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Alimentos transgênicos

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Alimentos transgênicos
Profª. Débora Thaís Sampaio da Silva
Juazeiro Do Norte – CE, 2022
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definição
Os organismos transgênicos são aqueles que genoma foi modificado atribuindo lhes nova característica ou alterando alguma característica já existente, através da inserção ou eliminação de um ou mais genes por técnicas de engenharia genética 
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Ao início do século XIX verificou-se que com o crescimento demográfico não seria possível produzir alimentos para garantir a segurança alimentar, tendo em vista esta situação, os governos passaram fortemente a investir em sementes geneticamente modificada e em equipamentos agrários visando uma superprodução.
ALIMENTOS SUFICIENTES PARA A POPULAÇÃO MUNDIAL 
Um organismo geneticamente modificado é aquele que possui uma modificação no seu genoma, já um organismo transgênico possui a inserção de um trecho de DNA de outra espécie, sendo assim o organismo transgênico é um tipo de OGM, mas nem todo OGM é transgênico.
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No Brasil, tem-se cerca de 50,2 milhões de hectares plantados com culturas transgênicas, e isso faz com que o país fique em segundo lugar entre os maiores produtores do mundo (CIB, 2018). 
A população duplicará nos próximos 50 anos.
Em 2050 ,a tecnologia de produção agrícola atual não permitirá que a produção de alimentos seja aumentada o suficiente para alimentar a população da época.
histórico
1890 – Gregor Mendel – Origem à Genética
1953 - Elucidação do código do DNA
Décadas de 70 e 80 – Técnica de isolar genes do DNA – Engenharia Genética e Transgênicos
1982 – Isolamento e introdução de gene produtor de insulina humana em uma bactéria, que multiplica e produz a proteína isolada
1983 – Autorizada a comercialização da insulina humana - primeira aplicação comercial da tecnologia do DNA recombinante 
histórico
Seu principio geral diz que,ao se tratar de liberação, no meio ambiente, de organismos geneticamente modificados, a avaliação e o controle dos riscos devem ser feitas caso a caso, a fim de definir se determinado OGM pode ou não ter consequências negativas à saúde ou ao meio ambiente.
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1990 – Congresso norte-americano aprova o primeiro produto alimentício: uma enzima utilizada para fabricação de queijo
1994 – Tomate – Gene que retarda o amadurecimento 
1995 – Brasil – Lei nº 8974/95 – Princípios gerais de biossegurança no Brasil – Criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
1997 – Nasce a ovelha Dolly
Como são produzidos os alimentos transgênicos
É possível, por exemplo, introduzir um gene humano numa bactéria para que elas produzam uma determinada proteína humana.
 
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A técnica de DNA recombinante permite juntar na mesma molécula de DNA genes provenientes de organismos diferentes
Possibilita retirar genes de uma espécie e introduzir num microrganismo que, posteriormente, vai multiplicar-se e assim produzir inúmeras cópias desse gene.
Como são produzidos os alimentos transgênicos
Os métodos: indiretos (através do uso da Agrobacterium tumefaciens) e diretos (bombardeamento).
Ela pode ser usada em espécies que não são infectadas de forma eficiente pelo Agrobacterium. Esse método de transformação é constituído de um acelerador (também chamado de canhão) que impeli microprojéteis metálicos (partículas) carregando DNA para dentro de células, tecidos ou orgãos vegetais intactos, que são posteriormente. Regenerados. As partículas metálicas mais utilizadas no bombardeamento são as de tungstênio e ouro. PROCESSO BIOLOÓGICO X PROCESSO FÍSICO. Essa é uma bactéria de solo capaz de infectar as células das plantas,
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Como são produzidos os alimentos transgênicos
O processo é simples e baseia-se em dois tipos de enzimas, as enzimas de restrição e a enzima DNA ligase. 
Utiliza-se uma enzima de restrição, que tem a capacidade de selecionar zonas especificas do DNA e cortar a sequência nucleotídica nesses locais específicos, para obter o gene de interesse de uma espécie.
 Esse gene de interesse é posteriormente colocado num vetor, ou seja, uma molécula capaz de transportar um fragmento de DNA de um organismo para outro, como são exemplos, o DNA dos vírus e os Plasmídeos (fragmentos de DNA de forma circular existentes nas bactérias). 
Finalmente, através da enzima DNA ligase, os dois segmentos de DNA são ligados, produzindo uma nova molécula estável – o DNA recombinante. 
Com a nova molécula de DNA recombinante formada, o vetor é introduzido num organismo receptor, que vai passar a possuir aquele gene de interesse e a proteína formada por esse gene.
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EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
Resistência a herbicidas 
Entre as características que tem causado maior impacto está a resistência aos herbicidas.
A competição com plantas daninhas é um dos principais fatores que afetam a produtividade das culturas. 
A soja Round up Ready® da empresa Monsanto possui resistência ao herbicida glifosato (Round up™)
EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
Essa resistência tem sido obtida principalmente através da introdução de sequências genômicas dos próprios patógenos. Esse mamoeiro transgênico
foi liberado em 1998, sendo que a resistência foi obtida através da introdução de partes do gene que codifica a capa protéica do vírus
PRSV
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O controle genético de doenças 
É o método de controle preferido por ser mais barato e de fácil utilização.
A maior contribuição da transgenia na geração de plantas resistentes a doenças virais 
Entre as primeiras plantas transgênicas resistente a viroses liberadas para plantio comercial está o mamoeiro resistente ao vírus da mancha anelar (PRSV) no Havaí.
EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
Resistência a insetos
O uso de inseticidas é a forma mais comum de controle de pragas nas plantas cultivadas. 
A utilização de plantas transgênicas com resistência a insetos pode reduzir a necessidade de aplicação produtos químicos
Variedades de Algodão e Milho
 
EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
O arroz é a principal fonte de alimento no mundo, mas uma fonte muito pobre em vitamina A e seus precursores.
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Qualidade nutricional 
Um dos grandes objetivos do melhoramento de plantas é a obtenção de variedades com maior qualidade nutricional. 
Vários grupos de pesquisa estão desenvolvendo projetos visando a obtenção de variedades com maior valor nutritivo através da transgenia. 
EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
(SATTLER, 2013)
(CIB, 2005)
(CIB, 2005)
(CIB, 2013)
(SHAMI; MOREIRA, 2004)
Os alimentos transgênicos estão presentes no dia-a-dia dos consumidores há alguns anos. Existem diversos produtos com ingredientes transgênicos, como um hambúrguer que contém soja geneticamente modificada ou uma calça jeans produzida com algodão transgênico.
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O tomate com mais licopeno
 Trigo e feijão com mais ferro
Alface enriquecida com acido fólico
Arroz com maior teor de betacaroteno
 Frutas com maior teor de vitamina C
EXEMPLOS DA APLICAÇÃO Dos transgênicos
Esse tomate possuía um gene antisenso para a enzima poligaracturonase (degrada a pectina da parede durante o amadurecimento), possuindo uma vida de prateleira mais longa que um tomate convencional
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Alteração do amadurecimento 
O processo de maturação pode ser alterado desligando genes responsáveis pela síntese do etileno, bloqueando a ação do etileno e desligando genes expressos durante a maturação. 
A primeira planta transgênica liberada para o plantio comercial foi o tomate da empresa Calgene, em 1994. 
benefícios
(TORRES, 2016)
RESIETENTE A INSETOS E COM TOLERÂNCIA A HERBICIDAS
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Desenvolvimento de espécies com características desejáveis 
Maior teor proteico ou vitamínico 
Melhor adaptação a determinadas condições ambientais 
Durante o armazenamento resistem a períodos mais prolongadosProdutos comercializados a preços mais baixos 
Contribuem para a preservação , protegendo a biodiversidade, o solo e os rios
riscos
(TORRES, 2018)
Um caso real ocorrido nos EUA: pessoas alérgicas a castanha-do-pará comeram produtos com soja transgênica contento gene de castanha-do-para apresentaram as mesmas reações alérgicas.
Muitas plantas possuem substâncias tóxicas para se defenderem de seus inimigos naturais, se manipulados geneticamente os seus níveis de toxina podem aumentar 
Alguns dos produtos transgênicos tem como características se tornarem resistentes aos efeitos dos agrotóxicos , o que permite aplicação de maior quantidade , cujos resíduos permaneceram nos alimentos.
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Aumento das alergias 
Desenvolvimento ou transmissão de resistência a outras espécies
Potencialização dos efeitos de substâncias tóxicas
Aumento de resíduos de defensivos agrícolas 
Questão ética
legislação
As pessoas podem consumir de forma indireta, na carne que foi alimentada com milho transgênico, nesse caso a lei não obriga que esteja no rotulo. Para tal o produto deve ter mais que 1% na sua constituição.
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No Brasil, a preocupação com os transgênicos levou o Governo Federal a editar inicialmente o Decreto Federal nº 4.680/2003, que regula os transgênicos. 
Já o Ministério da Justiça elaborou a Portaria nº 2.658/2003, que vem definir o símbolo informativo dos produtos transgênicos. 
Também importante a entrada em vigor da Lei 11.105/2005 - Lei de Biossegurança, marco no trato do assunto, que criou o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) e reestruturou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
legislação
CTNBio
Dentre as principais matérias de sua competência destaca-se: 
1. Estabelecer normas para as pesquisas e demais projetos relacionados com OGM e derivados de OGM; 
2. Estabelecer critérios de avaliação e monitoramento de risco de OGM e seus derivados;
 3. Proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados.
legislação
Segundo o deputado que lançou esse projeto o simples fato te já ter sido permitido sua comercialização já indica que o alimento seja seguro. E que a maioria dos consumidores não entende o símbolo nos rótulos. Algumas empresas produtoras defendem a retirada do T e que se diga apenas que contem transgênicos.
A proposta é que somente será obrigatório nas embalagens dos alimentos que tiverem acima de 1% de transgênicos na sua composição final, o projeto precisa ainda ser aprovado pelo Senado
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PROJETO DE LEI DA CÂMARA nº 34, de 2015
Ementa:
Altera a Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005.
Altera a Lei de Biossegurança para liberar os produtores de alimentos de informar ao consumidor sobre a presença de componentes transgênicos quando esta se der em porcentagem inferior a 1% da composição total do produto alimentício.
Rotulagem 
Portaria nº 2.658/2003
O desenvolvimento de uma política de rotulagem parte da premissa de que o consumidor tem o direito de saber o que está comprando e, consequentemente, consumindo ou usando. A maior fonte de informação a esse respeito encontra-se na rotulagem dos produtos. 
“(nome do produto) transgênico”; “contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)”; “Produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico”;
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“(nome do produto) transgênico”
 “contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)”
“Produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico”
> 1%  o consumidor deverá ser informado da natureza transgênica desse produto.
Protocolo de Cartagena
O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança é um tratado sobre biossegurança assinado durante a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em Cartagena, Colômbia. Aprovado em 29 de janeiro de 2000 e em vigor desde setembro de 2003, o texto disciplina questões envolvendo o estudo, a manipulação e o transporte de organismos geneticamente modificados (OGM) entre os países membros do acordo
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Em 29 de janeiro de 2000
Reflete o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e a defesa do fluxo comercial dos OGMs  
Regulação do comércio internacional de produtos transgênicos em bases seguras
Atualmente conta com 143 países-partes, entre eles o Brasil
Visa assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguro dos organismos vivos modificados resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta os riscos para a saú­de de humana, decorrentes do movimento transfronteiriço
(CARVALHO e BIEGER, 2016)
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(OLIVEIRA e NOJIMOTO, 2014)
Considerações finais
Os transgênicos apresentam uma regulação própria e critérios de biossegurança para sua manipulação e uso. 
Estudos em longo prazo para garantir a segurança dos produtos consumidos.
Enorme discussão sobre seu uso, argumentos contra e a favor. O que demonstra a necessidade de mais estudos científicos e mais informações, tanto dos benefícios como dos riscos dos transgênicos.
REFERÊNCIAS
BESPALHOK F., J.C.; GUERRA, E.P.; OLIVEIRA, R. Introdução ao Melhoramento de Plantas. p.1-9. Disponível em :<http://www.bespa.agrarias.ufpr.br/paginas/livro/capitulo%20transgenicos.pdf>; Acesso em 15 de novembro de 2016.
BRASIL. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Lei 11.105 de 24 de março de 2005. Dispõe sobre as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados - OGM e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília. 28 mar. 2005.
BRASIL. Decreto nº. 4.680, de 24 de abril de 2003. Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis. Diário Oficial da
União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 abr. 2003.
CIB (Centro de Informação de Biotecnologia). Arroz dourado transgênico para ser rico em pró-vitamina A: Salva vidas? Portugal, 2018.
CIB (Conselho de Informações Sobre Biotecnologia). Transgênicos, você tem o
direito de conhecer. São Paulo, 2018.
REFERÊNCIAS
LACEY, H. A controvérsia sobre os Transgênicos: questões científicas e éticas. Letras e Ideias, 2006. de Nutrição, Campinas, v.17, n. 2, p.227-236, abr./jun. 2004.
MARINHO, Carmem Luiza Cabral. Discurso polissêmico sobre plantas transgênicas no Brasil: estado da arte. Tese (Doutorado) - Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de Janeiro. 2003
OLIVEIRA, D. M.; NOJIMOTO, I. M.I. Perfil dos consumidores de alimentos transgênicos em Goiânia, Goiás. Nutrivisa- Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, v.1, n 2, p.26-29, 2014.
SATTLER, A. Embrapa desenvolve alface transgênica que auxilia na prevenção de doenças. Canal Rural, Brasília, 2013. 
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