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ABSCESSO PULMONAR Consiste em uma coleção de pus dentro do parênquima pulmonar decorrente da dissolução/ necrose do pulmão causada por infecção microbiana. Quanto a localização, os abcessos pulmonares são mais comuns no pulmão direito, isso porque, o brônquio principal direito é mais verticalizado do que o esquerdo. Os abscessos pulmonares são mais comuns no sexo masculino e predominam na faixa etária dos 30 aos 50 anos. Classificação: · Primário: ocorre em pacientes previamente hígidos (80% dos abscessos são primários); · Secundário: ocorre em pacientes com fatores predisponentes como AIDS, transplante de órgãos, com câncer de pulmão, enfisema pulmonar; · Agudo: duração de até 6 semanas; · Crônico: duração > 6 semanas. Os abcessos normalmente são únicos, no entanto, podem ser múltiplos, principalmente nos casos decorrentes de embolia séptica, ou seja, de disseminação heamtogênica, a qual ocorre principalmente em crianças. Etiologia: Geralmente os abcessos pulmonares são polimicrobianos, sendo que: · Em crianças o principal agente é o Sthapylococcus aureus e · Nos adultos são os aneróbios (agentes anaeróbios são identificados em mais de 89% dos casos de abscesso pulmonar). A maior parte dos abscessos pulmonares são decorrentes da aspiração de conteúdo da cavidade oral. Geralmente o abscesso se desenvolve 7 a 14 dias após o paciente broncoaspirar. Fatores de risco: · Broncoaspiração, a qual é comum em pacientes com perda de consciência e em pacientes desacordados como aqueles em anestesia geral ou em coma; · Pacientes HIV; · Pacientes com dentes sépticos. Vias de disseminação: · Broncogênica: é a causa mais comum nos adultos e decorre da broncoaspiração; · Hematogênica: é comum principalmente em crianças, ocorrendo principalmente por êmbolos sépticos. Nesses casos, vários abcessos podem ser formados, o que é chamado de pneumatoceles; · Por contiguidade: decorre de abcessos subfrênicos, hepáticos, mediastinite, lesão no esôfago, osteomielite de costela; · Ferimentos penetrantes/trauma. Vômica: Consiste na resolução espontânea de um abcesso pulmonar através da necrose do parênquima pulmonar que atinge a parede de um brônquio, fazendo com que o paciente drene todo o pus acumulado por meio desse brônquio. Quadro clínico: · Febre; · Dor ventilatório dependente; · Tosse; · Expectoração purulenta (com cheiro fétido) vômica; · Hemoptise; · Anorexia, mal-estar. O desenvolvimento de um abscesso é insidioso, ou seja, lento (normalmente temos uma pneumonia arrastada, que não resolve e que daí evolui para um abcesso). Diagnóstico: · Clínico-radiológico. Achados radiológicos: · Imagem arredondada única, de paredes espessas, com nível hidroaéreo (indicativo de necrose) com realce de suas margens. A TC é mais sensível na avaliação dessas lesões, comparada ao raio x, uma vez que, permite fazer a distinção entre empiema e abscesso, bem como diferenciar de uma neoplasia. Portanto, sempre complementamos o raio x com uma tomografia antes de tratar. Tratamento: O tratamento inicial do abscesso é feito com antibioticoterapia de amplo espectro por 3 a 6 semanas e nos casos de falha do tratamento clínico, a drenagem percutânea ou cirúrgica deve ser realizada. A resolução radiológica completa pode acontecer em até 6 meses. Antes do início da antibioticoterapia devem ser sempre colhidas cultura do escarro e hemoculturas. Pode ser feito ainda broncoscopia com lavado broncoalveolar. As condições em que está indicado o tratamento cirúrgico, são: · Quando não resolveu com o tratamento clínico; · Complica com um empiema pleural (o abcesso faz uma fístula e drena para dentro da cavidade pleural); · Complica com hemoptise. Apenas 15% dos pacientes com abscesso pulmonar terão tratamento cirúrgico. Complicações: · Mediastinite; · Empiema pleural (quando o abcesso abre para dentro da cavidade pleural); · Fístula brônquica; · Sangramento/hemoptise.
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