidade e Imunidade Geral Homóloga Geral Homóloga na presença do anti-HBs Geral Desconhecem anticorpo protetor Só os suscetíveis ou portador do HBV Desconhecem o papel do anti-HDV Risco de cronificar Não demonstrado (5 a 10%) Alto (50 a 70%) Alto 79% Superinfecção Estado de portador NÃO SIM SIM SIM mailto:uthania@gmail.com 15 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de MelloFrança Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Hepatocarcinoma NÃO SIM SIM ? Marcadores Sorológicos Anti-HAV-IgM e Anti-HAV-IgG AgHBs, Anti-HBs, Anti-HBc-IgM, Anti- HBc-IgG, AgHBe, Anti-HBe Anti-HCV Anti-HDV total Anti-HDV-IgM Anti-HDV-IgG (com HbsAg) ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ACOMETIDO POR DOENÇAS EXANTEMÁTICAS, À FAMÍLIA E COMUNIDADE Uthania de Mello França SARAMPO 1.Aspectos epidemiológicos Sarampo é uma doença aguda, de distribuição universal, endêmicas nos grandes conglomerados urbanos, transmissível e extremamente contagiosa, sendo a mais contagiosas das doenças exantemáticas. É comum na infância, sua incidência é influenciada por clima, condições sócio-econômicas, estado imunitário da população; sem predomínio de raça e sexo;. Após contato íntimo cerca de 90% dos susceptíveis desenvolvem a doença. Ela é incidente no inverno e primavera. Admite-se não existir portador assintomático. Ela é geralmente grave quando acomete crianças desnutridas. No Brasil, a incidência encontra-se bastante reduzida em virtude das atividades do Programas de Erradicação dessa doença. Em 1991, foram notificados 42.532 casos, representando um coeficiente de incidência de 29,1 por 100 mil/habitantes. Em 1992, com a implantação do referido programa, com isso ocorreu significada redução do número de notificações (7.934 casos). No ano de 1993, a doença permaneceu sobre controle, tendo sido notificados 6.814 casos. Em 1994, foram notificados 4.934 casos e 4.792 e 4.786, em 1995 e 1996, respectivamente. O sarampo recrudesceu em 1997, praticamente em todo país, sobretudo em São Paulo e algumas cidades do nordeste. Essa epidemia caracterizou-se pelo deslocamento da faixa etária para menores de 9 meses de idade e entre o grupo de 20 a 30 anos. Em 1998, essa situação voltou a ser controlada em virtude das campanhas vacinais que estão sendo executadas nos estados. Na Paraíba passou a apresentar número decrescente de casos, a partir da Campanha Nacional de Vacinação, ocorrida em 1992, como parte do Plano de Eliminação, que também contempla ações de Vigilância Epidemiológica, porém a baixas coberturas vacinais em menores de 5 anos, vem acarretando um acúmulo de suscetíveis na população de 1 a 3 anos de idade, o que, ao lado das falhas no cumprimento das ações de Vigilância, impossibilitam um controle mais efetivo sobre o agravo. Agente etiológico Vírus tipo RNA do grupo paramixovírus, da família Paramixoviridae e gênero Morbillivírus; é inativado ao calor, radiação ultravioleta, éter, formol e a temperatura de 56o C, durante 30 minutos. E um vírus que sobrevive bem ao frio, encontrando condições favoráveis pode mailto:uthania@gmail.com 16 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. permanecer viável no meio ambiente por 24 horas e ser arrastado pelo vento até a conjuntivite ou mucosas respiratórias. Reservatório e fonte de infecção - O reservatório natural é o homem Modo de transmissão É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelida ao tossir, espirar, falar ou respirar. Essa forma de transmissão é responsável pela elevada contagiosidade da doença. Tem sido descrito, também, a forma indireta com menos freqüência através de fômites. Período de incubação – Geralmente de 10 dias (variando 7 a 18 dias), desde a data da exposição até o aparecimento da febre e cerca de 14 dias até o início do exantema. Período de transmissibilidade É de 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema, até 4 dias após. O período de maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. Suscetibilidade e imunidade Sua suscetibilidade do vírus do sarampo é geral. Os lactentes cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas possuem, temporareamente, anticorpos transmitidos por via placentária, conferindo imunidade ao longo do primeiro ano de vida, o que interfere na resposta à vacinação. No Brasil, cerca de 85% das crianças perdem esses anticorpos maternos por volta dos 9 meses de idade. Incide mais em criança com idade inferior a 5 anos. A doença confere imunidade permanente. Fisiopatogenia O vírus penetra pela conjuntivite ocular e/ou pelas mucosa das vias respiratórias superiores. Nestes tecidos e nos linfónodos regionais, se multiplica, 2 a 3 dias depois de ter ocorrido a infecção, ocorre a la viremia, disseminando-se o vírus por todo o sistema retículo- endotelial, onde vai se multiplicar intensamente. 4 a 6 dias depois ocorre a viremia responsável pela disseminação do vírus e sua localização nos tecidos pelos quais apresentam tropismo, pele e mucosa. Nesses tecidos o vírus também multiplica-se e determina as alterações responsáveis pelo conjunto de sintomas e sinais característicos da doença. Quadro clínico # Período Prodrômico: Catarral (4 dias em média) - conjuntivite com lacrimejamento e fotofobia, - tosse seca inicialmente e posteriormente produtiva, mal-estar, - febre que se eleva gradativamente chegando ao pico no início do exantema, - coriza, as vezes com secreção muco-purulentas, - dores abdominais e diarréias principalmente em lactantes; - faringe torna-se hiperemiada, - enantema bucal, manchas de KopIík, sinal patognomônico em 80% dos casos (pontos esbranquiçados em base eritematosa), resultante da inflamação das glândulas submucosa e se localiza na porção geniana da boca. mailto:uthania@gmail.com 17 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. # Período Exantemático Entre 4 a 6 dias ocorre o aparecimento do exantema máculo-papular, morbiforme não pruriginoso com bordos irregulares ou denteados de cor avermelhada; se inicia na região retro- auricular, 12 a 24 horas após, se estende para a face, pescoço e parte superior do tórax. No 2o dia atinge todo o tronco, no 3o dia, os membros inferiores. Quando se instala o exantema a temperatura vai declinando. # Período Convalescência Após o período exantemática o cliente recupera o apetite, melhora o estado geral, a tosse torna-se menos produtiva. As lesões regridem adquirindo uma tonalidade acastanhada e posteriormente sofre uma descamação, é comum nesta fase as crianças desenvolvem laringite que se caracteriza por voz e tosse estridulosa. Complicações _ As complicações podem ocorrer devido ao próprio vírus do sarampo ou a infecções bacterianas secundárias, associadas ou isoladas, como: Pneumonia, otite, laringo- traqueobronquite, meningoencefalite, ceratite puntiforme (inflamação da córnea), miocardites, infecções piogênicas, gastroenterites. Diagnóstico ● Clínico – clínico-epidemiológico: feito através de identificações dos sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico, através do exame físico, anmnese e dados epidemiológicos. ● Laboratorial: Específico: # Exame sorológico – todos casos suspeitos devem ser submetidos a sorologia, dentro do período estabelecido. Na infecção primária, os anticorpos IgM e IgG anti-sarampo podem ser detectados no sangue, nos primeiros dias após o início do exantema. O IgM pode permanecer elevado por 4 a 6 semanas, após o aparecimento do exantema, enquanto o IgG pode ser detectado por toda a vida, após a infecção. # Isolamento – em cultura de células, a partir do material colhido na orofaringe (até o 3o) dia, no sangue e na urina (até o 7o dia), a partir do início do exantema. Inespecífico – Hemograma, Leucograma, Raio X de tórax. Diferencial - Rubéola, exantema súbito, mononucleose, hipersensibilidade medicamentosa. Tratamento● Específico: ● Sintomático: O tratamento é sintomático, podendo ser analgésico, antitérmico, hidratação, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno, antibiótico só quando desenvolver infecções secundárias, traqueostomia e/ou oxigenoterapia, nos casos de complicações respiratórias. Nas populações onde a deficiência de vitamina A é um problema reconhecido, a OMS e o UNICEF recomenda o uso de vitamina A. Profilaxia # Notificação – Doença de notificação compulsória nacional e de investigação epidemiológica obrigatória imediata. # Definição de casos: Suspeito - Todo individuo que apresente febre, exantema maculo-papular generalizado, tosse, mailto:uthania@gmail.com 18 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. coriza e cojuntivite independente da idade e estado vacinal. Confirmado: Quando o caso suspeito for confirmado laboratorialmente. # Medidas de controle – Todos os países das Américas estão desenvolvendo ações no sentido de erradicar esta virose. As principais atividades são: Vacinação - imunização ativa (vacina anti-sarampo, preparado á base de vírus vivos atenuados, uma dose a partir dos 9 meses, dose adicional a partir dos 12 meses (preferencialmente aos 15 meses, junto com o reforço da tríplese bacteriana (coqueluche, difteria, tétano - PDT) e da Sabin ou com a tríplese viral (sarampo, rubéola, caxumba – MMR). A vacina contra sarampo é administrada por via subcutânea (SC), de preferência na face externa da parte superior do braço (região deltóide). Isolamento de casos - O isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir a intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, a freqüência a escola, creche, entre outros até 4 dias após o início do perído exantématico. Diagnóstico de enfermagem Os possíveis diagnósticos de enfermagem HIPERTERMIA - pode estar relacionada ao processo infeccioso viral, evidenciado por aumento da temperatura (T 37,8oC) e taquicardia. DOR (Aguda) - pode estar relacionada à inflamação das membranas da mucosa, conjuntiva e presença do exantema, evidenciado por verbalização de cefaléia, conjuntivite, fotofobia, faringite, mal-estar... INTEGRIDADE TISSULAR OU PELE PREJUDICA - pode estar relacionada à sensibilidade alterada provocado pelo vírus, evidenciada por exantema máculo-papular, mobiforme não puriginoso com bordas irregulares ou denteadas de cor avermelhadas na região retro-auricular, face, pescoço parte superior do tórax, MMIISS... MUCOSA ORAL ALTERADA pode estar relacionada à inflamação das glândulas submucosas, evidenciada por enantema bucal na porção geniana da boca (manchas de Koplik ou seja pontos esbranquiçados em base eritematosa). RISCO PARA INFECÇÃO (SECUNDÁRIA: Como Pneumonia, encefalite, diarréias, otite...) - pode estar relacionado à alteração imunológica, nutricional, integridade tissular... Intervenções de Enfermagem Baseados nos possíveis diagnósticos de enfermagem acima relacionados, serão especificados os cuidados de enfermagem mais importantes ao paciente, família e comunidade, com a finalidade de aliviar as manifestações clínicas, prevenir as complicações e controlar a transmissão. # Ao paciente: - Observar a respiração, a tosse e a expectoração e controle de temperatura; - Fazer higiene oral duas ou mais vezes por dia com água bicarbonatada a 2%; - Fazer higiene ocular com água boricada ou soro fisiológico, para evitar infecção; - Lubrificar os lábios e hidratar; - Limpar as cavidades auriculares e observar sinais e sintomas de otite; - Remover crostas, lubrificando-as, manter narinas secas e desobstruídas; - Fluidificar as secreções e removê-las; - Fazer banho diário, chuveiro ou imersão com premaganato de potássio, nos casos de mailto:uthania@gmail.com 19 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. lesões infectadas, após banho, curativo se necessário; - Orientar e / ou providenciar, aparar bem as unhas, explicando as conseqüências se coçar as lesões; - Observar e controlar eliminações (diarréia ou constipação, oligúria, sudorese intensa, vômito...); - Atentar para sinais de complicações (pneumonia, desidratação, convulsões...); - Oferecer dieta líquida ou pastosa nos casos de alteração da mucosa oral ou alimentá-lo de acordo com as condições do cliente; - Promover ambiente semi-luminoso, nos casos de fotofobia, conjuntivite; - Proporcionar ambiente silencioso, arejado e confortável; - Promover sono e repouso; - Manter posição confortável, considerando as áreas de lesão e complicações; - Auxiliar nas atividades de autocuidado (higiene, vestimenta, alimentação...); - Administrar a terapêutica prescrita; cuidados específicos com venóclise (gotejamento, mudança de fase, infiltração...). # À família: - Orientar quanto à patologia (modo de transmissão, tratamento e complicações); - Orientar isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir a intensidade dos contágios evitando mandar o paciente com sarampo à escola, creche... # À comunidade: - Fazer busca ativa de casos; - Realizar educação para saúde através de palestra à comunidade com relação à imunização, redução do risco de exposição, incentivo ao aleitamento materno, entre outras. RUBÉOLA 1.Aspectos epidemiológicos Rubéola é uma doença infecto contagiosa, aguda, geralmente de evolução benigna com baixa letalidade, seu perigo está na infecção materna no primeiro trimestre da gravidez, podendo surgir sérios defeitos congênitos. Hoje, com a descoberta da vacina anti- rubéola, está havendo um melhor controle da doença. Sua distribuição é universal e incidência é maior no final do inverno e início da primavera; é menos contagiosa que o Sarampo e a Varicela. A doença confere imunidade permanente. Os recém-nascidos possuem anticorpos adquiridos pela mãe até o mês de vida. Incide mais em crianças, adolescentes de 5 a 14 anos e adultos. A Secretaria de Saúde da Paraíba notificou até o 1o trimestre de 1997, 131 casos de Rubéola, sendo que 114 casos ocorreram na região de Cajazeiras em conseqüência a um surto ocorrido no estado do Ceará. Agente etiológico Vírus tipo RNA do grupo Togavírus; é inativado ao calor, radiação ultravioleta, éter, formol e a temperatura de 56o C durante 30 minutos. É um vírus frágil. mailto:uthania@gmail.com 20 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Reservatório O reservatório natural é o homem. Na Rubéola congênita, o vírus pode permanecer presente até um ano após o nascimento, podendo ser encontrado nas secreções nasofaringe, no líquido céfalo-raquidiano e até nas fezes e na urina. Modo de transmissão A Transmissão é direta através das secreções nasofaringe. Sua transmissão é maior em ambiente fechado. A transmissão indireta não tem valor epidemiológica. Período de incubação - 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias. Período de transmissibilidade Vai desde 5 a 7 dias antes de iniciado do exantema até 5 a 7 dias após a instalação. Na rubéola congênita a transmissibilidade ocorre por um período mais longo, pela a presença do vírus nas secreções da nasofaringe, fezes e urina. Suscetibilidade e imunidade Sua suscetibilidade é geral. A doença confere imunidade. Fisiopatogenia O vírus penetra pela mucosa das vias respiratórias superiores. Na nasofaringe permanece +1- 8 dias se multiplicando, depois passa para os canais linfáticos ocorrendo um viremia transitória, passando para os linfónodos regionais,havendo uma replicação depois de +1- 3 dias ocorrendo uma linfadenomegalia, passando para via hemática e tecido cutâneo e finalmente manifestações gerais da doença. Quadro clínico # Período Prodrômico: Este período as vezes pode ser assintomático. Quando sintomático é caracterizado por aumento dos linfonodos retro-aunculares, sub-occipital e cervical posterior, geralmente, os linfonodos são dolorosos, móveis, pequenos e múltiplos, precedendo o exantema, em 5 a 10 dias. O estado geral é pouco afetado, podendo ocorrer mal-estar, tosse com pouca expectoração, conjuntivite discreta, febre baixa, anorexia, adenofagia. cefaléia, entre outros. Podendo ocorrer também enantema petequial localizado no palato mole conhecido por Sinal de Forchcheriner. # Período Exantemático Se caracteriza por exantema máculo-papular pequenas e arredondados sem bordas irregulares ou denteados como o do Sarampo, de cor rósea e não pruriginosa; se inicia na região retro- auricular, 12 a 24 horas após, se estende para a face, pescoço e parte superior do tórax. No 2o dia atinge todo o tronco, no 3o dia, os membros inferiores. A medida em que alcança os MMIII ele vai desaparecendo na face. Existem casos subclínicos em que o exantema pode durar apenas algumas horas e outros casos em que o exantema não está presente, tendo apenas aumento dos Iinfonodos e manifestações respiratória. Em 50% dos casos, o baço torna-se aumentado. # Período Convalescência mailto:uthania@gmail.com 21 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Após o período exantemático o cliente recupera e melhora o estado geral. Se as lesões foram muito intensas a pele sofre uma descamação, furfurácea. Complicações São raras as complicações: artralgias (punho, dedos e joelho), encefalite ou meningoencefalite, tombocitopenia (favorecendo as hemorragias: epistaxe, gengivorragia, hematúria, hematêmese...). RUBÉOLA CONGÊNITA É quando o feto é atingido pela mãe infectada. A possibilidade desse feto nascer com mal formação depende do contato e o período de gestação: 50% no 1o mês; 22% no 2o mês; 10% no 3o mês; 6% a 4% no 5o mês. Uma criança que nasce com o vírus, pode continuar eliminando-o durante 1 ano, através das fezes, urina, líquor e secreção. A Rubéola congênita a letalidade é alta nos casos graves. Principais alterações para o feto Cardíaca, neurológica, oftálmicas e auditivas. Possíveis mal formações do feto - Surdez, microftalmia, glaucoma, estenose pulmonar, defeito no septo ventricular, aneurisma nos grandes vasos, retardo mental, microcefalia, catarata, lesões ósseas, diminuição do crescimento, comunicação intra-ventricular ou intra- auricular. Síndrome da rubéola congênita - Pode se caracterizar após o nascimento, através da Pneumonia intersticial hepatite, púrpura trombocitopênica, hepato-esplenomegalia, miocardite, deterioração mental, convulsões. Diagnóstico ● Clínico – clínico-epidemiológico: feito através de identificações dos sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico, através do exame físico, anmnese e dados epidemiológicos. ● Laboratorial: Específico: # Exame sorológico – detecção de anticorpos IgM (sua presença indica infecção recente) específicos para rubéola, até 28o dia após o início do exantema. A detecção de anticorpos IgG ocorre após o desaparecimento do exantema, permanencendo detectável por toda a vida. Inespecífico – Hemograma, leucopenia, contagem de Plaquetas. Diferencial - Sarampo, exantema súbito, mononucleose, toxoplasmose, hipersensibilidade medicamentosa. Tratamento ● Específico: Não há tratamento específico e sim de suporte, sintomático. ● Sintomático: O tratamento é sintomático, podendo ser analgésico, antitérmico, hidratação. Em caso grave entra com corticoides e anticonvulsivante. Profilaxia mailto:uthania@gmail.com 22 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. # Notificação – Doença de notificação compulsória e de investigação epidemiológica obrigatória. # Definição de casos: Rubéola pós-natal Suspeito - Todo indivíduo que apresente febre, exantema maculo-papular independente situação vacinal. Confirmado: Quando o caso suspeito for confirmado laboratorialmente. # Medidas de controle – Todos os países das Américas estão desenvolvendo ações no sentido de erradicar esta virose. As principais atividades são: Vacinação - imunização ativa com a vacina tríplese viral (sarampo, rubéola, caxumba – MMR), está recomendada na rotina aos 15 meses de idade. A vacina é administrada por via subcutânea (SC), de preferência na face externa da parte superior do braço (região deltóide). Não é recomendável vacinar criança com menos de 1 ano, nem mulher grávida, como também a mulher deve evitar a gravidez no período de 2 a 3 meses após a vacinação). Comunicantes – gestantes expostas devem ser avaliadas sorologicamente, acompanhadas e orientadas. Mulher acometida deve ser orientada a não engravidar num período de 6 meses a 1 ano após. Isolamento de casos - O isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir a intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, contato com mulheres grávidas, principalmente no 1o trimestre de gestação, a freqüência a escola, creche, entre outros, durante o período de transmissibilidade e incubação da doença. OS POSSIVEIS DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DOR (Aguda) - pode estar relacionada por aumento dos linfonodos retro-auricular, sub- ocipital, cervical e presença do exantema, evidenciado por de cefaléia, mal-estar... INTEGRIDADE TISSULAR OU PELE PREJUDICA - pode estar relacionada à sensibilidade alterada provocado pelo vírus, evidenciada por exantema máculo-papular pequenas e arredondadas, não pruriginosa de cor rósea na região retro-auricular, face, pescoço, parte superior do tórax, MMIISS... MUCOSA ORAL ALTERADA - pode estar relacionada à inflamação da mucosa da boca, evidenciada por enantema petequial localizado no palato mole (sinal de Fochercheriner). Intervenções de Enfermagem Baseados nos possíveis diagnósticos de enfermagem acima relacionados, serão especificados os cuidados de enfermagem mais importantes ao paciente, família e comunidade, com a finalidade de aliviar as manifestações clínicas, prevenir as complicações e controlar a transmissão # Ao paciente: - Observar a respiração, a tosse e a expectoração e controle de temperatura; - Fazer higiene oral duas ou mais vezes por dia com água bicarbonatada a 2%; - Fazer higiene ocular com água boricada ou soro fisiológico, para evitar infecção; - Lubrificar os lábios e hidratar; - Limpar as cavidades auriculares e observar sinais e sintomas de otite; mailto:uthania@gmail.com 23 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. - Remover crostas, lubrificando-as, manter narinas secas e desobstruidas; - Fazer banho diário, chuveiro ou imersão com permaganato de potássio, nos casos de lesões infectadas, após banho, curativo se necessário - Orientar e / ou providenciar, aparar bem as unhas, explicando as conseqüências se coçar as lesões; - Atentar para sinais de complicações (pneumonia, desidratação, convulsões...); - Oferecer dieta líquida ou pastosa nos casos de alteração da mucosa oral ou alimentá-lo de acordo com as condições do cliente; - Promover ambiente semi-luminoso, nos casos de fotofobia, conjuntivite; - Promover sono e repouso, - Orientar quanto à necessidade do isolamento do cliente evitando contato com mulheres grávidas, principalmenteno lo trimestre de gestação. - Orientar a não engravidar num período de 6 meses após a Rubéola (se for mulher na idade fértil). - Auxiliar nas atividades de autocuidado (higiene, vestimenta, alimentação...); - Administrar a terapêutica prescrita; cuidados específicos com venóclise (gotejamento, mudança de fase, infiltração. .), SVD, SNG, etc, se houver. # À família: - Orientar quanto à patologia (modo de transmissão, tratamento e complicações); - Orientar isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir a intensidade dos contágios evitando contato com mulheres grávidas, principalmente no 1o trimestre de gestação e mandar o paciente à escola, creche... # À comunidade: - Fazer busca ativa de casos; - Realizar educação para saúde através de palestra à comunidade com relação à imunização, redução do risco de exposição, rubéola congênita, entre outras. VARICELA / HERPES ZOSTER Aspectos epidemiológicos A Varicela - é uma doença transmissível altamente contagiosa, aguda, endemo- epidêmica, geralmente de evolução benigna, exceto em indivíduos imunocomprometidos, quando adquirem varicela primária ou recorrente, possuem maior risco de doença severa. É de distribuição universal, incide mais menores de 15 anos, raça e sexo não exercem qualquer influência. É mais freqüente no final do inverno e início da primavera. O herpes zoster - é uma doença cosmopolita, geralmente de evolução benigna, podendo ser grave em indivíduos imunodeprimidos. Agente etiológico Ë causado pelo herpes vírus varicellae, um vírus frágil, sensível ao calor, éter, luz e solar. Se mantém viável em ambientes frios, inativa-se rapidamente fora do organismo humano, tem tropismo pelas células derivadas do ectoderme como pele e mucosa. Reservatório - O reservatório natural é o homem mailto:uthania@gmail.com 24 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Modo de transmissão É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções da nasofaringe, expelida ao tossir, espirar, falar ou respirar, sua transmissão é maior em ambiente fechado. E raramente, através de contato com lesões. Tem sido descrito, também, a forma indireta com menos freqüência através de fômites. Período de incubação – Entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o contato. Podendo ser mais curto em pacientes imunodeprimidos e mais longo após imunização passiva. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE Vai desde um dia antes de instalado o exantema até 5 a 6 dias após a instalação, até todas as vesículas tenham se transformado em crostas. Enquanto estiver surgido vesículas o paciente está transmitindo. Suscetibilidade e imunidade Varicela- Sua suscetibilidade é geral, indivíduos imunocomprometidos e récem- nascido estão mais expostos à varicela grave. A doença confere imunidade permanente, só excepcionalmente ocorre mais de uma vez. Herpes zoster- Sua suscetibilidade é maior entre indivíduos portadores de doenças crônicas, neoplasicas, AIDS, entre outras. A incidência é significativamente maior entre indivíduos HIV positivos que entre os soro negativos (15 vezes mais freqüente). A partir de 1981, o herpes zoster passou a ser reconhecido como uma infecção freqüente em pacientes portadores de HIV. Não confere imunidade, o reaparecimento, vai depender do estado imunológico do indivíduo. Fisiopatogenia Varicela - O vírus provavelmente penetra pela amigdalas provocando uma viremia efêmera, vai para as células perivasculares da epiderme e vísceras, causando a característica clínica da varicela.. Herpes zoster - Geralmente, é decorrente da reativação do vírus da varicela em latência. Após a fase de disseminação hematogênica, em que atinge a pele, caminha centripetamente pelos nervos periféricos até os gânglios nervosos, onde poderá permanecer, em latência, por toda a vida. Causas diversas podem causar uma reativação do vírus, que caminhando centrifugamente pelo nervo periférico, atinge a pele, causando a característica erupção do herpes zoster. Quadro clínico Varicela: # Período Prodrômico - Este período as vezes pode ser assintomático. Quando sintomático é caracterizado por mal-estar, febrícula, astenia, cefaléia, inapetência, entre outros. # Período de Estado ou Exantemático - Se caracteriza por surgimento de exantema de aspecto mácula-papular, de distribuição centrípeta, que, após algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente para pústula e, posteriormente, formando crostas em 3 a 4 dias. Pode ocorrer febre, moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica é o polimorlismo das lesões cutâneas, que se apresentam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de prurido. mailto:uthania@gmail.com 25 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Complicações - Infecção bacteriana secundária de pele: Abscessos locais, cutâneos e subcutâneos, impetigo, erisipela, que podem levar a quadros de sepse, como encefalite, meningite, pneumonite, broncopneumonite, endocardite e glomerulonefrite. Herpes zoster # Período Prodrômico - Se inicia com dor de intensidade variável com característica de formigamento no local que será a sede do zoster quem vem acompanhado de cefaléia, raquialgia, sensação de indisposição geral e febre. # Período de Estado ou Exantemático - A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa. A erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha mediana, seguindo o trajeto de um nervo. Surgem de modo gradual, levando de 2 a 4 dias para se estabelecerem. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica (53% dos casos), cervical (20%), trigêmio (15%), e lombossacra (11%). Em pacientes imunossuprimidos, as lesões surgem em localizações atípicas e, geralmente, disseminadas. Complicações – Além de Infecção bacteriana secundária de pele e quadros de sepse, pode levar a quadros de nevralgia pós-herpética: definida como dor persistente em mais que 4 a 6 semanas após a erupção cutânea. Sua incidência é claramente associada à idade, atingindo cerca de 40% dos indivíduos acima dos 50 anos. Diagnóstico ● Clínico-epidemiológico: feito através de identificações dos sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico, através do exame físico, anmnese e dados epidemiológicos. ● Laboratorial: Específico – teste sorológico (imunofluorescência e fixação do complemento) Inespecífico - Hemograma, Contagem de Plaquetas Diferencial – Varíola (erradicada), dermatites (impetigo e pênfego) e riquetsioses. Tratamento ● Específico: - A varicela por ser uma doença benigna, não sendo necessário tratamento específico. Antivirais (ciclovi ou vidarabina, zolvirax) têm sido indicados nos casos graves de varicala e herpes zoster. ● Sintomático - Analgésico, antitérmico, hidratação e repouso, Banhos com solução anti- sépticas (+ usado é o KMnO4), Antibióticos só nos casos de infecção secundária e Corticoides (predinizona) para prevenir a neurite pós- herpética. Profilaxia # Notificação – Não são doenças de notificação compulsória. # Medidas de controle: Isolamento total do indivíduo comprometido por herpes zoster evitando contatos com indivíduos imunologicamente comprometidos. Vacinação – Não faz parte do calendário básico de vacinação, mas pode ser utilizada entre 1 a 13 mailto:uthania@gmail.com 26 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.comBrasil, 2022. anos de idade. Imunoglobulina hiperimune antivaricela zoster – indicado para indivíduos susceptíveis sob alto risco de desenvolver varicela severa. Medidas gerais – Desinfecção concorrente dos objetos contaminados com secreções da nasofaringe e lavagem das mãos após tocar lesões potencialmente infecciosas. Possíveis diagnósticos de enfermagem VARICELA HIPERTERMIA - pode estar relacionada ao processo infeccioso viral, evidenciado por aumento da temperatura (T 37,8oC) e taquicardia. DOR (Aguda) - pode estar relacionada à inflamação das membranas da mucosa, conjuntiva e presença do exantema, evidenciado por verbalização de cefaléia, astenia, conjuntivite, fotofobia, faringite, mal-estar... INTEGRIDADE TISSULAR OU PELE PREJUDICA - pode estar relacionada à sensibilidade alterada provocado pelo vírus, evidenciada por exantema máculo-papular, vesículas, crostas, de distribuição centrípeta e polimorfismo local. RISCO PARA INFECÇÃO (Secundária: Como abscessos cutâneo e subcutâneo, ulcerações, impetigo, Pneumonia, broncopneumonia, endocardite, encefalite, meningite, estomatite otite...) - pode estar relacionado à alteração imunológica, nutricional, integridade tissular... HERPES ZOSTER DOR (Aguda) – pode estar relacionada à alteração inflamatória do nervo comprometido provocado pelo herpes vírus varicellae, evidenciada por relato de dor na área do zoster (oftálmica, facial, torácica, lombar...), cefaléia, raquialgia, neuralgias pós herpéticas... INTEGRIDADE TISSULAR PREJUDICA - pode estar relacionada à degeneração das fibras nervosas provocado pelo herpes vírus varicellae, evidenciada por lesões unilaterais (erupções, placas eritematosas, vesículas, pústula) nas regiões (torácica, cervical, trigêmio, lombossacra...). INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Baseados nos possíveis diagnósticos de enfermagem acima relacionados, serão especificados os cuidados de enfermagem mais importantes ao paciente, família e comunidade, com a finalidade de aliviar as manifestações clínicas, prevenir as complicações e controlar a transmissão. # Ao paciente: - Observar a respiração, a tosse e a expectoração e controle de temperatura; - Fazer higiene oral duas ou mais vezes por dia com água bicarbonatada a 2%; - Fazer higiene ocular com água boricada ou soro fisiológico, para evitar infecção; - Lubrificar os lábios e hidratar; - Limpar as cavidades auriculares e observar sinais e sintomas de otite; - manter narinas secas e desobstruídas; mailto:uthania@gmail.com 27 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. - Fluidificar as secreções e removê-las; - Fazer banho diário, chuveiro ou imersão com permaganato de potássio, nos casos de lesões infectadas, após banho, curativo se necessário; - Orientar e / ou providenciar, aparar bem as unhas, explicando as conseqüências se coçar as lesões; - Observar e controlar eliminações (diarréia ou constipação, oligúria, sudorese intensa, vômito...); - Atentar para sinais de complicações (infecção bacteriana secundária de pele e quadro de sepse e nevralgia pós-herpética (herpes zoster)...); - Oferecer dieta líquida ou pastosa nos casos de alteração da mucosa oral ou alimentá-lo de acordo com as condições do cliente; - Promover ambiente semi-luminoso, nos casos de fotofobia, conjuntivite; - Proporcionar ambiente silencioso, arejado e confortável; - Manter posição confortável, considerando as áreas de lesão; - Auxiliar nas atividades de autocuidado (higiene, vestimenta, alimentação...); - Administrar a terapêutica prescrita; cuidados específicos com os corticóides (herpes zoster), anti-virais, venóclise (gotejamento, mudança de fase, infiltração...), antitérmicos, analgésicos, etc, se houver. # À família: - Orientar quanto à patologia (modo de transmissão, tratamento e complicações); - Orientar medidas gerais com desinfecção dos objetos e lavagem das mãos após tocar lesões potencialmente infecciosas; - Orientar isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos pode diminuir a intensidade dos contágios evitando mandar o paciente à escola, creche... # À comunidade: - Realizar educação para saúde através de palestra à comunidade com relação à imunização ativa e passiva , redução do risco de exposição, entre outras. Lesões dermatológicas As lesões dermatológicas representam a características mais proveniente das afecções da pele. Elas variam de tamanho, forma e causa. São classificadas de acordo com seu aspecto e sua origem: Lesões primárias- são as lesões iniciais e são características da própria doença, entre elas temos: Mácula - é uma descoloração plana e circunscrita da pele. Pápula - é uma lesão palpável sólida e elevada, menor que 1 cm de diâmetro. Vesícula- é uma pequena elevação da pele cheia de liquido transparente. Bolhas- são grande vesículas com diâmetro maior que 1 cm. Pústula - é uma lesão que contém pus; pode formar-se como resultado de alteração purulentas em uma vesícula. mailto:uthania@gmail.com 28 ___________________________________________________________________________________________ Dra. Uthania de Mello França Universidade Federal da Paraíba- UFPB E-mail: uthania@gmail.com Brasil, 2022. Nódulo - é uma lesão sólida e elevada com mais de 1 cm de diâmetro. Vergão - é uma elevação transitória da pele causada por edema da derme e dilatação capilar circundante. Placa é um lesão sólida e elevada na pele ou em membrana mucosa maior que 1 cm em seu maior diâmetro. Cisto - é um tumor que contém material semi-sólido ou líquido. Lesões secundárias - são as lesões que resultam de causas externas, como prurido, traumatismos, infecções ou modificações causadas pela cicatrização de feridas, entre elas temos: Escamas - são camadas córneas, empilhadas, de epiderme morta; podem desenvolver-se como resultado de alterações inflamatórias. Crostas - são revestimentos formados por soro, sangue ou pus que seca na pele. Escoriações - são marcas lineares de arranhaduras ou de áreas traumatizadas de pele. Fissuras - são rachaduras na pele, geralmente provenientes de ressecamento marcante e inflamação de longa duração. Úlceras - são lesões formadas por destruição local da epiderme e de parte ou toda a derme subjacente. Liquemificação - é espessamento da pele acompanhada por acentuação das marcas a pele. Cicatriz- é uma alteração fibrótica na pele seguido-se a um processo destrutivo. Atrofia- é a perda de um ou mais dos componentes da pele. mailto:uthania@gmail.com
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