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Ética e Bioética no Direito de Família

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Prévia do material em texto

LUCIANA GARCIA DE OLIVEIRA
Professora autora/conteudista
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos 
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em 
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação 
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . As técnicas de reprodução assistida: o caso da gestação de substituição . . . . . . . 6
2 . As cirurgias estéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 . A doação e o transplante de órgãos e tecidos humanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4 . A diversidade sexual – O caso de transgêneros e os intersex . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5 . A interrupção da gravidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Pág. 4 de 19
INTRODUÇÃO
Esta aula é essencialmente fruto de um estudo interdisciplinar. Para uma melhor compreensão da 
ética e da bioética no Direito de Família, é essencial a associação do Direito com algumas disciplinas 
de ciências humanas, como a ética, a filosofia, a religião, a medicina, a enfermagem, a política e a 
antropologia. Muitos assuntos envolvendo ética e bioética suscitam debates entre os mais diversos 
extratos da nossa sociedade, por isso eles necessitam de muito cuidado e ponderação entre os 
diferentes pontos de vistas, a fim de evitar imposições autoritárias. Diversidade não pode significar 
“adversidades”, por isso estudar, discutir e debater a ética e a bioética no Direito de Família significa 
dialogar com os “diferentes”.
Antes de estudar a fundo sobre as diversas formas de intervenção médica consideradas 
controversas pela sociedade brasileira e pelas religiões, é fundamental a compreensão da definição 
de ética e moral.
Teoricamente, a moral é a estrutura de valores e comportamentos sociais inseridos dentro de 
um determinado contexto social junto a um grupo de pessoas. De um modo geral, o que pode ser 
considerado moral para algumas pessoas e imoral para outras dependerá diretamente do momento 
histórico em que elas vivem. A ética, por sua vez, é uma ciência que tem por objeto o estudo da 
moral. Nesse passo, ela possui como principal função a análise sistemática da moral e dos seus 
desdobramentos.
Embora os preceitos morais sejam fundamentalmente de foro íntimo, advindos do campo da 
consciência, as tradições e os comportamentos morais são compartilhados na esfera pública, assim 
como são as normas de Direito positivo. Entretanto, embora os preceitos morais sejam relativos e 
variáveis de acordo com o momento histórico, as normas jurídicas, ao contrário, são absolutamente 
invariáveis.
Muitos filósofos já se debruçaram sobre temas que envolvem a ética e a moral. Nas obras de 
Friedrich Nietzsche (1844-1900), como A genealogia da moral (1887), Além do bem e do mal (1886) 
e Crepúsculo dos ídolos (1888), a moral é interpretada como um conjunto de estigmas tendentes 
à dominação de homens e mulheres no contexto social, e a ética nada mais é do que uma ciência 
destinada a fomentar a imposição de interesses de um grupo dominante.
Pág. 5 de 19
A bioética, por sua vez, é definida como sendo a ética da vida. Essa denominação possui duas 
variantes terminológicas: a macrobioética e a microbioética. A macrobioética tem por objetivo a 
análise e as discussões sobre os problemas éticos relacionados à vida humana dentro de uma 
perspectiva inserida no ecossistema. Por outro lado, a microbioética encarrega-se das relações 
entre os profissionais da área médica e os seus pacientes. Em ambas, mas sobretudo no campo 
da microbioética, é possível deparar-se com a convivência, mais ou menos conflitiva, de ideologias, 
morais, religiões e filosofias.
Apesar das inúmeras controvérsias e complexidades, a bioética tem por finalidade a dignidade do 
ser humano, vivo ou morto, no contexto de expediente médico. Por isso, existe um enorme arcabouço 
legislativo que visa à regulamentação das pesquisas médicas, das cirurgias e do tratamento dos 
cadáveres.
Existe uma relação íntima entre o biodireito e a bioética. O biodireito é compreendido como um 
conjunto de normas legislativas e principiológicas capazes de responder aos conflitos gerados pelas 
mudanças sociais advindas dos avanços da biotecnologia. Ele contribui com a normatização dos 
ideais da bioética. No contexto atual, algumas intervenções médicas causam controvérsias e dividem 
a sociedade no que tange a sua aceitabilidade. É o caso das técnicas de reprodução assistida, das 
cirurgias plásticas para fins estéticos, dos transplantes de partes do corpo humano e, sobretudo, 
das intervenções cirúrgicas relacionadas à sexualidade, como as cirurgias de redesignação nos 
pacientes transgêneros, as cirurgias realizadas nos bebês com “sexo indefinido”, os chamados 
intersex, e a prática do aborto entre as mulheres.
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1. AS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: O 
CASO DA GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO
A reprodução assistida, por definição, é um conjunto de técnicas utilizadas por médicos 
especializados para facilitar ou viabilizar a procriação de casais estéreis ou inférteis. No Brasil, 
ainda não há uma lei específica de regulamentação dessas técnicas; entretanto, diante da ausência 
de uma norma reguladora, é utilizado como parâmetro fundamental o texto da Resolução nº 
1.358/92 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Essa resolução edita normas éticas e define 
as responsabilidades das clínicas no que se refere à preservação de gametas e embriões e aos 
procedimentos da popularmente chamada “barriga de aluguel”.
Ao falarmos das técnicas de reprodução assistida, quase sempre nos remetemos à inseminação 
artificial e à fertilização in vitro. Contudo, elas abrangem outros procedimentos sem o manuseio 
de gametas. Esse é o caso do tratamento com o uso de medicamentos para estimular a ovulação 
na mulher.
As técnicas de fertilização in vitro permitem a fecundação fora do corpo da mulher, com a 
implantação do embrião no útero de uma outra que não seja necessariamente a mesma que forneceu 
o óvulo. Vale a pena observar acerca da manutenção do anonimato dos doadores nos bancos de 
sêmen. Entretanto, de acordo com a juíza de Direito da 2ª Vara da Família da Ilha do Governador – 
RJ, Marise Cunha de Souza (2010, p. 352), apesar disso,
as amostras identificam alguns fatores como o tipo sanguíneo, cor dos olhos e 
cabelo etc., a fim de que o tipo físico do doador seja o mais parecido possível com 
o do parceiro da paciente. Igualmente com relação ao banco de óvulos.
Diferentemente da técnica de fertilização in vitro, o procedimento de gestação de substituição, 
conhecido como “barriga de aluguel”, ocorre quando há fertilização in vitro de alguma doadora 
acometida por algum problema no útero que a impede de gerar o embrião. Desse modo, este se 
desenvolve no útero de uma outra mulher. Esse método é considerado controverso e pode gerar uma 
série de conflitos, pois, apesar de o Código Civil brasileiro não ter regulamentado esse procedimento, 
não existe uma proibição expressa na legislação brasileira.
Nesse passo, e na ausência de parâmetro legal, é utilizada como referência moral e ética a 
Resolução nº 1.358/92 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, segundo Marise Cunha de 
Souza (2010, p. 357),
[...] trata especificamente da gestaçãode substituição no inciso VII, estabelecendo: 
que a técnica pode ser usada quando existe um problema médico que impeça ou 
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contraindique a gestação na doadora genética; que as doadoras temporárias do útero 
devem pertencer à família da doadora genética num parentesco de até 2º grau; e 
que tal doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.
As controvérsias desse tipo de técnica de reprodução ocorrem pelo fato de duas mulheres serem 
responsáveis pelo nascimento de uma criança. A ausência de norma legal reguladora pode gerar 
problemas quanto à filiação. Algumas mulheres que aceitam gerar o embrião em seus corpos podem 
recusar-se a entregar o bebê após o nascimento. É importante frisar que o registro de nascimento 
é feito no hospital em nome da hospedeira.
No caso de recusa da mulher hospedeira em entregar a criança aos pais biológicos, muitos 
casais ajuízam uma ação para reverter essa situação. Entretanto, nem sempre a decisão judicial 
será em benefício dos pais biológicos contratantes. Por isso, alguns juristas sugerem a estes 
realizarem um contrato de cessão gratuita de útero junto com a hospedeira. Da mesma forma, é 
recomendável indicar um acompanhamento psicológico para ela durante a gestação do embrião, a 
fim de evitar futura disputa judicial. Mesmo assim, existem muitas discussões em torno da validade 
de um contrato para regular a situação de uma gestação substituta.
Tais controvérsias e imprecisões poderiam ser sanadas com uma legislação reguladora das 
técnicas de reprodução assistida, mais precisamente, da gestação substituta. Houve uma tentativa 
de regulamentação desses procedimentos por intermédio do Projeto de Lei (PL) nº 1.184/03. 
Entretanto, o autor, o senador Lúcio Alcântara, optou, mais tarde, por proibir a prática dessa técnica, 
gerando uma lacuna enorme, pois a gestação de substituição e a reprodução assistida continuam 
sendo utilizadas em larga escala no Brasil, tendo em vista os avanços médicos e tecnológicos de 
reprodução dos últimos anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS apud SOUZA, 2010, p. 349), “entre 8% e 15% 
dos casais têm algum problema de infertilidade, que, com o emprego de algum dos procedimentos 
de procriação artificial, poderá ser sanado, possibilitando a desejada gravidez”. A evolução da 
biotecnologia, da mesma forma, permite que casais homoafetivos realizem o sonho de conceber 
filhos biológicos.
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2. AS CIRURGIAS ESTÉTICAS
A cirurgia plástica é dividida em dois ramos:
• a reparadora;
• a estética.
A cirurgia plástica puramente estética propõe alterações no corpo de modo a proporcionar 
aquilo que é concebido como padrão de beleza para uma cultura em determinado período histórico. 
A intervenção estética tem a finalidade de melhorar a aparência corporal, com reflexos na melhora 
da autoestima, na qualidade de vida e na saúde psicológica do paciente.
Nesse campo de estudo, a medicina não pode estar desacompanhada das reflexões bioéticas. 
Os progressos, avanços e conquistas das cirurgias estéticas são acompanhados pelos excessos 
promovidos por uma exacerbação do consumismo e do individualismo nas sociedades ocidentais 
contemporâneas. A possibilidade de homens e mulheres transformarem seus corpos, em conformidade 
com os ideais de beleza do momento, tende a transformar estes em um produto de mercado. Conforme 
a exigência dos consumidores, o corpo tornou-se um objeto maleável que, cada vez mais, deve ser 
adequado à última moda. Nesse estágio, a compulsão por cirurgias plásticas ocorre quando os 
pacientes não são mais capazes de perceberem seus corpos como realmente são, apenas como 
uma distorção que se apresenta sempre em má forma.
Uma pesquisa nacional sobre a vida sexual dos brasileiros, do projeto Sexualidade do Hospital 
das Clínicas de São Paulo, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo (apud FONSECA; SILVA, 2013, 
p. 92), revelou que
[...] um dos principais motivos de 35% das mulheres pesquisadas não sentem nenhuma 
vontade de ter uma relação sexual é a angústia de não corresponder à imagem da 
mulher com o corpo perfeito que aparece nas revistas e nas propagandas de TV.
O Brasil figura entre os países campeões em número de cirurgias plásticas. De acordo com 
uma pesquisa encomendada ao instituto Datafolha (apud SANT’ANNA, 2009), “o Brasil registrou 
1.252 cirurgias plásticas estéticas por dia entre setembro de 2007 a agosto de 2008, o que equivale 
a 457 mil cirurgias em um ano”.
As mulheres são a grande maioria na procura por cirurgias plásticas estéticas. Isso ocorre devido 
a elas serem mais pressionadas pela sociedade e pelos meios de comunicação a apresentar um 
“corpo perfeito” capaz de gerar atração física.
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O aumento da procura e a popularização do acesso às intervenções estéticas, por meio de 
financiamentos e até consórcios, em muitos casos, ocorrem com a omissão dos riscos. O Código de 
Ética Médica reafirma a obrigação dos cirurgiões de estabelecer critérios claros para as intervenções 
cirúrgicas estéticas. É preciso investigar se, de fato, existe um problema físico e razoável que as 
justifique.
A equipe médica, formada geralmente por enfermeiros, médicos e psiquiatras, precisa ser capaz 
de detectar a tempo eventual distorção de autoimagem do paciente e alertar acerca da mudança 
que o procedimento poderá causar. De acordo com estudo produzido pela professora do Centro 
Universitário São Camilo Ana Maria Auricchio e pela professora de enfermagem da Universidade 
de São Paulo (USP) Maria Cristina Komatsu Massarollo (2007, p. 14),
enfermeiros e médicos são obrigados, legal e moralmente, a avaliar e preparar o 
cliente informando-o e esclarecendo-o quanto ao procedimento a ser realizado, aos 
cuidados pré e prós-procedimentos, aos riscos e benefícios, em linguagem acessível, 
bem como tentar suprimir suas necessidades e questionamentos, para que efetive o 
processo de tomada de decisão de forma consciente. A liberdade e o esclarecimento 
para a tomada de decisão são condições necessárias para a manifestação da 
autonomia do cliente.
O sucesso das intervenções cirúrgicas para fins estéticos e reparadores deve necessariamente 
vir acompanhado por uma comunicação, por meio do diálogo claro e sincero entre a equipe médica 
interdisciplinar e o paciente, ou seja, pelo respeito à ética médica.
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3. A DOAÇÃO E O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS HUMANOS
A história dos transplantes no Brasil teve início na década de 1960, no Hospital das Clínicas da 
Universidade de São Paulo (USP). Foi nessa instituição de ensino e pesquisa que foram desenvolvidos 
estudos e tecnologias para os transplantes de órgãos e tecidos humanos em nível nacional e 
internacional. Além disso, houve avanço no campo farmacológico, com o desenvolvimento de 
imunossupressores com a função de minimizar a rejeição do órgão transplantado.
Os dados do Registro Brasileiro de Transplantes de 2008 (apud ROZA et al., 2010, p. 418) apontaram 
um aumento significativo, em torno de 15%, nas doações de órgãos e de tecidos humanos. Apesar 
do aumento quantitativo, os números de doadores e, consequentemente, de transplantes estavam 
ainda muito abaixo da média internacional, sendo equivalentes a 7,2 por milhão de população. O baixo 
índice de doadores justifica-se pela permanente recusa familiar devido a problemas socioculturais 
que influenciam no entendimento do público sobre a doação de órgãos.
O respeito conferido ao corpo do morto é uma característica marcante em todas as sociedades 
religiosas, como é o caso da brasileira. Por outra parte, o catolicismo não proíbe a doação de órgãos 
de doadores vivos ou falecidos. Entretanto, é necessário muito cuidado durante todo o processo de 
doação de órgãos de pessoa falecida, frente ao sofrimento dos familiares, que pode ser exacerbado 
durante os procedimentos de remoção dos órgãos.
De acordo com um estudo realizado conjuntamente por Roza et al. (2010, p. 419), “o apoioe a 
orientação aos familiares pelos profissionais e pela instituição envolvidos no processo de captação, 
aparecem como elementos essenciais para a avaliação positiva da experiência de doação pelos 
familiares”.
A falta de informações precisas, decorrente da falta de instrução de parte expressiva da sociedade 
brasileira, prejudica na tomada de decisão e no pleno exercício da autonomia.
O desenvolvimento científico e tecnológico dos transplantes, do mesmo modo, não foi capaz de 
evitar lacunas éticas e jurídicas nesses procedimentos, o que acaba por gerar muitas controvérsias. 
O aumento da demanda e das cirurgias de transplante de órgãos tende a diminuir as barreiras legais 
e as implicações ético-morais. Isso, de certo modo, estimula o comércio internacional de órgãos 
e tecidos humanos.
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Outra questão controversa diz respeito a transplantes e doações de órgãos entre indivíduos 
vivos. Para muitos, essa prática implica mutilações. Tendo em vista a proteção do doador vivo, o 
Decreto nº 879/93, em seu art. 15, garante ao doador desistir da doação sem explicações:
A decisão do doador não poderá sofrer influência que lhe vicie o consentimento, 
sendo-lhe facultado revogar o consentimento dado, até a extração dos órgãos, tecidos 
ou partes do seu corpo, sem necessidade de justificar ou explicar suas razões.
De um modo geral, existem dois valores a preservar: a vida e a dignidade do cadáver. O transplante 
de órgãos e tecidos humanos com fim terapêutico deve ser realizado quando não houver outro 
tratamento possível. A doação de órgãos por doador vivo não poderá ser prejudicial a sua saúde 
e integridade física. Nesse passo, é dever da equipe médica responsável pelos procedimentos do 
transplante informar ao paciente sobre os eventuais riscos do ato cirúrgico. De acordo com Lima, 
Magalhães e Nakamae (1997, p. 10), alguns profissionais omitem informações ao paciente de modo 
a minimizar o estresse face à proximidade do transplante, para não gerar insucesso do ato cirúrgico 
decorrente de estado psicológico inapropriado.
Além disso, de acordo com o art. 47 do Código de Ética Médica, os procedimentos de doação de 
órgãos e de tecidos humanos deve necessariamente respeitar o preceito ético de não discriminação 
de doadores e receptores quanto a sexo, raça, religião e nacionalidade.
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4. A DIVERSIDADE SEXUAL – O CASO DE TRANSGÊNEROS E OS INTERSEX
De um modo geral, são muitas as controvérsias geradas em torno das técnicas de reprodução 
assistida, dos transplantes de órgãos e das cirurgias plásticas estéticas. No entanto, quando o 
biodireito e a bioética estão relacionados à sexualidade, os debates costumam ser muito mais acirrados 
na sociedade brasileira. Eles geralmente são polarizados entre progressistas e conservadores, 
principalmente na parcela mais religiosa da sociedade. Essa situação tornou-se presente na intensa 
militância da chamada “bancada evangélica” no parlamento brasileiro contra as demandas de 
direitos da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) e das mulheres.
O primeiro assunto que envolve a bioética e o biodireito da sexualidade humana diz respeito ao 
estado de inconformismo sexual. A evolução das técnicas médicas permite a alteração do estado 
sexual dos indivíduos transgênero por meio de intervenção cirúrgica.
Contudo, há muitas discussões em torno da licitude ética e penal da mudança do corpo do 
indivíduo. Logo no início dos debates em torno desse assunto, a cirurgia redesignatória era considerado 
uma “mutilação grave”, com implicações no crime de falsa identidade, inserido no art. 307 do Código 
Penal.
Foi em 1994 que o termo “transexualismo” foi substituído por “transtorno de identidade de 
gênero” (TIG), de modo a indicar um estado psicológico decorrente do desacordo entre a identidade 
de gênero e o sexo biológico. Os sintomas da transexualidade são percebidos desde a fase infantil, 
porém muitas crianças transgêneros ocultam ou suprimem suas identidades de gênero em casa 
e na escola. Segundo a professora da Universidade de Londres Natacha Kennedy (2010), existem 
dois tipos de crianças transgêneros: “não aparentes” e “aparentes”. De acordo com os estudos da 
autora, as crianças transgêneros “não aparentes” são aquelas cujos sintomas não são percebidos 
pelos adultos, enquanto que as “aparentes” são percebidas como trans por alguns adultos próximos 
e significativos em suas vidas (KENNEDY, 2010, p. 23).
Na fase adulta, as mudanças corporais aliadas à mudança de nome e do gênero sexual no 
registro civil são desejáveis, capazes de diminuir e até de suprimir o sofrimento do transexual. Nesse 
sentido, em 1º de março de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, sobre 
a possibilidade de mudança do sexo no registro civil em cartório “sem necessidade de a pessoa 
fazer cirurgia de mudança de sexo e sem autorização judicial” (CASADO, 2018). De acordo com 
essa decisão, transexuais e transgêneros poderão realizar essas mudanças no registro civil sem 
precisar passar por avaliação médica ou psicológica.
Pág. 13 de 19
Existem diferentes compreensões de transexualidade. Há indivíduos transexuais que não sentem 
a necessidade de se submeter à cirurgia redesignatória pelo receio de mutilação irreversível. Por outro 
lado, a maior parte deles sentem uma necessidade urgente de realizar esse procedimento a fim de 
aliar o gênero sexual com o sexo biológico. Analisar as diferentes compreensões de transexualidade 
não é de modo algum simples. Isso certamente torna ainda mais complexa a escolha de um modelo 
de atenção à saúde.
Apesar da tendência de patologização da transexualidade no Brasil, já é possível ter acesso 
a uma série de estudos acadêmicos acerca da possibilidade de despatologização. Atualmente, 
assistimos à ascensão internacional da campanha Stop Trans Patologization. Esse movimento tem 
influência de estudiosos e ativistas queer, que compreendem o gênero como construções sociais 
e culturais. Os integrantes do movimento queer defendem o direito de todos(as) a modificar seus 
corpos, e assim adequá-los às suas necessidades particulares, sem sofrer sanções sociais.
A teoria queer, segundo os seus idealizadores, é um movimento de oposição ao que é considerado 
como normalização, contrário à heterossexualidade compulsória da sociedade. Sua militância 
possui caráter transgressivos à sociedade tradicional de valores conservadores.
Apesar da importância da teoria queer e da campanha Stop Trans Patologization na contribuição 
contra o estigma das categorias trans, uma possível retirada do termo “transexualismo” do CID e o 
seu eventual não uso pelo SUS certamente prejudicaria o acesso dessas pessoas aos hospitais e, 
consequentemente, à cirurgia de redesignação. Existe, portanto, um impasse importante que gera 
muitos debates e muitas controvérsias.
A condição intersex inicia-se logo após o nascimento. De acordo com Nádia Perez Pino (2007, 
p. 152), isso ocorre “quando a genitália de um bebê não responde claramente a questão: É menino 
ou menina?”. A falta de clareza permite que a medicina realize intervenções cirúrgicas de “correção 
genital”, além de tratamentos hormonais. Os procedimentos médicos permitem observar os 
significados sociais e culturais atribuídos ao corpo e, da mesma forma, as imposições políticas 
que constroem os nossos corpos e, mais tarde, o nosso gênero e o nosso instinto sexual. Nesse 
aspecto, a teoria queer ajuda a problematizar as exigências sociais de como devem ser homens e 
mulheres em nossa sociedade.
A teoria queer ajuda a compreender que todos os sujeitos queer, como transgêneros, transexuais, 
travestis e intersex, têm o direito de atuar no cenário político de modo a reafirmar que outras formas 
de corpos “não habituais” são possíveis. Muitas histórias de indivíduos intersex foram compartilhadas 
privativamente em grupos de autoajuda e divulgadas amplamente com a publicação de biografiasque auxiliam a tornar a condição mais visível e mesmo estigmatizada.
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5. A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ
Por fim, outro assunto bastante debatido dentro da esfera da bioética e do biodireito diz respeito 
à ingerência sobre o corpo feminino. O tema do aborto gera muitas polêmicas, principalmente dentro 
de igrejas e templos religiosos.
As práticas de aborto dependem diretamente da realidade fática e das circunstâncias culturais 
da sociedade. Desse modo, o que pode chocar a sociedade ocidental pode ser comum na oriental 
e vice-versa. Em determinadas culturas, é possível verificar, ao longo da história da humanidade, 
uma ampla aceitação das práticas de aborto, infanticídio e oferenda de filhos às divindades.
O Código Penal em vigor trata o aborto e o infanticídio como crimes contra a vida. Verifica-se que 
a finalidade da legislação é a de preservação da vida, tanto a do feto quanto a da gestante, quando 
esta estiver em risco. A ideia de aborto humanitário tem o objetivo maior de evitar que a mãe seja 
obrigada a gerar uma criança advinda de uma violência à sua liberdade sexual. Ainda mais, não é 
incomum encontrarmos jurisprudências autorizando o aborto em caso de fetos com malformação 
congênita, sem possibilidade de vida extrauterina.
É possível observar que existe uma certa discrepância no tratamento do aborto entre as lideranças 
religiosas e os fiéis. De acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Católicas pelo Direito de 
Decidir, “78% dos católicos são favoráveis à oferta de aborto legal nos serviços públicos de saúde” 
(LOREA, 2006, p. 188). A pesquisa também aponta que “86% da população católica pesquisada 
afirma que uma mulher pode utilizar métodos anticoncepcionais” (LOREA, 2006, p. 188).
Entretanto, quando nos referimos aos representantes religiosos no Congresso do Brasil, na 
maioria dos casos, vemos uma elite masculina defensora de posicionamentos políticos e religiosos 
condizentes com uma interpretação unilateral dos textos sagrados de modo a beneficiar o legado 
patriarcal. A divergência de posições entre os fiéis e a hierarquia da Igreja Católica aponta que o 
Estado brasileiro deve ser governado de acordo com a diversidade de pensamentos, ideologias e 
convicções.
Assim como entre os fiéis da Igreja Católica, o tratamento do tema do aborto não é de modo 
algum consensual entre os fiéis evangélicos. Os seguidores das igrejas evangélicas mais tradicionais, 
como a Igreja Presbiteriana e a Igreja Metodista, possuem uma compreensão mais flexível dessa 
temática. De acordo com Edlaine Gomes (2009), ambas admitem a interrupção da gravidez em 
casos de estupro, risco de morte materna e má-formação fetal. Entretanto, é importante ressaltar 
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que as igrejas protestantes clássicas praticamente não possuem representatividade política no 
parlamento brasileiro, sobretudo quando comparadas à força política dos representantes pentecostais 
e neopentecostais.
Pág. 16 de 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Guilherme; MURTA, Daniela. Reflexões sobre a possibilidade de despatologização da 
transexualidade e a necessidade da assistência integral à saúde de transexuais no Brasil. Sexualidad, 
Salud y Sociedad, n. 14, p. 380-407, 2013.
ALVES, Renato. O caso Pedrinho: a emocionante história dos pais em busca do filho desaparecido 
por dezesseis anos e os bastidores da investigação policial e da cobertura jornalística. São Paulo: 
Geração, 2012.
ANJOS, Karla Ferraz et al. Aborto e saúde pública no Brasil: reflexões sob a perspectiva dos direitos 
humanos. Saúde em Debate, v. 37, n. 98, p. 504-15, jul-set. 2013.
AURICCHIO, Ana Maria; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu. Procedimentos estéticos: percepção 
do cliente quanto ao esclarecimento para a tomada de decisão. Revista da Escola de Enfermagem 
da USP, v. 41, n. 1, p. 13-20, 2007.
ARÁN, Márcia; MURTA, Daniela; LIONÇO, Tatiana. Transexualidade e saúde pública no Brasil. Ciência 
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