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FICHAMENTO UNIMEO – CTESOP Acadêmico: Matheus N. G. de Oliveira Professora: Diana Priscilla de Souza Mezzari Dia: 20 de março de 2023 Turma: Psicologia, 4º ano, noturno MELO, A. ROCHA, E. Por que uma psicologia clínica Histórico - Cultural? In Cartas Para Vigotski: Ensaios em Psicologia Clínica. 1 ed. 2020. Por que uma psicologia clínica Histórico-cultural? · É preciso atender na clínica escola, mesmo para quem não pensa em atuar nesta área, por ser uma experiência fundamental, pois contribui muito na escuta terapêutica. · Na Psicologia Histórico-cultural, no atendimento individual há o entendimento que o contexto social do sujeito é responsável como produtor de saúde e de sofrimento. · Sabendo disto, sob a orientação da Professora Dra. Ana Ignez Belém Lima, que já havia um entendimento sobre a clínica em Vigotski, foi formado um grupo de estagiários na Universidade Estadual do Ceará. · Passou a realizar cursos de formação e especialização, grupos de estudos, pesquisas, eventos, entre outros. · O objetivo era construir uma Psicologia Histórico-cultural contemporânea, brasileira e cearense. · É notável a dificuldade pela pouca tradição da teoria Psico. brasileira e pela dificuldade do acesso às obras, mas também é motivador por notar grupos de psicólogos brasileiros e de outros países refletindo sobre. A Teoria histórico-cultural: algumas inspirações · É necessário para pensar nas implicações clinicas da teoria considerar o contexto que os estudos da Psicologia histórico-cultural se desenvolveram. · Nasceu em 1896 na Rússia, produziu suas pesquisas durante um período conturbado. · Um dos pontos centrais de seus estudos era de base marxista, pois o método materialista histórico-dialético possibilitou a construção de uma nova Psicologia, onde se rompeu os dualismos. · Ao acompanhar os livros de Vigotski, podemos perceber as nuances dos caminhos teóricos assumidos, conhecer os autores que o influenciam, mudanças e evoluções. · O estilo de pesquisa de Vigotski e baseado no diálogo com outros autores. · É comum apropriações voltadas ao campo da educação, ao invés do campo da Psicologia. · Um dos elementos centrais para entender o contexto proposto, é a sua morte prematura. · Primeiros livros publicados foram “Pensamentos e Linguagem e A Formação da Mente”, traduzidos após décadas de sua morte, e com modificações na tradução, sendo excluídas muitas coisas. · Como consequência disto, dificulta a compreensão integral da teoria. · Os principais obstáculos ao estudo da teoria: o contexto ideológico da Rússia na época, o tratamento dado pelos primeiros tradutores e a descontinuidade dos colaboradores da teoria. · Muitos de seus textos não foram traduzidos para o português. · Através de anos de trabalho crítico, metódico e sistemático, houve contribuições para uma teoria geral em Psicologia. · Infelizmente, a morte de Vigotski deixaram pontos inacabadas. · A teoria histórico-cultural vincula os avanços da psicologia ao contexto material e histórico das sociedades, e por isto, a teoria está aberta à constantes contribuições. Aspectos centrais para uma Clínica Histórico-cultural · Vigotski dedicou estudos sobre a desintegração das funções psicológicas e sobre a área clínica. · Seja na clínica individual ou em qualquer outro espaço, é fundamental conhecer o viés de suas obras para a atuação prática. · “A gênese social da consciência” e “O método materialista histórico-dialético” são considerados dois pontos centrais na teoria histórico-cultural, e não podemos deixar de fora da nossa atuação profissional, mais objetivamente, na construção clínica. · A teoria traz concepções para o atendimento clínico, ela vê o sujeito em seu desenvolvimento sócio cultural tendo a compreensão materialista histórica dialética. · A teoria oferece o estudo da gênese da consciência humana, no dualismo entre individual e social. · O individualismo e o social do sujeito, não é considerado apenas o subjetivo, mas os dois se integram e se constituem dialeticamente. · O individual não foi negado nas obras da Psicologia Histórico-Cultural, há a ideia que o individual tem gênese social, e vivem em constante movimento. · Por isto, na clínica individual nesta teoria, não é constituída em um processo individualista. · A clínica histórico-cultural é a “clínica da consciência”, consciência na teoria é um sistema psicológico, o espaço psíquico onde o sujeito se constitui e onde as funções superiores se relacionam. · Funções superiores são: pensamentos, linguagem, formação de conceitos, imaginação, criatividade, memória mediada, atenção voluntária, emoções. · É no espaço psíquico que o sujeito constitui sua subjetividade, através das relações sociais e também das condições fisiológicas. · A consciência é compreendida como uma relação de cognição e afeto. · É no espaço da consciência que se relacionamos com a realidade e o sujeito começa a entender o mundo e a si mesmo. · É na consciência que compreendemos os processos de desenvolvimento quanto a desintegração, como acontece na esquizofrenia. · A psicóloga Bluma Vulfovna Zeigarnik desenvolveu de maneira muito interessante o tema patologia. · A autora integrou fatores biológicos das doenças mentais aos aspectos sociais e ontológicos do sujeito acometido por elas. · A compreensão qualitativa é prioritária em relação à análise quantitativa de sintomas. · Os fatores trazidos à terapia são tomados em sua historicidade. · Quanto mais patológicos forem os espaços e as relações sociais das quais o sujeito participa, mais elementos existirão para gerar sofrimento ao psiquismo. · A linguagem é o recurso central da terapia, pois é considerada fundamental em nosso desenvolvimento sócio-histórico. · Na clínica histórico-cultural, a linguagem é o componente essencial do pensamento. · É necessário saber que aprendizagem se dá primeiro no campo interpessoal e depois no campo intrapessoal, é ai que traz mudanças na subjetividade. · Devemos entender que a linguagem como aspecto central, não significa limitar-se ao racional. · Os terapeutas histórico-culturais devem atuar como mediadores das vivencias em terapia, para que o sujeito se expresse além da fala. · A arte, é uma via de acesso à dinâmica do psiquismo, pois ela pode fazer emergir emoções e reflexões, sendo uma grande ferramenta para a clínica. · Cada processo terapêutico é único, cada sujeito é único, pois cada sujeito possui sua vivência subjetiva. · Na relação terapêutica, o terapeuta deve compreender o que o sujeito traz de si, de suas relações sociais, sua história e contexto de vida. · Também na relação clínica, é gerado “zonas de desenvolvimento proximal” que indica que existe possibilidade de desenvolvimento entre pessoas. · Na relação sujeito-terapeuta, o sujeito se desenvolve e modifica sua forma de se relacionar e de estar no mundo. · Em terapia, esse sujeito irá compartilhar suas emoções, ou seja, seus medos e suas potencialidades, nisso, cabe ao terapeuta mediar a percepção dessas características, gerando zonas de desenvolvimento proximal. · Na intervenção clínica histórico-cultural, partimos da realidade material do sujeito para compreendermos sua vivência, para conseguimos gerar autonomia e fazer com que o sujeito internalize o desenvolvimento conquistado pelo terapeuta.
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