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Direitos Reais - Direito Civil direitoporpamella

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@direitoporpamella 
Direitos Reais 
Direitos Reais Sobre coisa 
alheia 
Incialmente, é importante ressaltarmos 
que o artigo 1.225 do CC lista todos os 
direitos reais existentes no 
ordenamento jurídico brasileiro, são 
eles: 
 
Por se tratar de direitos reais de coisa 
alheia, são menos amplos do que o 
direito de propriedade em si e poderá 
existir um desdobramento de poderes 
entre dois titulares, onde o titular cede 
parte do seu direito para um terceiro 
ocasionando em dois titulares sobre 
uma mesma coisa e cada um terá seu 
âmbito de atuação (sua parte ou sua 
forma de usar o bem, podendo ainda 
ser usado da mesma forma). 
Dentre todos os direitos reais 
mencionados, os direitos reais sobre 
coisa alheia são: 
• a superfície; 
• a servidão; 
• o usufruto; 
• o uso; 
• a habitação; 
• o direito promitente comprador; 
• a concessão de uso especial para 
fins de moradia e a concessão de 
direitos reais de uso; 
• a laje. 
Para melhor visualização, todos os 
institutos mencionados estão grifados 
no artigo acima. 
Agora veremos cada um deles: 
O direito de superfície é definido no 
artigo 1.369 do CC: 
 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador 
do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para 
fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; 
e 
XIII - a laje. 
 
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a 
outrem o direito de construir ou de plantar 
em seu terreno, por tempo determinado, 
mediante escritura pública devidamente 
registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
 
DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL 
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@direitoporpamella 
 
É o direito real que permite a 
construção ou plantação em terreno 
alheio, estabelecendo propriedades 
distintas entre o proprietário e 
superficiário, permitindo assim, uma 
utilização dupla de um local, tendo 
como objetivo tornar um terreno urbano 
ou rural desocupado e parado em algo 
rentável, podendo ainda, ser utilizado 
para diversos fins como, desde 
construção de prédios e plantações. 
Pode manter construções ou 
plantações já realizadas ou terminar as 
mesmas que estejam inacabadas não 
sendo um requisito a superfície ser 
onerosa. 
Superfície e Arrendamento 
O direito de superfície é caracterizado 
por uma obrigação de direito real que 
no qual o superficiário é dono da 
propriedade, já o arrendamento é 
apenas uma espécie de aluguel pago 
ao proprietário do bem. Os contratos de 
superfície podem ser longos, sendo 
melhor do que a locação para esse fim, 
podendo ser reformado o contrato 
pelas partes a qualquer momento, mas 
além disso, o dono não poderá pedir de 
volta o terreno antes do prazo 
estipulado no contrato. 
São exemplos de 
superfícies: shoppings, quadras de 
tênis e estádios. 
Partes 
Proprietário do terreno ou do imóvel e 
o superficiário que é aquele que 
poderá usar o terreno para construção 
ou utilizar o que já foi construído. 
Objeto 
O objeto da superfície é um imóvel 
(terreno) e é mediante escritura pública 
registrada no Registro de Imóveis, ou 
seja, a superfície irá constar na 
matrícula. 
Características 
As principais características deste 
direito real são: 
Temporária: pois precisa 
necessariamente estipular um prazo, 
mas ele poderá ser mais longo do que 
os contratos de locação habituais. 
Gratuito ou oneroso: o proprietário 
poderá receber dinheiro em troca da 
superfície ou não, mas se o contrato se 
omitir com relação a isso, presume-se 
que o contrato é oneroso. 
Alienável: o direito de superfície 
poderá ser vendido ou doado para um 
terceiro pois não é um direito 
personalíssimo, a transferência poderá 
ser feita de forma gratuita ou onerosa. 
 
Com a alienação, o proprietário não 
poderá receber nenhum tipo de 
remuneração ou comissão. 
Direitos do Superficiário 
São direitos do superficiário: 
Parágrafo único. O direito de superfície não 
autoriza obra no subsolo, salvo se for 
inerente ao objeto da concessão. 
Caso o proprietário faleça, a superfície 
pode ser herdada pelos herdeiros. 
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@direitoporpamella 
1. Posse direta da coisa, onde ele 
poderá usar, administrar, construir, 
plantar e perceber os frutos. 
2. Não pagar pela deterioração pelo 
uso normal da coisa. 
Obrigações do Superficiário 
São obrigações do superficiário: 
1. Não utilizar o subsolo do 
terreno/imóvel, exceto se para o uso 
necessite de garagem ou fundação. 
2. Pagar o proprietário quando a 
superfície for onerosa. 
3. Arcar com os encargos ou tributos 
necessários. 
4. Dar preferência ao proprietário em 
caso de alienação da superfície. 
A servidão está disposta no artigo 
1.378 do CC: 
 
No caso da servidão existe um direito 
real realizado em favor de um prédio, 
ou seja, de uma construção, onde 
temos um prédio dominante sobre o 
outro prédio (denominado de serviente) 
que pertencem a proprietário diversos. 
 
Essa relação de serviência entre dois 
imóveis precisa ser registrado no 
Registro de Imóveis, ou seja, precisa 
constar na matrícula do imóvel. 
São exemplos de servidão: 
passagem para a praia, tirar água do 
prédio vizinho, condução de gado, não 
construir em determinada altura para 
que o vizinho não perca a vista, 
aqueduto e entre outros. 
Partes 
O dono do prédio dominante e o dono 
do prédio serviente. 
Modalidades 
São modalidades de servidões: 
Quanto à natureza dos prédios: eles 
poderão ser rurais ou urbanos. 
Quanto à origem: poderão ser legais 
ou convencionados. 
 
Quanto ao modo de exercício: poderá 
contínua ou descontínua. 
Quanto à sua exteriorização: que diz 
respeito a visualização da servidão, se 
a mesma poderá ser vista ou não 
(precisa de construções específicas ou 
não). 
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade 
para o prédio dominante, e grava o prédio 
serviente, que pertence a diversos dono, e 
constitui-se mediante declaração expressa 
dos proprietários, ou por testamento, e 
subseqüente registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
Prédio: qualquer construção, podendo ser 
casas, galpões ou escritórios, por 
exemplo. 
No caso das servidões legais, é quando 
aquela servidão é necessária para que o 
vizinho tenha acesso à via pública, água, 
energia e entre outros, tal modalidade pode 
ser determinada por lei em caso de 
desentendimento entre as partes. 
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@direitoporpamella 
Formas de Constituição 
Inicialmente, é importante salientar que 
a servidão não é presumida pela 
necessidade, pois deverá ser 
registrada na matrícula do imóvel. 
São atos constitutivos: 
1. Em negócios jurídicos: poderão 
ser feitos através de contratos ou 
testamentos; 
2. Em sentença judicial: ocorre em 
ações processuais, como por 
exemplo quando a servidão é legal 
ou ações demarcatórias. 
3. Usucapião: nesse caso a servidão 
precisa ser aparente, ou seja, 
precisa ser exteriorizada através de 
alguma construção para o seu uso. 
Os prazos variam em 10 anos com 
o justo título e 20 anos sem o justo 
título e através da sentença que será 
possível a averbação na matrícula 
do imóvel. 
Características 
As características do exercício da 
servidão são: 
1. No caso da servidão, ela não poderá 
ser alienada separadamente, sendo 
um direito acessório do direito de 
propriedade, tanto em relação ao 
prédio dominante quanto o 
serviente. 
2. É invisível. 
3. É perpétuo: tem duração indefinida 
ou prazo indeterminado. 
4. O exercício da servidão precisa 
necessariamente ser exercida de 
forma menos onerosa e que não 
incomode o serviente pois é ele que 
terá o seu direito de propriedade 
restrito pela servidão. 
Direitos e Obrigações 
São direitos e obrigações decorrentes 
da servidão:1. O dono do prédio dominante pode 
fazer todas as obras necessárias 
para a manutenção e conservação 
para o uso e fazer valer o seu direito 
real, segundo o artigo 1.380 do CC: 
 
2. O dono do prédio serviente não 
poderá prejudicar o exercício do uso 
da servidão, mas ele poderá mudar 
a servidão de lugar, quando 
possível, à sua custa, quando não 
prejudicar o uso do dominante, 
segundo o artigo 1.384 do CC: 
 
Extinção da servidão 
Mesmo tendo como principal 
característica a perpetuidade, a 
servidão poderá ser extinta nas 
hipóteses legais e será cancelado o 
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode 
fazer todas as obras necessárias à sua 
conservação e uso, e, se a servidão 
pertencer a mais de um prédio, serão as 
despesas rateadas entre os respectivos 
donos. 
Art. 1.384. A servidão pode ser removida, 
de um local para outro, pelo dono do prédio 
serviente e à sua custa, se em nada 
diminuir as vantagens do prédio 
dominante, ou pelo dono deste e à sua 
custa, se houver considerável incremento 
da utilidade e não prejudicar o prédio 
serviente. 
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@direitoporpamella 
registro na matrícula. As hipóteses do 
seu cancelamento estão previstas no 
artigo 1.388 e 1.389 do CC: 
 
Em resumo, a servidão também será 
extinta quando acontecer a: 
• Renúncia do titular; 
• Cessação da utilidade; 
• Resgate, feito pelo proprietário do 
prédio serviente; 
• Confusão, na hipótese de o 
proprietário serviente se torna dono 
do prédio dominante também; 
• Supressão de obras que 
determinaram a servidão; 
• Pelo não uso em 10 anos 
contínuos. 
O conceito de usufruto está previsto no 
artigo 1.390 do CC: 
 
O usufruto é direito real de fruir as 
utilidades e frutos de uma coisa, 
enquanto temporariamente é apartado 
da propriedade. O usufrutuário possui a 
coisa, mas essa coisa não é dele, isto 
é, tem a sua posse, mas não a sua 
propriedade. 
Partes 
Usufrutuário: que é aquele que pode 
usar e gozar do bem. 
Nu proprietário: que é aquele que tem 
a propriedade de direito do bem e 
poderá dispor ou reaver de terceiro. 
Direito personalíssimo 
O usufruto é direito personalíssimo, ou 
seja, só poderá ser exercido pelo 
usufrutuário e não poderá ser 
transferido o direito real para um 
terceiro através de alienação, MAS o 
seu uso poderá ser cedido a um terceiro 
de forma gratuita ou onerosa, como por 
exemplo, se ele alugar ou emprestar 
para um terceiro. 
Formas de Constituição 
Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem 
direito, pelos meios judiciais, ao 
cancelamento do registro, embora o dono 
do prédio dominante lho impugne: 
I - quando o titular houver renunciado a sua 
servidão; 
II - quando tiver cessado, para o prédio 
dominante, a utilidade ou a comodidade, 
que determinou a constituição da servidão; 
III - quando o dono do prédio serviente 
resgatar a servidão. 
Art. 1.389. Também se extingue a 
servidão, ficando ao dono do prédio 
serviente a faculdade de fazê-la cancelar, 
mediante a prova da extinção: 
I - pela reunião dos dois prédios no domínio 
da mesma pessoa; 
II - pela supressão das respectivas obras 
por efeito de contrato, ou de outro título 
expresso; 
III - pelo não uso, durante dez anos 
contínuos. 
 
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um 
ou mais bens, móveis ou imóveis, em um 
patrimônio inteiro, ou parte deste, 
abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os 
frutos e utilidades. 
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@direitoporpamella 
A constituição do usufruto dependerá 
se o objeto é: 
Imóvel: a constituição será por 
escritura pública no caso de imóvel com 
valor de mais de 30 salários-mínimos e 
depois será averbado na matrícula. 
Móvel: se opera apenas após a 
tradição, ou seja, a entrega do bem. 
Características 
As características do usufruto são: 
1. É direito temporário: não pode 
exceder a vida da usufrutuária ou o 
prazo de 30 anos se for pessoa 
jurídica. 
 
2. É intransmissível e inalienável: não 
podendo ser transferido para 
terceiros de nenhuma forma 
(herança, doação, venda e entre 
outros). 
3. É impenhorável: é impenhorável, 
mas os frutos obtidos podem ser 
penhorados. 
Deveres e Direitos do 
usufrutuário 
São direitos e deveres do usufrutuário: 
1. Ele terá direito à posse direta da 
coisa, ou uso, administração e 
percepção dos frutos que poderão 
ser obtidos. 
2. O usufrutuário deverá inventariar os 
bens que receber à sua custa, 
conservar os bens, prestar caução 
para a conservação, em caso de 
exigência do nu proprietário, pagar 
despesas ordinárias de conservação 
e pagar tributos advindos da posse. 
Dever do Nu Proprietário 
Ele terá o dever de pagar as despesas 
extraordinárias e as que não forem de 
custo módico (pequeno), poderá o 
mesmo dispor de sua nu propriedade. 
Extinção do Usufruto 
Deverá realizar o cancelamento do 
registro feito. As hipóteses de extinção 
do usufruto estão previstas no artigo 
1.410 do CC: 
 
Pode ser vitalício pelo tempo, mas não 
pode ser constituído de forma perpétua. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, 
cancelando-se o registro no Cartório de 
Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em 
favor de quem o usufruto foi constituído, 
ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta 
anos da data em que se começou a 
exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se 
origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as 
disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª 
parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando 
aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, 
não lhes acudindo com os reparos de 
conservação, ou quando, no usufruto de 
títulos de crédito, não dá às importâncias 
recebidas a aplicação prevista no 
parágrafo único do art. 1.395; 
 
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@direitoporpamella 
 
Em síntese será: 
• Pela renúncia ou morte do 
usufrutuário; 
• Pelo término de sua duração; 
• Pela cessação do motivo que a 
originou; 
• Pela destruição da coisa; 
• Pela consolidação; 
• Por culpa do usufrutuário: alienação, 
deterioração ou ruína da coisa; 
• Pelo não uso ou não fruição da coisa 
em que o usufruto recai. 
O uso está disposto somente nos 
artigos 1.412 e 1.413 do CC: 
 
No uso, o titular poderá usar o bem 
objeto do direito real e perceber seus 
frutos (como receber aluguel) assim 
como acontece no usufruto. 
 
O uso pode recair sobre um bem móvel 
ou imóvel. 
Necessidades 
As necessidades serão conforme a 
condição social da pessoa e o local em 
que ela vive e o termo família citado 
abrange conjunge ou companheiros, 
filhos solteiros e pessoas que fazem o 
habitual serviço doméstico. 
 
O conceito de habitação está disposto 
no artigo 1.414 do CC: 
 
A habitação possui uma característica 
específica, no caso a habitação será 
gratuita em imóvel alheio. 
Exercício da Habitação 
No exercício da habitação, o titular: 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa 
em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 
1.399). 
 
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e 
perceberá os seus frutos, quanto o 
exigirem as necessidades suas e de sua 
família. 
§ 1 o Avaliar-se-ão as necessidades 
pessoais do usuário conforme a sua 
condição social e o lugar onde viver. 
§ 2 o As necessidades da família do usuário 
compreendem as de seu cônjuge, dos 
filhos solteiros e das pessoas de seu 
serviço doméstico. 
Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que 
não for contrário à sua natureza, as 
disposições relativas ao usufruto. 
 
A diferença entre usufruto e uso é que o 
usuário está limitado a perceber apenas o 
suficiente para as suas necessidades 
pessoais e da sua família, no usufruto não 
tem essa limitação. 
Tudo que for compatível, usará os artigos 
do usufruto. 
Art. 1.414. Quando o uso consistir no 
direito de habitar gratuitamente casa 
alheia, o titular deste direitonão a pode 
alugar, nem emprestar, mas simplesmente 
ocupá-la com sua família. 
 
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@direitoporpamella 
• Não poderá alugar e nem emprestar 
o imóvel para ninguém. A limitação 
da habitação é somente ocupar o 
local coma sua família. 
• Em caso de vários titulares, um não 
poderá cobrar aluguel do outro, 
mesmo que todos habitem o imóvel 
ao mesmo tempo e ambos não 
podem impedir a habitação do outro, 
segundo o artigo 1.415 do CC: 
 
• Aplicará as regras do usufruto no 
que for compatível. 
O direito do promitente comprador é um 
direito real com o conceito no artigo 
1.417 do CC: 
 
É basicamente uma promessa 
irretratável de venda de um imóvel, 
porém só será quando registrado por 
escritura pública ou instrumento 
particular. 
 
Existe ainda uma exceção, caso a 
promessa preveja cláusula de 
arrependimento, as partes poderão 
desistir do negócio, porém não será 
considerado direito real e sim mero 
negócio jurídico. 
Adjudicação Compulsória 
A adjudicação compulsória é a ação 
através da qual será possível o registro 
de um imóvel, mesmo que não esteja 
presente a documentação exigida pela 
lei, em caso de promessa de compra e 
venda. 
 
Esse direito real está presente a Lei 
11.481/2007 e não no código civil. 
Trata-se de concessão de uso de um 
imóvel público para fins de moradia, 
servindo para viabilizar o direito à 
moradia e a possibilidade de ocupação 
de bem público. 
 
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for 
conferido a mais de uma pessoa, qualquer 
delas que sozinha habite a casa não terá 
de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas 
não as pode inibir de exercerem, querendo, 
o direito, que também lhes compete, de 
habitá-la. 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra 
e venda, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrada por instrumento 
público ou particular, e registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o 
promitente comprador direito real à 
aquisição do imóvel. 
O promissário terá direito real para 
aquisição do imóvel, obrigando o vendedor 
outorgar a escritura pública e caso exista a 
recusa de venda, cabe adjudicação 
compulsória. 
Se negou a averbar em escritura definitiva, 
poderá o prejudicado ajuizar a ação e a 
sentença servirá como título para que seja 
possível o registro. 
Direito gratuito e perpétuo. 
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@direitoporpamella 
Concessão do direito real 
Para que possa ser realizado a 
concessão: 
• Requer a posse de 5 anos em imóvel 
público federal; 
• Área de até 250 metros quadrados 
em área urbana; 
• A posse deve ser para moradia e o 
possuidor não pode ser proprietário 
de outro imóvel, sendo ele urbano ou 
rural. 
Partes 
Concedente: o Estado. 
Cessionário: o possuidor do imóvel 
público federal. 
Também é uma modalidade de direito 
real que também está disciplinado em 
lei específica, sendo ela a 11.481/2007 
O objetivo é o comercio em geral, 
sendo praticamente igual a concessão 
de uso especial para fins de moradia, 
mas é coma finalidade comercial. 
Concessão do direito real 
Para que possa ser realizado a 
concessão: 
• Requer a posse de 5 anos em imóvel 
público federal; 
• Área de até 250 metros quadrados 
em área urbana; 
• A posse deve ser para moradia e o 
possuidor não pode ser proprietário 
de outro imóvel, sendo ele urbano ou 
rural. 
Partes 
Concedente: o Estado, mais 
especificamente a administração 
pública. 
Cessionário: o possuidor do imóvel 
público federal. 
O conceito de laje está disposto no 
artigo 1.510 A do CC: 
 
É basicamente o direito sobre a 
unidade imobiliária autônoma 
construída sobre a propriedade de 
outrem. 
 
Partes 
Nesse caso terá o possuidor da 
propriedade base e o titular da laje que 
ficará na maioria das vezes em cima da 
propriedade. 
Direitos e Deveres 
Art. 1.510-A. O proprietário de uma 
construção-base poderá ceder a superfície 
superior ou inferior de sua construção a fim 
de que o titular da laje mantenha unidade 
distinta daquela originalmente construída 
sobre o solo. 
A superfície poderá ser superior ou inferior. 
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@direitoporpamella 
• O proprietário da construção base 
vai conceder o direito real da laje. 
• O titular da laje terá poderes de usar, 
gozar e dispor sobre a superfície e 
não sobre o solo (que em teoria, é do 
outro proprietário). 
Requisitos 
São requisitos para que exista o direito 
real da laje: 
1. Unidade imobiliária autônoma, ou 
seja, a laje terá uma matrícula 
própria; 
2. Isolamento funcional, quer dizer que 
o acesso precisa ser separado. 
Caso seja necessário entrar na 
propriedade base para ter acesso a 
laje, não poderá existir o direito real 
de laje, sendo basicamente isolado 
da construção original. 
 
Características 
São características da laje: 
1. Alienabilidade: o detentor do direito 
real poderá vender, doar ou alugar 
para um terceiro (as duas partes 
poderão alienar a laje); 
2. Pode ser sucessivo desde que 
tenham matrículas separadas; 
3. Pode ser objeto de usucapião; 
4. Pode ser um direito real cedido a 
título oneroso ou gratuito; 
5. Perpétuo. 
Tendo em vista que já encerramos a 
exposição dos direitos reais sobre coisa 
alheia, veremos o quadro 
esquematizado abaixo com os 
principais pontos de cada um deles: 
Quadro Resumo 
Superfície Direito de construir em terreno alheio. 
Servidão Ceder um pouco da propriedade para um outro imóvel. 
Usufruto Direito de usar e colher os frutos de coisa que está apartada da 
propriedade principal temporariamente. 
Uso Direito real de usar um bem e colher seus frutos. 
Habitação Habitação gratuita para fins de moradia em imóvel alheio. 
Direito do 
promitente 
comprador 
Direito irretratável de venda de um imóvel. 
Concessão de 
uso especial 
para fins de 
moradia 
É a concessão do uso de um imóvel pertencente do poder 
público para fim de moradia. 
Concessão de 
direito real de 
uso 
É concessão do uso d imóvel pertencente ao poder público para 
fim de comercio. 
Laje Construção em cima de uma propriedade base. 
Não é condomínio pois não tem área 
comum. 
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@direitoporpamella 
Direitos Reais de garantias 
Os direitos reais de garantias são 
aqueles citados no artigo 1.225 do CC 
e estão grifados para melhor 
visualização: 
 
É basicamente quando um bem será 
objeto de garantia e ficará sujeito por 
vínculo real ao cumprimento de uma 
obrigação realizada, na maioria das 
vezes, em negócios jurídicos. 
Nesse caso, os direitos reais de gozo e 
fruição são diferentes dos de garantia, 
na medida de que o primeiro, a pessoa 
terá a posse direta do bem enquanto no 
segundo existirá um vínculo entre um 
bem e o devedor do pagamento de uma 
dívida. 
 
Efeitos dos direitos reais de 
garantia 
São os principais efeitos das garantias: 
1. Direito de preferência, sendo 
quando o bem for alienado, o titular 
da garantia real terá o direito de 
preferência na compra do bem; 
2. Direito de sequela, ou seja, a 
garantia acompanhará o bem 
mesmo que ele seja alienado; 
3. Direito de excussão, significa dizer 
que terá o direito de executar a 
dívida; 
 
4. Indivisibilidade. 
Requisitos de validade 
Para que a garantia real tenha validade, 
é necessário que: 
1. A lei exige, além de capacidade 
geral disposta pelo código civil, a 
capacidade para alienação. 
2. Os bens inalienáveis não poderão 
ser dados como garantia real. 
 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do 
imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins 
de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; e 
XIII - a laje. 
 
 
O titular do direito real de garantia não 
usará e gozará do bem-disposto. 
Consiste na execução judicial da dívida 
garantida, o bem será apreendidoe 
vendido em hasta pública (os móveis serão 
vendidos em leilão e os imóveis em praça) 
e com o dinheiro proveniente da venda o 
credor será pago. 
No caso do bem de família, se ele for dado 
como hipoteca, é entendido que o mesmo 
renunciou ao bem de família e poderá ser 
executado. 
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@direitoporpamella 
3. Não se pode dar coisa alheia a título 
de garantia real, mas caso a coisa 
venha a ser sua futuramente, o ato 
pode se convalidar. 
4. Especialização e publicidade. É 
importante ressaltar que a garantia 
real precisa estar averbada na 
matrícula do imóvel, assim, caso o 
bem seja alienado por um terceiro, o 
mesmo poderá ter conhecimento da 
existência de uma garantia real 
sobre o imóvel, por exemplo. 
Vencimento Antecipado da 
dívida 
As obrigações com garantias real poder 
ter o seu vencimento antecipado 
quando: 
1. Se a coisa deteriorou ou pereceu; 
2. Se o devedor se tornou insolvente 
ou em falência; 
3. Se as prestações forem pagar; 
4. Se a coisa foi desapropriada pela 
administração pública. 
O conceito de penhor está previsto no 
artigo 1.431 do CC: 
 
É um direito real que vincula a coisa 
móvel ao pagamento de uma dívida e 
o objeto é transferido para o credor. 
 
O penhor, como vimos, é o bem 
oferecido como garantia. Já a penhora 
é uma decisão judicial que apreende os 
bens do devedor quando a dívida não é 
quitada. 
Requisitos 
São requisitos do penhor: 
1. O penhor só se aperfeiçoa com a 
tradição do objeto ao credor; 
2. Deverá ser feto necessariamente 
por escrito no Cartório de Títulos e 
Documentos. 
Direitos e Obrigações do 
credor 
São direito e deveres do credor 
pignoratício: 
1. O credor terá direito a posse do bem 
até o pagamento. 
 
2. Não poderá usar o bem dado em 
penhor e se usar terá que ressarcir o 
dono em caso de deterioração ou 
perda (se for o culpado). 
3. Após o pagamento, o credor deverá 
devolver o bem. 
Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela 
transferência efetiva da posse que, em 
garantia do débito ao credor ou a quem o 
represente, faz o devedor, ou alguém por 
ele, de uma coisa móvel, suscetível de 
alienação. 
Parágrafo único. No penhor rural, 
industrial, mercantil e de veículos, as 
coisas empenhadas continuam em poder 
do devedor, que as deve guardar e 
conservar. 
 
 
Em caso de não pagamento da dívida no 
vencimento estipulado, o credor pode 
executar a dívida com a penhora de um 
bem. 
O exemplo mais conhecido é quando o 
banco fica com as joias de uma pessoa até 
que ela faça o pagamento da dívida. 
13 
@direitoporpamella 
Extinção do Penhor 
O penhor poderá se extinguir quando: 
1. Aconteceu a extinção da obrigação 
principal; 
2. Perecimento da coisa oferecida; 
3. Renúncia do credor à garantia; 
4. Confusão, que é quando o credor se 
torna dono da coisa; 
5. Adjudicação judicial, que é quando o 
foi discutido em um processo judicial 
que na verdade o bem é de um 
terceiro; 
6. Remição, que é o pagamento da 
dívida; 
7. Venda da coisa. 
Tipos de Penhor 
O penhor poderá ser: 
Penhor Legal 
O penhor legal está disciplinado a partir 
do artigo 1.467 do CC, que diz: 
 
O exemplo mais tradicional deste tipo 
de penhor é quando o hospede não 
paga o valor da estadia e o hospedeiro 
poderá reter as malas dele até que ele 
faça o pagamento. 
 
Penhor Rural: 
Agrícola e Pecuniário 
O penhor agrícola está disposto a partir 
do artigo 1.442 do CC: 
 
O devedor fica na posse do bem, mas 
caso ele não pague a dívida terá que 
entregar a coisa e para ser constituído, 
ele precisa ser registrado como na 
maioria dos direitos reais. 
Objetos do penhor agrícola: poderá 
ser máquinas e instrumentos de 
agricultura; colheitas pendentes, ou em 
via de formação; frutos acondicionados 
ou armazenados; lenha cortada e 
carvão vegetal; animais do serviço 
ordinário. 
Objetos do penhor pecuniário: 
poderá ser animais que integrem a 
atividade pastoril, agrícola ou de 
laticínios. 
Penhor Industrial e 
Mercantil 
Art. 1.467. São credores pignoratícios, 
independentemente de convenção: 
I - os hospedeiros, ou fornecedores de 
pousada ou alimento, sobre as bagagens, 
móveis, jóias ou dinheiro que os seus 
consumidores ou fregueses tiverem 
consigo nas respectivas casas ou 
estabelecimentos, pelas despesas ou 
consumo que aí tiverem feito; 
II - o dono do prédio rústico ou urbano, 
sobre os bens móveis que o rendeiro ou 
inquilino tiver guarnecendo o mesmo 
prédio, pelos aluguéis ou rendas. 
 
 
O aperfeiçoamento deste tipo de penhor é 
feito por homologação judicial. 
Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor: 
I - máquinas e instrumentos de agricultura; 
II - colheitas pendentes, ou em via de 
formação; 
III - frutos acondicionados ou 
armazenados; 
IV - lenha cortada e carvão vegetal; 
V - animais do serviço ordinário de 
estabelecimento agrícola 
 
 
14 
@direitoporpamella 
No penhor industrial ou mercantil, o 
devedor também dicará na posse dos 
bens, mas faltando o pagamento da 
dívida, o mesmo terá que entregar os 
bens, sendo eles: máquinas, aparelhos, 
instrumentos, materiais, animais 
utilizados na indústria. 
A constituição é feita por instrumento 
público ou particular e deve ser 
registrado no RI da circunscrição onde 
estiverem situadas as coisas. 
 
Penhor de veículo 
É a modalidade de penhor mais 
conhecida no cotidiano e está presente 
no artigo 1.461 do CC: 
 
O penhor de veículo tem algumas 
peculiaridades que não se apresentam 
nas espécies já estudadas, sendo elas: 
• Tem prazo máximo de duração de 2 
anos, podendo ser prorrogado 
por igual tempo, segundo o artigo 
1.466 do CC: 
 
• O veículo também fica na posse do 
devedor. 
• Deverá haver o registro no Cartório 
de Títulos e Documentos. 
Penhor de direitos e 
títulos de crédito 
Essa modalidade de penhor está 
disposta a partir do artigo 1.451 do CC: 
 
Nesse caso, deve haver entrega do 
título do devedor ao credor, o registro 
no Cartório de Títulos e Documentos e 
o terceiro devedor deverá ser 
notificado, segundo o artigo 1.453 do 
CC: 
 
O artigo 1.473 diz sobre todos os 
objetos que podem ser hipotecados: 
 
Não poderá alterar os bens dados em 
garantia, caso altere, ele precisará 
substituir os bens, sendo que o credor pode 
inspecionar o estado das coisas dada 
como garantia. 
Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os 
veículos empregados em qualquer espécie 
de transporte ou condução. 
 
Art. 1.466. O penhor de veículos só se 
pode convencionar pelo prazo máximo de 
dois anos, prorrogável até o limite de igual 
tempo, averbada a prorrogação à margem 
do registro respectivo. 
Art. 1.451. Podem ser objeto de penhor 
direitos, suscetíveis de cessão, sobre 
coisas móveis. 
Art. 1.453. O penhor de crédito não tem 
eficácia senão quando notificado ao 
devedor; por notificado tem-se o devedor 
que, em instrumento público ou particular, 
declarar-se ciente da existência do penhor. 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis 
conjuntamente com eles; 
II - o domínio direto; 
III - o domínio útil; 
IV - as estradas de ferro; 
V - os recursos naturais a que se refere o 
art. 1.230, independentemente do solo 
onde se acham; 
VI - os navios; 
VII - as aeronaves. 
 
15 
@direitoporpamella 
 
É direito real constituído em favor do 
credor sobre o bem imóvel ou ainda 
navios e aeronaves para poder sujeitá-
lo exclusivamente ao pagamento de 
uma dívida sem tirar a posse do dono. 
 
• A hipoteca deve ser constituída por 
escritura pública e será registrada no 
RI do local do imóvel. 
Pluralidade 
É possível constituir mais de uma 
hipoteca sobre um mesmo bem. 
 
• Considera-se primeira hipoteca 
aquela que foi registrada primeiro e 
o primeiro credor terá preferência 
com relação aos demais. 
• O credor da segunda hipoteca 
registrada não poderá executar o 
imóvel antes que esteja vencida aprimeira hipoteca, salvo se o 
devedor for insolvente, segundo o 
artigo 1.477 do CC: 
 
Alienação 
É nula a cláusula que proíba a pessoa 
de vender um bem hipotecado, 
segundo o artigo 1.475 do CC: 
 
Importante ressaltar que o credor tem 
direito de sequela, pois a hipoteca 
acompanhará o bem vendido/doado à 
um terceiro. 
Prazos 
O contrato de hipoteca PRECISA 
mencionar um prazo. 
+ 20 anos Deve haver renovação 
do registro. 
Máximo 30 
anos 
Ultrapassando o prazo 
de 30 anos, deverá 
ocorrer a substituição 
do contrato e um novo 
registro. 
 
Remição 
VIII - o direito de uso especial para fins de 
moradia; 
IX - o direito real de uso; 
X - a propriedade superficiária . 
 
Abrange todas as acessões, 
melhoramentos ou construções novas 
feitas no imóvel realizados antes ou depois 
da constituição da hipoteca. 
Será sempre analisado se o valor do imóvel 
supre mais de uma dívida. 
Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do 
devedor, o credor da segunda hipoteca, 
embora vencida, não poderá executar o 
imóvel antes de vencida a primeira. 
Parágrafo único. Não se considera 
insolvente o devedor por faltar ao 
pagamento das obrigações garantidas por 
hipotecas posteriores à primeira. 
 
Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao 
proprietário alienar imóvel hipotecado. 
Parágrafo único. Pode convencionar-se 
que vencerá o crédito hipotecário, se o 
imóvel for alienado. 
 
16 
@direitoporpamella 
A remição é o pagamento da dívida 
para a liberação do imóvel. Significa 
extinguir, fazer desaparecer o gravame. 
 
Além do próprio devedor, o cônjuge, os 
descendentes, os ascendentes do 
devedor, o adquirente do bem 
hipotecado também poderão efetuar a 
remição. 
Extinção da Hipoteca 
A hipoteca se encerrará quando 
ocorrer: 
• extinção da obrigação principal; 
• perecimento total da coisa; 
• resolução da propriedade; 
• renúncia do credor; 
• remição; 
• arrematação; 
• adjudicação. 
 
Não haverá extinção da hipoteca 
quando ocorrer arrematação ou 
adjudicação do bem sem que o credor 
hipotecário tenha sido notificado. 
A anticrese está prevista a partir do 
artigo 1.506 do CC. É direito real 
estabelecido pela entrega de um imóvel 
ao credor, e ele poderá retê-lo e ficar 
com os frutos até que a dívida seja 
quitada. 
 
• O credor fica na posse do bem. 
• O valor dos frutos percebidos pelo 
credor será abatido do valor da 
dívida e ele terá que devolver o 
imóvel quando o valor da dívida for 
quitado pelos frutos. 
Exercício da Anticrese 
Diferente dos outros direitos reais de 
garantia, o credor não terá preferência 
ou direito de excussão, mas ele 
continuará tendo o direito sobre o 
imóvel e seus frutos. 
A constituição da anticrese se 
estabelece por meio de escritura 
pública, sendo necessário o registro no 
RI. 
Além disso: 
• Será aperfeiçoado com a entrega do 
bem ao credor; 
• O credor poderá colher os frutos 
pessoalmente ou por meio de 
terceiro. 
• Poderá cumular hipoteca e 
anticrese em um só imóvel. 
Prazo 
O prazo máximo da anticrese é de 15 
anos, segundo o artigo 1.423 do CC: 
 
 
Resgate da dívida e liberação da hipoteca. 
Em todas as hipóteses deverá haver o 
cancelamento no Registro de Imóveis 
com a prova de sua causa. 
Precisa necessariamente de um imóvel 
que produza frutos. 
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito 
a reter em seu poder o bem, enquanto a 
dívida não for paga; extingue-se esse 
direito decorridos quinze anos da data de 
sua constituição. 
17 
@direitoporpamella 
Quadro Resumo 
Penhor É um direito real que vincula a coisa móvel ao pagamento de 
uma dívida e o objeto é transferido para o credor, podendo ser 
penhor legal, penhor rural: agrícola e pecuniário, penhor 
industrial ou mercantil, penhor de veículo ou penhor de títulos 
de crédito. 
Hipoteca É direito real constituído em favor do credor sobre o bem imóvel 
ou ainda navios e aeronaves para poder sujeitá-lo 
exclusivamente ao pagamento de uma dívida sem tirar a posse 
do dono. 
Anticrese É direito real estabelecido pela entrega de um imóvel ao credor, 
e ele poderá retê-lo e ficar com os frutos até que a dívida seja 
quitada. 
A propriedade fiduciária não é direito 
real de garantia, na verdade ela e uma 
espécie de propriedade resolúvel e 
uma forma eficiente de garantia de 
crédito em que um bem fica vinculado 
ao pagamento de uma dívida. 
 
Tal disposição está presente no artigo 
1.359 do CC: 
 
Ocorre a transferência do domínio do 
bem ao credor em garantia do 
pagamento, permanecendo o devedor 
com a posse. 
 
Se o pagamento for feito, o devedor 
voltará a ter a propriedade da coisa de 
forma plena. 
 
Se o pagamento não for feito, caberá 
ao credor vender a coisa e com o valor 
abater no pagamento da dívida. 
 
A propriedade resolúvel se dá quando o 
título aquisitivo (do bem móvel ou imóvel) 
está subordinado a uma condição 
resolutiva ou advento do termo. A 
propriedade deixa de ser plena, passando 
a ser limitada. 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo 
implemento da condição ou pelo advento 
do termo, entendem-se também resolvidos 
os direitos reais concedidos na sua 
pendência, e o proprietário, em cujo favor 
se opera a resolução, pode reivindicar a 
coisa do poder de quem a possua ou 
detenha. 
 
Credor terá a propriedade e o devedor terá 
a posse. 
Termo de quitação em 30 dias. 
O devedor deverá ser constituído em mora 
e a propriedade se consolida em nome do 
credor e após o registro, em 30 dias deve 
haver o leilão do imóvel para pagamento da 
dívida. 
18 
@direitoporpamella 
Exemplificando, em geral acontece em 
financiamento de carros, onde a 
propriedade será da instituição 
financeira, mas a posse do carro ficará 
com o devedor e o próprio bem é a 
garantia. 
• São requisitos instrumento escrito e 
o registro em cartório de Títulos e 
Documentos (se for automóvel há 
inscrição no Detran). 
Alienação de Imóvel 
Também é forma de financiamento de 
imóvel, o devedor entrega a 
propriedade resolúvel de um bem 
imóvel para o credor e o mesmo fica 
com a posse. 
• Precisa de registro do contrato no 
Registro de Imóveis. 
19 
@direitoporpamella 
https://www.marianagoncalves.com.br/post/propriedade-resol%C3%BAvel-e-
propriedade-fiduci%C3%A1ria-questionamentos 
https://oa.adv.br/como-funciona-adjudicacao-
compulsoria/#:~:text=De%20forma%20bastante%20resumida%2C%20a,promessa
%20de%20compra%20e%20venda. 
https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/58786/o-instituto-da-anticrese-e-
suas-
peculiaridades#:~:text=A%20anticrese%20caracteriza%2Dse%20por,que%20possu
i%20contra%20o%20devedor. 
https://www.creditas.com/exponencial/o-que-e-
hipoteca/#:~:text=A%20hipoteca%20%C3%A9%20uma%20linha,deixaram%20de%
20trabalhar%20com%20hipoteca. 
https://jus.com.br/artigos/50240/servidao-no-direito-civil

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