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Alimentação infantil

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Alimentação infantil
Crianças men�es de 2 anos
Durante os dois primeiros anos de vida de uma criança, a alimentação apresenta valor
essencial para permitir que haja o seu correto desenvolvimento físico, psicológico e
neurológico.O manual de alimentação saudável para crianças menores de 2 anos, feito pelo
Ministério da Saúde, recomenda dez passos a serem seguidos para que os alimentos sejam
introduzidos de forma saudável para as crianças.
Passo 1 - Aleitamento materno exclusivo
Até que o bebê complete seis meses de idade, o leite materno é o único alimento
necessário para ele, uma vez que possui todos os nutrientes, a água e outros compostos
extremamente essenciais para o correto desenvolvimento do organismo do neném. Os
líquidos oferecidos, como chás, outros leites e água, são meios de contaminação que podem
aumentar o risco de doenças para a criança. Além disso, se oferecidos por meio de
mamadeiras, além de aumentar a ingestão de ar (aerofagia), há o risco de ocorrer a chamada
“confusão de bico”, na qual o bebe faz menos força do que a necessária para puxar o leite da
mãe quando está mamando. Por isso, não é recomendado complementar a sua alimentação
com nenhum outro alimento ou líquido antes dos seis meses de vida.
Os motivos mais comuns que levam as mães a introduzirem outros alimentos antes
do tempo adequado são: pensar que a criança tem sede ou que o seu leite não é capaz de
sustentá-la por ser fraco. Por isso, é importante orientá-las de que durante os primeiros dias
após o parto, nos primeiros 2 a 5 dias, o leite inicial, chamado de colostro, sai em menor
quantidade, e isso não significa que ela não consegue produzir leite, sendo um processo
natural. O colostro é o melhor para o recém nascido, ainda que seja um bebê pré-termo,
uma vez que apresenta uma grande quantidade de proteínas. Após os primeiros 2 a 5 dias, a
mãe irá começar a produzir uma maior quantidade de leite, a chamada “descida do leite”
ocorre. É necessário, também, avaliar se a pega da mama está sendo feita de forma correta
pela criança, já que se feita de forma incorreta, pode causar dificuldade ao neném para se
alimentar e, além disso, dor para a mãe durante esse momento. O leite apresenta uma
composição no início da mamada diferente do final, sendo o leite inicial rico em água e o
leite posterior rico em gordura que proporciona saciedade ao bebê e seu ganho de peso. Em
casos nos quais há uma pega errada, pode ocorrer a ingestão apenas do leite inicial,
causando fome mesmo após as mamadas, o que pode levar a mãe a acreditar que seu leite é
fraco.
➔ Ordenha do leite materno
É comum que um dos motivos para as mães introduzirem outros alimentos na dieta
das crianças menores de seis meses de idade seja a sua indisponibilidade para estar perto do
bebe durante longos períodos, como é o caso de mães que precisam trabalhar fora de casa.
Assim, devemos incentivar que essas mulheres façam a ordenha do leite materno para que
terceiros possam amamentar essas crianças. O leite pode ser retirado da mama e
armazenado em potes limpos dentro da geladeira por até 12 horas ou dentro do congelador
ou freezer por até 15 dias. Para aquecer ou descongelar o leite, ele deve ser colocado em
banho maria, não podendo ser levado ao microondas ou fervido, uma vez que esses
processos causam a perda de suas propriedades nutritivas. É recomendado que o leite seja
oferecido ao bebe em um copo ou em uma xícara pequena, para evitar a confusão de bico.
Imagem - orientações para a ordenha do leite materno
Fonte: https://www.eucurtosermae.com.br/2015/01/ordenha-e-armazenamento-de-leite-materno.html
Diariamente, são produzidos cerca de 900 ml de leite por uma mãe que
amamenta. Sendo assim, é recomendado que a mulher ingira pelo menos um litro de
água por dia, além do seu consumo habitual, para que possa repor o líquido utilizado
para a produção de leite.
Passo 2 - Introdução de alimentação complementar após completar seis meses
Ao completar seis meses de vida, a criança já é neurologicamente e fisiologicamente
capaz de receber outros alimentos, sendo eles importantes para suprir as necessidades
nutricionais da criança. Apesar disso, o leite materno deve ser mantido na dieta da criança
até que ela complete dois anos ou mais, uma vez que ele continua sendo uma importante
fonte de calorias e nutrientes, além de proteger a criança contra doenças. A introdução de
novos alimentos deve ser feita de forma gradual, com alimentos preparados especialmente
para a criança, sendo eles chamados de alimentos de transição. A partir dos 8 meses de
idade a alimentação da família pode ser gradativamente oferecida à criança, desde que não
apresente temperos picantes, muito sal, sejam oferecidos amassados, desfiados, triturados
ou picados em pedaços pequenos, além de não serem industrializados. É importante, assim
que for iniciada a alimentação complementar, oferecer água à criança nos intervalos entre
as refeições.
* Papa de fruta: o alimento deve ser oferecido amassado ou raspado, em papa.
* Papa salgada: alimentos variados, que não são frutas, oferecidos amassados, em
consistência de papa. (não significa que deve estar salgado)
As crianças tendem a rejeitar os alimentos no processo de introdução alimentar,
as primeiras ofertas podem ser recusadas. Além disso, algumas crianças precisam de
mais tempo para se acostumarem com sua nova alimentação, não devendo ser motivo
de angústia e ansiedade para as mães. Sugira que os alimentos sejam oferecidos
separadamente para que a criança possa conhecer as características de cada um deles.
Passo 3 - Oferecer alimentos complementares três vezes ao dia após os seis meses
A partir dos seis meses de vida a criança deve receber alimentos complementares
pelo menos três vezes ao dia, sendo: uma papa de frutas, uma papa salgada e mais uma papa
de frutas. A partir dos sete meses há a implementação de mais uma papa salgada.
➔ Papa salgada: composta por um alimento do grupo dos cereais ou tubérculos, um dos
legumes e verduras, um de origem animal - o ovo cozido, clara e gema, já pode ser
introduzido a partir dos seis meses de idade - e um das leguminosas (feijão, soja, lentilha,
grão de bico).
A introdução de alimentos complementares na dieta da criança reduz de forma
significativa a sua absorção de ferro advindo do leite materno. Por isso, é importante
estimular o consumo de carnes, vísceras e miúdos pelo menos uma vez por semana.
O ferro está contido nas fibras desses alimentos e, portanto, devem ser
oferecidas à criança, apenas cozinhar a carne e dar o "caldo" não é suficiente.
É importante oferecer alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão, tomate, abacaxi,
acerola, goiaba, kiwi e manga junto ou após a refeição principal para aumentar a absorção
de ferro.
Aos 12 meses, a criança deve ter três refeições principais (café da manhã, almoço e janta) e
dois lanches (fruta, cereal, tubérculo)
Passo 4 - Oferecer os alimentos complementares nos horários de refeição da família
Apesar de ser importante estabelecer horários para as refeições principais para incentivar a
criança a se regularizar aos costumes da família, a oferta de alimentos complementares deve
ser feita sempre que a criança demonstre fome, uma vez que horários rígidos demais podem
prejudicar a capacidade da criança de distinguir a sensação de fome e de estar satisfeito
após uma refeição. Ainda assim, o intervalo entre cada refeição deve respeitar um tempo
regular de duas a três horas.
Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher; iniciar com a consistência pastosa e, gradativamente, aumentar a consistência até
chegar à alimentação da família
A consistência dos alimentos complementares tem muita importância para a dieta da
criança, quanto mais espessa e consistente, maior a densidade energética em comparação
com as dietas diluídas (sucos e sopas ralas), tendo também como benefício o estímulo à
mastigação. Além disso, é importanteque a criança possa aprender a distinguir a
consistência, os sabores e as cores dos novos alimentos e, por esse motivo, o uso de
liquidificador e de peneira é contraindicado, devendo os alimentos serem amassados com
um garfo.
- Até os 12 meses, sucos, ainda que naturais, não são recomendados para as crianças,
uma vez que tem um menor aporte calórico do que a fruta em si, sendo preferível
oferecer a fruta à criança. Além disso, os líquidos quando consumidos junto à
alimentos, lavam as papilas gustativas e reduzem a sensação de saciedade, o que
pode estimular a criança a comer mais, sendo fator de risco para obesidade. E
quando oferecidos nos intervalos entre as refeições pode causar sensação de
plenitude, prejudicando a aceitação dos alimentos da papa principal.
- Até os 8 meses os alimentos devem ser feitos especialmente para ela, devendo ser
bem cozidos para que fiquem macios. a partir dos 8 meses a comida da família pode
ser oferecida à criança, desde que seja amassada ou desfiada e não apresente
condimentos picantes e excessivos.
Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia
É importante fornecer alimentos de diversos grupos de forma variada para as crianças para
que, assim, elas sejam nutridas conforme o necessário para o seu crescimento e
desenvolvimento normal.
Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições
A criança que desde pequena come frutas, verduras e legumes variados recebe maiores
quantidades de vitaminas, ferro e fibras, além de adquirir hábitos alimentares saudáveis que
influenciam a vida adulta.
- As frutas devem ser oferecidas in natura! amassadas, ao invés de suco
- Em caso de recusa, a oferta deve ser feita novamente por cerca de 10 vezes em
diferentes tempos
Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
É importante que, pelo menos nos primeiros anos de vida, as crianças não sejam
estimuladas a consumir alimentos pouco nutritivos e, ainda, potencialmente prejudiciais à
sua saúde. O consumo de alimentos não nutritivos, como refrigerantes, açúcar, frituras,
achocolatados e outras guloseimas, está associado à anemia, ao excesso de peso e às alergias
alimentares, sendo necessário um maior cuidado ao oferecer os alimentos às crianças.
Açúcar
Nos dois primeiros anos de vida a introdução de açúcar na alimentação da criança é
desaconselhada, uma vez que é comprovado que as crianças nascem com a preferência pelo
sabor doce, podendo causar desinteresse por outros alimentos mais nutritivos.
Café, chás, etc.
A mucosa gástrica da criança durante o primeiro ano de vida é sensível, podendo sofrer
irritação devido às substâncias presentes no café, chás, mate, enlatados e refrigerantes, além
de apresentarem um baixo valor nutricional.
Embutidos, industrializados, enlatados e frituras
Não é recomendada a oferta desses alimentos para a criança nos primeiros anos de vida,
uma vez que apresentam quantidade excessiva de sal, aditivos e conservantes artificiais.
Mel
Totalmente contra-indicado no primeiro ano de vida pelo risco de contaminação com
Clostridium botulinum, que causa botulismo.
Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação adequados
Os cuidados com a higiene durante a preparação dos alimentos evitam a contaminação dos
alimentos por organismos patogênicos e doenças comuns em crianças pequenas, como a
diarréia.
Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar
Uma criança doente normalmente tem sua aceitação à alimentos prejudicada, uma vez que a
sua condição ocasiona falta de apetite. Porém, vitaminas e peso são perdidos ao longo de
infecções, podendo causar atraso no desenvolvimento. Assim, o responsável pela criança
deve estimular o consumo de alimentos saudáveis de sua preferência, visando reduzir a
perda de peso decorrente da infecção. O leite materno é o alimento mais recomendado para
a saúde da criança pequena, protegendo contra infecções e contribuindo para que sejam
menos graves.
- A criança doente que estiver sendo amamentada exclusivamente no peito pode
aumentar a frequência das mamadas, sendo o alimento que costumam aceitar
melhor durante esse período.
- Assim que a criança recuperar o apetite, durante o período de convalescença, o
responsável pode acrescentar mais uma refeição ao dia, extra, uma vez que o apetite
da criança aumenta de forma compensatória.
Crianças não amamentadas no primeiro ano de vida
Apesar de ser orientação oficial a amamentação exclusiva até os seis meses de vida, algumas
familias não tem condições de proporcionar essa dieta à criança, recorrendo ao uso de leite
de vaca em seu primeiro ano de vida. Apenas em casos nos quais o leite de vaca é o ultimo
recurso disponivel, o profissional de saude deve estar preparado para orientar a familia a
respeito de como o leite deve ser preparado.
O leite de vaca, em pó ou em fluído, deve ser diluido em agua para que possa ser oferecido à
criança, uma vez que o excesso de proteinas e de eletrolitos causam sobrecarga renal. Para
crianças menores de 4 meses, a diluição deve ser feita da seguinte forma:
➔ Leite em pó integral: 1 colher das de sobremesa rasa para 100ml de água fervida.
◆ 1½ colher das de sobremesa rasas para 150ml de água fervida.
◆ 2 colheres das de sobremesa rasas para 200ml de água fervida.
◆ Preparo do leite em pó: primeiro, diluir o leite em pó em um pouco de água
fervida e em seguida adicionar a água restante necessária.
➔ Leite integral fluido: 2/3 de leite fluído + 1/3 de água fervida
◆ 70ml de leite + 30ml de água = 100 ml.
◆ 100ml de leite + 50ml de água = 150 ml. 130ml de leite + 70ml de água = 200
ml.
A tabela a seguir mostra a relação entre a idade e o volume que deve ser ingerido a cada
refeição, além da quantidade de refeições necessárias.
A criança que não é amamentada no primeiro ano de vida deve ter a alimentação
complementar introduzida a partir dos 4 meses de idade e, gradativamente, o leite de vaca
deve ser substituído pelos alimentos.
Se a criança estiver recebendo preparação com leite de vaca integral em pó ou fluido, seguir
o seguinte esquema: com 2 meses – suplementação com vitamina C (30mg/dia) - suco de
fruta ou suplemento medicamentoso; na idade de 2 a 3 meses – suplementação com ferro (1
a 2mg por kg de peso/dia) até que a alimentação complementar seja introduzida e supra as
necessidades desses minerais.
Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer
outro alimento
Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais
Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes,
leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento
materno.
Passo 4 - A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de
refeição da família e de forma a respeitar o apetite da criança.
Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher;
iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência
até chegar à alimentação da família
Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma
alimentação colorida.
Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação adequados
Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.Questões:
1. A papa salgada deve ser composta por quais alimentos?
https://www.youtube.com/watch?v=8B1ESg-2-i0
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