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SÍNDROME-DE-DOWN-DISTÚRBIOS-COMPORTAMENTAIS-PSICOLÓGICOS-E-PSIQUIÁTRICOS-1

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1 
 
 
SÍNDROME DE DOWN DISTÚRBIOS 
COMPORTAMENTAIS, PSICOLÓGICOS E PSIQUIÁTRICOS 
1 
 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
Introdução ................................................................................................ 3 
Mito: a criança com Down só pode estudar em uma escola especial ................. 24 
Mito: Mito: atividades físicas estão proibidas, somente a fisioterapia é liberada .... 24 
Mito: a Síndrome de Down bloqueia o amadurecimento .................................. 25 
Mito: casais com a síndrome não podem ter filhos .......................................... 25 
Mito: quem tem Down precisa sempre de um cuidador 24 horas por dia ............ 25 
Bibliografia ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Introdução 
 
 A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma condição humana 
geneticamente determinada, é a alteração cromossômica (cromossomopatia) 
mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na 
população. A SD é um modo de estar no mundo que demonstra a diversidade 
humana. A presença do cromossomo 21 extra na constituição genética 
determina características físicas específicas e atraso no desenvolvimento. Sabe-
se que as pessoas com SD quando atendidas e estimuladas adequadamente, 
têm potencial para uma vida saudável e plena inclusão social. 
 No Brasil nasce uma criança com 
SD a cada 600 e 800 nascimentos, 
independente de etnia, gênero ou 
classe social. O termo “síndrome” 
significa um conjunto de sinais e 
sintomas e “Down” designa o 
sobrenome do médico e pesquisador 
que primeiro descreveu a associação 
dos sinais característicos da pessoa 
com SD. As diferenças entre as 
pessoas com SD, tanto do aspecto 
físico quanto de desenvolvimento, 
decorrem de aspectos genéticos individuais, intercorrências clínicas, nutrição, 
estimulação, educação, contexto familiar, social e meio ambiente. Apesar dessas 
diferenças, há um consenso da comunidade científica de que não se atribuem 
graus à SD. 
 Estudos recentes com modelos animais realizados por SMITH revelam que 
o material gênico adicional na região implica déficit neurológico. Para MOREIRA 
os produtos gênicos conhecidos nessa região cromossômica, a APP (proteína 
precursora amilóide) foi decisivamente relacionada à SD, estando associada ao 
déficit na adesão celular, na neurotoxidade e no crescimento celular, com 
implicações na formação do sistema nervoso central. O sequenciamento gênico 
Figura 1 John Langdon Down 
4 
 
 
do cromossomo 21 revelou pouco conteúdo informacional, com apenas 225 
genes (127 conhecidos, 98 preditivos e 19 pseudogenes), o que pode explicar a 
maior sobrevida e adaptação de portadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
Síndrome de Down: Referencial Teórico 
 
A expectativa de vida das pessoas com SD aumentou consideravelmente 
a partir da segunda metade do século XX, devido aos progressos na área da 
saúde principalmente da cirurgia cardíaca. 
O aumento da sobrevida e do entendimento das potencialidades das 
pessoas com Síndrome de Down levou à elaboração de diferentes programas 
educacionais, com vistas à escolarização, ao futuro profissional, à autonomia e 
à qualidade de vida. 
Cada vez mais a sociedade está se conscientizando de como é importante 
valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer equidade de 
oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam seu direito em 
conviver em comunidade. A sociedade está mais preparada para receber 
pessoas com síndrome de Down e existem relatos de experiências muito bem-
sucedidas de inclusão. Apesar da experiência acumulada nos últimos anos, não 
é possível prever qual o grau de autonomia que uma criança com SD terá na sua 
vida adulta. O potencial a ser desenvolvido é sempre uma fronteira a ser cruzada 
diariamente. 
No entanto, é consenso para as equipes que atuam no cuidado da pessoa 
com SD que todo investimento em saúde, educação e inclusão social resulta em 
uma melhor qualidade de vida e autonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Distúrbios Comportamentais 
 Segundo pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto 
(EERP) da USP sugere que, apesar de precisar de mais apoio de colegas e 
professores, crianças com síndrome de Down podem realizar as mesmas 
atividades escolares que as demais. Os resultados evidenciam que elas são tão 
capazes quanto os outros alunos de realizar ações que envolvem os aspectos 
cognitivos, como pensamento, linguagem, percepção, memória e raciocínio. 
 De forma geral, as conclusões do estudo apontam que crianças com Down 
têm comportamentos similares às outras crianças. O que muda é a frequência 
desses comportamentos, ou seja, a quantidade de vezes que cada um dos 
grupos executa determinada ação. Nas crianças com Down essa frequência é 
menor. O ato de observar, por exemplo, que envolve atenção e está diretamente 
ligado à aprendizagem, é muito presente em todas as crianças, embora seja 
mais realizado por aquelas com desenvolvimento típico, isto é, que apresentam 
desenvolvimento dos aspectos biológicos, emocionais e sociais de acordo com 
o esperado para a idade. 
 
Figura 2 Garoto com SD convivência em escola normal 
 
 Além desse, outros comportamentos que tiveram muitas semelhanças 
entre os dois grupos foram os de imitar, brincar de faz de conta (brincadeiras que 
envolvem a imaginação, o fantasiar ou simular outra realidade) e receber auxílio 
7 
 
 
verbal de outras crianças. No entanto, esse aspecto merece atenção, segundo 
a terapeuta ocupacional responsável pela pesquisa. Para PATRÍCIA PÁFARO 
GOMES ANHÃO, uma vez que as atividades de faz de conta e imitação foram 
pouco realizadas pelos dois grupos de crianças. “Isso pode indicar a baixa 
realização deste tipo de brincadeira no ambiente de educação infantil, podendo 
sugerir que o brincar de faz de conta vem sendo pouco estimulado”, alerta 
Patrícia. Para ela, a ausência do brincar de faz de conta pode levar a problemas 
de aprendizagem, restrições na participação social e na interação com pares. 
 Pessoas com síndrome de Down podem ter algumas ou todas essas 
características físicas: queixo pequeno, olhos inclinados, hipotonia, tônus 
muscular reduzido, ponte nasal plana, vinco único da palma da mão e língua 
saliente devido a uma boca pequena e língua grande. 
 As alterações das vias aéreas levam a apneia obstrutiva do sono em cerca 
de metade das pessoas com síndrome de Down. Outras características comunsincluem: uma face plana e larga, pescoço curto, flexibilidade excessiva das 
articulações, espaço extra entre o primeiro e o segundo dedo do pé, padrões 
anormais nas pontas dos dedos e dedos curtos. 
 A instabilidade da articulação atlantoaxial ocorre em cerca de 20% e pode 
levar a lesão medular em 1-2%. As luxações do quadril podem ocorrer sem 
trauma em até um terço das pessoas com síndrome de Down. 
 O crescimento na altura é mais lento, resultando em adultos que tendem a 
ter baixa estatura - a altura média dos homens é de 1.54 cm e das mulheres é 
de 1.42 cm. Indivíduos com síndrome de Down estão em maior risco de 
obesidade à medida que envelhecem. Há tabela de crescimento desenvolvida 
especificamente para crianças com síndrome de Down. 
 
 A síndrome de Down poderá ter quatro origens possíveis. Das doenças 
congênitas que afetam a capacidade intelectual, a síndrome de Down é a mais 
prevalecente e melhor estudada. Esta síndrome engloba várias alterações 
genéticas das quais a trissomia do cromossomo 21 é a mais frequente (95% dos 
casos). A trissomia 21 é a presença de uma terceira cópia do cromossomo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trissomia
8 
 
 
21 nas células do indivíduo afetado. Outras desordens desta síndrome incluem 
a duplicação do mesmo conjunto de genes (translações do cromossoma 21). 
 Dependendo da efetiva etiologia, a dificuldade na aprendizagem pode 
variar de mediana para grave. 
 Os efeitos da cópia extra variam muito de indivíduo para indivíduo, 
dependendo da extensão da cópia extra, do background genético, de fatores 
ambientais, e de probabilidades. A síndrome de Down pode ocorrer em todas as 
populações humanas, e efeitos análogos foram encontrados em outras espécies 
como chimpanzés e ratos. 
 Historicamente, indivíduos com SD têm sido considerados portadores de 
características comportamentais peculiares e de deficiência mental. LANGDON 
DOWN atribui a esses indivíduos poder de imitação, obstinação, amabilidade e 
sociabilidade. 
 FRASER & MITCHELL descrevem características como bom humor e 
temperamento agradável. 
 COLLACOTT ET a confirmam o estereótipo comportamental, ressaltando 
também a escassez de distúrbios de adaptação nos portadores dessa síndrome. 
Estes autores referem que fatores de natureza social, psicológica e biológica 
podem estar relacionados ao fenótipo comportamental, a exemplo da redução 
do nível de serotonina, associada a anomalias estruturais do cérebro. 
 Outros pesquisadores não encontraram diferenças de comportamento em 
crianças com SD quando comparadas a outras com deficiência mental ou a 
controles normais da mesma faixa etária. 
 
 FIDLER & HODAPP acreditam que os estereótipos comportamentais 
estejam relacionados à aparência craniofacial infantil, observando que 
portadores da síndrome que apresentam a "face de bebê" mostram mais 
frequentemente comportamento imaturo. 
 ROSANA GLAT afirma que "a sexualidade da pessoa com deficiência 
mental (a não ser nos casos neurologicamente mais prejudicados) não é 
qualitativamente diferente das demais" e refere que sempre que essa colocação 
9 
 
 
é feita em público leva inevitavelmente a expressões de espanto, descrença e 
frequentemente à franca oposição. 
 GIAMI & D' ALLONES pesquisaram as representações que pais e 
educadores faziam da sexualidade de jovens com deficiência mental e referiram 
que os educadores entrevistados viam a sexualidade do deficiente mental como 
"selvagem". (Práticas masturbarias, voyerismo, exibicionismo, 
homossexualidade e condutas agressivas, sem afetividade) ou então 
incompletas, não finalizadas. Os pais, por sua vez, consideravam seus filhos 
"sexualmente infantis", com atitudes assexuadas ou essencialmente fundadas 
na afetividade. 
 PUESCHEL & SCOLA investigaram as percepções parentais das 
interações sociais, incluindo o interesse no sexo oposto, a função sexual e a 
educação sexual de jovens com SD. Concluíram que mais da metade do grupo 
estudado mostrava interesse no sexo oposto; poucos indivíduos tiveram 
educação sexual, e, entre os jovens, a masturbação era praticada por 40% dos 
homens e por 22% das mulheres. Os autores também observaram que a metade 
dos pais de jovens com SD acreditava que os filhos deveriam ser esterilizados 
ou ter alguma forma de controle de natalidade, caso tivessem possibilidade de 
reprodução 
 
 
 SHAPPERDSON analisou duas coortes de jovens com SD nascidos nas 
décadas de 60 e 70 e refere atitudes mais liberais nos responsáveis pelos 
indivíduos mais jovens. Observa, entretanto, que os sujeitos estudados não 
recebiam educação sexual nem tinham liberdade para experimentar 
relacionamentos sexuais, o que evidencia posturas repressoras. Os 
responsáveis não eram favoráveis à reprodução, e a metade deles considerava 
a esterilização a medida mais adequada. No Brasil, estudo realizado pela 
Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, com 376 pais de 
10 
 
 
pessoas com SD, mostrou que 70% dos indivíduos pesquisados acreditavam que 
a sexualidade de seus filhos era semelhante à de outras pessoas. 
 Quando questionados sobre as chances de casamento, 27,3% 
consideravam viável, e 34%, inviável. A maioria (38,6%) opinava que isso 
dependia de cada caso, considerando aspectos como independência e 
comprometimento mental. Quanto à procriação, para 58% dos pais 
entrevistados, tratava-se de uma possibilidade inviável. 
 ELKINS relata história de casal com SD e descrevem o relacionamento 
como sendo bem-sucedido em termos da privacidade e da autonomia do casal. 
 Nos casos apresentados por Brown, os casais tinham vida independente, 
com emprego ou recebendo pensão do governo, o que pode ter facilitado a 
manutenção dos vínculos. 
 Entre as pessoas com SD, verificam-se diferentes níveis de maturidade e 
adequação. Algumas apresentam retardamento mental leve, sendo capazes de 
lidar com seus impulsos sexuais e relacionamentos como a maioria das pessoas. 
Em outro extremo estão aquelas que, muitas vezes por sua história de vida, com 
escassez de tratamentos e estímulos sociais, mais do que pela presença da 
trissomia do cromossomo 21, são impulsivas, com dificuldades de lidar com a 
sexualidade, não diferenciando o comportamento público do particular em 
atividades como masturbação, com dificuldades na comunicação e na 
compreensão das interações sociais que fazem parte das relações 
interpessoais. 
 Torna-se compreensível, nesses casos, a atitude de algumas famílias que, 
ao mesmo tempo que impedem o desenvolvimento emocional do afetado, 
sentem-se ameaçadas pelas possibilidades de manifestação de suas pulsões 
sexuais. 
 A sexualidade está submetida a regras sociais e deve ser orientada de 
acordo com as normas da sociedade. A educação sexual deve ser considerada 
parte do processo de educação global da criança e do adolescente com SD, 
como para qualquer pessoa, com metodologia adequada à sua capacidade 
11 
 
 
cognitiva e à faixa etária. Pessoas com SD, como quaisquer outras, requerem o 
desenvolvimento de aspectos como auto-estima, responsabilidades e valores 
morais, para se tornarem seres sexualmente saudáveis. 
 A capacidade de manifestar e sentir amor constitui a essência básica da 
sexualidade. Demonstrações de ternura, simpatia e atração exprimem amor e 
afeto e revelam a natureza do indivíduo como ser sexuado. 
 Considerando as limitações que o portador da SD possa apresentar, os 
pais podem contribuir para a educação sexual transmitindo informações 
importantes, avaliando problemas potenciais e possíveis soluções ou caminhos, 
preparando seus filhos para serem indivíduos sexuados. 
 Assim, a falta de amigos e os preconceitos constituembarreiras sociais 
que interferem e, muitas vezes, impedem a vivência da sexualidade por parte 
das pessoas com SD. Não obstante o desenvolvimento de programas 
educacionais incluindo pessoas com deficiência, como os portadores da SD, 
verifica-se que esse processo não resulta necessariamente em integração 
social. 
 
 De acordo com diversos estudos, GLAT observa que, mesmo estudando 
em classes regulares, a maioria das crianças e dos jovens com deficiências 
continua segregada socialmente em suas comunidades, e, muitas vezes, seus 
relacionamentos pessoais são limitados à família, aos profissionais e a outras 
pessoas portadoras da mesma deficiência. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distúrbios Psicológicos 
 
Ao se buscar caracterizar o “fenótipo neuropsicológico” da SD, não se 
pretende englobar todos os quadros clínicos de uma única forma e nem rotular 
prognósticos, mas oferecer informações que estimulem a reflexão sobre as 
dificuldades escolares e sociais mais apresentadas por essas crianças, bem 
como as habilidades que elas desempenham satisfatoriamente. Portanto, a 
seguir, serão expostos os principais domínios apresentados por esses 
indivíduos. 
 
Nível Intelectual: 
13 
 
 
 O nível intelectual (QI) dos portadores da SD, geralmente é relacionado a 
uma deficiência intelectual, ou seja, em uma avaliação se propõe resultados de 
um QI em nível moderado à grave, no que diz respeito ao seu atraso cognitivo 
(QI = 25-55. 
No entanto, é importante frisar um dado a ser levado em consideração, as 
crianças avaliadas, são comparadas a crianças de desenvolvimento típico da 
mesma idade. 
É comum se dizer que as pessoas portadoras da SD, com o passar dos anos, 
possuem um declínio em seu nível intelectual, porém, há pesquisas recentes que 
comprovam a importância do constante 
estímulo, no qual, esses indivíduos 
necessitam, ou seja, desenvolver cada vez mais cedo potencialidades, no qual, 
apresentam. 
 
Linguagem: 
 Normalmente, em crianças com SD, a 
emissão das primeiras palavras ocorre em torno dos 
18 meses de idade (o que significa um atraso de 
quatro meses em relação a crianças de 
desenvolvimento típico). Como essas crianças ao 
longo do seu desenvolvimento linguístico apresentam 
maiores dificuldades em expressar-se (dificuldades 
caracterizadas por uma menor clareza de seus discursos e uso simplificado da 
gramática), isso acaba, muitas vezes, mascarando a força relativa que elas têm 
na compreensão da linguagem. 
 Crianças com SD têm um perfil anatômico específico que pode afetar 
a produção da fala. A capacidade de criar as articulações necessárias para a 
Figura 3 Criança com síndrome de Down a montar 
uma estante de livros. 
14 
 
 
elaboração do discurso, por exemplo, é prejudicada pela menor cavidade bucal 
(que frequentemente dá uma impressão de uma língua grande). 
 Além disso, a hipotonia dos músculos ao redor da boca e dificuldades do 
controle motor na produção da fala também dificulta a capacidade de 
comunicação desses indivíduos. 
 As perdas auditivas, que ocorrem em cerca de dois terços das crianças 
com SD, também têm sido associadas às dificuldades de linguagem encontradas 
nessas crianças. Quando presentes, essas perdas podem dificultar a aquisição 
da linguagem e o desenvolvimento intelectual, sendo, portanto, imprescindível o 
seu devido tratamento. No entanto, não se pode afirmar que essas perdas 
determinam as dificuldades na linguagem, já que não existem provas definitivas 
que o prejuízo nessa área seja consequência da audição diminuída. 
 
 
 Pesquisas vêm indicando que crianças com SD apresentam preferência e 
empregam mais o meio comunicativo gestual em detrimento do meio verbal, 
devido às suas dificuldades na linguagem oral. Os gestos têm um papel 
importante, já que funcionam não apenas como elementos de transição de ações 
motoras para a linguagem falada, mas também como facilitadores do processo 
de produção da fala. Eles fornecem à criança recursos cognitivos extras que 
permitem que elas representem e comuniquem ideias mais complexas quando 
ainda não foram capazes de fazê-las por meio oral. 
 Nas crianças com SD, os gestos teriam uma função social importante, já 
que ofereceriam a estas maiores possibilidades de interação. Nessas crianças, 
o uso dos gestos como principal meio de comunicação ocorre durante longos 
períodos, visto que a expressão verbal dos seus significados é dificultada por 
uma série de fatores (déficits na memória verbal, da motricidade fina, etc.) 
15 
 
 
 Tem sido observado também que, durante o período de expansão do 
vocabulário, as crianças com SD, em vez de substituírem progressivamente os 
gestos pelas palavras correspondentes em suas produções, usam os gestos 
simultaneamente às palavras ou ainda usam as palavras como suporte aos 
gestos, e não o contrário, como comumente ocorre em crianças de 
desenvolvimento típico. 
 Apesar das deficiências de linguagem e cognitivas que as crianças com SD 
apresentam, muitas delas conseguem alfabetizar-se. Para que elas consigam 
adquirir cada vez mais habilidades, é imprescindível que os professores e outros 
profissionais que atuam junto a essas crianças obtenham um melhor 
conhecimento acerca de seus perfis cognitivos, a fim de melhor orientar as suas 
práticas de intervenção. 
 
 
 
Figura 4: Garoto com SD interagindo em sua classe. 
 
 
16 
 
 
 
Memória: 
 Há prejuízo em relação à memória de longo prazo, apresentando um 
desempenho significativamente inferior em tarefas de memória explícita quando 
comparados a crianças com Desenvolvimento Típico (DT). 
 No entanto, em relação a tarefas que requerem processamento da 
memória implícita, crianças com SD apresentam um desempenho considerado 
normal, o que indica uma dissociação funcional entre esses dois mecanismos de 
memória. 
 
 De fato, a memória implícita é sustentada substancialmente por processos 
automáticos que requerem baixa atenção, enquanto a memória explícita lida com 
a aprendizagem consciente e intencional e requer codificação de informação, 
estratégias de recuperação e elevado grau de atenção. 
 Dessa forma, a codificação de informações pobre, habilidade de 
recuperação prejudicada, assim como déficits de atenção, todos eles 
identificados na SD, podem ser responsáveis pelo comprometimento seletivo da 
memória explícita que é observado em crianças com essa síndrome. 
 Os estudos que analisaram a memória operacional na SD têm apontado 
para a presença de déficits no seu componente verbal, enquanto que o esboço 
visuoespacial encontra-se relativamente preservado. Em relação a esses 
déficits, alguns pesquisadores vêm propondo que o baixo desempenho de 
crianças com SD reflete as dificuldades generalizadas que essas crianças têm 
em tarefas que requerem um processamento verbal, sendo resultado de suas 
capacidades linguísticas diminuídas. 
17 
 
 
 Atualmente, considera-se que a memória de trabalho visuoespacial pode 
ser dividida em um componente espacial (envolvido na memória de posições) e 
um componente visual (envolvido na memória de objetos e suas propriedades). 
 Apesar de crianças com SD apresentarem um melhor desempenho em 
tarefas visuoespaciais do que em tarefas de memória verbal, quando essas 
tarefas visuoespaciais são dissociadas, crianças com SD se saem melhor se a 
tarefa envolver apenas o aprendizado de uma sequência espacial do que na 
memorização de objetos visuais. 
 
 
Atenção: 
 A atenção sustentada é relatada como sendo menos eficaz nessas 
crianças se comparadas com crianças de DT. 
 Considera-se que o déficit de atenção que é observado em crianças com 
SD interfere negativamente no seu desenvolvimento,já que dificulta a iniciação, 
organização e, principalmente, a manutenção do envolvimento na realização de 
determinadas tarefas, necessárias para a aprendizagem destas crianças 
 
Funções Executivas: 
 As funções executivas (FE) são úteis para a resolução de problemas, 
formação de conceitos, alternância de tarefas, iniciação, planejamento, controle 
de impulsos, efetivação das ações, flexibilidade cognitiva e comportamental, e 
monitoramento das atitudes. De forma agrupada, esses processos cognitivos 
permitem ao indivíduo iniciar, planejar, sequenciar e monitorar seus 
comportamentos e ações. 
18 
 
 
 As pessoas com SD demonstram a presença de um déficit no 
funcionamento executivo, com prejuízos, sobretudo, nas tarefas de flexibilidade, 
planejamento, resolução de problemas, memória de trabalho e inibição. No 
entanto, os resultados desse estudo sugerem também que nem todos os 
processos de FE são prejudicados na SD, necessitando-se assim a realização 
de mais estudos que possam compreender melhor quais tarefas são mais 
prejudicadas e quais se encontram relativamente preservadas. 
 
 Observa-se que o funcionamento neuropsicológico da SD é caracterizado 
pela presença de múltiplas áreas afetadas. No entanto, os conceitos de 
plasticidade sugerem que podemos criar novas rotas neuronais e novas 
estratégias cognitivas que possibilitem a minimização e (ou) superação dos 
déficits apresentados. 
 Nesse sentido, aponta-se para a necessidade de realização de novos 
estudos que contribuam para o avanço no estabelecimento do fenótipo 
neuropsicológico de crianças com SD, assim como de outros grupos clínicos, 
potencializando suas habilidades e promovendo a aprendizagem e 
desenvolvimento dessas crianças. 
 Como bem ressaltava VYGOTSKY (1997), crianças cujo desenvolvimento 
é atravessado por algum tipo de deficiência não são simplesmente menos 
desenvolvidas do que seus pares “normais”; essas crianças se desenvolvem de 
modo qualitativamente diferente. Embora a deficiência imponha algumas 
limitações e dificuldades, ela também pode impulsionar o indivíduo para a 
compensação. O estudo da pessoa com algum tipo de deficiência não deveria 
centrar-se, portanto, apenas na determinação do nível e gravidade da 
deficiência, mas levar em consideração os processos compensatórios e 
substitutivos adotados pelo indivíduo no seu contexto de desenvolvimento. 
 Essa síndrome causa cerca de um terço dos casos de deficiência 
intelectual. Muitos marcos do desenvolvimento são atrasados, como a 
19 
 
 
capacidade de engatinhar normalmente ocorrendo em torno de 8 meses em vez 
de 5 meses e a capacidade de caminhar de forma independente, geralmente 
ocorrendo em torno de 21 meses em vez de 14 meses. 
 A maioria dos indivíduos com síndrome de Down tem deficiência intelectual 
leve (QI: 50-69) ou moderada (QI: 35-50), com alguns casos com dificuldades 
graves (QI: 20-35). 
 
 Aqueles com síndrome de Down em mosaico geralmente têm escores de 
QI de 10 a 30 pontos a mais. À medida que envelhecem, as pessoas com 
síndrome de Down geralmente apresentam desempenho pior do que seus pares 
da mesma idade. 
 Geralmente, indivíduos com síndrome de Down têm melhor compreensão 
da linguagem do que capacidade de falar. 
 Entre 10 e 45% têm gagueira ou fala rápida e irregular, dificultando sua 
compreensão. Alguns após os 30 anos de idade podem perder a capacidade de 
falar. 
 Eles normalmente se saem bem com habilidades sociais. Os problemas de 
comportamento geralmente não são tão grandes quanto em outras síndromes 
associadas à deficiência intelectual. Nas crianças com síndrome de Down, a 
doença mental ocorre em quase 30% e o autismo ocorre em 5 a 10%. Pessoas 
com síndrome de Down experimentam uma ampla gama de emoções. As 
crianças e os adultos com síndrome de Down apresentam risco aumentado de 
convulsões epilépticas, que ocorrem em 5 a 10% das crianças e em até 50% dos 
adultos; isso inclui um risco aumentado de um tipo específico de convulsão 
chamado espasmos infantis. Muitos (15%) que vivem 40 anos ou mais 
desenvolvem a doença de Alzheimer. Naqueles que completam 60 anos, 50-70% 
têm a doença. 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
Distúrbios Psiquiátricos 
 
 Aproximadamente 20% dos indivíduos com SD apresentam transtorno 
depressivo maior ou comportamento agressivo. Autismo é uma comorbidade 
usual na SD, afetando por volta de 7% das crianças diagnosticadas. A etiologia 
do autismo é desconhecida mas suspeita-se que seja autoimune. 
 Pelo menos metade das crianças e adultos com Síndrome de Down 
enfrentam algum tipo de problema de saúde mental durante sua vida. Crianças 
e adultos com múltiplos problemas de saúde experimentam uma taxa ainda 
maior de problemas de saúde mental. 
 Na adolescência e vida adulta, as pessoas com síndrome de Down 
podem apresentar desordens psiquiátricas como a depressão, distúrbios de 
comportamento e problemas de ajustamento. Quando um adolescente sofre 
algum baque ou não consegue enfrentar a vida após um evento estressante, ele 
pode chegar a desenvolver um transtorno de adaptação. Apesar de esses 
distúrbios serem raros, o que se percebe é que eles ocorrem com uma 
frequência maior do que antes se presumia. Uma vez realizado o diagnóstico de 
um transtorno psiquiátrico, deve ser oferecido tratamento específico e 
aconselhamento. 
Doença de Alzheimer - SD 
 Outro problema que merece atenção especial no adulto com síndrome de 
Down é a doença de Alzheimer, à medida que ele envelhece. Muitos relatos 
falam do aumento da ocorrência desta condição em adultos com a trissomia 21, 
mas apesar de os cérebros das pessoas com síndrome de Down com 40 anos 
21 
 
 
ou acima apresentarem anormalidades normalmente encontradas em pessoas 
com Alzheimer, não se pode afirmar categoricamente que todas elas 
desenvolvam a doença. 
 Estima-se que entre 15% e 25% de pessoas mais velhas com síndrome de 
Down apresentam sinais precoces de Alzheimer. 
 O preconceito e o senso de justiça com relação à Síndrome de Down no 
passado, fez com que essas crianças não tivessem nenhuma chance de se 
desenvolverem cognitivamente, pais e professores não acreditavam na 
possibilidade da alfabetização, eram rotuladas como pessoas doentes e, 
portanto, excluídas do convívio social. Hoje já se sabe que o aluno com 
Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, 
juntar habilidades e ideias, reter e transferir o que sabem, se adaptar a situações 
novas, e, portanto todo aprendizado deve sempre ser estimulado a partir do 
concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. 
 Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso de brinquedos e 
de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino 
deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse 
pelo aprender. 
 
 
Figura 5 Cartaz Dia Internacional SD 
 
22 
 
 
 No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser 
reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As diferenças 
devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na educação, para 
desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados. A Teoria da 
modificação cognitiva estrutural, do psicopedagogo Reuven FEUERSTEIN, 
afirma que a inteligência de qualquer pessoa, independente de sua idade, pode 
ser "expandida". 
 Um neto de FEUERSTEIN, portador de Síndrome de Down, que teve sua 
inteligência estimulada por seus métodos desde o nascimento, sempre 
frequentou a escola normal com bom desempenho.[4 
 Para Dr. Miguel Palha não é possível falar, cientificamente, de graus, mas 
antes de uma enorme diversidade no desenvolvimento cognitivo, linguísticoe 
social das pessoas com Trissomia 21. Todavia, em sentido figurado, pode 
afirmar-se que há dois graus, decorrentes da maneira como as famílias aceitam 
e amam as crianças que apresentam diferenças. O grau I tem, geralmente, um 
prognóstico reservado e corresponde às situações em que as crianças são 
incompreendidas e mal aceitas. O grau II tem, quase sempre, um prognóstico 
excelente e correlaciona-se com as situações em que as crianças são amadas, 
compreendidas, aceitas e não excluídas. 
 
 Segundo Dr. Zan MUSTACCHI (Diretor Clínico do CEPEC – SP, 
especialista em Genética Médica, Pediatria e Medicina Tropical) não existem 
graus da Síndrome de Down, como muitos leigos perguntam. O que existem são 
diferenças de oportunidades. A oportunidade que cada um tem na vida é o que, 
geralmente, o diferencia dos demais, e infelizmente a nossa sociedade tende a 
oferecer mais oportunidades aos mais preparados. 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reuven_Feuerstein
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Down#cite_note-45
23 
 
 
 Dr. Zan MUSTACCHI coloca: “Pais, não desistam de oferecer aos vossos 
filhos com Síndrome de Down todas as oportunidades que oferecem (riam) a 
outro filho sem a síndrome e deixem-nos usufruir dessas oportunidades da forma 
que o seu talento e a sua capacidade imprevisível permitirem. Quando a 
oportunidade estiver desvinculada de qualquer preconceito, teremos seres 
humanos verdadeiramente livres.” 
Proferiu também palestra sobre inclusão das pessoas com Síndrome de 
Down. 
 A Educação Inclusiva deve respeitar e dar valor a capacidade de cada 
aluno, criando condições para tal. Deve-se valorizar o potencial do aluno e não 
exaltar as dificuldades. Não se deve desistir do aluno, ao primeiro sinal de 
dificuldade. O segredo para o sucesso é o diálogo, buscar soluções práticas, 
envolver os gestores, familiares, terapeutas, enfim, todos devem discutir a 
melhor solução para a manutenção daquele aluno em sala de aula. “ E a escola 
que deve se adaptar para atender as necessidades das crianças com Síndrome 
de Down e não o contrário.” 
 Espera-se que o cuidado integral com a saúde da pessoa com SD tenha 
como resultado final a manutenção da sua saúde física e mental, bem como o 
desenvolvimento da sua autonomia e inclusão social. Que em última análise se 
concretize em uma vida plena. 
 
Síndrome de Down: Mitos 
 Com uma dose a mais de cuidados especiais e carinho, quem tem 
Síndrome de Down pode ter uma vida marcada por grandes conquistas. Ilka irá 
se casar em dezembro, Leonardo é campeão de natação e Thiago está 
divulgando um livro em Nova York. Todos apresentam a terceira cópia do 
cromossomo 21, característica da síndrome, mas possuem muita autonomia por 
serem estimulados desde pequenos. 
 "Quanto mais cedo for iniciado um trabalho de estímulo e aprendizagem, 
maior a independência das pessoas com Down", afirma o geneticista e pediatra 
24 
 
 
Zan Mustacchi, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo 
(CEPEC-SP). 
 
Mito: a criança com Down só pode 
estudar em uma escola especial 
 O geneticista Zan recomenda exatamente 
o oposto: a família deve colocar o filho em uma 
escola comum. "Com o incentivo da aceitação 
dessa criança dentro da sala de aula, tanto ela 
quanto os colegas crescem acostumados às 
diferenças e derrubam barreiras de preconceito 
presentes na sociedade", afirma o profissional. 
 
 
 
 
Mito: Mito: atividades físicas estão 
proibidas, somente a fisioterapia é liberada 
Quem tem Down pode - e deve - 
praticar exercício físico, mas é preciso passar 
por uma avaliação médica antes e preferir 
atividades de baixo impacto. "A alteração 
genética pode causar problemas no coração, 
espaçamento da coluna vertebral e redução da força muscular", afirma a 
educadora física Natália Mônaco, do Instituto Olga Kos, que atende na cidade 
de São Paulo crianças, jovens e adultos com Síndrome de Dow. 
 
Figura 6: Menino com Down na 
escola 
Figura 7 Pessoa com 
Síndrome de Down jogando 
basquete 
25 
 
 
Mito: a Síndrome de Down bloqueia o amadurecimento 
A geneticista Fabíola Monteiro, da APAE de São Paulo, afirma é possível 
chegar a um desenvolvimento como o de Thiago com estímulo precoce e 
acompanhamento de profissionais, que pode envolver desde fisioterapia e 
fonoaudiologia até exames periódicos com um cardiologista. "É importante agir 
quando o cérebro ainda está em formação, para fazer com que a criança forme 
o máximo de conexões possíveis". 
 
 
 
 
Mito: casais com a síndrome não 
podem ter filhos 
O geneticista Zan explica que um casal pode ter filhos mesmo que ambos 
tenham Síndrome de Down. "A principal diferença é que as chances de o filho 
também apresentar a alteração genética são maiores: 80% se os dois tiverem 
Down e 50% se apenas um do casal tiver", diz. Em pessoas que não apresentam 
a síndrome, a chance de a criança nascer com o 
cromossomo a mais é de um para cada 700 
pessoas. 
 
Mito: quem tem Down precisa sempre de um 
cuidador 24 horas por dia 
 A geneticista Fabíola afirma que a pessoa com a síndrome geralmente 
precisa de algum tipo de supervisão, mas não significa superproteção a todo o 
momento. "Dependendo do estímulo e das características pessoais, é possível 
ter uma vida mais independente". 
Figura 8 Pessoa com 
alteração genética trabalhando 
Figura 9 Criança com Síndrome de Down 
sorrindo 
Figura 10 Menino 
cozinhando 
26 
 
 
 
 
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Síndrome de Down – Guia para pais e educadores – organizado por: 
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Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/galerias/14912-
abandone-sete-mitos-sobre-a-sindrome-de-down.

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