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2018 DiDática Da Língua ingLesa ii Prof.ª Karina Gebien Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Prof.ª Karina Gebien Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. G293d Gebien, Karina Didática da língua inglesa II. / Karina Gebien – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 180 p.; il. ISBN 978-85-515-0178-8 1.Língua inglesa - Estudo e ensino – Brasil. 2.Prática de ensino – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 428.24 Impresso por: III apresentação Welcome to your second Didactics book! Depois de muito aprendizado no livro de Didática I, estamos de volta com mais alguns tópicos importantes para você crescer ainda mais em seus conhecimentos e se tornar an excelent English teacher! Neste livro, você estudará diferentes assuntos que complementarão muitas das aprendizagens do livro de Didática I. Na primeira unidade, você aprenderá as principais características de cada idade, desde a Educação Infantil até o ensino de adultos. Na sequência, você conhecerá algumas das principais teorias de aquisição de uma primeira e segunda língua com alguns nomes que, acredito, sejam bem conhecidos. Por fim, nesta mesma unidade você conhecerá alguns métodos de ensino que visam englobar as quatro habilidades da língua inglesa: fala, escrita, leitura e audição. Na segunda unidade, o enfoque será nos métodos de ensino de idiomas e o livro didático. Para isso, algumas dicas para a organização e planejamento de aulas serão dadas. Também haverá forte enfoque em questões do livro didático e algumas particularidades importantes que professores devem saber antes de escolher, ou até mesmo antes de usar determinado material. A última unidade será também muito útil para você, futuro professor de Inglês, pois nela serão disponibilizadas atividades para as diferentes faixas etárias estudadas na Unidade 1, divididas pelas quatro habilidades da língua inglesa a serem desenvolvidas nas aulas. Além disso, sugestões de trabalho com músicas, internet e outros recursos também serão apresentadas nesta unidade. Espero que você aprenda muito com este livro, pois, de acordo com Joseph Joubert, “to teach is to learn twice over” – ensinar é aprender duas vezes, por isso enjoy! Teacher Karina Gebien IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII UNIDADE 1 – A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE ............................................................... 1 TÓPICO 1 – DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES ............................ 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 AGE – IDADE ........................................................................................................................................ 3 2.1 ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................................................................................... 4 2.2 COMO TRABALHAR COM CRIANÇAS DE 2 ANOS .............................................................. 5 2.3 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 3 ANOS ............................................................ 7 2.4 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 4 ANOS ............................................................ 8 2.5 ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I ................................................................................ 10 2.6 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 6 ANOS ............................................................ 11 2.7 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 7 ANOS ............................................................ 12 2.8 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 8 ANOS ............................................................ 13 2.9 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 9 ANOS ............................................................ 14 2.10 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 10 ANOS ........................................................ 15 3 ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II .................................................................................. 15 3.1 DICAS PARA TRABALHAR COM AS IDADES DE 11 E 12 ANOS ........................................ 17 4 ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ........................................................................................................ 19 4.1 O TRABALHO COM OS ADOLESCENTES DE 13 A 17 ANOS ............................................... 21 5 ALUNOS ADULTOS ............................................................................................................................ 22 6 LEARNER’S DIFFERENCES – DIFERENCIAÇÕES ENTRE ESTUDANTES .......................... 23 6.1 MOTIVATION - MOTIVAÇÃO ..................................................................................................... 23 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 25 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 26 TÓPICO 2 – TEORIAS QUE EXPLICAM O APRENDIZADO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA ............................................................................................................................. 29 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 29 2 BEHAVIORISMO ................................................................................................................................. 29 3 INATISMO ............................................................................................................................................. 31 3.1 GRAMÁTICA UNIVERSAL........................................................................................................... 31 3.2 TEORIA DE KRASHEN.................................................................................................................. 33 4 INTERACIONISMO ............................................................................................................................ 34 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 37 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 38 TÓPICO 3 – INTEGRANDO AS QUATRO HABILIDADES EM DIFERENTES FORMAS DE ENSINO DA LE ...................................................................................... 43 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43 2 CONTENT-BASED TEACHING ....................................................................................................... 43 2.1 THEME-BASED TEACHING ......................................................................................................... 45 2.2 EXPERIENTIAL LEARNING ......................................................................................................... 47 3 THE EPISODE HYPOTHESIS............................................................................................................ 48 sumário VIII 4 TASK-BASED TEACHING ................................................................................................................ 49 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 52 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 54 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 55 UNIDADE 2 – ENFOQUE E MÉTODOS DE ENSINO DE IDIOMAS E O LIVRO DIDÁTICO ..................................................................................................................... 57 TÓPICO1 – ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES SOBRE A AULA DE LE ....................... 59 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59 2 COMO PLANEJAR UMA LIÇÃO ..................................................................................................... 59 2.1 COMO PLANEJAR UMA LIÇÃO DE ACORDO COM BROWN (1994) ................................ 62 3 ORGANIZAÇÃO DA AULA DE IDIOMAS .................................................................................. 63 4 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DE LE ................................................... 65 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70 TÓPICO 2 – QUESTÕES RELATIVAS À ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO E O DIA A DIA DA SALA DE AULA .................................................................................. 73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73 2 USO DE MATERIAIS AUTÊNTICOS NAS AULAS DE LE ......................................................... 74 2.1 PRÓS .................................................................................................................................................. 74 2.2 CONTRAS ......................................................................................................................................... 76 3 GÊNEROS TEXTUAIS E O LIVRO DIDÁTICO ............................................................................ 77 3.1 O QUE SÃO TIPOS E O QUE SÃO GÊNEROS TEXTUAIS? .................................................... 77 3.2 GÊNEROS TEXTUAIS E OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES E O LIVRO DIDÁTICO .... 81 4 QUESTÕES CULTURAIS E O LIVRO DIDÁTICO ....................................................................... 85 5 PNLD ....................................................................................................................................................... 86 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 89 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90 TÓPICO 3 – O ENSINO DE LITERATURA NAS AULAS DE LE .................................................. 91 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 91 2 O QUE É TRABALHAR LITERATURA DAS AULAS DE LE? .................................................... 91 3 COMO TRABALHAR COM OS LIVROS PARADIDÁTICOS ................................................... 95 4 OUTRAS MANEIRAS DE TRABALHAR COM LITERATURA ............................................... ..98 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................105 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................108 UNIDADE 3 – ATIVIDADES DE PRÁTICA DE ENSINO EM LÍNGUA INGLESA E LITERATURA ...........................................................................................................111 TÓPICO 1 – SUGESTÕES DE ATIVIDADES A PARTIR DE RECURSOS DIFERENCIADOS ....113 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113 2 O TRABALHO COM MÚSICAS .....................................................................................................114 3 TRABALHANDO COM A INTERNET E O CELULAR ..............................................................115 4 TRABALHANDO COM JOGOS .....................................................................................................118 5 TRABALHANDO COM VÍDEOS E FILMES ...............................................................................119 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................122 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................123 IX TÓPICO 2 – ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA ...............................................................127 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127 2 NÍVEL BÁSICO ...................................................................................................................................128 3 NÍVEL INTERMEDIÁRIO ................................................................................................................129 4 NÍVEL AVANÇADO ..........................................................................................................................131 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................133 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134 TÓPICO 3 – ATIVIDADES DE PRODUÇÃOORAL – SPEAKING ............................................137 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137 2 NÍVEL BÁSICO ...................................................................................................................................137 3 NÍVEL INTERMEDIÁRIO ................................................................................................................139 4 NÍVEL AVANÇADO ..........................................................................................................................139 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................142 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................143 TÓPICO 4 – ATIVIDADES DE LEITURA .............................................................................. 147 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 147 2 NÍVEL BÁSICO ........................................................................................................................ 148 3 NÍVEL INTERMEDIÁRIO ................................................................................................... 150 4 NÍVEL AVANÇADO ..........................................................................................................................152 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................155 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156 TÓPICO 5 – ATIVIDADES DE COMPREENSÃO DA ORALIDADE – LISTENING .............159 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159 2 NÍVEL BÁSICO ...................................................................................................................................160 3 NÍVEL INTERMEDIÁRIO ................................................................................................................162 4 NÍVEL AVANÇADO ..........................................................................................................................163 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................166 RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................172 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................173 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................175 X 1 UNIDADE 1 A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprofundar as principais características de cada idade a fim de melhor ensinar a língua inglesa; • estudar as principais teorias de aprendizagem de uma primeira e, consequentemente, de uma segunda língua; • conhecer alguns métodos de ensino de uma segunda língua que compreendem as quatro habilidades: speaking, listening, reading and writting. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES TÓPICO 2 – TEORIAS QUE EXPLICAM O APRENDIZADO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA TÓPICO 3 – INTEGRANDO AS QUATRO HABILIDADES EM DIFERENTES FORMAS DE ENSINO DA LE 2 3 TÓPICO 1UNIDADE 1 DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 1 INTRODUÇÃO Acadêmico! É de suma importância que professores tenham conhecimento das principais características físicas, emocionais, sociais, linguísticas e intelectuais dos alunos que terão como missão ensinar uma língua tão necessária ultimamente. Por isso, no Tópico 1 iniciaremos com o estudo das principais diferenças entre as idades e os aspectos que prevalecem em cada uma delas. As características das idades serão divididas em quatro partes, seguindo as fases da escolarização que são a Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio e no caso de curso de idiomas e Educação de Jovens e Adultos. O foco maior será dado para o Ensino Fundamental II, visto que esta é a etapa da escolarização na qual os currículos escolares normalmente prezam por mais aulas de inglês. Para finalizarmos, trabalharemos com diferenças peculiares entre estudantes, tais como aptidão, características positivas, estilos de estudantes e, por fim, algo muito discutido no ensino e aprendizagem de línguas, que é a motivação. Have an excellent reading! 2 AGE – IDADE De acordo com Harmer (2001), muitas de nossas decisões com relação ao que ensinar e como se ensina depende, muitas vezes, da idade de nossos estudantes. Sabemos que pessoas de diferentes idades têm necessidades, competências e, cognitivamente falando, muitas diferenças que devem ser levadas em conta quando vamos ensinar. Isso vale não somente para o ensino de língua inglesa, mas também de qualquer outra matéria ou conteúdo. Harmer (2001) ainda afirma que alguns pensamentos são comuns quando estamos falando de aprendizagem de línguas, por exemplo, quem nunca ouviu que a melhor idade para se aprender inglês é na infância porque depois o processo torna-se mais difícil? Ou ainda, que os adolescentes são desmotivados para se aprender uma língua estrangeira e não cooperam com as aulas? Por fim, que para os adultos aprenderem uma segunda língua, muitas barreiras precisam ser superadas e que raramente se obtém sucesso? UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 4 Para o autor, todas essas afirmações são estereótipos que sugerem que as pessoas são todas iguais, mas que é inevitável que façamos uma pré-generalização quando vamos receber uma nova turma, ou uma turma heterogênea, por exemplo, em um curso de idiomas no qual várias idades estão reunidas. Na sequência, você poderá aprofundar-se através da abordagem das principais características pertinentes a cada idade e que poderão ser de grande valia para a futura prática pedagógica de ensino da língua inglesa. 2.1 ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Atualmente são muitas as escolas que oferecem o ensino da língua inglesa desde a Educação Infantil. Como você já estudou na Didática I, as leis não obrigam que o ensino do idioma seja obrigatório nesta etapa, por isso, as escolas que oferecem inglês desde a Educação Infantil ou Ensino Fundamental I são oferecedoras de um grande diferencial. Para os professores que se sentem aptos e que se identificam com essa faixa etária, com certeza esse ainda é um campo a ser muito explorado. De acordo com Leventhal (2006, p. 11), “a criança que é livremente criativa tem elevada calma e independência”. De acordo com a mesma autora, para desenvolver essa criatividade é preciso que o professor dessa faixa etária seja também criativo. Essa criatividade aliada à liberdade gera o brincar. O brincar espontâneo dessa idade desenvolverá a linguagem, pensamento, iniciativa. “Por meio de jogos e brincadeiras, as crianças aprendem a tomar decisões, a estabelecer relações de troca, a lidar com regras, a resolver conflitos e a encontrar soluções para suas dificuldades” (LEVENTHAL, 2006, p. 12). Segundo estudos referenciados por Leventhal (2006), a premissa que muitas pessoas seguem de que aprender uma língua estrangeira o mais cedo possívelé mais fácil já foi comprovada através de pesquisas. Crianças que migraram para os EUA entre três e sete anos, nascidas na Coreia e na China, alcançaram o desempenho dos americanos. Se uma pessoa aprende a primeira língua até os seis anos e depois a aprimora com o tempo, podemos ter a mesma ideia quando se trata da aquisição da segunda língua. Os princípios do desenvolvimento infantil, de acordo com Leventhal (2006, p. 32-33), são: • Desenvolvimento segue certos padrões previsíveis. As crianças se desenvolvem em estágios e a sequência desses estágios é a mesma; • enormes diferenças na média de crianças da mesma faixa etária. Ainda quando tais crianças são cronologicamente de idades iguais, seus níveis de conhecimento e habilidade variam amplamente; • desenvolvimento é ímpar. As crianças podem se desenvolver mais rapidamente em uma área que em outra; • desenvolvimento provém do simples para o complexo e do geral para o específico. Cada habilidade é construída de uma maneira simplificada até que a criança aprenda a utilizá-la de maneira refinada e mais sofisticada; TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 5 • aprendizado acontece do concreto para o abstrato. As crianças necessitam de experiências da vida real, interagindo com objetos concretos, para que então o conhecimento possa ser construído; • desenvolvimento não pode ser “ensinado” ou “apressado”. Se as crianças forem forçadas a executar tarefas que não condigam com a fase na qual estão situadas, isso pode causar danos em sua autoimagem, autoestima ou até mesmo sentimentos e atitudes negativas em relação à escola; • as crianças, assim como os adultos, têm estilos diferentes de aprendizagem, que precisam ser respeitados. Têm também diferentes interesses, necessidades e motivações; • aspecto intelectual, assim como o social, o emocional e o desenvolvimento físico estão intrinsecamente ligados. Daí a importância de se educar uma criança valorizando cada um desses aspectos, para que no futuro todas elas possam interagir de maneira harmoniosa. Iniciaremos falando especificamente sobre a criança de dois anos. De acordo com Leventhal (2006), a criança de dois anos tem como característica física o fato de ser muito ativa. Com relação ao seu emocional, essas crianças desejam fazer as coisas sozinhas, não gostam de mudanças e são bem instáveis, variando no choro e no riso. No seu convívio social brinca sozinha, mas demonstra interesse em brincar com os outros, porém, por ser um pouco egoísta, compartilhar brinquedos não é tão fácil. Às vezes pode ser agressiva com outras crianças. Pode perder o interesse por alguma atividade, observa e interessa-se pelo outro. No aspecto linguístico, ela produz de 200 a 600 signos linguísticos, entende mais do que consegue falar e gosta da repetição, expressa ideias e imita os outros. Quando vamos para o aspecto intelectual, a criança de dois anos demonstra atenção de curta duração para com alguma atividade. Ela aprende através dos sentidos e já consegue reconhecer partes do corpo, cores e alguns animais. Veja o quadro proposto pela autora com algumas sugestões de trabalho para esta idade. 2.2 COMO TRABALHAR COM CRIANÇAS DE 2 ANOS Físico • Dê a criança oportunidades para jogos internos e externos, como escalar e correr. • Ofereça grande variedade de materiais para serem explorados. • Crie oportunidades para que possam se vestir e se alimentar sozinhas, e também para cuidar de seus brinquedos; valorize o momento de ir ao banheiro. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 6 Emocional • Permita que as crianças façam o maior número de escolhas possível; encoraje- as a expressar seus sentimentos. • Tenha brinquedos e atividades pertinentes à faixa etária. Alguns exemplos são: - blocos lógicos – com diferentes formas e tamanhos para fazer torres e pequenas construções (encontrados em lojas de brinquedos educativos); quadrados, círculos, triângulos e retângulos nas cores primárias, com diferentes tamanhos e espessuras. • Promova um ambiente confortável e siga uma rotina de atividades; seja sensível e carinhoso, seja tolerante sem ser condescendente, seja firme sem ser intransigente. Social • Tenha mais de uma unidade do mesmo brinquedo. • Assista às crianças de perto e seja um modelo, pois, acredite, elas irão se inspirar em você. Linguístico • Incentive os alunos a falar, falar e falar; utilize onomatopeias de animais durante as aulas, por exemplo, dog: bow wow; pig: oink oink; cat: meow; horse: neigh neigh; cow: um um; rooster: cock a do dle doo etc. • Descreva o que você está fazendo, bem como o que as crianças estão fazendo. • Utilize músicas, rimas e leia histórias. Aliás, releia história também. Intelectual • Proporcione aos alunos atividades de curta duração. • Deixe as crianças explorarem os materiais, tocando-os, cheirando-os, ouvindo-os, provando-os. • Use e abuse de jogos de achar os pares, ligar, combinar; cante músicas e brinque com jogos que falem das partes do corpo. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é 10! O ensino de inglês na educação infantil. São Paulo: Disal, 2006. A criança de três anos não somente se movimenta, como sente prazer em movimentar-se, por isso, não pode ficar parada por muito tempo. Precisa de proteção, segurança, sentir-se desejada, amada. Ela já consegue ter controle da mão e consegue colorir, começa a pintar em linha reta, desenhar linhas e círculos. Seu emocional caracteriza-se por rir e fazer os outros rirem; mais autoconfiante, gosta de ajudar em pequenas tarefas, mais independente, porém precisa de alguém que a inspire. Nesta fase a criança consegue compreender melhor o mundo a sua volta, e que este possui regras. Portanto, ainda pode tratar pessoas como objetos, sem sentimentos. TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 7 Seu aspecto social caracteriza-se pela apreciação da companhia de amigos, pois gosta de ajudar e agradar, isso acontece com outras crianças que gostam de brincadeiras imaginativas. No aspecto linguístico, ela consegue pronunciar mais palavras e o número delas aumenta para 800. Consegue seguir direções e ordens simples, mas a sua capacidade de atenção é pequena, somente oito a dez minutos. Intelectualmente falando, a criança é curiosa com o mundo. Sabe nomear cores, contar até 10 e já brinca em grupo. Sua argumentação durará à medida que conseguir manter a sua argumentação e a brincar com objetos. A seguir, acompanhe, sugestões de trabalho. 2.3 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 3 ANOS Físico • Proporcione atividades com movimentos criativos. • Ofereça à criança giz de cera, lixa, massinha, blocos, quebra-cabeça, tesoura etc. • Proporcione atividades que utilizem brinquedos para escalar, montar e correr. Emocional • Elogie constantemente; estabeleça regras claras e seja firme, porém afetuosa. • Utilize materiais e atividades onde a criança possa experimentar o sucesso. • Leia histórias simples e faça caretas. Social • Promova tempo suficiente para brincadeiras livres, sempre que possível. Aproveite os momentos de produção linguística para isso. • Elogie as crianças quando elas compartilhem brinquedos. • Dê às crianças oportunidades para ajudarem na aula, como distribuir material, ajudar o amigo etc. Linguístico • Cante músicas; trabalhe com rimas; continue lendo livros; descreva objetos e experiências. • Dê às crianças uma ou duas instruções por vez; • Ajude-as a superar a dificuldade com certas palavras, praticando-as. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 8 Intelectual • Compartilhe o entusiasmo com o aprendizado. • Brinquedos sugeridos: jogos de memória, de cores, fantoches, fantasias, casinhas de boneca, brinquedos para montar, de encontrar o par, livros ilustrados, massinha, quebra-cabeça com poucas peças, jogos manipuláveis. • Utilize atividades um pouco mais longas, mais bem elaboradas. FONTE:LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é 10! O ensino de inglês na educação infantil. São Paulo: Disal, 2006. A criança de quatro anos também já está mais evoluída no seu aspecto físico; consegue correr, pular, balançar, cortar na linha, desenhar dentro de espaços limitados, abotoar, fechar zíper. Como esta criança vem evoluída no seu físico, ela tem dificuldades de ficar parada, precisa de atividades para extravasar a sua energia. Seu emocional varia aos extremos, ora ama e ora odeia. Demonstra medos e inseguranças, é uma criança imaginativa. No social, adora estar em companhia e preocupa-se com os sentimentos dos outros. Gosta de brincadeiras e trabalhos em grupos, até porque já tem consciência das atitudes e opiniões dos colegas. Necessita de muito afeto e costuma imitar os adultos. No campo linguístico, demonstra alto interesse por palavras e coisas novas. Quer saber o porquê das coisas, repete frases, rimas e canções. Gosta de criar palavras e aprender palavras novas; pensa alto, fala bastante, e seu tempo de concentração vai de 15 a 20 minutos. Já compreende as regras, mesmo que nem sempre as siga. Exemplos de seu desenvolvimento intelectual caracterizam-se por nomear formas geométricas, reconhecer letras e numerais, demonstra interesse pelas coisas do mundo e pelas pessoas. A seguir, algumas formas de trabalho para essa idade propostas pela autora. 2.4 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 4 ANOS Físico • Dê às crianças bastante tempo para brincadeiras, com variedade de materiais a ser explorados. • Ofereça diversas atividades em que a criança utilize a coordenação motora fina, como papeis, quebra-cabeça, lápis, argila etc. • Lembre-se: 4 anos é uma idade em que as crianças têm energia de sobra e estão a todo vapor. Aproveite essas características para a aula. TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 9 Emocional • Seja compreensiva e paciente. • Ofereça novos desafios e elogie sempre que possível. • Encoraje seus alunos a brincar de faz-de-conta, criando histórias imaginárias. Social • Estabeleça no planejamento tempo suficiente para brincadeiras dentro e fora da sala de aula. • Defina regras claras e significativas, siga-as atentamente. • Planeje atividades que envolvam trabalho em grupo; trabalhe com o grupo a importância de respeitar o coletivo e lidar com o mesmo. Linguístico • Tenha senso de humor e ria com seus alunos; leia histórias engraçadas. • Faça rimas, mesmo que sem sentido, mas divertidas. • Responda às questões quando puder; em outros momentos, pergunte de volta “O que você acha? ” • Explore os momentos de produção linguística livre para que eles expressem o que estão internalizando. Intelectual • Faça pesquisas; chame convidados à sala de aula; visite locais que estejam estudando, trabalhe matemática antes no concreto. • Proporcione às crianças situações reais da vida cotidiana. • Sugestão de brinquedos: ação e aventura, dedoches, dominó, use formas geométricas, blocos lógicos etc. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é 10! O ensino de inglês na educação infantil. São Paulo: Disal, 2006. Por fim, a criança de cinco anos está com seu desenvolvimento motor, auditivo e visual em pleno desenvolvimento. Já consegue realizar suas atividades escolares com mais perfeição, como recortar, colar, pintar, desenhar etc. Seu emocional tem como caracterização a aceitação e boa noção de sua autoimagem, pois dá e quer receber atenção dos outros. Quando não consegue realizar algo, fica irritada. No âmbito social, a criança de cinco anos tem curiosidade pelo mundo que a cerca, já consegue seguir regras, gosta de agradar os adultos e sua brincadeira de faz de conta já está mais elaborada. No aspecto linguístico, comunica-se bem e já tem uma noção maior de aspectos mais complexos de sua vida, por exemplo, aniversário, nome de rua, telefone etc. Já consegue dar sequência lógica a uma história, pois as letras e sons já estão mais formados. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 10 Intelectualmente, consegue contar até 20, reconhece os números até 10 e faz relações entre eles e suas quantidades. Já consegue concentrar-se mais, e sua memória está mais expandida. Na próxima seção, veremos as características que englobam os alunos do Ensino Fundamental I, que abrange dos seis aos dez anos de idade. 2.5 ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I Da mesma forma como foi exposto ao iniciarmos nossas reflexões com relação aos alunos da Educação Infantil, as escolas que oferecem aos seus alunos o estudo da língua inglesa dos sete aos dez anos, ou seja, do segundo ao quinto ano, também oferecem um grande diferencial. As crianças de seis anos podem ser matriculadas tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental I, que agora é de nove anos. Por este motivo, já foram compreendidas na subseção anterior. De acordo com Leventhal, Zajdenwerg e Silvério (2007), para se entender cada idade, as características são divididas em aspectos físicos, emocionais, sociais, linguísticos e intelectuais, como já trabalhamos ao aprofundarmos as idades que compreendem a Educação Infantil. Vamos adiante? A criança de seis anos possui sua coordenação motora fina avançando consideravelmente, por isso, gosta de atividades que envolvam essa exploração, por exemplo, cortar, colar etc. O lúdico sobressai à competição, portanto, não é interessante exigir atividades que envolvam disputas. Com relação ao seu emocional, a criança nesta faixa etária é bem instável, mas já se zanga com menos frequência. O que pode acontecer é que essas crianças provoquem cenas de choro, não quer dizer que ajam sempre dessa forma. No aspecto social, as crianças de seis anos valorizam as amizades e os vínculos. Gostam de correr e brincar de pegar, esconder, procurar objetos, adivinhar etc. Estão mais interessadas no jogo em si do que no vencer ou perder. Sua fase linguística é de facilidade para apropriar-se das expressões utilizadas pelos outros, no qual deve ser muito bem aproveitada para as aulas de língua inglesa. Já no intelectual essas crianças supervalorizam a leitura, mais uma chance de trabalho com a leitura em língua inglesa. O cérebro está formado, e sua coordenação motora e habilidades desportivas múltiplas devem ser valorizadas com a utilização de jogos, brincadeiras etc. TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 11 2.6 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 6 ANOS • Apresenta comportamento egocêntrico, embora com intensidade menor do que em anos anteriores da infância. • Promova debates, rodas de conversa para abordar tais aspectos da personalidade infantil. Mostre à criança o quão prejudicial para si e para o grupo é esse tipo de comportamento. • A criança de 6 anos é emocionalmente desafiadora. Gosta de provocar, cutucar, quer acima de tudo ter razão. • Procure canalizar esse comportamento desafiador para o âmbito pedagógico, através de competições e jogos. • Ela sente necessidade de aprovação, anseia por elogios e congratulações. • Após o término de determinada atividade, elogie seu desempenho, com palavras e atitudes confortantes. Não poupe gestos para mostrar o quão bem-sucedida a criança foi ao realizar tal atividade. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch; ZAJDENWERG, Ruth Bron, SILVÉRIO, Tatiana. Inglês é 11! O ensino de inglês no fundamental 1. São Paulo: Disal, 2007. A criança de sete anos possui como características físicas uma atitude otimista em relação a jogos competitivos ou cooperativos e assimila rapidamente conhecimentos e habilidades. No que diz respeito ao seu emocional, seus interesses pessoais, como crenças e o que lhe dá prazer ou não, são menos subjetivos. Caráter esboçado, personalidade mais definida e inteligência despertada são outras características do seu emocional. A criança de sete anos precisa alargar sua consciência, seu conhecimento de mundo e seu conceito das coisas, ou seja, introduzir o mundo dentro desi. Segundo Leventhal, Zajdenwerg e Silvério (2007), a criança recomeça sua vida aos sete anos. Existe até mesmo a possibilidade de uma ‘crise’ nessa idade, pois as crianças parecem não compreender as coisas tão rapidamente como antes. Aos poucos isso vai passando e a clareza e firmeza dos conhecimentos e concepções vão se firmando, além do caráter e da afetividade apresentarem um aspecto mais definitivo. Nesta idade a criança precisa aumentar a confiança em si e nos outros e isso quem pode ajudar são os pais e professores, com elogios ou reprovações. Não se pode ficar indiferente nessa idade. Quando diz respeito ao social, as crianças de sete anos compreendem regras sociais e regras de jogos muito bem. No aspecto linguístico, cria hipóteses de escrita, pois estão recém-alfabetizadas. No aspecto intelectual, essas crianças têm capacidade de ordenar objetos em sequência lógica, executar múltiplas tarefas de classificação etc. Sua concentração é de média a baixa, por isso, jogos longos e de raciocínio lógico UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 12 devem ser propostos de maneira gradual às crianças dessa faixa etária. Jogos de raciocínio intuitivo, deduções, devem ser explorados ao máximo. A seguir, aprecie, como trabalhar com crianças dessa faixa etária. 2.7 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 7 ANOS • A criança tem pressa em finalizar uma tarefa, ainda que não perceba quanto tempo é necessário para realizá-la. • Peça uma atividade por vez e releve se a criança demorar mais que o previsto inicialmente. Ela se cobra o suficiente. Apenas releve. • A criança de 7 anos tem dificuldade de esperar. Exige, com pouca ou quase nenhuma paciência, a atenção do professor quando finaliza alguma atividade. • Tenha em sala de aula alguns alunos “monitores”, que são aqueles que terminam a atividade mais cedo e podem auxiliar os demais. Isso gera sensação de bem-estar nos que anseiam pela atenção do professor. Delegue tarefas para seus “ajudantes”. • Ela demonstra enorme interesse pela leitura e a vê de maneira positiva. • Inicie o ingresso da criança no mundo letrado da língua inglesa, tirando o maior proveito possível de seu entusiasmo pela escrita/leitura. • Ela ainda tem uma imagem do educador protetor e provedor. • Estabeleça a relação com seus alunos através do amor, do carinho. Se a afetividade for construída em base sólida, a aprendizagem só terá a ganhar com isso. • Existe uma tendência de a criança se tornar agressiva quando contrariada, ainda que com bem menos frequência; esse comportamento é um ranço da Educação Infantil. Aons poucos, lá pelos 8 ou 9 anos, essa atitude irá diminuir. • Procure mostrar autoridade sem ser autoritário. Cative a criança, estabeleça regras e combinados e os cumpra, exigindo da criança a mesma conduta. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch; ZAJDENWERG, Ruth Bron; SILVÉRIO, Tatiana. Inglês é 11! O ensino de inglês no fundamental 1. São Paulo: Disal, 2007. Na sequência, os autores exploram as características das crianças de oito anos. Estas já conseguem realizar diversos movimentos simultâneos simples ou complexos, gostam mais de movimentos corporais integrados ao cognitivo do que o aprender intelectual. Além dessas características físicas, assimilam rápido conhecimentos e habilidades e gostam de jogos. No aspecto emocional, estão na fase dos famosos ‘porquês’, pois passam a questionar o que foi aprendido e o que a sociedade prega. Também se questionam quanto à comparação que uma criança faz de si mesma em relação a outra, o que afeta sua autoimagem e autoestima. TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 13 No âmbito social, é o momento em que meninas querem estar na companhia de meninas e meninos na companhia de meninos. É esse também o período de início da pré-adolescência, portanto, intensas mudanças físicas e psicológicas estão ocorrendo. Como essas crianças passam a ter mais ‘deveres’, passam também a exigir mais respeito dos adultos, principalmente, porém essa fase é instável quanto ao seu desenvolvimento psicológico. No aspecto linguístico, percebe que sua escrita e sua oralidade estão sendo expostas, portanto deve-se explorar muito essas duas habilidades. Por fim, a criança demonstra interesse por exercícios dedutivos também, além daqueles que exploram a repetição, as eternas dúvidas e os porquês. Veja a seguir, para se inteirar das melhores formas de trabalho com essa idade. 2.8 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 8 ANOS • Ela demonstra interesse pelo próprio corpo, sua anatomia, interna e externa. • Promova atividades que explorem o corpo, como jogos que envolvam os cinco sentidos. • Ela muitas vezes se sente o centro de qualquer cena (discussão com a família, conversa com os amigos) e aprecia a dramatização. • Tire proveito dessa faceta da criança de 8 anos e explore jogos dramáticos em sala de aula, como teatro e dramatizações em geral. • Ela possui grande identificação com a família. • Trabalhe com atividades que envolvam a família, como pesquisas. Isso levará o inglês para dentro da casa da criança, tornando-o ainda mais significativo. • É a idade do fazer, projetar, produzir. A criança aprecia ver o resultado de tal atividade, ver seu começo, meio e fim. • Realize diferentes projetos com seu grupo. Projetos que tenham continuidade em casa, pois as crianças terão muito prazer durante a realização desses trabalhos. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch; ZAJDENWERG, Ruth Bron; SILVÉRIO, Tatiana. Inglês é 11! O ensino de inglês no fundamental 1. São Paulo: Disal, 2007. A criança de nove anos é competitiva tanto com habilidades motoras amplas quanto finas. Nesta fase, algumas meninas começam a se desenvolver mais do que os meninos por conta da puberdade. No emocional, a autoimagem ainda é muito importante, porém muitas vezes necessita de aprovação de outros. Isso tudo leva ao âmbito social, pois os modelos de amigos passam a ser diferentes daqueles passados pelos pais, isso porque querem ser aceitos no grupo com que têm mais afinidade. Como o seu aspecto linguístico já está bem desenvolvido, usa-o com mais precisão para se expressar. Como no aspecto intelectual sua concentração dá um salto, os exercícios que exigem um tempo maior de concentração podem ser exigidos. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 14 2.9 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 9 ANOS • Ela aprecia coleções em geral, cuidando das mesmas como se fossem tesouros pessoais. • Promova um campeonato de coleções. Para tirar proveito linguístico do evento, peça aos alunos que escrevam sobre tais coleções, ou ainda realize, dentro da sala de aula, uma atividade Show and Tell. • Ela ainda está na fase de pensamento concreto. Aprende melhor quando as coisas são exemplificadas com fatos, situações de seu comportamento. • Proporcione atividades concretas e que venham ao encontro da realidade da criança, ainda que para isso seja necessário adaptar/modificar materiais didáticos. Planeje com a devida antecedência jogos que a façam interagir com o outro, que a façam falar de si. • A personalidade da criança vai se afirmando, moldando, cada vez mais. Sente-se constrangida por expressar suas opiniões e gostos diante de todos, já que sua intenção é agradá-los. Percebe os outros e suas pluralidades, embora ainda seja custoso trabalhar com elas, realizando atividades conjuntas. • Promova mais atividades em duplas/trios/quartetos do que as em grupos grandes, com cinco, oito crianças ou mais. A atividade irá ser mais proveitosa, já que a criança ainda sente dificuldade de se expressar em um coletivo. • Ela já percebe a linguagem corporal do adulto com mais complexidade, fazendo-se desnecessário, muitas vezes, o uso de palavras para comunicar algo à criança. • Procure repreendê-la, quando possível, com olhares e gestos em vez de palavras. Em muitas situações esse tipo de repreensão surte maisefeito e poupa a criança, pois não a expõe aos colegas. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch; ZAJDENWERG, Ruth Bron; SILVÉRIO, Tatiana. Inglês é 11! O ensino de inglês no fundamental 1. São Paulo: Disal, 2007. Por fim, a criança de dez anos possui o físico bem desenvolvido, pois isso gosta de mostrar seus movimentos principalmente ritmo e melodia. Isso também acontece porque no seu emocional prevalece a importância do que o outro tem e não mais a autoimagem. É nessa fase que começa muitas vezes a rebeldia. Avança na maturidade, ajuíza valor as coisas, isso tudo para alcançar a razão. No social a importância do grupo ainda é maior, o que pode influenciar positiva ou negativamente. Gosta muito de competições, de ganhar e de ser percebido. Jogos em equipe são ótimos para essa idade, pois a solidariedade é latente nesta fase. De acordo Leventhal, Zajdenwerg e Silvério (2007, p. 25), “ a criança começa a reconstruir o seu conceito de realidade, partindo não da base do que as coisas são, mais do que deveriam ser; as coisas não são imaginadas como lhe eram apresentadas, mas como devem ser segundo o seu entendimento”. No aspecto linguístico, esta criança dá importância ao seu interlocutor e se esforça para ser compreendida por ele. No intelectual, elas começam a entender mais as hipóteses, teorias e ideias mais abstratas. Pensamentos ganham mais TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 15 direção, preveem mais as coisas e são mais racionais; esses pensamentos passam a ter uma finalidade. O mundo passa a ser interessante, pois sua consciência social está mais forte. É uma mistura de pensamento individual e social. Veja as dicas para o trabalho com essa idade. 2.10 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA DE 10 ANOS • Ela apresenta facilidade por memorizar, classificar e identificar fatos, coisas simples. Porém a abstração ainda é difícil. • Promova atividades como jogos de adivinhação (guessing game), combinação (matching game), ordenação de padrões. • Ela inda possui intenso prazer pela atividade física, como correr, saltar, dançar. • Proporcione atividades que envolvam movimento corporal, como competições (em grupo ou individuais), jogos interativos, por exemplo, interclasses. • Ela tem interesse por questões sociais, ainda que superficialmente, devido ao seu baixo grau de abstração. • Inicie um projeto pedagógico, com o enfoque linguístico apropriado, sobre diferentes culturas e realidades ao redor do mundo. • Ela manifesta períodos de concentração, alternando com dispersão. Em especial esse comportamento ocorre com meninos. • Promova atividades que necessitem de alta concentração, como leitura, e logo após as atividades com necessidade menor de concentração, como jogos com movimento corporal. Alterne suas aulas dessa maneira: assim, o aluno irá participar de tudo sem que a dispersão tome conta. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch; ZAJDENWERG, Ruth Bron; SILVÉRIO, Tatiana. Inglês é 11! O ensino de inglês no fundamental 1. São Paulo: Disal, 2007. Muitas ainda são as discussões que podem ser feitas acerca desta faixa etária, mas terminaremos aqui nossas reflexões acerca das idades que compreendem as crianças que estudam atualmente de primeiro ao quarto ano, ou seja, o Ensino Fundamental I. Na sequência, refletiremos acerca das crianças que fazem parte do Ensino Fundamental II, ou seja, dos 11 aos 14 anos. 3 ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II O Ensino Fundamental II compreende as idades dos 11 aos 14 anos, ou seja, teoricamente do sexto ao nono ano, atualmente. Os alunos de 11 e 12 anos são ainda considerados pré-adolescentes, enquanto os de 13 e 14 já estão na adolescência propriamente dita. É uma idade na qual muitos pais e professores encontram dificuldades para lidar com os conflitos normais desta faixa etária. Conhecer as características e algumas estratégias para como lidar com as situações é de extrema importância. De acordo com Leventhal (2009, p. 14), “se o UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 16 adolescente não se sentir respeitado nessa sua fase difícil, quando cresce muda, se os professores não forem tolerantes e as aulas motivadoras, não acontecerá o desempenho esperado”. Içami Tiba, em seu livro Ensinar aprendendo, nos dá valiosas dicas para lidar com as diferentes transformações que nossos alunos passam em cada etapa de amadurecimento corporal e intelectual. O dilema maior, de acordo com o autor, é o mental. Para explicar separadamente as idades que vão dos 11 aos 14 anos, Leventhal (2009) e Tiba (2006) criaram duas etapas: a fase dos 11 e 12 anos e a fase dos 13 e 14 anos. Leventhal (2009) coloca a fase dos 13 anos aos 17 anos, mas deixaremos para a seção a seguir a exploração da idade do Ensino Médio. A idade dos 11 aos 12 anos é uma etapa de muitas mudanças físicas que influenciam o comportamento dos alunos em sala de aula. Para os meninos a mudança é maior, pois para as meninas já houve esta mudança um pouco antes. Os meninos, principalmente, têm dificuldades com a abstração, pois já estão começando a amadurecer intelectualmente, mas para as matérias mais teóricas e que exigem uma abstração maior, a dificuldade ainda é grande. Para Tiba (2006), esta é a fase da confusão pubertária. Novamente, mais os meninos do que as meninas são imaturos e precisam de ajuda para se organizar. Além do mais, a realidade das escolas é que há um enorme salto do quinto para o sexto ano, que inevitavelmente gera mais confusões ainda. Leventhal (2006) apresenta outras características de cunho emocional, que são, por exemplo: nesta idade já são mais independentes, inquietos, diretos, e gostam de ajudar os outros. São mais protetores. Preocupam-se em seguir padrões de beleza, o que os angustia algumas vezes, pois seu corpo está em mudança constante. Já são mais controlados, e não querem mais ser tratados como crianças. Gostam de privacidade e querem se sentir importantes. No aspecto social, nessa idade ampliam-se gostos e interesses pelas coisas, mas têm dificuldades de aceitar críticas quando lhe são feitas. Gostam de companhia e desejam aprovação dos colegas, dos adultos e do grupo ao qual pertencem, pois comparam-se uns com os outros. O interesse pelo sexo oposto surge, meninos e meninas mostram ser mais companheiros nessa idade. No âmbito intelectual gostam de jogos de raciocínio, pois o pensamento com relação às abstrações se expandem. O professor é de grande influência nesta idade e aqueles com senso de humor e exigentes são os mais apreciados. ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 17 Não têm muito tempo de concentração, mas gostam de aprender. Seu senso crítico, pensamento de valores, lealdade, leis etc., expandem-se e compreendem melhor causa e efeito. No aspecto linguístico, evoluem em grupos e apresentam ainda muita dificuldade para estruturar pensamentos. Leventahl (2009) lembra ainda que precisam ser orientados na escrita em inglês para conseguirem expressar seus pensamentos. A seguir, podem ser observadas algumas dicas para o trabalho com essa idade. 3.1 DICAS PARA TRABALHAR COM AS IDADES DE 11 E 12 ANOS • Os materiais audiovisuais e gráficos costumam trazer excelentes resultados nessa faixa etária. • Delegue responsabilidades. • Proporcione oportunidades de trabalhos em grupos misturados, com variedade, pares e outras composições. • Ajude-os a localizar a informação e os recursos que precisarão para a execução do que lhes é solicitado. • Oriente-os a determinar padrões para o próprio grupo. • Evite coloca-los em evidência para críticas. • Proporcione oportunidades para o questionamento de valores, expressão de opiniões. • Utilize bastante a técnica predição (previsão, antecipação de acontecimentos etc.) • Planeje atividades mais longas, para que trabalhem também, com o fator tempo. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é teen! Para professores de Fundamental II eEnsino Médio. São Paulo: Disal, 2009. Quando os alunos passam para a próxima fase, que Tiba (2006) chama de onipotência pubertária, há uma rebeldia hormonal de testosterona e evolução cerebral que altera o sistema de recompensa desses agora adolescentes. A vida passa a ser tediosa, pois não veem mais graça nas coisas de sempre, não descobriram ainda novos e mais intensos estímulos que ativem o sistema de recompensa. Muitos passam a ser impulsivos, agressivos, irritados e impacientes. Em discussões desencadeadas em sala de aula, o professor geralmente perde a disputa, pois nessa idade o aluno precisa ser o mais forte, mesmo que não tenha razão alguma. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 18 Na idade dos 13 anos, em especial, os meninos não acham graça nos estudos, mas a presença do sexo oposto é de grande atração. Já as meninas de 13 anos estão com comportamentos diferentes, estão interessadas em relações e o enturmar-se é fundamental; as amigas são de suma importância. Da mesma forma, se essas amigas decepcionam, no mesmo momento se tornam grandes inimigas. A comparação com as amigas é a grande referência, para os meninos já seria competição. As meninas falam muito nessa idade, portanto, pedir o silêncio a elas é fundamental. Se comparar os alunos do oitavo ano, em que a média é 13 anos, com os alunos do nono ano, com média de 14 anos, perceberemos muitas diferenças. Segundo Tiba (2006), é justamente esta fase de transição hormonal que tende a ser ‘ajustada’ quando estão no final do oitavo ano e início do nono. Para Leventahl (2009), as mudanças físicas são a causa de muitos problemas nessa idade devido à aceitação dessas mudanças, que, muitas vezes, não são muito proporcionais. Com esse corpo em transformação, a sexualidade e os impulsos sexuais também são tarefa árdua para muitos. Se o corpo está diferente, as emoções nem se fala. São instáveis variando aos extremos, e as reações inesperadas são fruto dessa instabilidade incontrolável. Precisam ser independentes, questionam regras rígidas e exigências, o que gera mais alguns conflitos na família e na escola. Por isso, é muito importante que sejam compreendidos nessa idade tão difícil. No âmbito social, precisam destacar sua personalidade diante dos outros e imitar pessoas que causam admiração. Como já dito anteriormente, procuram segurança em um grupo, são mais críticos e questionadores da sociedade, buscam intimidade, variam amizades. As aulas devem variar em atividades em grupos, ressaltando uma característica dessa idade, mas também individuais, respeitando a outra característica. O aspecto linguístico pode se tornar algo extremamente interessante e um desafio intelectual, provocar sentimentos nas aulas de língua estrangeira é fundamental para essa idade. Se o aprendizado não é significativo, podem se tornar impacientes. Para finalizarmos esta importante seção, as palavras de Holden (2009, p. 35) sintetizam os pensamentos que professores devem ter em mente para o desafio de ensinar a língua inglesa para esta idade: Pode ser que fiquem entusiasmados, assim como podem ver a matéria como um fardo para eles. O melhor modo de convencê-lo de que o idioma estrangeiro é útil é mostrar-lhes que não se trata apenas de um conjunto de regras gramaticais e vocabulário desconectado, mas, sim, de uma oportunidade para aprender algo que vai conectar a vida atual à vida futura deles. Isso também vai introduzi-los em outras culturas e sociedades. TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 19 4 ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Quando os alunos chegam ao Ensino Médio, tudo o que foi ensinado durante o Ensino Fundamental I e II pode e deve ser aproveitado para ser consolidado nesta fase, mesmo que a preparação para provas oficiais, como vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, sejam muitas vezes os principais focos desta fase. As habilidades e competências exigidas no Ensino Médio ajudam para que o aprofundamento da língua inglesa possa acontecer, pois se espera que nesta fase os alunos possam usar o que foi adquirido em anos anteriores de forma prática em benefício de suas aspirações futuras. Como você pôde estudar em Didática I, a partir da LDB de 1996, é obrigatório o ensino de línguas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental e a continuidade no Ensino Médio se dá com a escolha de uma língua estrangeira moderna como obrigatória e outra optativa. Com a Emenda Constitucional n° 59, de 2009, a partir de 2016, a matrícula dos jovens no Ensino Médio tornou-se obrigatória. Na maioria dos casos, os jovens de 15 a 17 anos fazem parte dessa fase, caso o aluno tenha entrado na idade certa no sistema educacional e com uma trajetória escolar bem-sucedida, sem episódios de reprovação ou abandono. De acordo com a figura a seguir, nem sempre a idade corresponde exatamente com o que acontece na realidade: FIGURA 1 – OS JOVENS DE 15 A 17 ANOS FONTE: Disponível em: <http://site.projetopescar.org.br/category/ noticias/page/36/>. Acesso em: 30 nov. 2017. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 20 De acordo com o artigo Os Jovens e o Ensino Médio, quando nossos alunos chegam na idade em que estão partindo para o Ensino Médio, muitos conflitos começam a acontecer. Disponível em: <https://editora.unoesc.edu.br/index.php/coloquiointernacional/ article/viewFile/1284/645>. É quando nossos alunos chegam na idade em que estão partindo para o Ensino Médio que muitos conflitos começam a acontecer, e consequentemente, não somente o ensino de inglês terá que ser diferenciado e atrativo, como o de todas as disciplinas escolares: O Ensino Médio, uma das etapas da Educação Básica, tem como clientela, na maioria das vezes, alunos de faixa etária entre 14 e 17 anos de idade, que apresentam características muito peculiares, o que os leva, por inúmeras vezes, a serem rotulados ou não compreendidos pelo mundo adulto. Essa rotulação e/ou incompreensão faz com que tenham um relacionamento um tanto conflituoso, na família e na escola. O termo juventude hoje tem especificações muito diferentes das gerações passadas. É justamente essa ampla heterogeneidade que tem feito com que os jovens estejam buscando sua identidade. Toda essa busca gera incertezas, conflitos, que requerem leituras específicas para entender tais mudanças. As transformações ocorridas na sociedade, no mundo do trabalho e a implementação de políticas econômicas e sociais neoliberais materializadas na década de 1990, atingiram fortemente toda a sociedade e repercutiram de forma muito distinta para adultos e jovens. Quanto à questão da oferta de empregos, é perceptível a preferência para adultos e com experiência em detrimento dos inexperientes jovens. Portanto, é paradoxal a situação que o jovem vive: de um lado, incentivos para frequentar a escola, para obter instrução para o mundo do trabalho, e de outro, a dificuldade em conseguir um emprego (ARIOTTI, 2011, p. 1). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) deixam claro que atualmente é impossível “conceber um indivíduo que ao término do Ensino Médio, prosseguindo ou não sua formação acadêmica, seja incapaz de fazer uso da língua estrangeira em situações da vida contemporânea, nas quais se exige a aquisição de informações” (BRASIL, 2002, p. 93). Desejamos fortemente que essas premissas estipuladas pelo documento aconteçam realmente quando esses alunos saírem do Ensino Médio. Leventhal (2009) também faz uma síntese de como trabalhar com adolescentes, porém a autora, por considerar a fase da adolescência a partir dos 13 anos, inclui a adolescência desde essa idade. DICAS TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 21 4.1 O TRABALHO COM OS ADOLESCENTES DE 13 A 17 ANOS • O desconhecido exerce influência maior do que a realidade. Procure trabalhar com projetos criativos e variados. • O medo do desconhecido habitaas mentes adolescentes, em constante mudança e, portanto, revela-se na linguagem. Surgem neologismos, que devem ser abordados, também, em língua inglesa. Dessa forma você pode trazer a realidade para sua sala de aula e tornar a aprendizagem mais significativa. A comparação de termos usados em português com aqueles usados em inglês pode render bastante interesse de seus alunos nas aulas. • Precisam de motivação e estímulo intelectual e emocional. Envolva-os com desafios. • Escolha temas que transcendam gerações. • Fala com que se sintam responsáveis. • Proporcione situações de autonomia. Realizar trabalhos em grupo e apresentá-los funciona muito bem. • Esteja disponível para aprofundar seu relacionamento e atuar na formação mais profunda dos adolescentes sempre que possível. • Ajude-os a encontrar formas de se expressar, para que o ensino se torne estimulante. • Não tente ser como eles, mas sim, respeite sua cultura. • Proponha pesquisas, por exemplo, sobre o uso da língua e deixe que os próprios alunos elaborem a introdução de um item linguístico que você deseja estudar. FONTE: LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Inglês é teen! Para professores de Fundamental II e Ensino Médio. São Paulo: Disal, 2009. Você pode encontrar diferentes planos de aula que chamarão a atenção de seus alunos do ensino médio. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/ medio/ingles/>. Acesse o link e leia mais sobre planos de aula. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/medio/ingles/>, onde você encontrará diferentes planos de aula para aplicar no Ensino Médio. DICAS DICAS UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 22 5 ALUNOS ADULTOS De acordo com Harmer (2001), os alunos adultos têm diferentes características para a aprendizagem de uma língua estrangeira com relação às idades já trabalhadas nas seções anteriores, são elas: • Os alunos adultos podem lidar com pensamentos abstratos, aprendem línguas mediante um processo consciente. Jogos e músicas nem sempre são apropriados para essa idade. • Há um acúmulo de experiências de vida para aproveitar. • Eles têm muitas expectativas sobre o processo de aprendizagem e alguns já têm seus próprios padrões de aprendizagem. • Tendem a ser mais disciplinados do que os adolescentes, mais críticos e mais preparados para lutar contra o desânimo nas aulas. • Muitas experiências de vida, os professores podem aproveitá-las para suas aulas. • Diferente de muitas crianças e adolescentes, nessa idade eles realmente entendem por que querem aprender línguas. A motivação é um forte fator para o sucesso e querer saber o que se quer alcançar é uma parte muito importante para essa motivação. Porém, os mesmos autores afirmam que existem alguns fatores que podem tornar o ensino dos adultos problemático, por exemplo: • Os adultos podem ser críticos em relação aos métodos de ensino, pois muitos podem ter experiências anteriores que não foram produtivas. • Experiências de fracasso ou sucesso em escolas anteriores, o que os faz ansiosos ou com baixa autoestima. • Há ainda adultos que acham que o fator da idade os deixa menos habilidosos para se aprender o idioma. Bons professores sabem analisar todos esses fatores para adaptar a sua prática pedagógica de forma que esses se sintam engajados na aprendizagem do idioma e, acima de tudo, aproveitar toda a experiência de vida dessa faixa etária para o melhor rendimento desses. Além do mais, existem fatores externos que vão além do que foi comentado nessa seção, como um dia cansativo de trabalho, afazeres em seus lares, exigências mais prioritárias do que o curso de idiomas demanda. Na próxima seção, estudaremos mais alguns aspectos que influenciam na aprendizagem de um idioma e que serão muito diferentes de estudante para estudante. Let’s go! TÓPICO 1 | DESCRIBING LEARNERS – DESCREVENDO ESTUDANTES 23 6 LEARNER’S DIFFERENCES – DIFERENCIAÇÕES ENTRE ESTUDANTES Com relação à aptidão, muitos alunos acham que têm mais aptidão do que outros para o aprendizado de línguas. Era muito comum, por exemplo, que alunos passassem por testes de aptidão e linguísticos, porém sem grandes resultados. Outros problemas com relação a esses testes é que eles acabam discriminando quem é o mais ou menos inteligente, o que para aqueles que não se saem bem nos testes, pode ser um desestímulo tremendo. Quando entramos no mérito de quais são as características de um bom aluno, podemos tender a generalizar como desejamos que nossos alunos se comportem. Nós sabemos o que gostaríamos que todos os nossos alunos tivessem, persistência, dedicação, prática, tolerância, mas dessa maneira estaríamos passando por cima não somente de que cada ser humano é único, como também de que cada cultura concebe comportamentos e atitudes de uma maneira diferente. Da mesma maneira, os estilos de estudantes são variados em uma sala de aula. Existem aqueles que gostam mais de trabalhar em grupos, outros individualmente, os que necessitam de mais atenção, sem contar as habilidades particulares que cada um tem com relação a fala, escrita, audição e leitura. 6.1 MOTIVATION - MOTIVAÇÃO O que falarmos então sobre a motivação para a aprendizagem de uma língua estrangeira? Harmer (2001) sugere dois tipos de motivação: extrínseca e intrínseca. A extrínseca é aquela cujos fatores são variados e vêm de fora, por exemplo, passar em um exame, conseguir uma promoção no trabalho. Já a intrínseca tem relação com o individual, ou seja, aqueles que querem aprender a língua por satisfação pessoal. A motivação extrínseca pode parecer muito boa, porém, quando o aluno realmente deseja aprender sem ter nenhuma recompensa para isso, o resultado pode ser mais positivo. Harmer (2001) pontua alguns tipos de motivação. Vamos conhecê-los? • A sociedade em que vivemos: a importância de se aprender a língua vista pela sociedade. • Outros significantes: o quanto as outras pessoas ao redor de mim afetam o meu desejo pelo aprender. • O professor: um dos maiores fatores na continuidade e no desejo de se aprender. • O método: que se encaixa de acordo com os gostos pessoais de cada um. UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 24 Para a continuidade de um aprendizado de línguas, nem sempre esses quatro fatores citados anteriormente dão conta. Harmer (2001) traz também uma reflexão acerca de iniciar e sustentar a motivação. O autor pontua mais três itens: • Objetivos e delimitação de objetivos: esses podem ser divididos em mais duas categorias, que são os objetivos em longo prazo, por exemplo, estudar para uma viagem. Já os objetivos em curto prazo são aqueles mais próximos, por exemplo, os alunos que estudam para passar de ano, ou passar de nível etc. Cada qual tem suas vantagens e desvantagens. Quando o objetivo demora demais para ser atingido, o aluno pode se sentir desestimulado, ou quando for rápido demais, esse pode atingi-lo e depois desistir também. • Ambiente de aprendizado: mesmo que muitas vezes não se possa escolher a sala de aula onde se quer aprender um idioma, este aspecto influencia bastante na motivação para o aprendizado. Além disso, mais do que o ambiente físico, a atmosfera emocional do ambiente também é de suma importância, sendo que o professor é um dos principais responsáveis por manter esse clima. • Aulas interessantes: os estudantes estão motivados para aprender o idioma, precisam também estar motivados para aprender o conteúdo que estão estudando e as atividades e tópicos que são apresentados. A escolha do material também é de forte influência para cada tipo de aluno. Chegamos ao final de nosso primeiro tópico. Acreditamos que todas as dicas aqui estudadas servirão de fonte para o seu futuro como professor, mas somente a prática e o dia a dia concretizarão todas essas teorias de forma dinâmica. 25 Neste tópico, você aprendeu que: • As principais particularidadesde cada faixa etária relativas às fases de ensino, principalmente no que diz respeito à aquisição de uma segunda língua. • Começamos pela idade de dois aos cinco anos, que faz parte da Educação Infantil. • Na sequência foram trabalhados os aspectos do Ensino Fundamental I, dos seis aos dez anos; depois incluindo dos 11 aos 14 anos, que é a faixa etária que faz parte do Ensino Fundamental II, e por fim, dos 14 anos em diante temos a fase do Ensino Médio. • Particularidades dos alunos adultos com relação à aquisição de uma segunda língua. • Aspectos gerais que vão além da idade com relação à aprendizagem de um idioma. • Aspectos motivacionais e suas particularidades para a aprendizagem da segunda língua. RESUMO DO TÓPICO 1 26 1 Conforme o que você aprendeu sobre as particularidades de cada faixa etária, relacione as características com cada uma das definições dadas a seguir: a) Educação Infantil. b) Ensino Fundamental I. c) Ensino Fundamental II. d) Ensino Médio. e) Adultos. ( ) Deve-se respeitar muito os interesses que levam essa faixa etária ao estudo de uma língua estrangeira – motivar e continuar motivado é um dos principais aspectos para se levar em conta. ( ) Idade em que o pensamento abstrato começa a ser construído, deve-se respeitar cada etapa de transição relativa ao período. ( ) Uma das fases mais difíceis por conta da mudança hormonal que se dá em cada uma das idades que englobam esse período de ensino. ( ) Uma das principais missões ao se ensinar esta idade é que os alunos possam colocar em prática o que foi aprendido anteriormente nas outras faixas de escolarização. ( ) Brincar faz parte dessa faixa etária, e aliar essa característica com o ensino gera resultados positivos. 2 Analise as proposições a seguir e marque V para sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: a) ( ) Se observarmos atentamente as características biológicas referentes a cada idade, poderemos ensinar de modo eficiente a língua inglesa sem precisarmos atentar para outros aspectos relativos ao ensino da língua. b) ( ) Quanto mais idade o aluno tiver, menos ele conseguirá aprender. c) ( ) Ensinar uma segunda língua é uma tarefa muito complexa, que exige não somente conhecimento do desenvolvimento intelectual, mas também de muitos outros fatores que são relativos à particularidade de cada aluno. d) ( ) Existem dois tipos de motivação: a extrínseca e a intrínseca. A extrínseca tem relação com o que o externo impulsiona para o aprendizado de línguas, já a intrínseca tem relação com os próprios desejos do estudante. e) ( ) A motivação extrínseca é mais importante do que a intrínseca, pois evita abandono ou desmotivação ao se aprender a língua. 3 Com relação à aprendizagem de uma língua estrangeira, pode-se afirmar que existem pessoas com mais aptidão do que outras para aprender um idioma? Por quê? 4 Esta questão foi retirada da prova ENADE (2017, Questão 17) de Letras inglês. Analise com muita atenção para respondê-la: AUTOATIVIDADE 27 A aprendizagem de língua estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em um código diferente; é, sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de agir discursivamente no mundo. O papel educacional da língua estrangeira é importante, desse modo, para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. Experiência que deveria significar uma abertura para o mundo, tanto o mundo próximo, fora de si mesmo, quanto o mundo distante, em outras culturas. Assim, contribui-se para a construção e para o cultivo, pelo aluno, de uma competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na compreensão de outras culturas. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Estrangeira. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília, 1998 (adaptado). Considerando o excerto acima e a relação existente entre o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa nos cursos de Letras e sua aplicação na educação básica, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I- Tendo em vista a hegemonia da língua inglesa no contexto acadêmico, científico e cultural, é necessário que projetos de ensino visando a recepção e a produção de textos que abordem a variação e a diversidade da língua inglesa sejam efetivamente implementados nos cursos de graduação em Letras. PORQUE II- A aprendizagem da língua inglesa no ensino fundamental preconizada nos parâmetros curriculares tem como um de seus objetivos centrais a promoção de conhecimento acerca de costumes e valores atrelados às diferentes culturas anglófonas para que os estudantes possam, assim, desenvolver uma consciência mais crítica a respeito da diferença entre consumo cultural e transformação social. A respeito das asserções, assinale a opção correta: a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas. FONTE: Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/provas-e-gabaritos3>. Acesso em: 28 jan. 2018. 28 29 TÓPICO 2 TEORIAS QUE EXPLICAM O APRENDIZADO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, você estudará mais algumas teorias sobre a aquisição da primeira e da segunda língua, teorias essas que complementam e aprofundam seus conhecimentos adquiridos no livro de Didática I. Começaremos com as ideias comportamentais propostas por Skinner e o behaviorismo. Burrhus Frederic Skinner foi um cientista norte-americano do século 20 que levou muito a sério a possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano, pensamento esse que dominou a área da Psicologia, escolas e consultórios nos anos de 1950. Na sequência, em oposição às ideias inatistas, conheceremos a teoria de Avran Noam Chomsky, um estudioso americano que revolucionou a área da Linguística, e na sequência, com ideias oriundas do inatismo, do americano Stephen Krashen e sua teoria sobre a aquisição de uma segunda língua. Para finalizarmos este tópico, os interacionistas e psicólogos conhecidos por muitos na área da Educação, Jean Piaget e Lev Vygotsky serão também citados, a fim de relacionarmos as suas ideias em relação à aquisição de uma segunda língua. Have a pleasant reading! 2 BEHAVIORISMO Você já deve ter ouvido falar na mais famosa experiência de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), um psicólogo norte-americano que desenvolveu a teoria do behaviorismo (behavior em inglês é comportamento). Essa prática perdurou até os anos de 1950 em consultórios de psicologia e, consequentemente, no pensamento de aquisição de línguas. No cartum a seguir você pode analisar, de maneira divertida, como se deu a experiência mais famosa que suscitou toda a sua teoria comportamental, conhecida como a caixa de Skinner. UNIDADE 1 UNIDADE 1 | A RELAÇÃO ENTRE ALUNOS E TEORIAS DE APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA - LE 30 FIGURA 2 – A CAIXA DE SKINNER FONTE: Disponível em: <http://psicoativo.com/2016/09/diferencas-entre- funcionalismo-e-behaviorismo.html>. Acesso em: 4 dez. 2017. Esta famosa experiência consistiu em colocar em uma caixa um rato privado de água para que toda vez que ele se aproximasse de uma barrinha e a tocasse, fosse recebendo a água, ou seja, através de um condicionamento, o rato recebia um reforço positivo para a sua atitude. Desta forma, sua teoria consistia na seguinte premissa: O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é possível teorizar e
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