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Resumão – Geriatria 1 Anamnese do Idoso Aula 1 ▶ Em 2050 estima-se que o número global de pessoas idosas alcançará o número de 2,5 bilhões. Essa pirâmide muda completamente. ▶ Com quantos anos deve se procurar o geriatra? Com 35 a 40 anos. O foco seria se programar e se preparar pra isso, fazendo disso forma de prevenção. Senescência x Senilidade Dependência x Autonomia Se idoso que dependência e não tem autonomia, compromete a capacidade funcional desse indivíduo. Abordagem do Paciente Idoso ▶ Paciência, calma: entender que atividades normais pro idoso são mais difíceis de serem executadas. Avaliação do Paciente Idoso – Apresentação: cumprimentar o paciente – Fala clara, próximo, ao lado ou em frente ao paciente: teste do sussurro – Tempo da entrevista: pode ser longo.. – Sempre entrevistar o paciente e não o acompanhante – Obter dados de prontuários e relatórios – Inventário medicamentoso: teste da sacola de remédio. – A queixa normalmente é vaga, não existe queixa principal – Tempo longo para despir-se, vestir-se – dificuldade de locomoção. – Dificuldades para estabelecer um diagnóstico. – Prognóstico menos positivo ▶ Como eu começo uma anamnese do idoso quando é prolixo demais? Começo com: quantos remédios a senhora usa? É o teste da sacola de remédio. Orientações para a consulta – Solicitar ao acompanhante ou paciente que traga uma sacola com todos os remédios – Mostrar cada medicamento questionar a posologia, a quanto tempo usa e pra que foi indicado. – Perguntar sobre: medicamentos usados recentemente e no último mês e sobre a suspensão ou acréscimo de medicação. – Perguntar sobre uso de medicação injetável, tópico ou aerossol. Remédios natural, fitoterápicos, vitaminas ou automedicação. – Insistir sobre o uso de analgésicos, anti- inflamatórios, sedativos e hipnóticos, antivertiginosos, antigripais e antialérgicos – Perguntar sobre a relação entre a introdução, o aumento ou a redução de dose e a suspensão de algum medicamento com: Declínio funcional, Confusão mental, Quedas e Incontinência ▶Ginkgo biloba: não é pra memória. Se ele toma aspirina, clopidrogel, antiplaquetário, existe interação: ele vai sangrar. ▶ Não deve-se manipular remédio pra paciente idoso a não ser Canabidiol, por conta do metabolismo ▶ Paciente com bloqueio de ramo (BAV), uma doença do nodo sinusal, e está tonto. O clínico logo acredita que é labirintite e indica Labirin, mas não dá o diagnóstico de BAV, que é o causador da tontura. ▶ Paciente que tem uma infecção urinária, chega no seu consultório, qual é a sintomatologia dele? Confusão mental, delirium... A maioria não tem disúria nem febre. Preciso conhecer a clínica desse paciente idoso com essas para não errar todos os diagnósticos. – Estabelecer um bom vínculo, não só com o idoso, mas com o cuidador, com o acompanhante, com a família – O profissional envolvido com o atendimento do paciente ele precisa ter conhecimentos: das particularidades dessa população, e prevalência das doenças. Resumão – Geriatria 2 ▶ Quais são as doenças mais prevalentes? Infarto, Infecção urinária, AVC, diabetes, hipertensão, câncer, insuficiência cardíaca, artrose... ▶ A idosa ao lado foi no consultório pra pedir uma receita de Lexotan e foi diagnosticada com bócio. ▶ A idosa abaixo possui batimento de fúrcula, diagnóstico feito somente com inspeção. Pode ser devido insuficiência cardíaca, insuficiência valvar, estenose, HVE. ▶ Podemos ver as doenças que são de fácil diagnóstico, mas precisamos nos atentar ao que não é fácil de ver. ▶ Temos 4 diagnósticos diferenciais pra depressão: demência, delirium e déficit cognitivo leve. A clínica é muito parecida. Vemos pacientes tratando Alzheimer que não é Alzheimer, é só um déficit por vitamina B12. ▶ Paciente com hipertensão e um diabetes. Perguntar se problema de visão. Pode ter glaucoma ou catarata sem diagnostico que pode levar a cegueira. ▶ Se ele tem FA crônica e essa fibrilação tem uma frequência baixa, eu não vou pensar em FA, isso pode passar sem eu diagnosticar. ▶ As principais queixas do idoso não refletem ao seus principais problemas de saúde: tudo é diferente no idoso. Precisamos ter um olhar holístico. Principais Sinais e Sintomas no idoso – Dispnéia; – Cansaço; – Fadiga; – Varizes sublinguais; – Xerostomia; – Angina; Avaliação Multidimensional Clínica + Psicossocial + Capacidade Funcional = CPF Avaliação multidimensional do idoso e funcionalidade global. - Psicossocial (cognição e humor) - Social (suporte social e familiar) AVD e AIVD Falo das funções básicas da vida. Atividade de vida diária comprometida: não consegue tomar banho sozinho, comer sozinho, deambular. AIVD são atividades instrumentais, não consegue atender o telefone, ir à padaria... ▶ Os sistemas funcionais principais no idoso: – Cognição – Humor – Comportamento – Mobilidade – Comunicação ▶ Avaliar a marcha do paciente, a continência ou incontinência, capacidade muscular, visão, audição. Dificuldades da anamnese do idoso: Paciente informa pouco sobre sua doença, doenças com apresentações atípicas, apresentação inespecíficas de doenças agudas, barreiras de comunicação, historia intensa e queixas mal caracterizadas. ▶ Avaliação geriátrica ampla: É uma folha pronta da Sociedade Brasileira de Geriatria, é uma anamnese direcionada para o idoso onde vamos ver todas aquelas perguntas relacionadas a capacidade funcional e mais alguns testes. Caderneta do Paciente idoso O SUS deveria distribuir. Tem nacionalidade, sexo, nome, idade, se tem deficiência, se tem acesso fácil ao serviço, se mora sozinho, se faz uso de transporte, trabalha... Nome, dose e quando iniciou o medicamento, se usa polifarmácia (+5 medicações). Se fez cirurgia, alergias, reações adversas, baixo peso, quedas... Pressão arterial, glicemia, calendário vacinal. Resumão – Geriatria 3 ▶ Quais as vacinas são mais importantes no paciente idoso? – Influenza – Pneumo – Tétano – COVID – Hepatite – Febre Amarela Resumão – Geriatria 4 Fisiologia do Idoso Aula 2 Quais são os exemplos de envelhecimento fisiológico? Perda de colágeno, perda de massa muscular, perda de tônus, massa óssea, endurecimento das artérias, perda de função orgânica. ▶ Relacionar as mudanças fisiológicas do envelhecimento para que diante de um idoso o estudante direcione o raciocínio clínico Quais são os exemplos de envelhecimento fisiológico? Perda de colágeno, perda de massa muscular, perda de tônus, massa óssea, endurecimento das artérias, perda de função orgânica. ▶ Longevidade, genética, exposição ambiental... isso influencia no envelhecimento. Envelhecimento ▶ O envelhecimento é um processo biológico, previsível, progressivo associado ao aumento da suscetibilidade para muitas doenças. É um processo dinâmico, não uniforme, nem todos envelhecem da mesma forma e fatores genéticos, estilos de vida e exposição ambiental influenciam para esse envelhecimento tão diferente. Qual é o desafio da geriatria? Distinguir o que é relativo a doença das alterações relacionadas ao que é fisiológico. Evitar as considerações de doenças tratáveis com alterações fisiológicas. Evitar o tratamento do processo de envelhecimento natural como doença. Gravem isso pra vida. EVITAR A CONSIDERAÇÃO DE DOENÇAS TRATAVEIS X ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO ▶ A abordagem deve ser holística e ver o paciente como um todo. Como fazer uma abordagem adequada? – Ouvir o paciente – Conhecer a fisiologia – Realizar exame físico com olhar holístico Alterações Fisiológicas Há um declínio grande da capacidade funcionalna velhice. Podemos ver o envelhecimento fisiológico e patológico (queda maior que o normal). O idoso vai encolhendo com o tempo. Redução de 1cm a 1,5cm por década a partir dos 40-50 anos. O idoso “encolhe” e as extremidades aumentam. ▶ Etiologias fisiológicas – Redução do arco dos pés – gera perda de equilíbrio – Aumento da curvatura da coluna – Redução dos discos intervertebrais (visto no RX)] – Aumento de 20-30% da gordura corporal (2- 5% por década a partir dos 40) ▶ Modificações anatômicas na coluna vertebral no raio-X do idoso: há perda de 1 centímetro a cada década cifose na região superior da coluna associada a dificuldade de andar. Por isso a atividade física é importante. ▶ Mulher: aumento da gordura abdominal na lateral, região da nádega e coxa (pêra) – perde hormônio e começa a adquirir gordura. Homens: tendencia a região abdominal (maça). ▶ Há aumento da meia-vida das drogas lipossolúveis, como os benzodiazepínicos, aumentando o risco de toxicidade. Hidratação ▶ O que acontece aos 25 anos? Perdendo massa muscular, óssea, água intracelular e ganhando gordura. A agua intracelular é importante, e o idoso é mais desidratado. Paciente hipertenso costuma usar diurético (Furosemida), elimina água, e pra hipertensão não deve ser escolha principalmente se for idoso. Resumão – Geriatria 5 Composição corporal – Diminuição da água intracelular – Organismo desidratado – Cuidado em prescrever fármacos hidrossolúveis – Musculatura diminui fibras tipo 2 de contração rápida (importante) * Então ele tem: Redução da sensação de sede, Redução de 20-30% da água corporal, Maior redução do conteúdo hídrico intracelular, Maior vulnerabilidade de desidratação aguda, Redução dos parâmetros clínicos pra avaliar desidratação (enoftalmia, redução do turgor). Como você avalia o idoso pra desidratação? – Volume urinário – Salivação – Mucosa oral – Enoftalmia – Urina – Sinal da prega (Turgor da pele - de baixo valor pois o idoso tem baixa de colágeno, a pele é enrugada fisiologicamente, não dá pra avaliar hidratação) Envelhecimento do Sistema Nervoso Central Atrofia cerebral, sobretudo cortical: tracionamento dos vasos da meninge Memória: não são todos os pacientes que envelhecem com déficit de memória, pode ser fisiológico (esquecimento, mas ele se lembra após um tempo) e patológico (quando esquece e continua a vida como se nada tivesse passado) Redução dos níveis de neurotransmissores: por isso ocorre mais depressão nesses pacientes. Neurônios não podem se reproduzir, e os vasos sanguíneos tem menos capacidade de se regenerar. Acetilcolina Receptores colinérgicos Acido gama-aminobutírico Serotonina Catecolaminas Dopaminas Alterações do sono Redução do sono REM Redução do estágio 3 e 4 Sono é mais superficial Alteração da qualidade e quantidade Maior fragmentação Latencia prolongada Se o paciente dorme 22h, 4-5h da manhã ele já está acordado. ▶ O que é fisiológico aqui? – Redução do peso e volume cerebral – Aumento dos sulcos em detrimentos dos giros – Depósito de lipofuscina – Placas senis – Emaranhados neurofibrilares – Perda neural Musculatura Perda muscular: diminui de 50% entre 20 a 90 anos, já começa a perder massa muscular a partir dos 20 anos de idade. Força muscular sofre perda de 15% por década. Aumenta o risco de SARCOPENIA, aumenta o risco de queda. Precisa fazer prevenção: atividade física, proteína se necessário. Vitamina D, B12. Risco Nutricional Redução de olfato e paladar. Na língua há diminuição das papilas gustativas, não existe a mesma sensação de sabor. – Redução da produção salivar – Redução do olfato e paladar – Redução do metabolismo basal – Aumento da necessidade proteica – Redução da biodisponibilidade da vitamina D – Diminuição da absorção de B12 – Redução da fome e sede – Dificuldade pra obter e preparar alimentos – Redução do metabolismo basal (massa magra) – Redução do gasto energético (atividades físicas) Temperatura Corporal – Lentificação da resposta aos pirógenos – Dificuldade de conservação e produção de calor – Redução da sudorese Resumão – Geriatria 6 ▶ Não tem reflexo da febre. Se tem pneumonia, avaliamos prostração e desidratação. Quando resolve tratar paciente pode estar indo pro CTI. Quando ele faz 37º é como se fosse 38,5º. Pele Funções da pele – Previne perda de agua – Regulo equilíbrio hidroeletrolítico – Controla temperatura – Recebe estímulos sensoriais (tato e pressão) Alterações na pele: – Diminuição do número de melanócitos – Redução do turn-over celular – Redução da função de barreira – acumulo de corneócitos – Sensação de pele seca, áspera – Prurido – Degeneração de fibras elásticas – redução da elasticidade por conta do colágeno – Redução na quantidade de ácido hialurônico – Diminuição da capacidade de retenção de água pela pele – Diminuição da resistência do turgor pele – Rugas, pregueamento, pele frouxa e pendente – Diminuição da sensibilidade – Redução do fluxo sanguíneo – Prejuízo na termorregulação ▶ Prurido: gera escoriações e infecções de pele são frequentes. – Ceratose actínica – lesão vermelha na pele, vai ali e fica coçando, escamando a pele – Ceratose seborreica – Úlceras varicosas ▶ Pêlos: tendencia a redução de pelos exceto narina, sobrancelha e orelha. ▶ Mulheres idosas: hiperandrogenismo, pelos em mento e lábio superior ▶ Aspecto: perda da pigmentação: cabelos brancos, inativação das células bulbo capilar: queda de pelos/calvície – Decréscimo da atividade celular do fibroblasto: torna mais lenta a cicatrização. – Diminuição das glândulas sebáceas e sudoríparas – Diminuição da vascularização – vemos a pele fina, musculo e osso. A vascularização fica bem superficial. Quando puxa a pele, ela esgaça, arrebenta, solta. – Diminuição das células de Langerhans, perda da elasticidade e turgor ▶ LENTIGO SENIL. Aparece por exposição ao sol com o tempo. Pode ser removido por dermatologista. Não sai com escamação, está aderido a pele. Visão ▶ A doença mais prevalente é a catarata. CÓRNEA: achatamento da curvatura, meridiano vertical e visão distorcida. Infiltração circular de material degenetivo junto ao limpo – ARCO SENIL. Isso é fisiológico. PÁLPEBRA: perda da elasticidade com frouxidão, flacidez e acumulo de gordura. Geralmente não é patológico. Podemos ter ptose palpebral, mas isso bilateral não é. VÍTREO: moscas volantes. Acontece mais com o envelhecimento. Parece uma bolinha preta na visão que você não enxerga mas ela não existe na realidade. CRISTALINO: mudança da consistência, perda da capacidade de acomodação (presbiopia) e opacificação. CORÓIDE E RETINA: Arteriosclerose dos vasos ▶ Ectrópio/entrópio: frouxidão da musculatura da pálpebra inferior, uns tem e outros não. Pode passar a ser patológico se gerar cegueira, doença, infecção. Essa frouxidão é um processo fisiológico, pode ser cirúrgico. O que é patológico? – Edema de pálpebra inferior – Ptose palpebral – Ectrópio/entrópio (quando everte) – Pterígio – Catarata – Glaucoma – Degeneração macular Resumão – Geriatria 7 – Ressecamento ocular, conjuntiva fina e friável (areia no olho) – Descolamento de retina e redução da visão periférica e central ▶ Teste de Snellen: feito com oftalmologista pra avaliar visão. Tem que fazer isso com o idoso, pra fazer prevenção de catarata. Não precisa saber números e distancias. Não confundir com o teste do sussurro (prova). ▶ Catarata: quando tem borrão na visão, enxerga lateralmente mas não enxerga no meio da visão. *Importante: Quando você vai atender um idoso na emergência, se ele tem catarata é prejudicial pois pode ter papiledema que é raramente observado nas lesões expansivas intracerebraisno idoso. É difícil avaliar papiledema porque a catarata atrapalha. Cavidade Oral Sempre avaliar a cavidade oral – Atrofia das papilas gustativas (reduz olfato e paladar – Redução da sensibilidade gustativa e condução neurossensoral: eleva limiar de percepção dos sabores doce e salgado, sente alimento amargo e azedo – Perda dentária (a depender de hábitos, ocupação, dieta, oclusao dentaria e composição dos dentes) – Cárie – Retração da gengiva – Baixa mineralização óssea – Diminuição da força de mastigação – Mucosa oral: atrófica (tênue), lisa e ressecada, menos elástica e mais susceptível a lesões – Glândulas salivares: perda acinar, ductal e de tecido fibrogordroso – Xerostomia – Mastigação: perda de massa muscular – Deglutição: disfunção pela senilidade ▶ Varizes sublinguais. É fisiológico do envelhecimento Audição No exame físico: procuramos cera, rolha de cerúmen, remoção de corpo estranho, avaliar audição pra saber se precisa de usar aparelho auditivo ou não. Precisa remover a cera. Outras alterações no envelhecimento mecânico auditivo: – Atrofia de célula na orelha interna – Angioesclerose – Calcificação de membrana – Presbiacusia – Cera de ouvido – Perda do número da atividade das glândulas – Alterações vasculares Temos: – Rolha de cerume – Esclerose timpânica – Otoesclerose – Medicamentos ototóxicos – Traumatismo sonoro – Lesões do SNC – Pseudosurdez (depressão) – Degeneração de células do equilíbrio (órgão de Corti) – Degeneração das células da cóclea: presbiacusia – Pelos do trago: mais espessos, compridos e menor mobilidade – Estreitamento do espasso articular dos ossículos – Prurido e zumbido – Tontura: hipotensão postural e VPPB ▶ O som de festas muito alto no idoso pode dar surdez, precisa tampar o ouvido do idoso nessas ocasiões. Disfunção auditiva neurossensorial ou condutiva sobretudo a sons agudos Triagem: TESTE DO SUSSURO (sussurrar uma ordem a 60cm do ouvido e esperar compreensão do comando) OTOSCOPIA: afasta hipoacusia condutiva por impactação de cera Esôfago – Hipertrofia da musculatura esquelética em terço superior – Dificuldade de deglutir – Diminuição da motilidade – Diminuição das células ganglionares mioentéricas que coordenam a peristalse – Aumento da espessura da musculatura lisa – Aumentam contrações terciárias Resumão – Geriatria 8 – Demora no esvaziamento – Disturbios funcionais do esfíncter inferior – Reduz pressão de repouso Estômago – Dificuldade de esvaziamento: mais lentificado o peristaltismo, tudo que ele come é digerido de forma mais lenta, não tem essa movimentação – Declínio da secreção gástrica – Diminuição da motilidade de normal para gastroparesia – Estômago mais exposto a lesões com gastrite e úlcera péptica – Declínio da secreção gástrica – Gastroparesia: saciedade e redução de apetite – Redução da musculatura abdominal aumenta o risco de hernia e constipação – Redução dos neurônios do plexo mioentérico: aumenta o risco de constipação intestinal Alteração Cardiovascular – Calcificação do anel valvar – Espessamento das cúspides aórtica e mitral – Perda da complacência – Deposito de cálcio no nodo sinusal levando a bradicardia – Deposição de lipídio e gordura no nodo sinusal – Diminuição da frequência – Bloqueio átrio ventricular Endocárdio e Válvulas: ↑ lipofucsina ↑ fibrose ↑ lipídios ↑ calcificações Miocárdio: ↑ fibrose ↑ amiloidose ↑ apoptpse HVE: Dificuldade para palavra ictus • Tecido de Condução: perda gradual de fibras marcapasso + deposição de tecido fibroso e gorduroso. Lentificação do sistema de condução, da frequência do marcapasso, diminui velocidade de condução e gera risco de bloqueio e arritmias: Bloqueio de ramo, BAV, HBAE (prolongamento de PR) e arritmias (fibrilação atrial) • Valvas mais rígidas Artérias – Rigidez por conta do envelhecimento – Aumenta a resistência vascular periférica – Aumento da pressão arterial média – Espessura da parede arterial – Rigidez Arterial – Resistência periférica – Pressão sistólica do pulso ▶ Qual droga eu tenho que dar pra diminuir a resistência periférica? BCC ou diuréticos tiazídicos, não é nem losartana e nem iECA. Se você sabe disso fica mais fácil tratar do seu paciente. Sistema Respiratório – Aumento do tecido fibroso – Aumento dos espaços aerados – Diminui a elasticidade e contratilidade dos bronquíolos (redução de elastina) – Aumenta a camada de muco e o número de glândulas secretoras. – Diminui o número de motilidade dos cílios – Redução do reflexo de tosse – Amento do diâmetro AP e enrijecimento do tórax – Fatores associados: tabagismo, poluição ambiental, exposição ocupacional, doenças pulmonares, imobilidade, desnutrição, obesidade e aspiração ▶ NO PS: paciente afebril, desanimado. Na ausculta a base vê estertor fino unilateral. O estertor de base é comum por diminuir elasticidade dos bronquíolos, então eu peço pro paciente TOSSIR, examino de novo, sumiu os estertores é fisiológico, manteve os estertores é patológico. Sempre na BASE. Fica um acúmulo de líquido no idoso, por ser acamado e por perder elasticidade. Pulmão: reduz peso de 21%, aumenta espaço morto (áreas ventiladas e pouco perfundidas), altera vias aéreas com estreitamento de bronquíolos, aumento de ductos alveolares, achata sacos alveolares e reduz superfície alveolar Rins – Perda de tecido renal – Função renal diminuída – Diminui fluxo plasmático pela metade – Intoxicação medicamentosa Resumão – Geriatria 9 ▶ Há perda de tecido renal por conta das medicações. Toda vez peço FUNÇÃO RENAL: UREIA, CREATININA, CLEARANCE. Fatores que alteram o ritmo urinário da pessoa idosa • Capacidade de concentração renal diminuída • Diminuição na produção e excreção do ADH • Alterações no receptores do ADH • Diminuição da habilidade conservação do sódio ▶ Paciente faz mais hiponatremia do que o jovem Problemas comuns com efeito do envelhecimento • Incontinência • Retenção Urinária • Insuficiência Renal • Ca de próstata • Infecção urinária ▶ Pode ser hiperplasia que leva a incontinência. Pesquisar sempre Alterações Hematológicas com o Envelhecimento ⬇ Hemoglobina ⬇ Hematócrito ⬇ número de hemácias ⬇ resposta eritropoética à eritropoetina Demora no inicio da eritropoese após sangramento vultuoso ▶ Alterações leves são fisiológicas do envelhecimento. Se Hb abaixo de 9 e hematócrito abaixo de 28 já não consideramos mais dentro do fisiológico. Endócrino • O sistema endócrino coordena respostas fisiológicas aos fatores ambientais. • Alterações hormonais influenciam: declínio funcional, incapacidades e as doenças da pessoa idosa. ▶ Exemplo: o normal da tireoide é 5-6,5. No idoso o TSH até 10 é fator protetor. Se começo a tratar o paciente pode começar a ter problemas. ▶ Se TSH baixo: a temperatura do idoso vai mudar. Esse efeito calorigênico diminui com a idade e tende a hipotermia, pra manter a temperatura normal contamos com o TSH. Lembrando que é hipo subclínico, o T4 é normal. • Redução de testosterona, GH, insulina, hormônios tireoidianos • Redução da termorregulação • Redução na resposta febril Tireoide • Os valores de tiroxina (T4 e T3) estão em níveis normais baixos e TSH normais altos. • O aumento do colesterol sérico, assim como das lipoproteínas de baixa densidade, pode ser devido ao declínio da função tireoidiana. ▶ Idoso tem colesterol alto pelo metabolismo e pode ser que devido ao hipotireoidismo fique mais alto ainda. Se colesterol acima de 10 trato a tireoide e o colesterol controla. Fatores responsáveis pela intolerância à glicose com o envelhecimento • Alteração nos receptores de insulina: 1. Diminuição da atividade física 2. Aumento do nível de glucagon 3. Aumentoda gliconeogênese hepática 4. Diminuição do número das unidades transportadoras de glicose ▶ Glicose é mais alta fisiologicamente Unhas Frágeis, perda de brilho, com estriações longitudinais e descolamento. Espessamento, opacificação, escurecimento. Maior risco de onicomicose, redução do crescimento. Fâneros: coiloníquia (em formato de colher) Resumão – Geriatria 10 Varizes Veias perdem elasticidade, disfunção de válvulas, dilatação e tortuosidade Pés Hálux valgo, onicogrifose e calos plantares. Genito-Urinárias • Atrofia e fibrose de paredes cervicais e uterinas • Redução da elasticidade e lubrificação vaginal • Involução de glândulas mamárias ▶ Uso de hormônio local previne atrofia, infecção urinária, fungos e a uretra fica mais flexível – fluxo da urina é melhor. Então tem indicação de uso de hormônio local 1x por semana. Repercussões Clínicas do Envelhecimento Fisiológico • Manifestações atípicas • Pluripatologias • Fenômeno do Iceberg • Polifarmácia • Incapacidade Funcional e ausência de autonomia • Gigantes da Geriatria ▶ Estomatodinia - Ardência e queimação na boca Resumão – Geriatria 11 Avaliação Geriátrica Ampla Aula 3 Saber a importância de uma abordagem multidisciplinar, individualizada no atendimento ao idoso. Caso Clínico AMV, sexo feminino, 76 anos, viúva, natural e procedente do RJ, mora com a irmã Carol, 73 anos. Foi conduzida ao departamento de Emergência após ter escorregado no banheiro durante a madrugada. Após a admissão hospitalar, uma fratura de color de fêmur foi identificada, sendo indicada para intervenção cirúrgica, de onde posteriormente seguiria para a enfermaria, na qual receberia os cuidados de reabilitação. Carol relatou que a paciente era independente em suas atividades, controlava seus remédios e o dinheiro, ia a missa todos os domingos e saía para conversar com os amigos na praça diariamente. Há cinco dias começou a ingerir “remédio para dormir”, por conta própria, pois não conseguia dormir a noite, desde o falecimento do marido, há dois meses. Dado o exposto, responda: a) A paciente se beneficia da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) antes do procedimento cirúrgico? Por quê? Essa paciente é um candidata que se beneficiaria com a AGA. Paciente que teve uma queda brusca na sua funcionalidade. (fratura de fêmur) Vai ser preciso ser internada para cuidados de reabilitação pós cirúrgico. Imobilização, levando risco de morte Nesse contexto a eficácia da utilização da avaliação multidimensional reduz o tempo de internação e diminuição a mortalidade. b) Se sim, quais profissionais estão habilitados para conduzir a AGA neste caso? É imprescindível a elaboração de um plano terapêutico de reabilitação, envolvendo diversos profissionais, compondo um grupo multidisciplinar. ▶ Queda: é uma síndrome geriátrica ▶ Temos duas escalas importantes: Atividade Básica de Vida Diária e Atividade Instrumental de vida diária ▶ O que será que levou a queda nesse paciente? Medicação, idade, banheiro molhado Avaliação Geriátrica Ampla É um processo diagnóstico, frequentemente multidisciplinar e sempre multidimensional, cujo objetivo é traçar um plano de cuidado e assistência ao idoso a médio e longo prazo. Não é diagnóstico, ajuda a diagnosticar e faz acompanhamento, importante repetir a AGA periodicamente Inicialmente, são coletados dados sociodemográficos e, em seguida, outros domínios importantes são avaliados como: • capacidade funcional • cognição • humor • estado nutricional • equilíbrio • marcha • suporte social • visão e audição . O processo de avaliação multidimensional poder ser composto por: • médico(a) (geriatra) • enfermeiro(a) • assistente social • terapeuta ocupacional • fisioterapeuta • fonoaudiólogo(a) • nutricionista • educador(a) físico • dentista • A AGA é sempre multidimensional. • Objetivo: determinar as deficiências, incapacidades e desvantagens apresentadas pelo idoso. (Três pilares importantíssimos no início) • Planejamento do cuidado e acompanhamento a longo prazo. • Difere do exame clínico padrão. • Avaliar as queixas: mesmo mal caracterizadas ▶ PROVA: Saber quais escalas nós temos, pra que servem e a pontuação Resumão – Geriatria 12 Componentes Básicos da AGA Quais são os Instrumentos de Avaliação? ▶ Entre as escalas de Katz e Barthel: Barthel pergunta se sobe ou desce escada, que não tem dentro de Katz. Avaliação da Funcionalidade Habilidade do indivíduo para realizar, independentemente, as atividades da vida diária, nos aspectos físico, mental e social. As escalas mais usadas AVDs são: escala Lawton e Katz 1. Escala de Katz Escore total é a soma das respostas SIM. 6 PONTOS (Independente) 4 PONTOS (Dependência parcial) 2 PONTOS (Dependência) 2. Atividades Instrumentais De Vida Diária (Lawton) • Telefone • Chegar a locais distantes • Compras • Preparar a comida • Serviços da casa (limpeza) • Pequenos reparos Resumão – Geriatria 13 • Controlar os medicamentos • Gerenciar o dinheiro Avaliação da Cognição • Mini Exame do Estado Mental (MEEM) • Teste do Relógio • Fluência Verbal Aspectos Avaliados • Orientação temporal e espacial • Memória imediata • Atenção e cálculo • Memória de evocação • Linguagem 1. Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ▶ (Vídeo) Pergunta ao paciente: onde está, qual dia do mês, qual dia da semana, fala 3 palavras e pergunta depois de um tempo pra avaliar se lembra quais são... Fala um número e pede pra ir diminuindo de 7 em 7. Essa avaliação em pacientes com déficit cognitivo é diferente do paciente com a cognição normal. 2. Teste do Relógio 3. Fluência Verbal Ponto de corte: • < que 8 anos escolaridade = 9 itens • > ou = 8 anos de escolaridade = 13 itens ▶ Pede pro paciente falar em 1 minuto nome de bichos ou frutas, por exemplo, que ele conhece. Avaliação do humor: (GDS) ▶ É a escala de depressão. Você fala pro paciente: dona Maria, a senhora tá triste com a vida, desanimada... A senhora está satisfeita com a sua vida? Fica triste com frequência? Prefere ficar em casa ou sair? Se te chamar pra sair a senhora vai? A senhora acha que a sua situação não tem saída • Escala de depressão geriátrica (Yesavage): 15 perguntas objetivas. • Respostas com conteúdo negativo pontuadas • Pontuação acima de 5 sugere depressão; >10 depressão moderada. • Tempo de aplicação: 5-10min Avaliação Nutricional Miniavaliação Nutricional (MAN) • Medidas antropométricas: • Peso (perda de peso) • Altura • Informações dietéticas • Estilo de vida • Medicação • Estado de saúde. Como parâmetro para avaliação de massa muscular e da sarcopenia é utilizada a medida da panturrilha. Normal= 31CM. Avaliação do Equilíbrio e da Mobilidade: Timed Get Up And Go Test (TGUG) ▶ Avalio a marcha, peço pro paciente andar. Paciente está sentado, peço pra ele levantar sem apoiar com as mãos, andar 3m, voltar e sentar novamente na cadeira sem apoiar com as mãos novamente. Resumão – Geriatria 14 Fatores Sócio-Ambientais Avaliadas: • Relações e atividades sociais • Recursos de suporte (social, familiar e financeiro) • O isolamento (morbi/mortalidade) • Religião • Adaptação ao ambiente História da Medicação Lembrar do teste da sacola de remédios. Apgar Familiar Reflete a satisfação de cada membro da família, representado pela sigla APGAR que significa: • Adaptation (Adaptação) • Partneship (Participação) • Growth (Crescimento) • Affection (Afeição) • Resolve (Resolução). Avaliação Sensorial • Visão: Tabela de Snellen • Audição: Teste do Sussurro e Otoscopia O Que é Multimorbidade? Coexistência em ummesmo indivíduo de duas ou mais doenças crônicas, sem relação de causas e efeito e sem que nenhuma delas possa ser consideradas como problema principal. Síndrome Clínica Tradicional Uma única alteração que resulta em múltiplos fenômenos clínicos. Síndrome Geriátrica Múltiplas alterações que concorrem simultaneamente para um único fenômeno clínico. Qual é o Benefício da AGA? • Melhora a acurácia do exame físico tradicional • Estabelece o grau e a extensão da incapacidade • Identifica idosos em risco de declínio funcional – identificar incapacidades de AIVD e AVD, quadro de depressão, déficit cognitivo, instabilidade postural que pode levar a uma incapacidade e riscos. • Identifica populações de risco • Deve ser utilizado para o planejamento de políticas públicas para o envelhecimento Quem mais se beneficia da AGA? Procedimentos invasivos (Avaliar o risco benefício) Cirurgias Hospitalizado por doenças agudas Traumas Quedas recentes Nonagenário Delirium Complexidade do Idoso • Doenças ocultas • Coexistência de múltiplas doenças (Multimorbidade) • Polifarmácia • Incapacidade e perda funcional • Síndromes Geriátricas • Fragilidade • Apresentações atípicas • Maior probabilidade de morte / final da vida / doença sem • Perspectiva de cura Critérios Alvos Recomendados (pra AGA) • Idade > 80 anos • Síndromes Geriátricas • Incapacidade e perda funcional • Doenças Crônicas • Readmissões em hospitais • Visitas frequentes ao consultório e a sala de emergência • Diagnósticos específicos com DM, IC, DAC • Fragilidade • Apresentações atípicas das doenças • Doenças ocultas • Polifarmácia • Dificuldades nas ABVD Gigantes da Geriatria • Insuficiência cognitiva • Incontinência urinária e fecal • Instabilidade postural e queda • Iatrogenia • Sarcopenia/Fragilidade • Incapacidade familiar e comunicativa • Imobilidade Resumão – Geriatria 15 7 grandes IS Objetivos da AGA • Entender a importância e a utilidade da AGA no atendimento ao idoso, principalmente o frágil. • Compreender como e quando aplicar a AGA. • Reconhecer quais as intervenções que podem ser planejadas de acordo com as informações obtidas através da AGA. • Está associada a elevada mortalidade, declínio funcional e aumento do uso de serviços de saúde ambulatorial e hospitalares. • Idosos procuram, na maior parte das vezes, ajuda médica para seus vários problemas e não apenas para uma doença especial. O que as síndromes geriátricas levam? Perda funcional Incapacidade Dependência Internação em ILPI (Internação de longa permanência – asilo) ou hospital Morte Benefícios • Desenvolver plano de intervenção • Diagnóstico-tratamento-reabilitação • Seguimento do paciente • Necessidade de longo prazo • Determinar local de atendimento • Melhor uso dos recursos de saúde • Reconhecer incapacidades e riscos • Planejar assistência e reabilitação • Controlar a progressão das doenças crônicos- degenerativas • Evitar agravos e complicações • Gerenciar recursos • Promover qualidade de vida A AGA é a forma mais adequada de se avaliar o idoso e planejar as intervenções visando a manutenção e/ou a recuperação da capacidade funcional Resumo da AGA Funcionalidade • Saúde Mental • Saúde física (capacidade sensorial, marcha, equilíbrio, continência, estado nutricional, comorbidades e medicamentos) Onde pode ser aplicada a AGA? • Ambulatório • Emergência • Internação • Domicílio Anamnese em geriatria • Historia clínica demanda mais tempo e é muito complexa • Interrogatório sobre diversos aparelhos • Checar listas de medicamento • Profissionais jovens/pacientes velhos Avaliação Final Resumão – Geriatria 16 Queda na população idosa Aula 4 Definição A queda é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial como incapacidade de correção em tempo hábil. Magnitude do problema 50% dos indivíduos que residem em clínicas geriátricas caem a cada ano. Incidência anual de 30- 35% nos >65 anos Dos 5 a 10% de quedas que resultam em lesões graves as complicações mais comuns: lacerações, TCE e fraturas. 2/3 dos pacientes com novas quedas/medo em 50% dos pacientes, e 60-70% caem no ano subsequente Metade das quedas em domicílio (quarto, cozinha e sala) Quinta causa de morte geral PALAVRA DE ORDEM: PREVENÇÃO. Tratar os fatores de risco, tirar os obstáculos, acompanhar, tratar doenças, evitar doenças... Classificação Fatores de Risco para Queda - IDADE Risco de fratura com envelhecimento - VÉRTEBRA, QUADRIL, PUNHO -Pode haver subnotificação quando vertebra – compressão, osteoporose. Fatores de risco Intrínsecos: neuropatia periférica, doenças ligadas ao envelhecimento cardiovascular, causas neurológicas: ICC, DAC, HAS, arritmia, insuficiência vertebro-basilar, hipotensão ortostática, desidratação, diurético, sangramento oculto. Hematoma subdural, demência, Parkinson, AVE, delírio, neuropatia periférica, hipo e hiperglicemia, distúrbios hidroeletrolíticos, infecções, depressão, medicação, deformidade dos pés, anemia, hipotermia, alcoolismo, incontinência, maus tratos. Extrinsecos: • Iluminação inadequada • Tapetes soltos ou com dobras • Degraus altos ou estreitos Resumão – Geriatria 17 • Ausência de corrimão • Obstáculo no caminho • Piso irregular Avaliação Clínica • Avaliar acuidade visual • Pesquisar hipotensão postural • Exame neurológico (prova de Romberg, propiocepção, força muscular) • Examinar os pés • GET UP AND GO TEST Diagnóstico • Etiologia Multifatorial • Ausência de teste único ou avaliação rápida do risco de queda. Quando indico AGA? Abordagem diagnóstica do paciente pós queda • Anamnese • Orientação (data, local) • Sinais vitais (PA de pé e deitado) • Sinais de localização neurológica • Hidratação, anemia, estado nutricional • Exame físico tradicional incluindo (cabeça, coluna, costelas, pelve e quadril) • Exame dos pés ▶ Quais são os sinais vitais? PA, FC, FR, oximetria, temperatura, dor. Avaliação Laboratorial Para todos os pacientes. Preciso investigar. • Hemograma • Glicemia • Eletrólitos • Função Renal • TSH • Vitamina B12 • Vitamina D (72% de deficiência em clínica de queda) • Níveis Terapêuticos de Drogas • INR em caso de anticoagulação • EAS / ECG / HOLTER 24 HS • RX TÓRAX /ECOCARDIOGRAMA • Sensibilidade do seio carotídeo Exame Complementar Pacientes que apresentam quedas e achados neurológicos recentes: • TC/ RM • Pacientes com anormalidade significativa da marcha: • Radiografias vertebrais – idoso muito idoso • RM (para exclusão de espondilite cervical, estenose lombar). TC e RNM só quando bate a cabeça ou tenho duvida se bateu ou não. Tramol no idoso: muitos efeitos colaterais. Efeito Sentinela ▶ Ele cai -> entra em declínio funcional -> inicia outra doença -> depressão, ulcera de pressão, pneumonia Quedas excluídas desta definição • AVC • Atropelamento • Acidentes em exercícios de alta • performance • Causas violentas • Convulsão Resumão – Geriatria 18 Resumo do que falamos: QUEDA: SÍNDROME GERIÁTRICA • Marcador de doença aguda (infecção, hipotensão postural) • Manifestação de doença crônica (Parkinson, Demência e Neuropatia Diabética) • Marcador de mudanças relacionadas ao envelhecimento, da visão, marcha e equilíbrio. ▶ É uma síndrome geriátrica porque tem sinais e sintomas. ▶ É um marcador de doença aguda porque a queda leva a uma investigação de doenças de base, podendo fazer um diagnóstico. Mudanças associadas ao envelhecimento que aumentam o risco de queda • Redução da velocidade de marcha e da amplitude do passo. • Flexão plantar diminuídana fase final de apoio. • Diminuição do balanço dos braços, da rotação da pelve e do apoio unipodal. Fraturas mais comuns VERTEBRA > QUADRIL > PUNHO Quadril, úmero proximal, radio distal, costelas, quadril, colapso vertebra. Medicamentos associados de risco de queda • Antipsicóticos • Sedativos (bensodiazepínicos) • Antidepressivos • Ansioliticos • Antiarrítmicos • Anticonvulsivantes • Antiepiléticos e diuréticos • Insulina ▶ Clonazepam, betabloqueadores, antibióticos, quinolona causa lesão no nervo aquileo, levofloxacina, diuréticos. TESTE “GET UP AND GO” Repercussão das quedas • Temor de novas quedas • Imobilidade • 2/3 cairão novamente nos 6 meses subsequentes. • Dentre os hospitalizados, risco de óbito no ano seguinte entre 15 e 50% Síndrome de pós-queda PROVA!!! Medidas preventivas • Intervenções multifatoriais • Otimização medicamentosa • Exercício Físico • Correção de fatores de risco ambientais • Correção visual • Reposição de vitamina D • Aeróbicos: (aumento da expectativa de vida, independência funcional, diminui o risco cardiopatia, osteoporose, fraturas e depressão. • Equilíbrio • Alongamento (aumentar flexibilidade) • Musculação • Tai Shi Chuan • Pilates CONSEQUÊNCIAS • Fobia de quedas • Fraturas • Imobilização prolongada • Perda de independência • Risco de institucionalização • Aumento de morbimortalidade Resumão – Geriatria 19 Caso Clínico Paciente, JLA de 85 anos, masculino, natural de Minas Gerais, do interior, aposentado, viúvo, relatava que morar sozinho desde o falecimento da esposa há 3 anos. Foi levado ao pronto-socorro, por conta de uma queda da própria altura sobre o quadril direito. Durante avaliação, relatou a ocorrência de três quedas no último ano e sensação de “cabeça leve”. De antecedentes médicos tinha hipertensão arterial sistêmica, insônia e catarata discreta. Fazia uso de hidroclorotiazida 25mg/dia e clonazepam 0,5mg para dormir. No exame físico encontrava-se alerta e orientado, com pressão arterial de 140/70 mmHg, sem hipotensão postural, frequência cardíaca de 52 bpm, em ritmo regular. Observado também, no exame segmentar, hematoma em face lateral de quadril direito, encurtamento e rotação externa do mesmo membro. Durante avaliação paciente referia muita dor, não permitindo que o membro fosse mobilizado. A radiografia indicou fratura no colo do fêmur direito. 1) Como você abordaria esse paciente? Entender os fatores que levaram à queda. • Identificar sinais de alarme como: síncopes e convulsões • Exame físico minucioso (injúrias graves, fraturas etc) • Paciente que não realizam a correção cirúrgica, fratura de quadril tendem a evoluir com imobilismo e complicações como sarcopenia. • Prescrever profilaxia de trombose venosa profunda 2) Quais fatores desse paciente podem ter relação com as quedas sofridas? Idade avançada, quedas frequentes, uso de benzodiazepínicos, bradicardia, vertigem, catarata. 3) Quais modificações você faria nesse caso clínico? Troca do anti-hipertensivo? trocar benzodiazepínico? CUIDADO! Sempre perguntar se houve troca de medicação. Aumentar iluminação da casa? Resumão – Geriatria 20 Iatrogenia Iatrogenia / Erro médico •São usados como sinônimos porém dizem respeito as situações distintas Definição Iatrogenia é qualquer prejuízo que o paciente tenha que não é decorrente de uma doença, mas sim da ação ou da omissão de qualquer intervenção por parte de algum membro da equipe de saúde, seja ele médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, fisioterapeuta, etc Exemplos de Iatrogenia • Epigastralgia por uso de AAS • Cistite após passagem de sonda vesical • Fibrilação ventricular por intoxicação digitálica • Subdiagnóstico de depressão no idoso por associar a uma perda de energia ocasionada exclusivamente pelo envelhecimento. Epidemiologia das RAM em idosos • 3x mais chances de uma avaliação emergencial • 7x mais propensos a interação medicamentosa • Mais da metade das hospitalizações Fatores de risco relacionados à ocorrência de iatrogenia em idosos internalizados Idade (principalmente) Complexidade das patologias (atípicas) Tempo de Internação Funcionalidade prévia Número de Comorbidades Polifarmácia Gravidade da doença que demandou internação Quais os fatores de risco associados as reações adversas? • Reações adversas prévias • Idade maior ou igual a 85 anos • Números de medicamentos prescritos • Farmacodinâmica e Farmacocinética • Baixo peso corporal ou baixo índice de massa corporal (IMC) -> quanto menor o imc mais a droga fica circulante, pior pro paciente. • Seis ou mais condições crônicas simultâneas -> polifarmácia • Clearence creatinina estimado < 50ml/min • Falta de coordenação entre os diferentes prescritores -> paciente que vai em mais de um médico Normas para terapêutica farmacológica É uma ferramenta da geriatria que apresenta as drogas potencialmente inapropriadas para o idoso e drogas que podem ser usadas no paciente assim como a digoxina (não é contraindicação absoluta, depende da dose, uso 0,125) Critérios de Beers • Alta gravidade: Amitripitilina efeito anticolinérgico e hipotensão. É contraindicado. Clorpropramida Hipoglicemiante prolongado, retenção urinária e noctúria. Ainda é usado mas é contraindicado. Pode gerar hipoglicemia, queda e óbito. Diazepam Clonazepan (meia vida 30 - 40h) meia vida longa Alprazolan 2mg Lorazepam > 3mg Hioscina Antiespasmódico Cimetidina: paciente chega com delírio e confusão mental pensam que é delírio, mas se ele esta em uso de cimetidina posso remover a medicação e ele pode melhorar Sulfato ferroso: não é vitamina, não deve ser feito da mesma forma que suplemento vitamínico. Metildopa: anti-hipertensiva. Efeito colateral de boca seca e tonteira. Aí ele toma labirin pra tratar a tonteira... Faz-se uma iatrogenia medicamentosa. Antiinflamatório: quando usa vários juntos, não protege mucosa gástrica, começa a sangrar. Oxibutina: antiespasmódico urinário, sedação e fraqueza. Estrógeno. Inibidor de recaptação de serotonina: a fluoxetina tem a meia vida muito longa, é outro problema. Escolher o que tem a meia vida mais curta Benzodiazepínicos Tipos de Iatrogenia •Iatrogenia em procedimento diagnósticos Ex.: PSA em assintomático +90 anos •Iatrogenia por omissão: Ex.: deixar de realizar o ajuste da analgesia em paciente em cuidados paliativo •Iatrogenia da palavra Ex.: Falar pro paciente que ele tem 3 meses de vida Resumão – Geriatria 21 RAM (OMS) Qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se manifeste após a administração do medicamento, em doses utilizadas no homem para profilaxia, diagnostico ou tratamento de uma enfermidade Quais são os idosos que mais sofrem Iatrogenias? • Múltiplas doenças crônicas • Farmacodinâmica e Farmacocinética •Sintomas atípicos de doenças • Reserva funcional diminuída (diminuição da homeostase diminui resposta) • Dificuldade de comunicação • Hipocondríacos • Múltiplos médicos É importante lembrar que nos idosos… Iatrogenia Alterações nos processos: Farmacocinética: Absorção, distribuição, metabolismo e excreção. É a via. Farmacodinâmica: Efeito dos fármacos nos órgãos e tecidos (Sítio receptor, mecanismo de ação e efeitos) Exemplo: O diltiazem (bloqueador de canal de cálcio não di-idropiridínico) inibe a isoenzima 3A4 do citocromo P450 (CYP3A4). A atorvastatina e várias outras estatinas são metalizadas pela CYP3A4. Assim, se um paciente estiver em uso de diltiazem e atorvastatina esta irá se acumular porque a enzima que a metaboliza se tornou menos ativa. ▶ Explicação: O diltiazem inibe a enzima3A4 (maioria dos medicamento caem nessa enzima) do citocromo P450. O diltiazem tem a coenzima 3A4. Aí ele toma junto outras estatinas que também são metabolizadas no mesmo local. O que acontece? Se o paciente usa ambos vai acumular a atorvastatina. Por que? Um inibe e outro ativa. O paciente então não vai absorver a atorvastatina porque o diltiazem inibe a enzima que a metaboliza. Todo medicamento é obrigado a vir na bula quem inibe, quem estimula, qual CYP age e qual a interação medicamentosa que existe. Interações medicamentosas mais comuns em idosos Consequências da Iatrogenia • Complicações e Incapacidades • Aumento de tempo de internação e de terapêutica Para piorar • Interação com alimentos • Interação com fitoterápicos • Interações com medicamentos de venda livre • Interações medicamentos doença Resumão – Geriatria 22 Princípios de prescrição no idoso • Ter certeza de que o sintoma novo requer tratamento não se deve a efeito colateral de outro medicamento • Iniciar o tratamento com doses baixas, com aumento lento e gradativo considerando a farmacocinética do idoso • Evitar iniciar 2 drogas ao mesmo tempo • Rever periodicamente a prescrição e suspender os medicamentos desnecessárias • Instruir familiares e o cuidador para que auxiliem e controlem o idoso na obediência à prescrição médica Cascata Medicamentosa Ex. 2: Paciente do consultório: em uso de IECA, enalapril 10mg 2x ao dia, anlodipino 5mg e cortalidona. Aí ela foi porque estava tossindo muito há meses, tonteira e hipotensão. Trocou a medicação (anlodipino por felodipino; enalapril por candersartana BRA 12mg, mantive cortalidona). A tosse e a tonteira desapareceram. ▶ Hipertensão arterial secundária a droga: CEARÁ C – coarctação de aorta E – causas endócrinas A – apneia do sono R – doenças renais (estenose de a. renal) A – medicamentos (antiinflamatórios, corticoides, anticoncepcional oral) ▶ Paciente no PS não indico usar medicação venosa. Paciente já é idoso, magro com IMC baixo a droga vai só circular. ▶ Timolol: colírio com muitos efeitos colaterais Resumão – Geriatria 23 Prevenção • Avaliar de forma criteriosa o uso dos medicamentos prescritos • Optar por fármacos cujo o limiar de concentração da dose terapêutica seja distante do limiar de concentração da dose tóxica • Estar atento às terapias não farmacológicas complementares • Pedir ao paciente que leve às consultas ou internamente todos os medicamentos de uso habitual, sejam prescritos ou não pelo médico Caso Clínico Paciente M.E.S, 87 anos, masculino, sem comorbidades prévias, admitido no pronto socorro com quadro de agitação psicomotora e desorientação havia 2 dias. Feita suspeita diagnóstica de delirium hiperativo secundário e ITU, e iniciada antibioticoterapia venosa com ceftriaxone, além de prescrição de haloperidol 5mg via intramuscular para a agitação. Evoluiu nas 12 horas seguintes com sonolência e baixa aceitação da dieta oral, sendo necessária sondagem nasoenteral. Em episódio de agitação subsequente, paciente retirou a sonda, que foi novamente posicionada após contenção mecânica no leito. Foi encaminhado para unidade de terapia intensiva por necessidade de monitorização contínua, onde foi obtido cateter venoso central em veia subclávia direita. A radiografia de tórax de controle evidenciou pneumotórax hipertensivo pós-punção, com necessidade de drenagem torácica. Evoluiu nos dias seguintes com constipação intestinal sem resposta satisfatória ao uso de laxativos, sendo necessário o uso de solução de glicerina via retal. Durante a permanência hospitalar, realizou tomografia de tórax e abdome com contraste para elucidação diagnosticas para outras complicações. Após uso de contraste, apresentou redução do débito urinário e elevação de escórias nitrogenadas, sendo tratado conservadoramente com hidratação venosa e diuréticos sem necessidade de terapia de substituição renal. Recebeu alta hospitalar após 14 dias, com melhora clínica e laboratorial, mas ainda apresentando lesão por pressão em região sacral grau 2, além de perda ponderal evidente e dificuldade na deambulação, necessitando de apoio bilateral. Entregue ao familiar receita de quetiapina 50mg para uso á noite e orientado curativo de lesão sacral. A) Identifique as potenciais iatrogenias encontradas, relacionando-as conforme sua classificação Iatrogenia diagnóstica: tomografia com contraste e consequente lesão renal aguda. Iatrogenia terapêutica: haloperidol intramuscular em dose mais alta que a necessária com consequente sedação (reação adversa a medicamento); Sonda nasoenteral com consequente contenção mecânica ao leito; passagem de cateter venoso central com consequente pneumotórax. Iatrogenia em ocorrência: contenção mecânica ao leito com consequente redução da mobilidade e lesão por pressão em região sacra. B) Identifique as cascatas iatrognênicas contidas no caso. Haloperidol intramuscular sonolência UTI passagem de CVC PNEUMOTÓRAX Haloperidol intramuscular sonolência Redução de ingesta passagem de SNE Contenção mecânica no leito redução da mobilidade Obstipação TC abdome lesão renal aguda. Haloperidol IM sonolência UTI complicações internação por 14 dias perda de massa muscular com impacto funcional. C) O que poderia ter sido feito de diferente para evitar as iatrogenias identificada? 1) Paciente com delirium deveria priorizar a VO 2) Dose do haloperidol 0,5 a 1mg. 3) Na presença de sedação deveria suspender a o antipsicótico 4) Evitar a passagem de SNE já que o quadro seria transitório. 5) A TC não acrescentou benefícios e complicou com lesão renal aguda devido contaste iodado 6) Para a investigação da evolução do pneumotórax poderia ter realizado apenas Rx de tórax de controle. 7) Para constipação intestinal mudar alimentação e avaliar a hidratação 8) Paciente se encontrava bem hemodinamicamente e sem uso de medicações que não pudesse ser administrada por VO ou acesso venoso periférico e não por CVC. Resumão – Geriatria 24 Alterações atípicas das doenças no idoso Aula 6 Doenças que tem apresentações diferentes no idoso como infecção urinaria, febre, DAC... Se você conhece a sintomatologia das doenças mais prevalentes dessa população fica mais fácil pra dar o diagnóstico. Definição Quando o idoso apresenta um estado de doença em que faltam algumas das características centrais tradicionais (sintomatologia normal), visto em pacientes mais jovens As apresentações atípicas costumam incluir uma de três características: 1. Apresentação vaga da doença 2. Apresentação alterada da doença 3. Não apresentação da doença A maioria das doenças em idosos se apresentam de forma habitual, muitas vezes atípicas • Doenças que acometem um sistema pode manifestar-se em outro sistema. • Sinais de sintomas incomuns podem ser a primeira ou a principal manifestação. • Sinais e sintomas podem ser menos intensos. Exemplos: Depressão irritabilidade Abdome agudo não tem dor, não localiza a dor, não tem efeito rebote à palpação pela parede abdominal mais flácida, uso de opióides e analgésicos mascaram a dor O médico geriatra precisa ter habilidades para abordar: 1. Comorbidades 2. Multimorbidades 3. Síndromes Geriátricas 4. Apresentações atípicas Apresentação clínica não específicas que pode indicar doenças graves e potencialmente fatais em idosos • Taquipneia • Astenia • Anorexia • Delirium • Instalação da incontinência urinária • Quedas recorrentes • Alteração no declínio funcional • Ausência de dor O que torna diferente o idoso do jovem? Múltiplos processos patogênicos que se interagem entre si e não de um único processo patogênico específico. Delirium: no jovem tem uma causa bem determinada, no idoso podeser por diversos fatores predisponentes. Só a intervenção multifatorial pode ser eficaz. As principais características das síndromes geriátricas são: (PULOU ESSE SLIDE) 1. Contribuição de múltiplos fatores de risco, dentre eles a diminuição da reserva funcional dos órgãos. 2. Não constituem risco à vida iminente, mas se associam a maior mortalidade e a importante comprometimento da qualidade e de vida. 3. Aumentam o risco de que doenças, em especial as afecções agudas, manifestem-se de forma atípica. 4. Podem ocorrer concomitantemente e compartilham fatores de risco entre si, sendo comum uma síndrome geriátrica contribuir para o aparecimento de outra. 5. Têm desfecho comuns como perda funcional, incapacidade, dependência, necessidade de cuidados de longa duração, hospitalização e morte. Fatores predisponentes pra que doenças se manifestem de modo atípico • Idade avançada • Diminuição da reserva funcional dos órgãos e sistemas: diminuição da homeostase, a capacidade funcional por qualquer problema declina muito rápido • Incapacidade de manter a homeostase • Percepções equivocadas sobre o envelhecimento • Multimorbidade: quanto mais doenças eu tenho mais difícil é definir a clínica • Incapacidade funcional • Deficiência cognitiva • Polifarmácia • Fragilidade Pacientes diabéticos o que se recomenda pela SBGG? • Recomenda a não prescrição de medicamentos para o controle de hemoglobina glicada abaixo de 7,5% em idosos diabéticos com declínio funcional ou cognitivo. ▶ Paciente com 60 anos, hígido, sem comorbidade nenhuma, faz atividade física normal e não tem polifarmácia: TRATAR IGUAL O JOVEM Resumão – Geriatria 25 ▶ Paciente idoso, com múltiplas comorbidades, em uso de polifarmácia e déficit funcional e cognitivo a minha glicada é outra. Pacientes diabéticos • Polaciúria, polidipsia e polifagia são raros nessa população. • São comuns sinais de sintomas atípicos como: (incontinência urinária, fadiga, perda de peso, tonturas, quedas, declínio cognitivo, depressão e fraqueza muscular) Propostas razoáveis seriam: • 7,0% - 7,5% em idosos saudáveis e longa expectativa de vida • 7,5%- 8,0% naqueles com menos de 10 anos de expectativa de vida • 8,0% - 8,5% em indivíduos com múltiplas comorbidades e baixa expectativa de vida Alvo glicêmico • Saudável independente: < 7,0% • Dependente: 2 AVD < 8,5% e 2 IAVD < 8,5% • Demência: 8,0- 8,5% • Cuidado de fim de vida: Não aferir ▶ Na aula ela falou que o 8 é o padrão. Tirar 8,5 pra não confundir. Exemplo comum na assistência geriátrica Perda súbita da capacidade na execução de atividades da vida diária podem estar relacionadas com: pneumonia, infeção urinária, AVC, IAM, abdome agudo. Exames laboratoriais Podem apresentar resultados diferentes do normal sem significar doença Sinais e sintomas atípicos em idosos com infecção • Encontrar idosos gravemente enfermos sem sintomas indicativos da doença é frequente e, quanto mais inespecífico, como delirium e incontinência urinária dominam o quadro clínico. EX: Percentuais menores de octogenários à admissão hospitalar por pneumonia com febre e/ou tosse do que com delirium. Isso ocorre porque o envelhecimento reduz o reflexo da tosse e altera a termoregulação corporal. Meningite e rigidez de nuca——- prejudicada em idosos por que? alteração na coluna vertebral doença de Parkinson ▶ Rigidez de nuca pode ter artrose Parasitoses intestinais ——— sintomas inespecíficos anemia, inapetência e emagrecimento podem ser sintomas prevalentes ▶ Tem sinais inespecíficos que podem ser os mesmos de doenças graves, induz ao diagnóstico e exames errados, a exames desnecessários. Insuficiência Cardíaca ——— paciente com osteoartrite e sedentário ▶ IC não tem cansaço aqui porque o paciente não faz esforços físicos Dispneia súbita ou piora dela sem dor torácica ——— SCA Deformidades torácicas próprias do envelhecer como cifose e escoliose ——— dificultam a ausculta cardíaca ▶ Paciente com estenose mitral moderada com ausculta normal, sem hiperfonese de bulhas sem sofro ruflar diastólico. Se eu não peço ECO faz edema agudo. Bradicardia ———- provoca sintomatologia vagal como vertigem e visão turva. Bradicardia acha que é labirintite, passa labirin? Resumão – Geriatria 26 Pra recaptular • INFECÇÃO: sintomas vagos, sem febre e sem alterações dos leucócitos e sem sinais de localização. (pode ser consequência da resposta inflamatória acentuada pelo envelhecimento). O que aparece? Incontinencia Dificuldade de caminhar Agitação Queda Anorexia • ANGINA: tontura, confusão, fadiga Cansaço Dispneia? Precordialgia? • INFECÇÃO URINÁRIA Confusão, anorexia e incontinencia. Não tem disúria. Não esquecer que sintomas inespecíficos como confusão mental, depressão, fadiga, perda de peso e imobilidade são constantemente atribuídos à idade e ignorados como indicadores de quadro clínico passível de tratamento. ▶ Outra pergunta Paciente com B3 é normal no idoso? B3 é ritmo de galope, penso em sobrecarga volumétrica, paciente com insuficiência cardíaca. Não é fisiológico. Mas B4 é fisiológico. Desidratação • É o problema hídrico e eletrolítico mais comum do idoso. • São mais propensos: infecção, sondas alimentares e medicação. • Fatores de risco: delirium, dificuldade na mobilidade. Quais os sinais devem ser observados no idoso com desidratação? • Sinais vitais: (podem não ser reveladores) • Turgor cutâneo (não é confiável) • Boca seca • Constipação • Hipotensão ortostática Quais os sinais devem ser observados na insuficiência cardíaca? Sintomas inespecíficos como confusão mental, depressão, fadiga, perda de peso e imobilidade são atribuídos a idade e ignorados como indicadores de quadro clínico passível de tratamento. Confundindo o diagnóstico • Aumento do TSH: o normal é ter pele seca, perda de memória, pensamento alentecido, fraqueza muscular, fadiga e cãibras, intolerância ao frio, alteração da voz. Pode confundir com outras sintomatologias • Anemia, IC, depressão, demência, IR, desnutrição, efeitos adversos a medicação. • No hipertireoidismo: sem características hipercinéticas típicas observadas nos mais jovens. • Perda ponderal, astenia, depressão, letargia, insuficiência cardíaca, taquicardia e fibrilação atrial. RX de tórax a consolidação do parênquima torna-se evidente? Não. Assim como febre, leucócito. Depressão Clínica do idoso: • Ansiedade • Diminuição do autocuidado • Irritabilidade • Perda de peso • Insônia • Alterações cognitivas Dificuldades diagnósticas na dor abdominal aguda HISTÓRIA: – Febre e alterações eletrolíticas pouco significativas – Déficits cognitivos e demências - transtornos psiquiátricos – Polifarmácia: opiáceos e benzodiapepínicos - intoxicações. – Distúrbios auditivos e linguagem AVALIAÇÃO CLÍNICA – Ausência de febre apesar de infeção bacteriana grave – Risco 4 x maior de hipotermia – Ausência de leucocitose – Percepção alterada da dor e menor localização dela – Comorbidades – Reação peritoneal menor devido à fraqueza da musculatura abdominal – Supressão da taquicardia por doença cardiovascular ou medicação (betabloqueadores) ▶ Quando eu tenho infecção: normalmente tenho taquicardia, normalmente no idoso que toma medicações como betabloqueadores ele inibe o reflexo de taquicardia Resumão – Geriatria 27 Causas mais comuns de dor abdominal são: • Colecistite, obstrução intestinal, doença diverticular, complicações de câncer e medicações. • Dor pode ser (difusa, leve e totalmente ausente) • Pode ter ausência de febre e não apresentar aumento dos leucócitos e apresentar hipotermia. • Rebote reduzido secundário a redução da musculatura da parede abdominal. • A taxa de mortalidade e as complicações são muito maiores nos idosos. Quando se depararcom paciente geriátrico com dor abdominal é importante lembrar (Importante) • Raciocínio com base na anatomia • Fisiopatologia • Alterações do envelhecimento • Multimorbidade • Medicamentos usados PONTOS CHAVES: ABDOME AGUDO NO IDOSO: 1. DEFINIÇÃO: síndrome caracterizada por dor abdominal súbita e intensa, de tratamento cirúrgico na maioria das vezes. 2. FATORES DE RISCO: idade avançada (percepção dolorosa menos intensa ou ausente), quadros demenciais, DM, imunossupressão, uso de medicamentos que podem mascarar sinais de alerta ex: betabloqueadores mascarando taquicardia reflexa, analgésicos mascarando febre 1. `APRESENTAÇÃO CLÍNICA: usualmente se manifesta de forma atipica- declinio cognitivo e funcional. 2. SINAIS E SINTOMAS como febre, náuseas, vômitos e dor podem estar ausentes. 3. LABORATORIALMENTE podem cursar sem leucocitose, sem alterações de provas de funçao hepática ou hiperamilasemia. 4. DIAGNOSTICO: poder ser difícil, muitas vezes levando a atraso no início do tratamento e a pior prognostico, com taxas de mortalidade mais elevadas entre os idosos. CONCLUSÃO • A abordagem devem ser baseadas em problemas não em diagnóstico. • Necessário na anamnese a familia e cuidador • Exame físico deve ser criterioso e focado nos problemas • A analise crítica das informações prévias. • Deve-se ter em mente que um sintoma ou grupo de sintomas resulta de varias doenças e de múltiplas fatores e que as síndromes geriátricas e sinais e sintomas inespecificos podem ser a apresentação de qualquer doença em idoso. Sobre a prova: Importante: Síndrome pós-queda Tabelas do AGA: saber pontos de corte
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