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UNIDADE I TÓPICOS INTEGRADORES II - PEDAGOGIA 2 Sumário Para início de converSa ...................................................................................... 3 a educaÇÃo em direiToS HumanoS: uma ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e plural ............................................................................................................ 4 a educaÇÃo incLuSiva no conTeXTo da educaÇÃo em direiToS HumanoS ..................................................................................................................... 7 a educaÇÃo daS reLaÇÕeS ÉTnico-raciaiS no conTeXTo da educaÇÃo em direiToS HumanoS ............................................................................................ 12 3 TÓPicoS inTeGradoreS ii unidade 1 Para início de converSa Prezado (a) estudante! Tudo bem? É com imensa satisfação que lhe acolho nessa disciplina. Ela tem o objetivo de retomar conhecimentos muito significativos para a sua formação. Assim, elegemos algumas temáticas que se articulam com a matriz curricular do seu curso, bem como são temas recorrentes de avaliações externas. Dessa maneira, destacamos as temáticas sobre Educação em Direitos Humanos, Educação Inclusiva e Educação das relações étnico-raciais para esse primeiro guia. É notório que todas as sociedades precisam assumir a proposição ético-política de que cidadão (ã) eles querem formar. Nesse contexto, o Estado é convidado a pensar formas de intervenções que culminem no desenvolvimento das estratégias necessárias para o pleno desenvolvimento humano. Assim, os direitos humanos de forma quase que unânime representam um elo de intersecção entre as diferentes doutrinas filosóficas, religiosas e culturais. Nesse contexto, a Educação em Direitos Humanos assume o papel de lapidar o nosso olhar para as inúmeras injustiças sociais que se faz presente no nosso cotidiano, buscando no espaço escolar a criação de uma cultura de paz. Logo, se posiciona na contramão de toda forma de preconceito e discriminação. orienTaÇÕeS da diSciPLina A partir dessa premissa, retomamos aqui essa discussão tão pertinente e atual buscando lhe ajudar a entender como essas temáticas se articula. Assim, este guia está organizado em quatro seções: I. A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: Uma ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e plural – esse item apresenta considerações sobre o que são os Direitos Humanos e a Educação em Direitos Humanos. Destacamos também a necessidade de no contexto escolar valorizar- mos as diferenças para que possamos ter uma sociedade mais justa e plural para todos (as). II. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS - consi- derando o elo entre a Educação em Direitos Humanos e a garantia da Educação Especial na perspec- tiva da Educação Inclusiva, o tópico salienta aspectos referentes da escola inclusiva, destaca as leis internacionais e nacionais que visam os direitos das pessoas com deficiência e apresenta estratégias para a garantia da aprendizagem desses estudantes. III. A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO EM DIEITOS HUMANOS – nesse item ressaltamos a partir da perspectiva dos Direitos Humanos a importância de convivermos, valorizarmos e respeitarmos as diferenças. Nesse contexto a questão étnico-racial é trazida à tona elucidando alguns conceitos fundamentais para a discussão, tais como: raça, racismo, preconceito racial e discriminação racial. Atentamos também para o papel da escola na implementa- ção da Lei n° 11.645/08. IV. Conclusão – apresentamos as principais ideias destacadas ao longo da Unidade II. Vamos começar a conversa sobre tudo isso! 4 a educaÇÃo em direiToS HumanoS: uma ferramenta para a construção de uma sociedade mais justa e plural Começamos esta unidade lhe provocando a pensar: o que são mesmo os direitos humanos? De acordo com o pesquisador Norbeto Bobbio (2004) os direitos humanos são elementos que se almejam, desejam realizar, e como tal, merecem ser buscados, perseguidos, mesmo que nem todos, em todos os lugares o reconheçam. Guarde eSSa ideia! É significativo salientar que os direitos humanos são um produto da história e um construtor da Modernidade, pois foi na Modernidade que surgiu a necessidade da proclamação dos direitos. Observando o viés histórico confunde-se a existência do direito e dos direitos humanos. O direito surgiu desde que algumas sociedades começaram a ter um Estado, enquanto os direitos humanos são resultantes da Modernidade e da cultura ocidental, logo, nascem num determinado período e lugar: na Europa nos séculos XVI e XVII e dentro de um contexto histórico os quais orientam o sentido que eles começam a ter a partir daquele momento. A partir dessa afirmação não se pode pensar que anterior a esse período nós vivíamos num mundo sem leis, existia uma ordem jurídica que orientava as normas sociais. veja o vídeo! Quer conhecer a história dos Direitos Humanos? Veja o vídeo “A História dos Direitos Humanos”. Ele é bem curtinho e vai lhe ajudar na compreensão da discussão. Ele tem 3’58’’. Ele está disponível através do LINK. De acordo com o pesquisador português Boaventura de Souza Santos (2009) os Direitos Humanos não devem ser concebidos como universais e para atuarem de forma cosmopolita, ou seja, considerando todos/as os/as cidadãos (ãs) do mundo, eles precisam ser reconceitualizado como multiculturais. Nesse contexto, a legitimação dos ideais universalistas precisa reconhecer a existência de relações implícitas de poder que condicionam alguns grupos como diferentes, minimizando a efetivação da sua cidadania. Guarde eSSa ideia! A história da humanidade é uma história marcada pela intolerância à diferença. O reconhecimento do direito à diferença representa a perspectiva de produzir novas subjetividades. Atualmente, refletir sobre a questão dos direitos humanos implica reafirmar o outro, na sua singularidade, na sua diferença. 5 LeiTura comPLemenTar Então meu caro (a), para saber mais sobre a defesa de Boaventura de Souza Santos sobre os direitos humanos na perspectiva multicultural, leia o texto dele “Direitos humanos, o desafio da interculturalidade” na Revista Direitos Humanos, n. 2, p. 10-18, 2009. O texto está disponível através do LINK , é um Texto do Boaventura, espero que goste. De acordo com Relatório do Desenvolvimento Humano (2004), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Liberdade cultural num mundo diversificado”, é preciso ampliar as discussões no contexto dos Direitos humanos e inserir questões ligadas à questão da igualdade e da diferença. O relatório destaca que em todas as partes do mundo as pessoas estão se mobilizando novamente pelo fim das injustiças étnicas, religiosas, raciais e culturais, exigindo que as suas identidades sejam reconhecida, valorizada, apreciada e aceitas por toda a sociedade, pois não admitem as formas de discriminação e marginalização que são vítimas em relação a oportunidades sociais, econômicas e políticas, ou seja, as pessoas também exigem justiça social. Para refLeTir Mas, como essas questões se concretizam no chão da escola? O que é a Educação em Direitos Humanos? Ao destacarmos a Educação em Direitos Humanos, salientamos como Candau (2007) que ela baseia-se em três pilares: a formação dos sujeitos de direito, o empoderamento e a educação para o nunca mais. O primeiro pilar diz respeito à percepção dos direitos enquanto cidadão. Direitos estes que não são uma dádiva, mas são assegurados por lei. O segundo pilar, diz respeito ao empoderamento do sujeito ou grupos sociais que são tratados como minorias. Este empoderamento é relacionado ao ato de tomada de consciência e participação ativa nas ações sociais que compõem a ordem social. É de fato se afirmar cidadão e tomar seulugar de direito. O terceiro pilar, o educar para nunca mais, se refere ao reconhecimento e valorização de cada indivíduo da sua história e a sua cultura, rompendo com a cultura do silenciamento e impunidade. Dessa forma, destacamos a possibilidade da Educação em Direitos Humanos como uma ferramenta essencial para repensarmos práticas educativas comprometidas com a diferença. Nesse sentido, Dias e Porto (2010) reiteram que a Educação em Direitos Humanos - EDH não abrange apenas as técnicas, processos e métodos de ensinar como as pessoas podem lidar com a questão da diversidade. Ela incorpora o respeito à diversidade problematizando-o e redirecionando-o para seu objetivo real que visa à redução e eliminação de todas as formas de discriminação e violência. Nesse contexto, cabe elucidar que entendemos Educação em Direitos Humanos como: 6 [...] um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, articulando as seguintes dimensões: a) apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos, internacional, nacional e local; a. afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade; b. formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em níveis, cognitivo, social, ético e político; c. desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados; d. fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como da reparação das violações (BRASIL, 2006, p. 25). Assim, a Educação em/para os Direitos Humanos têm como o sentido último “a formação do sujeito de direito que tem como aspiração acabar com as estruturas de injustiças e de discriminação social” (BRASIL, 2013, p. 37). De acordo com Ugarte e Naval (2003), ela é uma educação no sentido pleno, pois favorece o nosso desenvolvimento pessoal, sendo um meio idôneo para a afirmação da dignidade humana. Meu caro (a), se na primeira fase dos Direitos Humanos eles tinham como principal marca a proteção geral que evidenciava o temor da diferença baseada na igualdade formal, que no contexto do nazismo levou ao extermínio dos diferentes, na atualidade admite-se que não se podem tratar os sujeitos de maneira genérica, geral e abstrata. Nesse quadro, necessitamos olhar para os indivíduos nas suas peculiaridades e particularidades, pois eles nas suas especificidades tencionam por resoluções específicas peculiares e exclusivas. Torna-se urgente reconhecer a especificidade de cada sujeito de direito, olhando-os nas suas singularidades. Sem dúvida, a universalidade dos Direitos Humanos não está associada a um presumível argumento universal, que incorpora todos os sujeitos, ao contrário, a sua universalidade está atrelada à afirmação do seu viés cultural, ou seja, depende do lugar de onde esses direitos são reivindicados, do pertencimento dos indivíduos que o reivindicam. Assim, o reconhecimento e o respeito às diversidades precisam associar-se à democracia, que se efetiva através da valorização da autenticidade dos cidadãos que a formam, especialmente dos grupos marginalizados, assegurando-os o direito de decidir sobre questões que lhes dizem respeito, garantindo assim que os Direitos Humanos não fiquem desacreditados, pois corroboram o fortalecimento dos espaços de participação. Tal contexto favorece a promoção de direitos e não a sua aniquilação, favorecendo que grupos até então invisibilizados sejam reconhecidos na sua singularidade. Assim, associado ao direito à igualdade, surge o direito à diferença. Importa o respeito à diferença e à diversidade. A partir dessa premissa, manifestamos que a diferença não deve ser compreendida como um processo que contradiz a universalidade, mas como um repensar que ressignifica os Direitos Humanos frente às atuais demandas sociais. 7 você Sabia? Você sabia que o caráter universal dos Direitos Humanos refere-se ao fato de que todos os humanos têm direito à dignidade, à humanidade e ao pleno exercício da liberdade e da democracia? Pois é, será preciso considerar que a validade desses direitos está atrelada a realidade cultural a partir do qual eles são construídos e reivindicados. Assim, os Direitos Humanos que inicialmente foram influenciados pelo Iluminismo e pela questão da igualdade, se assumindo dentro de um discurso universal, chegam à contemporaneidade em uma nova configuração que sugere revisitar a cultura escolar à luz de questões advindas do debate acerca da diversidade. Pensar a inserção das discussões sobre as minorias sociais, étnicas e culturais no campo educacional faz parte de uma ação comprometida com os direitos humanos, a democratização da sociedade e a luta contra-hegemônica. Dessa forma, reconhecemos que precisamos assegurar a Educação em os Direitos Humanos, assumindo a nossa responsabilidade de construir uma escola inclusiva que busca a unidade na diversidade e a igualdade na diferença. A EDH nos prepara para assumirmos outra postura frente o mundo e as diferenças, nos ajudando na compreensão dos processos históricos, econômicos, sociais e culturais que permeiam as formas de violência a que muitas pessoas e na escola, muitos estudantes, estão expostos. A EDH tem como objetivo contribuir através da formação do sujeito de direito para que empoderado, ele (a) possa lutar contra todas as formas de injustiça e discriminação. veja o vídeo! Prezado (a) aluno (a), para você saber sobre estratégias de como pensar numa escola que pode vivenciar na prática a Educação em os Direitos Humanos, assista ao vídeo a seguir: “Viver os Direitos Humanos na Escola”, com duração de vinte e sete minutos, trinta e cinco segundos: Ele está disponível através do LINK. a educaÇÃo incLuSiva no conTeXTo da educaÇÃo em direiToS HumanoS Prezado (a) aluno (a), iniciemos este item a partir da reflexão proposta por Boaventura Santos e João Arriscado Nunes (2003), pesquisadores na área dos Direitos Humanos que afirmam que “temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza” (p.56). ??? 8 Para refLeTir O que isso representa? Já pensou sobre isso? Como isso se apresenta na escola? Será que estamos dando aos ditos “diferentes” oportunidade de aprendizagem ou estamos tratando-os com indiferença? Como considerar os estudantes na sua singularidade? Como escapar da tentação da homogeneização? Meu caro (a), nós sabemos que na nossa sociedade a exclusão, o preconceito e a discriminação são fortes aliadas. Assim, ressaltamos que o contrário da igualdade é a desigualdade e não a diferença. Nesse contexto, podemos observar que em muitas salas de aula as pessoas que apresentam diferenças do padrão socialmente construído de “normalidade” são tratadas com desigualdade e não a partir do reconhecimento e valorização da sua singularidade. Nesse contexto, a luta por uma escola inclusiva se alia a Educação em Direitos Humanos elucidando que é preciso se unir as demais lutas por uma escola mais justa e equânime para todos (as). Dessa maneira, destacamos alguns documentos e convenções que fundamentam a questão. documentos alguns destaques declaração universal dos direitos Humanos Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma. Assim, assegura às pessoas com deficiência todos direitos das demais pessoas, ou seja, elas também têm direito vida, à liberdade e à segurança pessoal, ao reconhecimento, à proteção contra qualquer discriminação, direito de livre circulação, a uma vida digna, a educação,ao desenvolvimento pessoal, social e a participação comunitária. declaração de jomtien - a declaração mundial de educação para todos Nesta Declaração, todos os países participantes, inclusive o Brasil, reafirmam que a educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro. Elucida que as pessoas com deficiência necessitam de atenção especial, logo precisam ser tomadas medidas que garantam a todos esses estudantes a igualdade de acesso. declaração de Salamanca Nesta conferência, que teve como base a Educação como um Direito Humano e o compromisso da Educação para Todos foi traçada uma Linha de Ação para as Necessidades na Educação Especial em nível mundial e esta Linha de Ação tem servido como norteadora para a implementação de políticas de educação inclusiva e de promoção de escolas integradas. convenção da Guatemala A realização da Convenção Interamaricana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência teve o objetivo de prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade. Uma importante questão também apresentada no documento resultante da convenção é a definição para o termo «deficiência» que se constitui em uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. 9 declaração internacional de montreal sobre inclusão Assume uma importante pauta na perspectiva inclusiva, pois ressalta que a inclusão não deve acontecer somente na escola implicando diversos setores da sociedade na efetivação de um mundo inclusivo. Lei nº 7.853/89 Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Corde. Institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. resolução cne/ceb n° 4, de 02/10/1989 Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. resolução cne/ceb nº 02 de 11/09/2001 Estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão. Lei nº 13.146/2015 Estabelece o Estatuto da Pessoa com Deficiência visa a assegurar e a pro- mover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liber- dades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Fonte: Autor (2018). fique aTenTo! Aluno (a), será que o fato de matricular o aluno com deficiência na escola, torna a es- cola uma escola inclusiva? O que é mesmo inclusão? Vamos começar essa discussão, destacando que a educação inclusiva é sinônimo de educação de qualidade para todos/ as. Assim, a escola inclusiva não pode ser considerada, pensada e planejada apenas para os estudantes com deficiência, mas como uma escola que acolhe todos/as nas suas especificidades e diferenças. Essa escola também envolve as famílias nas suas diferentes culturas, a sociedade e a comunidade escolar. Nessa lógica, o simples ato de matricular uma criança com deficiência numa sala re- gular não caracteriza a escola como inclusiva. Praticar a educação inclusiva pressupõe que todos os estudantes tenham as mesmas condições de acesso, permanência e su- cesso, independente das características inerentes que tenham ou não. A escola inclusi- va considera os estudantes como centro da ação educativa, ela reconhece cada aluno, considerando suas potencialidades, necessidades e limitações, e a essas questões atende com qualidade e trabalho pedagógico. Ela acolhe os estudantes com deficiência como seres humanos que propõem desafios a escolas e seus professores para ofertar educação para todos (as), acolhendo a necessidade de cada um. 10 PaLavraS do ProfeSSor Calma, prezado (a) aluno (a)! Essa escola não está pronta. Ela está em construção e precisa da sua adesão e de outros atores que constituem esse contexto escolar: gestores, familiares e membros da comunidade na qual cada aluno vive. Desse modo, a nossa pergunta sobre o que caracteriza uma escola como inclusiva pode ser respondida como uma escola que planeja e executa estratégias para garantir uma educação de qualidade para todos (as), independentemente da sua raça/etnia, orientação sexual, idade, deficiência, condição social, entre outras especificidades, o que demanda mudanças na cultura escolar. Que mudanças são essas? Por onde começar? A escola como instituição responsável pelo acesso ao conhecimento precisa refletir sobre como tem assegurado o princípio da igualdade, ultrapassando a pers- pectiva da homogeneização, no sentido de efetivar o processo de aprendizagem, bem como, a construção de competências essenciais para o exercício da cidadania. As pesquisas e práticas revelam que a inclusão dos estudantes com deficiência na escola regular tem favorecido que os alunos com deficiência aprendam mais, bem como, com mais facilidade e rapidez, pois a troca com seus pares os faz aprender e ensinar, bem como, favorecem o trato com suas dificuldades. Já os estudantes que não tem deficiência aprendem a lidar com as diferenças, construindo uma relação de respeito e solidariedade. Algumas ações contribuem para que a proposta pedagógica da escola possa avançar na bus- ca de consolidar-se como efetivamente inclusiva, entre elas destacamos: • A flexibilização dos procedimentos pedagógicos considerando a riqueza da identidade e da diferença dos seus estudantes; • A promoção de metodologias de trabalho, técnicas variadas, procedimentos e estratégias de ensino que se adequam as características, potencialidades e capacidades de cada estudante; • A elaboração de formas de avaliação diversificadas que reconheçam as diferenças individuais dos estudantes; • Discussão sobre elementos, metodologias e estratégias que a composição de uma escola inclusiva; • Avaliação diagnóstica dos estudantes pela equipe escolar que apresentam necessidades especiais. Na maioria das vezes também são necessárias adaptações na arquitetura do prédio para que o ambiente também se torne acessível. Entre essas adaptações destacamos a necessidade de: • Construção de rampas com a inclinação adequada, assim como, com corrimão e grade ou mureta de proteção; • Portas e corredores largos que permitam a circulação de cadeiras de rodas; • Banheiros amplos que facilitem a entrada e a circulação com cadeira de rodas com vasos sanitários na altura das cadeiras de rodas e pias que permitam o encaixe da cadeira. Nesses banheiros, as por- tas não devem ter mola que abre para o lado de fora; 11 • Pisos antiderrapantes; • Piso tátil popularmente como “piso de bolinha. Esse piso diferenciado com textura e cor deve sempre ficar em destaque com o piso que estiver ao redor. Ele deve ser perceptível por pessoas com defi- ciência visual e baixa visão. O piso tátil de alerta é conhecido isso é instalado em início e término de escadas e rampas; em frente à porta de elevadores; em rampas de acesso às calçadas ou mesmo para alertar quanto a um obstáculo que o deficiente visual não consiga rastrear com a bengala. veja o vídeo! Para saber mais sobre Educação Inclusiva assista ao vídeo “A política nacional para a educação inclusiva avanços e desa- fios”. Ele tem 16’33’’. Nele especialista na área apresenta as- pectos que devem ser considerados quando pensamos numa escolainclusiva. Ele está disponível através do LINK. É um vídeo muito importante para sua formação. PraTicando Frente às necessidades específicas, outros aspectos da escola também precisam ser revistos, tais como: a biblioteca, os parques e o mobiliário. Atentando a essa expectativa, vamos refletir a partir da escola que você trabalha ou faz estágio supervisionado: que barreiras arquitetônicas dificultam o acesso e a circulação dos estudantes que utilizam a cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida? O mobiliário favorece o acolhimento dos estudantes considerando suas necessidades? Há mesas que consideram o encaixe de cadeiras de rodas? Há local adequado para a troca de roupas das crianças com necessidades especiais? Os móveis da biblioteca atendem as diversas necessidades apresentadas pelos estudantes? Há intérprete para a Língua Brasileira de Sinais? A biblioteca disponibiliza um acervo em braile? Utilizam- se as legendas no momento do uso de filmes na sala de aula? Os cartazes e outras formas de comunicação da escola consideram a Língua Brasileira de Sinais? Ufa, muitas exigências e observações não é? 12 a educaÇÃo daS reLaÇÕeS ÉTnico-raciaiS no conTeXTo da educaÇÃo em direiToS HumanoS Caro (a) aluno (a), a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e indígena nas escolas faz parte de discussões que atende as reivindicações históricas do Movimento Negro e indígena redimensionando a questão social e étnico-racial na sociedade brasileira. Neste contexto, a Lei nº 11.645/08 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei nº 9.394/96) torna obrigatória a inclusão das temáticas “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas instituições públicas e privadas de ensino. A trajetória da população negra e indígena no nosso país sempre foi marcada por muitos momentos de exclusão e desigualdades. A urgência do reconhecimento das condições, contextos e redes de relações que se estabelecem para caracterizar a história e cultura do negro e indígena como parte fundamental da sociedade, exige novos esforços, um desafio e trabalho de todos nós educadores (as). Esse conjunto de ações precisa estar vinculado na dinâmica da escola, possibilitando a construção de um currículo que traga à tona as vozes dessa população que foram ocultadas e negligenciadas do currículo escolar. Pensar a inserção das discussões sobre as minorias sociais, étnico-raciais e culturais no campo educacional faz parte de uma ação comprometida com os direitos humanos. Iniciemos esta reflexão sobre a questão racial pensando que a raiz dos preconceitos e das práticas discriminatórias são as diferenças. Jean Paul Sartre (apud MUNANGA, 2010) afirmava que se um negro e um judeu se apresentassem na porta de um local em que ambos são indesejáveis, o judeu poderia entrar sem que alguém o descobrisse, mas o negro seria barrado na porta da entrada por causa da geografia do seu corpo. Dessa forma, ao falarmos sobre a questão racial estamos falando do processo social, político, histórico e cultural resultante de relações desiguais de poder desde a nossa colonização. O uso do termo “raça” nada tem a ver com raça compreendida como uma diferença biológica. Não existem raças diferentes. Somos todos da raça humana, os estudos genéticos da atualidade comprovam isso. É a nossa vivência cultural que nos ensina a visibilizar como desiguais a população branca da população negra. Entretanto, como afirmado no item anterior, as diferenças se tornaram na nossa sociedade, desigualdades, motivo para uns serem bem tratados e outros maltratados. O professor Kabengele Munanga (2010), estudioso da questão racial, afirma que a grande questão não é a raça, mas as suas representações e a ideologia que dela derivam. Dessa forma, ele salienta que o problema não está na classificação dos grupos humanos a partir das características físicas. Ele está na utilização da cor da pele, do fenótipo, para o estabelecimento das características psicológicas, morais, intelectuais e culturais. Dessa maneira, foram incorporados como os mais valorizados, aqueles que estão no topo da sociedade, os europeus, e na base os negros e os índios, produzindo a hierarquização das diferenças. 13 você Sabia? Você sabia que tal contexto, ainda é evidente até hoje? Pois é, essa ideologia ficou conhecida como racismo científico ou racialismo, pois se fundamentava em estudos científicos que buscavam comprovar que as raças eram diferentes e que havia raças superiores e inferiores. A utilização do termo “raça” por diversas vezes é distorcida e remete sempre a ideia de “inferioridade” devido à arraigada estrutura da nossa sociedade. Aprendemos que valorização das características físicas é um elemento determinante e importante para a inserção social do individuo nas variadas esferas sociais. Logo, a raça pode ser fator que influencia na definição do lugar social de cada um. Nilma Lino Gomes (2005) nos esclarece a questão e salienta que para evitar que o termo “raça” assuma um caráter negativo, alguns pesquisadores, o substituem e “ao se referirem ao segmento negro utilizam o termo étnico-racial, demonstrando que estão considerando uma multiplicidade de dimensões e questões que envolvem a história, a cultura e a vida dos negros no Brasil” (GOMES, 2005, p. 47). Entretanto, uma nova interpretação precisa ser disseminada, atribuindo-lhe relevância necessária que se baseie no tratamento da dimensão social e política para falar sobre a realidade vivida, que opera de forma particular, na vida social e cultural do povo negro do nosso país. Dessa maneira, podemos compreender que “as raças são, na realidade, construções sociais, políticas e culturais produzidas nas relações sociais e de poder ao longo do processo histórico” (GOMES, 2005, p.49). Querido (a) aluno (a), ao falarmos sobre a questão racial no Brasil, precisamos aproximar a reflexão sobre o papel da escola na construção da identidade da criança e negra. Esse processo de construção se inicia desde o nascimento. Dessa maneira, desde que a criança entre na escola ela precisa ter a sua identidade étnico-racial representada. E, portanto, é de suma importância conduzir esse processo no tratamento das diferenças, com situações que estimulem as crianças a terem uma visão positiva em relação a sua história a partir de uma prática crítica e responsável, que considere a criança e sua singularidade. Se já tratamos do termo “raça”. Vamos esclarecer o termo “racismo”. O racismo parte da ideia de que existe um grupo humano superior ao outro. Essa ideologia foi e ainda é acionada para validar os atos de discriminação, exclusão e segregação. Ele pode se apresentar tanto através do ato de repulsa de uma ou algumas pessoas com outras por causa do fenótipo (cor da pele, formato da boca e nariz, textura do cabelo), bem como, através da veiculação de imagens e/ou ideias que visam à desvalorização de determinado grupo humano. Também pode se configurar através da vontade de fazer vigorar uma crença particular como universal, a única, legítima, verdadeira. ??? 14 veja o vídeo! No filme Vista a minha pele, que tem a direção de Joel Zito Araújo e o argumento de Maria Aparecida Bento, apresenta-se um racismo às avessas, onde a população branca representa a classe discriminada e a negra a dominante. Nesse contexto, duas adolescentes disputam o título de rainha da festa junina. É um interessante filme para refletirmos sobre os conceitos apresentados. Para assisti-lo, acesse ao LINK. Guarde eSSa ideia! O racismo pode ainda se apresentar de maneira individual ou institucional. O institucional se refere às ações implementadas pelo Estado ou que se instituem com o seu apoio indireto. Podemos citar como exemplo no campo educacional, a ausência nos currículos escolares da história do Continente Africano, depersonagens negros nos livros de literatura infantil e infanto-juvenil, de heróis e heroínas negras da nossa história, entre outros. Na perspectiva individual, ele se apresenta através de atos de um indivíduo contra o outro. Ações que constantemente temos presenciado através dos meios de comunicação. Cabe-nos também elucidar que o preconceito racial e a discriminação racial são coisas distintas. Enquanto o preconceito está no mundo das ideias, a discriminação é o ato. Logo, o preconceito étnico-racial está associado ao pensamento negativo prévio sobre alguém que faz parte de um grupo racial ou étnico por causa da sua cor, raça ou etnia. A discriminação racial representa o ato de classificar para hierarquizar a partir da cor/ raça e etnia. Dessa feita, separamos brancos de negros e indígenas para privilegiar um em detrimento de outro. viSiTe a PáGina Acesse a página GELEDÉS Instituto da Mulher Negra https://www.geledes.org.br/. Ela foi fundada em 30 de abril de 1988 e está fazendo 30 anos. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira. A partir da Lei nº 10.639/03 atual Lei nº 11.645/08 se observa um esforço de algumas escolas na implementação de seus currículos da discussão étnico-racial. Entretanto, não de forma contínua e generalizada. Dessa maneira, precisamos reconhecer que a educação, desde a Educação Infantil, tem um 15 importante papel, possibilitando que se consolidem na escola práticas que deem voz e vez a história e a cultura da população negra e indígena no cotidiano escolar, possibilitando que desde os primeiros dias da criança na escola ela sinta que seu pertencimento étnico-racial é valorizado. Os fatos históricos evidenciam que a nossa história é marcada pela intolerância à diferença. Dessa maneira, um dos grandes desafios que se colocam para a humanidade e para nós, educadores/as, na atualidade, é construir uma sociedade e um ambiente escolar em que o/a diferente não seja considerado bárbaro, esquisito, estranho, mas seja respeitado em sua diferença, e possa ser acolhido, valorizado e respeitado na e com a sua diferença, participando ativamente da construção coletiva de uma sociedade justa e plural. Para reSumir • A Educação em Direitos Humanos visa a luta contra toda forma de desigualdade, injustiça, preconcei- tos e discriminações presentes na escola. • É importante compreendermos que as nossas diferenças tem se consolidado no nosso país como desigualdade. Dessa forma, os diferentes são tratados como desiguais. • Precisamos entender que cada indivíduo é único, singular. Assim, resultam de histórias e experiências de vida diferentes. Logo, não podemos almejar que todos/as tenham como referência os mesmos va- lores que nós temos, pois estaríamos assumindo a nós mesmos como o centro do mundo, da verdade. • É imprescindível para o fortalecimento de uma cultura de paz, o reconhecimento e acolhimento das diferenças de cada um/a. Isso implica que nós educadores/as a cada dia possamos trabalhar para a descolonização dos nossos olhares, saberes e fazeres, trabalhando para o fortalecimento da Educa- ção em Direitos Humanos. • Para que a escola se consolide como inclusiva não basta matricular o estudante com deficiência. É preciso garantir permanência e sucesso, pois todos são sujeitos de direito à aprendizagem. • A lei nº 11.645/08 visa implementar no currículo a história e a cultura ocultada da população negra e indígena. • O currículo escolar precisa ofertar aos estudantes de diferentes grupos étnico-raciais estratégias de fortalecimento das suas identidades. PaLavraS finaiS Prezado (a) aluno (a), Chegamos ao término da nossa primeira unidade. Se você tiver alguma dúvida ou dificuldade acesse o fórum de dúvidas no Ambiente Virtual de Aprendizagens – AVA. Acesse os vídeos e as leituras propostas para entender ainda mais sobre o conteúdo proposto. Bons estudos! 16 referênciaS bibLioGráficaS BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Carlos Nelson Coutinho. Nova ed. — Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. BRASIL. Educação em direitos humanos: Diretrizes Nacionais. Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013. ______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível: <http:// portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 22 agost. 2015. ______. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, e dá outras providências. Brasília, DF, 5 jan. 2003. Disponível: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 08 abr. 2018. ______. Plano nacional de educação em direitos humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2006. ______. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro- Brasileira e Indígena”. Brasília, DF, 10 mar. 2008. 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