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Atividade física e doenças respiratórias

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14/09/23, 22:18 Atividade física e doenças respiratórias
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03014/index.html# 1/42
Atividade física e doenças respiratórias
Ercole Rubini
Descrição
As doenças pulmonares restritivas, obstrutivas crônicas e as relações com a prática de atividade física e prescrição de exercício.
Propósito
Compreender a estrutura e a função do sistema respiratório, sua função normal, seus comprometimentos e como todos esses fatores se relacionam
com o exercício físico é imprescindível para a atuação do profissional de Educação Física, seja profilática seja terapeuticamente.
Objetivos
Módulo 1
Sistema respiratório: estruturas, função e avaliação
Reconhecer as principais funções das estruturas que compõem o sistema respiratório.
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Módulo 2
Doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs) e exercícios
físicos
Identificar os diferentes tipos de doenças obstrutivas que podem acometer o sistema respiratório e sua interação com o exercício físico.
Módulo 3
Doenças pulmonares restritivas e exercício físico
Identificar os diferentes tipos de doenças restritivas que podem acometer o sistema respiratório e sua interação com o exercício físico.
Módulo 4
Asma e a prática de exercícios físicos
Reconhecer o que é a asma e como o exercício físico pode impactar nessa enfermidade.
Introdução
O corpo humano foi pedagogicamente dividido em dez sistemas orgânicos, sendo eles: nervoso, hormonal, cardiovascular, respiratório, digestório,
urinário, tegumentar, reprodutivo, imunológico e musculoesquelético. É muito importante que você não se esqueça de que todos esses sistemas
funcionam de maneira integrada, sendo o corpo humano único e indivisível.
Nos próximos módulos, estudaremos especificamente o sistema respiratório, começando com as principais estruturas que o compõem e as suas
respectivas funções. Nos módulos 2 e 3, vamos conhecer um pouco mais sobre as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs) e as doenças
restritivas, respectivamente. Por fim, no módulo 4, será abordada a asma, com seus principais fatores de risco e as recomendações para prescrição
de exercícios.

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1 - Sistema respiratório: estruturas, função e
avaliação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as principais funções das
estruturas que compõem o sistema respiratório.
Conhecendo o sistema respiratório
O sistema respiratório é constituído de um conjunto dos órgãos responsáveis pela absorção do oxigênio do ar pelo organismo e da eliminação do
gás carbônico retirado das células.
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Sistema respiratório.
As estruturas que compõem esse sistema estão divididas em:
Trato respiratório superior
Onde se encontram a cavidade nasal, a faringe e a laringe.
Trato respiratório inferior
Onde se encontram a traqueia, os brônquios e os bronquíolos.
Observe a imagem a seguir, ela apresenta as estruturas e suas divisões.
Estruturas do sistema respiratório.

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Muitos fisiologistas consideram a boca como parte do sistema respiratório, visto que é fisiológico o fato de o indivíduo utilizá-la durante uma
respiração mais intensa. A boca e a faringe, além de serem parte do sistema respiratório, fazem parte do sistema digestório.
Para garantir a respiração, o corpo realiza dois movimentos respiratórios: a inspiração e a expiração.
Inspiração
Entrada de ar nos pulmões.
É através do sistema respiratório que o corpo humano, durante a inspiração, consegue captar
o oxigênio presente no meio ambiente e difundi-lo por meio dos alvéolos para a circulação.
Expiração
Eliminação de gás carbônico dos pulmões.
Em um caminho inverso, parte do dióxido de carbono presente no sangue difunde-se dos
capilares para o interior dos alvéolos, e daí para o meio ambiente durante a expiração.
A ventilação pulmonar é responsável pelo influxo (entrada) e efluxo (saída) de ar, realizando uma troca constante entre o meio ambiente (atmosfera)
e os alvéolos pulmonares.
Os pulmões são órgãos do sistema respiratório e têm um papel fundamental nas trocas gasosas. Localizam-se na
caixa torácica e ficam à direita e à esquerda do mediastino. Em função da presença de pequenos sacos
denominados de alvéolos pulmonares, que se assemelham a cachos de uva, os pulmões têm um aspecto esponjoso.
A ventilação pulmonar é responsável pelo influxo (entrada) e efluxo (saída) de ar, realizando uma troca constante entre o meio ambiente (atmosfera)
e os alvéolos pulmonares.
Curiosidade
Um ser humano tem aproximadamente 300 milhões de alvéolos pulmonares. Cada um desses
alvéolos é completamente envolvido por uma imensa rede de capilares, local onde ocorre a troca
gasosa alvéolo/capilar denominada de hematose.
Envolvendo externamente os pulmões, existe uma membrana denominada de pleura visceral. Revestindo internamente a cavidade torácica, existe
outra membrana chamada de pleura parietal. Ambas as pleuras são contínuas uma com a outra e, entre elas, existe um líquido que lhes permite
deslizar entre si durante a respiração.
O pulmão direito é maior que o pulmão esquerdo, sendo dividido em três lobos: superior, médio e
inferior. Já o pulmão esquerdo é dividido em apenas dois lobos: superior e inferior.
Nos dois pulmões, existe uma estrutura denominada de hilo, região por onde penetram os brônquios, as artérias pulmonares e as veias pulmonares.
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O pulmão tem uma gigantesca capacidade de se expandir durante a inspiração e se retrair durante a expiração. Pode-se afirmar que, durante a
inspiração, ocorre a expansão pulmonar nos três diâmetros:
Na expiração, ocorre retração pulmonar nos três diâmetros de maneira inversa aos movimentos descritos anteriormente.
Inspiração e expiração.
Uma respiração serena em repouso de um indivíduo saudável depende basicamente da contração do diafragma. Vamos entender o comportamento
desse músculo durante a inspiração e expiração:
Inspiração
A contração do músculo puxando as extremidades inferiores dos pulmões para baixo é suficiente
para produzir uma alteração na pressão interna dos alvéolos, tornando a pressão no interior
dessas estruturas menor que a pressão atmosférica. Isso faz com que o ar entre (influxo de ar)
pela diferença de pressão gerada.
Anteroposterior
O osso esterno anterioriza-se e sobe em um movimento apelidado de “braço de bomba”, por sua semelhança ao movimento que o
braço das antigas bombas de água manuais realiza.
Laterolateral
As costelas sobem e se afastam umas das outras em um movimento apelidado de “alça de balde”, por sua semelhança ao
movimento realizado pela alça de um balde.
Longitudinal
O músculo diafragma contrai-se e desce.
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Expiração
O simples relaxamento do músculo diafragma já é capaz de fazer com que ocorra retração
pulmonar pela sua característica de ser bastante elástico. Assim, a pressão no interior dos
alvéolos se torna maior do que a pressão atmosférica, permitindo que o ar saia (efluxo de ar).
Como funciona em uma respiração intensa, por exemplo, durante a prática de exercícios físicos ou em uma obstrução das vias aéreas? Nesses
casos, outros músculos, além do diafragma, serão usados durante a inspiração. Esses músculos são denominados músculos inspiratórios.
Durante a inspiração, ocorre uma elevação da caixa torácica permitindo uma expansão pulmonar maior.Nessa mesma respiração intensa, a
expiração não ocorrerá de maneira passiva dependendo apenas do relaxamento do diafragma e da elasticidade pulmonar.
Nessa condição, os músculos expiratórios serão recrutados, como os músculos abdominais (reto do abdômen, transverso do abdômen, oblíquo
interno e oblíquo externo) e os músculos intercostais internos.
úsculos inspiratórios
Os músculos inspiratórios mais importantes são os intercostais externos, o esternocleidomastoideo - ECOM, o serrátil anterior e os escalenos.
Durante a expiração forçada, ocorre a depressão da caixa torácica e uma retração pulmonar mais efetiva para a saída
(e�uxo) de ar.
Existe nos pulmões uma grande tendência a fazer retração. Essa tendência é explicada por dois fatores:
Pela sua elasticidade em função das suas fibras de elastina e colágeno, o que explica um terço
dessa tendência.
Pela tensão superficial existente no interior dos alvéolos, o que explica dois terços dessa
tendência de fazer retração.
O fato de haver grande quantidade de água no interior das vias aéreas explica esse fenômeno denominado de tensão superficial.
A molécula de água é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O). A ligação
covalente da molécula de água gera uma polarização em função dos elétrons do átomo de
hidrogênio a serem atraídos pelo átomo de oxigênio. Dessa forma, o oxigênio acaba ficando com
uma carga elétrica parcial negativa e os hidrogênios com uma carga elétrica parcial positiva. Essa
polarização gera uma agregação das moléculas de água, pois o oxigênio de uma molécula atrai o
hidrogênio de outra molécula (cargas opostas se atraem), e assim por diante.
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Agregação das moléculas de água (oxigênio negativo atraindo o hidrogênio positivo da outra molécula).
Na superfície interna alveolar, também existem moléculas de água que, por estarem muito próximas umas das outras, tendem a se agregar e causar
uma retração alveolar, denominada de colapso alveolar ou colabamento alveolar. Como os alvéolos têm tamanhos diferentes, foi estipulada a Lei de
La Place para o entendimento desse fenômeno.
Para impedir o colapso alveolar, o próprio alvéolo, em células especiais denominadas de pneumócitos tipo II, produz uma substância lipoproteica
denominada de surfactante. Essa substância se posiciona entre as moléculas de água e reduz a tensão superficial, impedindo o colabamento
alveolar.
ei de La Place
De acordo com essa lei, a pressão de retração é inversamente proporcional ao raio alveolar, ou seja, quanto maior o tamanho do alvéolo, menor será a
pressão de retração, e vice-versa.
Saiba mais
Alvéolos maiores produzem menos surfactante, e alvéolos menores produzem mais quantidade
de surfactante e, desse modo, cada alvéolo se autorregula impedindo o colabamento.
Espirometria
A função pulmonar pode ser avaliada por meio de um instrumento relativamente simples denominado espirômetro.
Espirometria.
Utilizando a espirometria, é possível mensurar o volume (quantidade) de ar que entra e sai dos pulmões.
Os volumes pulmonares foram divididos em quatro itens:
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Já as combinações de dois ou mais volumes são denominadas de capacidades pulmonares, que também podem ser divididas em quatro itens.
Confira!
Volume corrente (VC)
É a quantidade de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal.
Volume de reserva inspiratório (VRI)
É a quantidade de ar extra que pode ser inspirado além do volume corrente normal.
Volume de reserva expiratório (VRE)
É a quantidade de ar extra que pode ser expirado após o final da expiração corrente normal.
Volume residual (VR)
É a quantidade de ar que fica nos pulmões após a expiração forçada.
Capacidade inspiratória (CI)
É igual ao volume corrente mais o volume de reserva inspiratório (CI = Vc + VRI).
Capacidade residual funcional (CRF)
É igual ao volume de reserva expiratório mais o volume residual (CRF = VRE + VR).
Capacidade vital (CV)
É igual ao volume de reserva inspiratório mais o volume corrente mais o volume de reserva expiratório (CV = VRI + VC + VRE).
Capacidade pulmonar total (CPT)
É igual à capacidade vital mais o volume residual (CPT = CV + VR)
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O sistema respiratório
Confira a fala do especialista Ercole Rubini sobre estruturas e função do sistema respiratório e sobre os volumes e as capacidades pulmonares
relacionados ao exame de espirometria.
É igual à capacidade vital mais o volume residual (CPT = CV + VR).

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O pulmão tem uma gigantesca capacidade de se expandir durante a inspiração e de se retrair
durante a expiração. Marque a opção correta sobre o que ocorre durante a expiração.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ENa%20expira%C3%A7%C3%A3o%2C%20basta%20que%20o%20m%C3%BAsculo%20
Questão 2
A O músculo diafragma contrai-se.
B Os músculos escalenos contraem-se.
C O osso esterno anterioriza-se.
D Ocorre uma elevação da caixa torácica.
E O músculo diafragma relaxa.
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Assinale a alternativa que corresponde à quantidade de ar inspirado ou expirado em cada
respiração normal.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20volume%20corrente%20%C3%A9%20a%20quantidade%20de%20ar%20inspirad
A Volume de reserva inspiratória
B Volume de reserva expiratória
C Volume residual
D Capacidade pulmonar total
E Volume corrente
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2 - Doenças pulmonares obstrutivas crônicas
(DPOCs) e exercícios físicos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os diferentes tipos de doenças
obstrutivas que podem acometer o sistema respiratório e sua interação com o
exercício físico.
DPOCs
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença respiratória que pode ser prevenida e tratada. A DPOC caracteriza-se pela existência de
obstrução crônica do fluxo aéreo. A obstrução do fluxo aéreo costuma ser progressiva e tem relação direta com respostas inflamatórias anormais dos
pulmões em função da inalação de partículas irritantes, dos gases tóxicos para o organismo humano, da poluição atmosférica e, principalmente, do
fumo.
O tabagismo é o principal fator de risco para a DPOC.
Por sorte, a quantidade de indivíduos fumantes no Brasil, sejam ativos sejam passivos, vem diminuindo de maneira significativa, segundo a VIGITEL
(Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) (BRASIL, 2020).
O percentual de tabagistas na população acima de 18 anos tem diminuído continuamente. Nos
homens, se compararmos os anos de 1989, 2008 e 2019, teremos percentuais de 43,3%, 22,9% e
15,9%, respectivamente; nas mulheres, de 27,0%, 13,9% e 9,6%.
Comentário
O percentual de tabagistas, foi obtido pela Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição (INAN,
1990), Pesquisa Especial de Tabagismo (BRASIL, 2008) e Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE, 2020)
e demonstram resultados positivos e motivadores quanto ao combate ao fumo na população
brasileira.
Porém, como muitas pessoas acometidas pela DPOC permanecem assintomáticas por um tempo,
a quantidade de indivíduos diagnosticados é sempre subnotificada. Consequentemente, a
quantidade de indivíduos tratados também acaba sendo menor, embora os casos conhecidos de
bronquite crônicae enfisema pulmonar sejam significativos.
Outros fatores de risco para o desenvolvimento de
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DPOCs
Além do fumo e da exposição do indivíduo à fumaça proveniente de carvão, gases, poeiras e da poluição atmosférica em geral, os níveis da proteína
α-1-antitripsina (AAT) baixos no sangue levam a um desequilíbrio de protease-antiprotease, elevando o risco de desenvolver a doença.
Apesar de a deficiência de AAT estar presente em apenas 1 ou 2% dos casos, é necessário que os indivíduos diagnosticados com DPOC façam um
exame de sangue para verificar a quantidade de AAT.
Se essa quantidade estiver baixa, deve-se realizar uma investigação para verificar se existe uma mutação genética do gene Serpina. Embora a
prevalência da deficiência de AAT seja baixa, todos os pacientes com diagnóstico de DPOC devem realizar a investigação e, caso constatada, a
reposição de AAT deverá ser realizada semanalmente.
-1-antitripsina (AAT)
A alfa-1 antitripsina (AAT) é um inibidor da elastase neutrofílica (antiprotease), cuja principal função é proteger os pulmões da destruição tecidual
mediada pela protease.
Em função do processo inflamatório crônico que envolve alterações nos brônquios e bronquíolos, a DPOC não
compromete apenas os pulmões, e essas respostas dependem de cada indivíduo, de suas histórias e de seus sinais
e sintomas apresentados.
É comum a existência de diversas comorbidades em pacientes com DPOC que merecem ser investigadas e devidamente tratadas, tais como: as
doenças cardiovasculares, a diabetes mellitus, o câncer de pulmão, a osteoporose, a artrite e alguns transtornos psiquiátricos, como a ansiedade e a
depressão.
Nas DPOCs, os sintomas mais comuns são:
Dificuldade para respirar (dispneia).
Sibilos.
Tosse, normalmente, produtiva e com expectoração.
Na maioria dos casos de DPOC, a tosse e a dificuldade para respirar ocorrem ao mesmo tempo e, à medida que a doença evolui, a dificuldade para
respirar aumenta.
Saiba mais
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2018), a DPOC é a
terceira maior causa de morte no mundo, levando aproximadamente 251 milhões de pessoas a
óbito e com tendência de crescimento. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a DPOC
tem sido a quinta principal causa de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) de indivíduos
com mais de 40 anos, gerando um gasto anual significativo (BRASIL, 2020).
É imprescindível que os profissionais de saúde conheçam bem essas doenças, seus respectivos fatores de risco, sinais e sintomas para um rápido
diagnóstico e tratamento eficaz.
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A realização da espirometria é fundamental para o diagnóstico da DPOC, pois esse exame
confirma ou não a obstrução do fluxo aéreo. Mesmo os indivíduos totalmente assintomáticos,
mas com mais de 40 anos e que tenham sido expostos a fatores de risco, devem ser submetidos
ao teste espirométrico.
Teste espirométrico.
A DPOC pode ser classificada de acordo com a sua gravidade, considerando o grau de dispneia e a quantidade de exacerbações da doença ocorridas
no ano anterior, podendo ser: leve, moderada, grave ou muito grave.
Atualmente, apenas é considerada como DPOC a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, excluindo a asma, as bronquiectasias, bronquiolites, a
pneumoconiose ou qualquer doença parenquimatosa.
Doenças pulmonares obstrutivas crônicas.
Bronquite
Bronquite é uma inflamação nos brônquios e pode se apresentar de duas formas:
Bronquite aguda 
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A bronquite aguda, na maioria das vezes, é causada por vírus (90%) e, em alguns casos, por
bactérias (10%) que acabam por infectar o epitélio dos brônquios com consequente
inflamação e secreção aumentada de muco.
Na bronquite aguda, normalmente, ocorre tosse para eliminar o excesso de muco produzido nos pulmões. Além da tosse, é comum
ocorrerem outros sintomas, como: dores na garganta, coriza, febre, desconforto e catarro.
A maioria dos casos de bronquite aguda se resolve rapidamente, durando em torno de uma semana, com repouso, hidratação das vias
aéreas e combate aos sintomas que se apresentem em cada caso, como febre ou tosse.
A bronquite crônica é causada por uma lesão repetida no epitélio dos brônquios e consequente inflamação crônica, edema e produção de
muco aumentada pelas células calciformes, o que culmina no prejuízo do fluxo aéreo para dentro e para fora dos pulmões.
A bronquite crônica é considerada uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que se caracteriza por uma tosse produtiva com
catarro de pelo menos três meses de duração por ano, podendo ser não consecutivo, ou por dois anos ou mais sucessivos. Além da tosse
produtiva, que normalmente é pior quando o indivíduo acorda, normalmente há secreção amarelada ou esverdeada, muitas vezes
apresentando sinais de sangue. Podem também ocorrer como sinais e sintomas: sibilância (chiado ao respirar) nas crises; dificuldade de
respirar, principalmente durante um esforço aumentado; cianose (cor azulada na pele), principalmente nas mãos e face; febre; e, em casos
mais graves em que já ocorre comprometimento do coração, pode ocorrer o inchaço dos pés e das pernas.
Fumo, queimas orgânicas, poeira e poluição do ar são os maiores causadores da bronquite crônica, sendo o fumo responsável por algo
em torno de 90% dos casos. Portanto, a prevenção e o tratamento passam por remover todos os irritantes inalados.
Conhecer esses sintomas é fundamental para o diagnóstico da doença, além de um rigoroso exame físico e teste de função pulmonar. Muitas vezes,
uma radiografia de tórax para examinar os pulmões e excluir outras possibilidades é indicada.
Curiosidade
Entre os leigos e alguns estudantes, existe muita confusão sobre a diferença entre a bronquite
crônica e a asma. Talvez isso ocorra em função de muitos chamarem a asma de “bronquite
asmática” ou “bronquite alérgica”, que são denominações inadequadas para essa enfermidade.
Apesar de terem alguns sintomas semelhantes, na bronquite crônica, ocorre inflamação nos
brônquios, já na asma a inflamação ocorre nas vias aéreas inferiores.
A imagem a seguir apresenta algumas características da bronquite.
Bronquite.
Bronquite crônica 
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En�sema pulmonar
Como dissemos anteriormente, além da bronquite, o enfisema pulmonar é considerado uma DPOC.
Como ele atinge os pulmões?
A inflamação crônica produz alterações no parênquima pulmonar. Ocorre uma obstrução crônica do fluxo de ar em função de alterações anatômicas
nas ramificações terminais dos bronquíolos devido à dilatação ou destruição da parede alveolar, diminuindo a superfície respiratória.
Enfisema pulmonar.
Na maioria dos casos de enfisema pulmonar, a obstrução é progressiva e evolui depois de anos de agressão aos tecidos do pulmão em função do
processo inflamatório gerado por partículas nocivas inaladas, gases, poeiras e, principalmente, tabagismo. Portanto, não fumar e não permanecer
perto de quem fuma, além de evitar ambientes poluídos, é parte fundamental da prevenção dessa doença.
Muitos trabalhadores são expostos a ambientes nocivos e sem a proteção devida. Nem sempre, as pessoas podem optar por viver ou trabalhar em
ambientes mais salubres, assim como não é tão simples se livrar do vício do fumo. Além da conscientização da sociedade, medidas
governamentais devem ser impostas para reduzir o risco e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos (políticas de saúde e regulamentação do
trabalho insalubre). No Brasil, medidas antifumo implantadas foram bem-sucedidas e conseguiram reduzir significativamenteo número de
indivíduos fumantes, além de proteger os não fumantes do perigo do fumo passivo.
A dificuldade de respirar é o principal sintoma do enfisema pulmonar e evolui progressivamente com a doença. Uma
das hipóteses mais aceitas atualmente para explicar o enfisema pulmonar é a de que a ativação de enzimas
proteolíticas leva à destruição das paredes alveolares em função da degradação da matriz extracelular, em especial
das fibras colágeno e elastina.
Segundo Antonio Di Petta (2010), existem duas evidências que reforçam esse pressuposto:
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Primeiro pressuposto
Existem indivíduos que, por uma alteração genética transmissível por um gene recessivo
autossômico, apresentam uma deficiência de alfa-1-antiprotease e, em função dessa deficiência,
costumam desenvolver de forma precoce, ainda jovens, um enfisema pulmonar grave.
Segundo pressuposto
Foi verificado, através de estudos experimentais realizados com modelos animais, em que foram
utilizadas enzimas proteolíticas associadas à destruição da matriz extracelular do ácino pulmonar
e que geram modificações estruturais e fisiológicas nos pulmões, semelhantes às que ocorrem no
enfisema pulmonar nos seres humanos.
Atividade física e Doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC)
Ainda existem muitos questionamentos sobre a fisiopatologia do enfisema pulmonar, por exemplo, se o fator desencadeador é o excesso de
proteases em função da deficiência de alfa-1-antiprotease ou as duas coisas ocorrendo juntas. Ao mesmo tempo, devem ser considerados e
investigados alguns mecanismos celulares e moleculares, imunológicos e genéticos que podem estar relacionados ao entendimento fisiopatológico
do enfisema pulmonar.
É comum verificar em indivíduos com DPOC um baixo condicionamento físico, com fraco desempenho nas variadas capacidades motoras, dentre
elas a força muscular. A fraqueza muscular é comumente associada com a perda de muscular e massa corporal, o que compromete a realização de
atividades físicas no dia a dia.
A saúde mental dos indivíduos com DPOC também é frequentemente afetada, principalmente quando a sua
autonomia funcional começa a ser comprometida. Não são raros os casos de depressão e ansiedade com a
diminuição do convívio social.
A atividade física comprovadamente exerce papel benéfico e importantíssimo em relação a todos esses fatores, repercutindo de maneira direta na
melhora do estado de saúde física e mental desses indivíduos com DPOC.
A atuação do profissional de Educação Física deverá fazer parte de uma equipe multiprofissional com pelo menos um médico (pneumologista
preferencialmente), nutricionista e, em alguns casos, psicólogos. A interação desses profissionais é fundamental para otimizar os procedimentos e a
melhora da saúde do indivíduo com DPOC.
Uma escala de dispneia de fácil aplicação, conhecida como Medical Research Council, pode ser utilizada para classificar esse indivíduo em um dos
seus cinco níveis:
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Em muitas ocasiões, o indivíduo classificado no nível 1 tem uma preocupação menor e busca um profissional de Educação Física sem ter procurado
antes um médico para uma investigação clínica mais aprofundada. Mesmo nesses casos, é necessário que o indivíduo seja encaminhado para uma
avaliação pneumológica e obtenção de um diagnóstico médico. Esse encaminhamento e o posterior diagnóstico certamente farão com que o
programa de exercícios seja mais eficiente e seguro para o beneficiário.
Recomendação
Caso o indivíduo tenha obtido um valor na escala maior ou igual a 2 e com comprometimento
funcional verificado através da espirometria, com volume expiratório forçado no primeiro segundo
abaixo de 50% do valor predito, deve obrigatoriamente passar por avaliação multiprofissional. Os
fatores de risco para doenças cardiovasculares também devem ser verificados e terão influência
direta no prognóstico desse indivíduo.
O profissional de Educação Física não pode dar diagnóstico de doença, uma vez que essa responsabilidade cabe ao médico. No entanto, as
avaliações iniciais são muito importantes para elaboração do programa de exercícios, acompanhamento da evolução do beneficiário e registro dos
procedimentos. O profissional de Educação Física só pode prescrever depois de realizar a sua avaliação física/funcional, independentemente se
outras avaliações já tenham sido realizadas por outros profissionais.
Nível 1
Só sente falta de ar durante exercícios intensos.
Nível 2
Só sente falta de ar quando anda rápido ou sobe trechos com aclives.
Nível 3
Anda mais devagar do que indivíduos com a mesma idade por falta de ar e tem que parar constantemente para respirar.
Nível 4
Tem que parar para respirar mesmo andando menos de 100 metros ou após alguns minutos.
Nível 5
Sente falta de ar ao se vestir e nem sai mais de casa em função da falta de ar.
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Na avaliação inicial, é imprescindível saber qual ou quais são os medicamentos que o indivíduo toma e quais
comorbidades o afetam. É ainda importante saber quais exames esse indivíduo realizou, sejam laboratoriais, de
imagem ou qualquer outro.
Todos esses dados deverão estar devidamente registrados no prontuário e, sempre que necessário, deverão ser atualizados. Avaliações e
diagnósticos já elaborados por outros profissionais também deverão ser considerados e registrados. Sem esses procedimentos, não é possível fazer
uma prescrição adequada e garantir a eficiência dos procedimentos.
Os exercícios físicos deverão ter como objetivo melhorar a potência aeróbica, força, composição
corporal e flexibilidade, com vistas a uma aptidão física relacionada à saúde. Com a melhora da
composição corporal (relação massa muscular e percentual de gordura), os exercícios
respiratórios e sensórios motores deverão fazer parte da rotina de atividades, sempre
considerando a individualidade e sintomatologia de cada beneficiário. Dependendo do caso,
exercícios aquáticos também poderão fazer parte do programa para melhorar a aptidão física e a
qualidade de vida.
De acordo com o Global Strategy for Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease (SINGH et al., 2019), uma
combinação de atividades aeróbicas com as de força demonstra melhores resultados que apenas um modo de exercício. Apesar de os exercícios
físicos não serem capazes de reverter a doença, sua prática regular pode melhorar significativamente os sintomas de fadiga, dispneia e, sobretudo, a
qualidade de vida do indivíduo com DPOC.
As doenças pulmonares obstrutivas crônicas
Assista a fala do especialista Ercole Rubini sobre as principais DPOCs e como deve ser a prescrição dos exercícios físicos para pacientes com esse
tipo de doença.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Na bronquite aguda, normalmente, ocorre tosse para eliminar o excesso de muco produzido
nos pulmões. Na maioria das vezes, a bronquite aguda é causada por
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20bronquite%20aguda%2C%20na%20maioria%20das%20vezes%2C%20%C3%A9%
Questão 2
Analise a descrição a seguir. Na maioria dos casos, a obstrução ocorre progressivamente e
evolui depois de anos de agressão ao tecido celular do pulmão em função do processo
inflamatório gerado por partículas nocivas inaladas, como gases, poeiras e, principalmente, o
tabagismo. Nessa doença, ocorre a destruição da parede alveolar.Marque a opção
correspondente à doença descrita.
A vírus.
B bactérias.
C fungos.
D ácaros.
E traumatismos diretos.
A Bronquite crônica
B Bronquite aguda
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Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20doen%C3%A7a%20que%20apresenta%20essas%20caracter%C3%ADsticas%20
3 - Doenças pulmonares restritivas e exercício
físico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de Identi�car os diferentes tipos de doenças
restritivas que podem acometer o sistema respiratório e sua interação com o
exercício físico.
C Asma
D Sarcoidose
E Enfisema pulmonar
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Conhecendo as doenças pulmonares restritivas
A doença pulmonar restritiva apresenta uma baixa complacência pulmonar. Com isso, a capacidade de expansão pulmonar fica diminuída, a tensão
na parede alveolar aumenta, assim como a tendência de ocorrer um colabamento alveolar. O fluxo aéreo prejudicado diminui a ventilação pulmonar
e, para que ocorra influxo aéreo, é preciso realizar uma força maior em comparação àquela normalmente necessária, recrutando alguns músculos
respiratórios que, em repouso, não seriam recrutados em uma respiração normal.
Além da baixa complacência, as doenças pulmonares restritivas caracterizam-se por diminuição do volume pulmonar, alterações no parênquima
pulmonar, doença na pleura, na caixa torácica ou até mesmo de origem neuromuscular. Essas doenças culminam em uma diminuição da capacidade
pulmonar total, diferentemente da asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica, que demonstram uma capacidade pulmonar total normal ou até
aumentada.
A doença pulmonar restritiva é comumente dividida em dois grupos com base nas estruturas anatômicas afetadas:
omplacência pulmonar
A complacência pulmonar é a capacidade que o pulmão tem de se expandir durante a inspiração e está diretamente relacionada com o volume de ar que o
pulmão alcança.
Doenças pulmonares intrínsecas
São aquelas que afetam as estruturas intrapulmonares com inflamação ou fibrose no tecido
pulmonar e ocupação dos espaços aéreos com exsudado.
Doenças pulmonares extrínsecas
São aquelas que afetam estruturas extrapulmonares, tais como a pleura, a caixa torácica e os
músculos respiratórios.
xsudado
Exsudado é um produto seroso, purulento, composto de células, proteínas e outros materiais, que passa através das paredes de um vaso para os tecidos
djacentes, sendo resultante de processo inflamatório ou infeccioso.
A diminuição da complacência pulmonar pode ocorrer por duas principais razões:
Possíveis desordens na parede torácica que podem ser geradas por deformação óssea, como
uma escoliose intensa, por obesidade severa comprimindo mecanicamente as estruturas
pulmonares, por desordens neuromusculares que afetariam os músculos respiratórios e por
doenças pleurais.

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Doenças intersticiais, como a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) de maneira
aguda, ou a pneumoconiose e a fibrose intersticial de maneira crônica.
Você sabe quais são os principais sintomas que atingem os pacientes com doença restritiva pulmonar? Veja agora.
Nos indivíduos acometidos pela doença restritiva pulmonar, é comum a dispneia ao esforço. Já em casos mais avançados da doença, mesmo em
repouso, pode haver falta de apetite, dificuldade para dormir, respiração ofegante, fadiga constante, dores de cabeça e tosse crônica geralmente seca,
mas, às vezes, produtiva com expectoração branca, além de ansiedade e depressão.
Doença pulmonar intersticial
Nos indivíduos acometidos pela doença restritiva pulmonar, é comum a dispneia ao esforço. Já em casos mais avançados da doença, mesmo em
repouso, pode haver falta de apetite, dificuldade para dormir, respiração ofegante, fadiga constante, dores de cabeça e tosse crônica geralmente seca,
mas, às vezes, produtiva com expectoração branca, além de ansiedade e depressão.
Doença pulmonar intersticial é um grupo de doenças respiratórias caracterizadas pela progressiva cicatrização do interstício pulmonar resultando
em insuficiência respiratória.
A doença pulmonar intersticial também é conhecida como doença parenquimatosa difusa. Na verdade, essa é uma denominação que abrange
diversas enfermidades que acometem o espaço intersticial, já tendo sido identificados mais de 300 tipos diferentes, sendo a maioria muito rara.
Com a persistência da inflamação, o tecido pulmonar começa a formar fibrose, fazendo com que os alvéolos sejam destruídos de maneira
progressiva com a formação de paredes espessas, que são apelidadas de “favos de mel”, levando ao que se chama de fibrose pulmonar.
Resumindo
As doenças pulmonares intersticiais acabam por prejudicar a troca gasosa ao nível alveolar -
hematose e diminui a capacidade do pulmão de levar oxigênio para o interior dos capilares que
circundam os alvéolos.
Estudos sobre a prevalência das doenças pulmonares intersticiais são complicados em função da grande dificuldade de diagnóstico específico para
essas doenças. No entanto, muitas pesquisas apontam que a fibrose pulmonar idiopática e a sarcoidose correspondem à metade do total de
doenças intersticiais pulmonares.
terstício
nterstício é o tecido que circunda os sacos aéreos (alvéolos) no pulmão e nas vias aéreas (os tubos da respiração).
spaço intersticial
Esse espaço intersticial compreende a parede externa dos alvéolos e o exterior dos capilares que os envolvem. O aumento de células inflamatórias nesse
spaço determina a doença.
Fibrose pulmonar
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A fibrose pulmonar é prevalente em indivíduos com idade mais avançada (acima de 50 anos) e do sexo masculino. Fumantes e indivíduos que se
expõem a poluentes, assim como os que fizeram tratamento por radioterapia, também têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
Fibrose pulmonar (pulmão normal e com fibrose pulmonar).
A fibrose pulmonar ocorre em função de uma lesão posterior com cicatrização do tecido dos pulmões. Essa cicatrização faz com que ocorra um
engrossamento do tecido que envolve os alvéolos pulmonares. É justamente nos alvéolos que ocorre o fenômeno denominado hematose.
Saiba mais
Na hematose, o oxigênio passa dos alvéolos para os inúmeros capilares que os circundam por a
difusão simples e, dos capilares para os alvéolos, passa o dióxido de carbono também por difusão
simples, que será expirado para o meio ambiente. Desse modo, com o engrossamento do tecido
que envolve os alvéolos, essa troca gasosa fica cada vez mais comprometida e, por isso, o
indivíduo tem como sintoma comum a dispneia (falta de ar).
fusão simples
Difusão simples é o processo de transporte de um soluto de forma passiva, ou seja, sem gasto energético, com um movimento do meio mais concentrado
m direção a um menos concentrado.
Embora a exposição crônica a determinadas toxinas, algumas condições médicas, como a dermatomiosite ou a polimiosite, o tratamento oncológico
por radioterapia e certas medicações estejam relacionados ao desenvolvimento da doença, a causa desse processo de lesão e posterior cicatrização
dos tecidos pulmonares, na maioria das vezes, não é identificada. Por isso, a fibrose pulmonar é comumente denominada de fibrose pulmonar
idiopática (de causa desconhecida).
Fibrose pulmonar idiopática.
A lesão pulmonar é irreversível e, no máximo, pode-se retardar a evolução do quadro clínico. Em casos graves, o transplante de pulmão se faz
necessário como única alternativa.

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O profissional de EducaçãoFísica pode atuar ajudando a melhorar a função pulmonar e a diminuir os possíveis sintomas. Isso ocorre por meio de
exercícios respiratórios e físicos para melhorar, principalmente, a condição aeróbica do indivíduo acometido pela fibrose pulmonar, diminuindo a
chance de complicações e melhorando a saúde e a qualidade de vida do beneficiário.
Sarcoidose
A sarcoidose começou a ser desvendada em 1877, quando um médico inglês fez a primeira descrição sobre a doença ao observar dois pacientes,
sendo um homem e uma mulher. Depois disso, novas pesquisas incorreram em novas descobertas, e outros estudos continuam a ser realizados para
tentar determinar a causa dessa doença e o seu melhor tratamento.
Atualmente, sabe-se que a sarcoidose é caracterizada pela atuação de macrófagos e linfócitos T,
especialmente, as células CD4. Os linfócitos CD4 atuam na identificação, no ataque e na
destruição de bactérias, fungos e vírus que invadem o corpo. Em um exame histológico,
encontram-se granulomas não caseosos nos tecidos acometidos pela doença. Granuloma é o
termo médico usado para designar um tipo de inflamação no tecido do organismo humano, em
forma de nódulo, em razão de uma reação de células imunológicas.
Sarcoidose.
A sua maior prevalência ocorre nos países do Norte da Europa, principalmente na Suécia. Por outro lado, é rara nos países asiáticos. Um detalhe
importante é que essa doença costuma ocorrer em pessoas entre 20 e 40 anos. Embora 70% dos indivíduos acometidos tenham menos que 40 anos,
é possível a ocorrência de casos em todas as idades. Além disso, parece que o fato de ter sido tabagista não interfere no desenvolvimento da
sarcoidose.
O diagnóstico da sarcoidose ainda é muito difícil, pois a sua causa (etiologia) permanece desconhecida. Ainda assim, acredita-se que possam
estar envolvidas nessa etiologia uma infecção ou uma resposta imunológica anormal desencadeada por algum agente agressor localizado em
um fungo, uma bactéria, vírus ou produto químico na poeira, no mofo ou no bolor. Os fatores genéticos também parecem afetar o surgimento
dessa enfermidade.
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Embora ainda permaneça um mistério, estudos tentam desvendar o mecanismo patológico da sarcoidose. Evidências levam a crer que, logo depois
de uma exposição inicial a um ou poucos antígenos, já ocorra a ativação e o aumento dos linfócitos T CD4+, que produzem, entre outras substâncias,
as citocinas interferon-gama - IFN-γ e interleucina-2 - IL-2 que desencadeiam a migração e a diferenciação dos linfócitos T CD4+. Ao mesmo tempo,
monócitos são recrutados e se diferenciam em macrófagos nos tecidos acometidos. Esses macrófagos liberam outra citocina, a interleucina 8 (IL-8),
que recruta mais monócitos para os locais inflamados. A formação de granulomas é estimulada por essas células que liberam o fator de necrose
tumoral alfa (TNF-α) e interleucina 1 beta (IL-1β).
O médico precisará de muita experiência e conhecimento para descartar possibilidades até chegar a um diagnóstico preciso. Chama-se esse
procedimento de diagnóstico por exclusão. A presença de granulomas, que são células inflamatórias, é uma característica da doença. Uma
tomografia computadorizada do tórax e uma biópsia dos pulmões fazem parte dos procedimentos em busca de um diagnóstico.
Atenção!
A sarcoidose pode ser totalmente assintomática, porém é comum a presença de febre, perda de
peso, cansaço, sudorese noturna, tosse, dispneia, entre outros sintomas. Muitas vezes, esses
sintomas simplesmente diminuem com o tempo. Em dois terços dos casos, ocorrem
espontaneamente e, mesmo sem tratamento, os granulomas e os sintomas desaparecem. Porém,
em torno de um terço dos indivíduos, a sarcoidose se desenvolve de forma crônica e progressiva
e, em alguns casos, os granulomas podem desenvolver cicatrizações prejudiciais à função
pulmonar, embora não seja frequente.
A utilização de corticosteroides por parte dos médicos é muito comum na maioria das vezes.
A sarcoidose não é uma doença que se restringe ao sistema respiratório e pode acometer outros órgãos além dos pulmões. Por isso, pode ser
considerada uma doença multissistêmica, embora na maioria dos casos (90%) ocorra nos pulmões ou nos gânglios intratorácicos. A sarcoidose
acomete gânglios extratorácicos, pele, olhos, fígado, coração, rins. Apesar de raro, pode também acometer o sistema nervoso central.
Em função de o objeto de estudo deste módulo ser o sistema respiratório como um todo, o enfoque será dado à sarcoidose pulmonar. No pulmão, os
linfonodos aumentam justamente na região em que esse órgão se encontra com o coração, ou próximo à traqueia, no seu lado direito. Esses
linfonodos aumentados podem ser visualizados na radiografia de tórax.
Em alguns casos, o lado direito do coração pode ser sobrecarregado e desencadear uma insu�ciência cardíaca direita,
prejudicando o prognóstico da doença.
Quais são os objetivos principais dos exercícios físicos para pacientes com sarcoidose?
A ênfase dos exercícios físicos para o indivíduo com sarcoidose tem como objetivo melhorar a função da musculatura respiratória e deverá evoluir
para melhoria do condicionamento geral do indivíduo, priorizando a potência aeróbica (VO2máx). Nesse caso específico, os exercícios aeróbios
devem iniciar com intensidade baixa para moderada. O profissional deverá ajustar a intensidade progressivamente.
O treinamento de força deverá ser realizado de modo complementar ao treinamento aeróbico, assim como o da flexibilidade.
Atenção!
Por ser tratar de doença autoimune, cada sessão de exercícios deverá ser adequada ao estado
geral do paciente, preferencialmente detectado após uma anamnese pré-exercício.

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As doenças pulmonares restritivas
Confira a fala do especialista Ercole Rubini sobre doenças restritivas pulmonares, seus mecanismos fisiológicos e sua relação com o exercício físico.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a opção que corresponde à doença que ocorre em função de uma lesão seguida de
posterior cicatrização do tecido dos pulmões.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20les%C3%A3o%20seguida%20de%20uma%20cicatriza%C3%A7%C3%A3o%20%C
Questão 2
A Asma
B Bronquite crônica
C Sarcoidose
D Enfisema pulmonar
E Fibrose pulmonar
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A sarcoidose é uma doença que pode acometer vários órgãos, dentre eles os pulmões. Com
relação à prescrição de exercícios para pacientes com sarcoidose, assinale a alternativa
correta.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20sarcoidose%20n%C3%A3o%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20que%20
A Os exercícios devem priorizar o desenvolvimento da força através damusculação de alta intensidade.
B Os exercícios devem contemplar a aptidão física com ênfase à composiçãocorporal.
C Os exercícios prescritos devem estimular a captação de oxigênio através deestímulos anaeróbios.
D Devem ser realizados, prioritariamente, exercícios de força e flexibilidade.
E São recomendados exercícios para a melhora da aptidão física com ênfase aocondicionamento cardiorrespiratório.
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4 - Asma e a prática de exercícios físicos
Reconhecer o que é a asma e como o exercício físico pode impactar nessa
enfermidade.
Asma
A asma é uma doença bastante heterogênea, caracterizada por uma inflamação crônica com resposta exacerbada das vias aéreasinferiores, com
crises reversíveis de broncoespasmos pela contração da musculatura lisa em torno das vias aéreas, dificultando o fluxo de ar e ocasionando uma
hipersecreção de muco.
Acredita-se que alguns fatores desencadeantes, como poeira, pólen e até mesmo o exercício
físico, provoquem uma entrada de cálcio no interior dos mastócitos, que fazem parte do tecido
nos brônquios. Isso provoca a liberação de histamina, prostaglandinas, leucotrienos e de uma
substância química que atrai os leucócitos. Esses mediadores químicos promovem a contração
da musculatura lisa, gerando a broncoconstrição e iniciando um reflexo broncoconstritor mediado
pelo nervo Vago (X par de nervos cranianos). Causam ainda um inchaço do tecido como resposta
à inflamação, com hipersecreção de muco. A asma pode ser revertida espontaneamente ou com
tratamento.
A asma pode ser classificada de acordo com a sua gravidade em:
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Os episódios costumam ocorrer com mais frequência no início e ao final do dia, e são recorrentes. A dispneia, os sibilos, a opressão retroesternal, a
dor no peito e a tosse são características comuns, que variam com o passar do tempo em sua duração e intensidade.
Em nosso país, a asma é a quarta causa de hospitalização no SUS. Um importante estudo multicêntrico realizado pelo International Study for
Asthma and Allergies in Childhood - ISAAC (ASHER et al., 1995) encontrou uma prevalência mundial média de 11,6% em crianças de seis a sete anos.
Já entre adolescentes de treze a quatorze anos, há uma prevalência mundial média de 13,7%.
No Brasil, os valores para essas idades são ainda maiores, ficando em torno de 20%, sendo uma
das mais altas do mundo. Felizmente, apesar da alta prevalência, a taxa de mortalidade por asma
é relativamente baixa, embora os gastos econômicos com a doença sejam bastante expressivos.
Veja na imagem a prevalência de asma no mundo.
Mapa de prevalência de asma no mundo.
Fisiopatogenicamente, a asma apresenta uma inflamação brônquica. Essa é uma característica encontrada em todos os indivíduos asmáticos, até
mesmo na asma de início recente ou nas suas formas mais leves e assintomáticas.
Essa resposta inflamatória se inicia pela ação de alérgenos do meio ambiente com os linfócitos Th2, que fazem parte do sistema imunológico e
produzem algumas citocinas que iniciam o processo inflamatório. Os fatores ambientais mais comuns são partes do corpo e das fezes de ácaros
domésticos, polens, fungos, insetos, como as baratas, animais domésticos peludos, como o cachorro e o gato, e alguns vírus respiratórios.
A fumaça, seja proveniente do tabagismo, dos automóveis ou da queima de carvão, também é um dos fatores que podem desencadear um episódio
em indivíduos com predisposição. Existe uma interação entre alérgenos e substâncias irritantes encontradas no meio ambiente com fatores
Intermitente
Persistente leve
Persistente moderada
Persistente grave
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genéticos que estariam associadas ao desencadeamento da resposta inflamatória. Diversos genes já foram identificados e associados a tal
resposta.
Para chegar ao diagnóstico da asma, será necessário fazer, além de uma boa anamnese e de um exame clínico
minucioso, provas de função pulmonar e cuidadosa investigação sobre a alergia. Após o diagnóstico da doença, um
acompanhamento será preciso.
Hoje, alguns instrumentos são bastante indicados e utilizados como o questionário de controle da asma da Global Initiative for Asthma (GINA).
Atualmente, existem outros instrumentos adaptados para o Brasil que são igualmente importantes para o acompanhamento do indivíduo asmático.
Exemplo
O Questionário de Controle da Asma e o Teste de Controle da Asma, facilmente encontrados e
aplicáveis com resultados numéricos que tornam mais simples o acompanhamento do nível da
doença por parte do asmático e dos terapeutas. Os testes espirométricos também têm importante
papel no acompanhamento da evolução do quadro.
Por outro lado, alguns fatores podem afetar diretamente a evolução do quadro clínico e o controle da asma, por exemplo, a adesão ao tratamento. A
exposição aos agentes alergênicos por questões sociais ou laborais é outro fator de difícil controle, assim como o tabagismo e o uso de drogas que
podem afetar o tratamento.
A preocupação com a questão ambiental exigirá um papel pedagógico importantíssimo por parte dos profissionais de saúde envolvidos. Alguns
cuidados e precauções deverão ser implementados na residência e no local de trabalho do indivíduo asmático. Para que tais medidas tenham
sucesso, é importante que todos os itens sejam considerados e que familiares e até amigos próximos tenham tais informações.
Dentre tais fatores, destacam-se os seguintes:
Tapetes, carpetes e similares devem ser substituídos por pisos lisos que não acumulem muita poeira e sejam de fácil limpeza.
Cortinas feitas de tecido devem ser substituídas por persianas de outro material que seja de fácil limpeza.
Livros e papéis acumulados devem ser reduzidos e estar guardados longe do quarto em que o indivíduo asmático costuma dormir,
pois são fonte de fungos e facilitam a proliferação de ácaros.
Bichos de pelúcia, travesseiros e colchão também são locais de fácil proliferação de fungos e ácaros e devem ser encapados para
minimizar seus efeitos negativos.
A limpeza desses locais deverá ser realizada com maior constância, nunca utilizando vassouras ou espanadores que dispersam
substâncias alergênicas no ar, e sim com pano umedecido.
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Ao analisar tais medidas elencadas anteriormente, fica bem claro que o envolvimento da família e dos amigos mais próximos se faz necessário para
que o indivíduo asmático não seja prejudicado. Tais medidas requerem disciplina e cuidados especiais que não podem ser postergados.
Exercícios físicos para indivíduos asmáticos
Os exercícios físicos para indivíduos asmáticos podem ajudar bastante para uma melhor evolução da doença, da resposta do indivíduo ao
tratamento medicamentoso e, sobretudo, para a saúde e qualidade de vida do asmático.
Tradicionalmente, sugere-se a prática de natação por ser uma atividade que pode ter um
predomínio aeróbico, trabalha a respiração e é praticada ao ar livre. A natação fortalece os
músculos respiratórios devido à resistência da água exercida contra a caixa torácica durante a
expiração. Além disso, o ar próximo à lâmina d’água é mais úmido, favorecendo o processo
respiratório. Por fim, existem diversos relatos de casos em que crianças asmáticas praticantes de
natação tiveram a remissão da doença. No entanto, em muitos casos, a doença desaparece de
maneira espontânea, independentemente do tratamento. Tal fato produziu uma confusão histórica
em que muitos creditaram a ela a cura da asma, apesar de não haver cura.
A roupa de cama deverá ser trocada e devidamente lavada com maior frequência e não pode ficar guardada por muito tempo no
armário sem lavagem. Colocar no sol é uma boa estratégia, pois os ácaros são sensíveis a altas temperaturas (> 55°C).
Cachorros, gatos e demais animais com pelo não podem frequentar por muito tempo os mesmos locais que os indivíduos asmáticos.
Certamente, nos casos em que esses indivíduos já tenham animais domésticos, não é justo se desfazer deles, mas restrições terão de
ser impostas, principalmente em relação ao acesso desses animais ao quarto de dormir e aos locais mais frequentados.
Uma atenção e um cuidado especial terão de ser dados em relação à presença de baratas e insetos. Caso sejam detectados, uma
dedetização se faz necessária.
Ambientes esfumaçados devem ser evitados e o fumo, seja ativo ou passivo, interrompido.
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A prática de natação.
Na prática da natação, o profissional de Educação Física deve observar se o indivíduo asmático não tem, de forma associada, uma rinite alérgica,
pois o cloro das piscinas tende a provocar irritação química da mucosa nasal e piorar alguns sintomas. Por outro lado, piscinas tratadas por
salinização ou ozonização não desencadeiam esse problema.
Atenção!
Em alguns indivíduos, o exercício pode desencadear um estreitamento momentâneo das vias
aéreas durante ou após a prática. Essa resposta é denominada de asma induzida ou
broncoespasmo induzido pelo exercício, o que, de maneira alguma, impedirá o aluno de se
exercitar, apesar de necessitar de maiores cuidados. Uma investigação mais minuciosa deverá ser
realizada pelos profissionais para entender a razão dos sintomas, que podem ser simplesmente
pelo baixo condicionamento do indivíduo ou por uma asma mal controlada, mas que poderá ser
ajustada com medicação. Diversos atletas medalhistas olímpicos tinham asma induzida pelo
exercício.
Os exercícios físicos podem reduzir alguns sintomas negativos da asma, e isso é extremamente importante para a qualidade de vida de um indivíduo
asmático. Por meio do exercício físico (principalmente, o aeróbico), a inflamação das vias aéreas poderá diminuir e, consequentemente, aumentará a
resistência do indivíduo, bem como a sua capacidade pulmonar, força muscular (inclusive da musculatura respiratória) e seu condicionamento
cardiovascular.
Em 2020, a American Lung Association foi bastante enfática ao apontar a importância dos exercícios físicos tanto para a saúde em geral quanto
para a pulmonar, especificamente. Foram destacados ainda os benefícios dos exercícios para indivíduos asmáticos, ressaltando na melhora da
capacidade pulmonar e no aumento do fluxo sanguíneo para os pulmões.
A American Academy of Allergy Asthma and Immunology (GREIWE et al., 2020), recentemente,
também recomendou que indivíduos que apresentem a asma induzida pelo exercício devem
realizar preferencialmente atividades como natação, caminhada e ciclismo. Além disso, devem
evitar atividades em ambientes frios e secos, pois aumenta a probabilidade de desencadear
alguns sintomas. No entanto, ressaltam que, com diagnóstico e tratamento adequados, as
pessoas com asma induzida pelo exercício podem participar e se destacar em quase todos os
esportes ou atividades.
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Abre-se um questionamento especial em relação ao mergulho autônomo realizado com cilindro de ar comprimido, pois discute-se que mergulhadores,
caso venham a ter um ataque de asma durante o mergulho, teriam maior probabilidade de ter um barotrauma pulmonar em função da alta pressão.
Nas últimas décadas, surgiram evidências robustas na literatura científica de que o exercício físico pode reduzir as ocasiões de asma induzida pelo
exercício, a responsividade brônquica. Além disso, a utilização de medicamentos corticosteroides e a redução de mecanismos relacionados com a
manutenção do processo inflamatório do pulmão, como uma menor síntese de imunoglobulinas alérgicas do estresse oxidativo, promovem a
migração de eosinófilos e linfócitos para as vias aéreas, além da melhora da qualidade de vida comumente relatada.
Cabe destacar que o profissional de Educação Física responsável pela elaboração do programa de atividades, sabendo que exercícios
predominantemente aeróbicos são mais eficientes no controle clínico da asma, também deve considerar a opinião do beneficiário em relação
ao tipo de exercício que ele se sinta mais à vontade para realizar, aquele que lhe seja mais prazeroso, pois isso é fundamental para obter a
imprescindível adesão e, principalmente, a aderência do asmático à prática de exercícios regulares.
O local da prática deve ser livre dos fatores desencadeantes alérgicos e o processo precisa ser agradável para o beneficiário. Assim, deve-se levar em
consideração que exercícios de intensidades leve e moderada normalmente geram maior aderência em indivíduos portadores de doenças crônicas.
Para esses casos específicos, nem sempre mais exercícios e maior intensidade é melhor. Justamente o inverso, o exercício de leve a moderado seria o
mais adequado.
Asma e exercício físico
O especialista Ercole Rubini apresenta as principais características da asma e como deve ser a prática de exercícios físicos para asmáticos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A asma pode ser classificada de acordo com a sua gravidade em: intermitente, persistente
leve, persistente moderada e persistente grave. No entanto, uma característica encontrada
em todos os indivíduos asmáticos é a
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Parabéns! A alternativa D está correta.
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paragraph'%3EAs%20doen%C3%A7as%20respirat%C3%B3rias%20apresentam%20respostas%20div
Questão 2
Estudos epidemiológicos têm sido realizados para entender melhor sobre a asma. Pode-se
afirmar que no Brasil
A inflamação nasal.
B inflamação na traqueia.
C inflamação na laringe.
D inflamação nos brônquios.
E infamação nos alvéolos.
A a prevalência é alta e a mortalidade também.
B a prevalência é alta e a mortalidade é baixa.
C a prevalência é baixa e a mortalidade também.
D a prevalência é baixa e a mortalidade é alta.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
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paragraph'%3EFelizmente%2C%20apesar%20da%20alta%20preval%C3%AAncia%20(muitos%20des
Considerações �nais
Neste conteúdo, você aprendeu sobre a estrutura e a função do sistema respiratório, as doenças obstrutivas pulmonares, as principais doenças
restritivas pulmonares e a asma.
É de extrema importância o conhecimento a respeito das doenças respiratórias com maior prevalência, suas causas e seus sintomas. Também é
imprescindível conhecer sua evolução, prevenção, seu tratamento e, sobretudo, como o exercício físico pode impactar a vida dos indivíduos
acometidos por essas enfermidades.
Ainda existem muitas lacunas a serem respondidas sobre o funcionamento do sistema respiratório e essas doenças, as quais começam a ser
desvendadas gradativamente por cientistas através das novas técnicas investigativas. Por isso, uma constante atualização por meio da leitura
regular de artigos científicos, da participação em congressos, cursos e similares, é imprescindível para que o profissional da área esteja sempre
atualizado e pronto para utilizar seus conhecimentos da melhor maneira possível.
Podcast
Agora, o especialista Ercole Rubini encerra o conteúdo falando sobre a prática de exercícios físicos e as doenças respiratórias.
E a prevalência tem diminuído.

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Explore +
Para aprimorar os seus conhecimentos, leia os consensos e as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, encontrados no site da
instituição.
Leia também o artigo Efeitos do exercício físico no controle clínico da asma, de Patrícia Freitas, Ronaldo da Silva e Celso de Carvalho, publicado pela
Revista de Medicina em 2015.
Referências
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