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apostila - HABILIDADES METALINGUÍSTICAS

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1 
 
 
HABILIDADES METALINGUÍSTICAS 
1 
 
 
Sumário 
LINGUAGEM ............................................................................................................ 4 
DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM ............................................................................... 6 
LINGUAGEM NÃO VERBAL .................................................................................... 7 
NOÇÕES CONCEITUAIS, CARACTERÍSTICAS E TIPOLOGIA DA COMUNICAÇÃO 
NÃO-VERBAL .......................................................................................................... 8 
ALGUNS TERMOS NECESSÁRIOS: A CONTRIBUIÇÃO PRIMEIRA DE KARL 
BÜHLER OUTRAS ESCOLAS ............................................................................... 14 
A COMPLEMENTAÇÃO DE JAKOBSON A BÜHLER EXEMPLÁRIO DA 
LITERATURA ......................................................................................................... 18 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................. 19 
EXPRESSÃO ORAL ............................................................................................... 25 
ERROS MAIS COMUNS ........................................................................................ 26 
VÍCIOS ................................................................................................................... 27 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO .............................................................................. 29 
PARÁGRAFO DESCRITIVO .................................................................................. 33 
QUALIDADE DO TEXTO ....................................................................................... 33 
TIPOS DE COESÃO: ............................................................................................. 34 
COESÃO COM RECURSO À ANÁFORA .............................................................. 38 
COESÃO COM RECURSO À CATÁFORA ............................................................ 39 
CORREFERÊNCIA NÃO ANAFÓRICA .................................................................. 40 
COESÃO LEXICAL ................................................................................................ 40 
DOCUMENTOS OFICIAIS ..................................................................................... 41 
OFÍCIO ................................................................................................................... 41 
REQUERIMENTO .................................................................................................. 42 
MEMORANDO ....................................................................................................... 43 
HABILIDADES METALINGUÍSTICAS E ALFABETIZAÇÃO .................................. 43 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E ALFABETIZAÇÃO ............................................ 45 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 46 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
 A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
 A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além 
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
LINGUAGEM 
 
 
https://kinderopvang-krabbeltje.nl/nieuwsbrief-april-2018/ 
 
O termo linguagem durante muito tempo, pensou-se que ela era uma 
invenção cultural, o que diferenciava o homem dos outros animais. Mesmo 
sendo considerado ainda um diferencial entre homens e animais a linguagem 
não é exatamente um produto da cultura, é uma habilidade que desenvolvemos 
por instintos. Mesmo sem instrução formal ou esforço consciente, ainda bebês 
aprendemos a falar. Com o passar do tempo, essa habilidade vai se 
desenvolvendo e, sem percebermos, logo passamos da produção de palavras 
soltas à produção de textos cada vez mais complexos. 
Nosso universo social é repleto de símbolos. São placas, textos, objetos, 
gestos, imagens, etc. É por meio da linguagem que conseguimos relacionar 
esses símbolos para interagir com nossos semelhantes, refletir sobre a 
realidade, transmitir valores, conhecimento... Enfim, relacionando símbolos, 
produzimos sentido.
4 
 
 
 
DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM 
 
Herculano de Carvalho (Teoria da Linguagem): Uma atividade simultaneamente 
cognoscitiva e manifestativa, realizada pela manifestação de um sistema de duplos sinais, 
que apresentam fisicamente como objetos sonoros produzidos pelo aparelho fonador do 
homem. 
 
https://kinderopvang-krabbeltje.nl/nieuwsbrief-april-2018/ 
 
 
Sapir (Lenguaje): Um método exclusivamente humano e não-instintivo de comunicar 
ideias, emoções e desejos por meio de um sistema de símbolos produzidos de maneira 
deliberada. Estes símbolos são antes de tudo auditivos, e são produzidos pelos chamados 
“órgãos da fala”. 
 
Marouzeau (Lexique de la terminologie linguistique): Tout système de signes apte à 
servir de moyen de communication entre les individus. (...) Le langage auditif, fondé 
essentiellement sur l’usage de la voix (...). 
 
L. Carreter (Dicionário de términos filológicos): 1. Facultad que el hombre posee de 
poder comunicar sus pensamientos. 2. Cualquier sistema que sirve al hombre para el 
ejercicio de dicha facultad. (...) El lenguaje auditivo, correlativo de la facultad de hablar (por 
lo que se llama también lenguaje hablado o articulado) (...)
5 
 
 
 
Mattoso Câmara (Dicionário de Filologia e Gramática): Faculdade que tem o homem 
de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais chamado língua 
 
José Oiticica (Manual de análise léxica e sintática): 
 
 Linguagem é a manifestação do pensamento ou do sentimento. 
 Fala é a linguagem por sinais auditivos fisiológicos (voz e consonâncias). 
 Mímica é a linguagem por sinais visuais gesticulados. 
 Semafórica é a linguagem por sinais auditivos ou visuais, mecânicos (apito, 
corneta, poste semafórico, etc.). 
 Língua é um sistema de linguagem. 
 Linguística é o estudo dos fatos da linguagem. 
 Gramática é a exposição dos fatos de uma língua. 
 
A linguagem se divide em não verbal e verbal. 
LINGUAGEM NÃO VERBAL 
 
Utiliza imagens para realizar a comunicação. 
 
Exemplos: sinais de trânsito, placas de sinalização, gestos, etc. Observe que uma placa de 
transito comunica algo mesmo sem utilizar palavras. Assim, essa placa de trânsito é um 
exemplo de texto não verbal. 
 
 https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcReaZbQnMiQxCo56-fImpM_oVT_OygN4ri0e4awoJyqXFcMVzdf8w
6 
 
 
 
NOÇÕES CONCEITUAIS, CARACTERÍSTICAS E TIPOLOGIA DA 
COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL 
 
Muito antes de aprenderem a comunicar com as palavras, os nossos ancestrais 
recorriam à linguagem corporal como forma de expressão. Os seres humanos primitivos 
comunicavam através dos seus corpos, gestos e sons, meios que dispunham para um 
entendimento mútuo, portanto a comunicação ocorria através de canais não-verbais. 
 
Antes disso, a linguagem corporal e os sons produzidos pela gargantaeram as 
principais formas de transmissão de emoções e sentimentos humanos – e continuam sendo 
até hoje, embora a excessiva atenção dada às palavras faça com que sejamos 
profundamente desinformados a respeito da linguagem do corpo e da importância que ela 
tem em nossas vidas (Allan e Pease 2004: 16 e 17). 
 
Henry H.Calero, na sua obra “The Power of Non verbal Communication” também faz 
referência à extrema importância atribuída à comunicação verbal, em detrimento da 
comunicação não-verbal referindo que “we are excessively sensitized to words and have 
very few terms for characterizing nonverbal behavior” (Calero 2005: 3). Tal como as nuvens 
que cobrem o sol, também a comunicação verbal faz o mesmo à linguagem do corpo. 
 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQgLa_DB6fwSs8UwISz_Y0ghd8c5Jdsc135hxq95LMKOTXkxqQg 
 
 
Tal é o facto que a preocupação científica pela comunicação não-verbal é ainda muito 
recente. Apenas em 1950 é que se começou a aprofundar verdadeiramente este campo. No 
entanto, existem alguns autores e obras anteriores a esta data que estabelecem conexões 
entre a cultura e a comunicação não-verbal (Darwin, 1872; Efron, 1941) ou entre a 
personalidade e as formas do corpo (Kretschmer, 1925; Sheldon, 1940). Entre 1950 e 1960 
 
surgem as primeiras tipologias: Birdwhishtell (1952) introduziu a cinésica, área que estuda 
7 
 
 
os movimentos corporais e os gestos, Hall (1952) batizou como “proxémica” a investigação 
sobre o uso do espaço. 
 
Só a partir de 1960 é que o interesse pela comunicação não-verbal aumenta de forma 
considerável. Hess (1975), Argyle e Cook (1976) dão início a um novo campo de estudo: o 
comportamento e a comunicação do olhar; Roach e Eicher (1969) investigam a comunicação 
não-verbal do vestuário e dos artefatos; Montagu (1971) aborda o estudo da conduta táctil; 
Hall (1972) e Weiner (1966, 1967) analisam o valor comunicativo dos odores; Ekman e 
Friesen (1969) aprofundam o estudo acerca das origens e natureza da comunicação não- 
verbal; por sua vez Mehrabian (1971) investiga como os indivíduos interpretam os sinais 
não-verbais da comunicação. 
 
De considerar ainda que, se tivermos presentes os estudos de Mehrabian e 
Birdwhistell – que defendem que numa comunicação normal entre duas pessoas apenas 7% 
da mensagem é verbal (apenas palavras), enquanto os restantes 93% é não verbal (Ver 
figura 1) – podemos constatar que, de facto, se tem deixado um pouco de lado os estudos 
de uma linguagem também amplamente significativa. Verifica-se assim, que a comunicação 
não-verbal é fortemente responsável pela eficácia de um determinado ato comunicativo. 
 
Ilustração1: A importância das mensagens não-verbais na percepção de Mehrabian (Monteiro et al. 2008: 59) 
© Produção Gráfica Pessoal 
 
Entende-se por comunicação não-verbal toda a comunicação que é realizada com a 
ausência das palavras, nomeadamente através de sinais que produzimos, de gestos que
8 
 
 
 
fazemos, de imagens que criamos, etc. Segundo Calero, “our senses of touch, taste, seeing, 
hearing, smells, signs, symbols, colors, facial expression, gestures, and intuition are the 
primary sources of the nonverbal messages we receive” (Calero 2005:1). 
 
Na visão de Lusting e Koester “a comunicação não-verbal é um processo de 
multicanais que é, usualmente, realizado espontaneamente. Envolve um conjunto sutil de 
comportamentos não linguísticos que são representados subconscientemente” (Lusting e 
Koester citado por Ribeiro e Guimarães 2009: 6). 
 
 
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSV7qX98ohaeRQbI7ubo- 
Wynxe3XTiUKufSKGW56eEyPSVODTQTBA 
 
Sendo inconsciente e espontânea a comunicação não-verbal pode assim estar 
presente em todos os momentos das relações pessoais, até a decisão de não falar, por 
exemplo numa conversa, é uma mensagem, e considerada não-verbal. Como explica 
Gaiarsa “cada modo de estar em silêncio pode significar tanto quanto uma declaração verbal” 
(Gaiarsa 2002: 1). 
 
Por outro lado, para além de ser usada, em grande parte, involuntariamente, ela pode 
também ser usada de forma propositada e estratégica. Conforme os estudos realizados por 
Allan e Barbara Pease, por detrás dos sorrisos, gestos, expressões faciais é possível 
identificar a verdadeira intenção de uma pessoa, uma vez que detectamos muitas das vezes 
incoerência entre a mensagem verbal e não-verbal. Portanto, todo o nosso corpo fala. Ele 
manifesta e expressa diversas mensagens, não apenas à base de palavras, mas através de 
expressões faciais (olhos, lábios), gestos com as mãos, postura física, ritmo do corpo
9 
 
 
 
(caminhar, correr), transparecendo e comunicando, muitas das vezes informações 
importantes sobre um determinado indivíduo sem sequer recorrer ao uso das palavras. “A 
expressão verbal nem sempre possui a clareza das palavras, mas é carregada de significado” 
(Beirão et al. 2008: 21). 
 
 
 http://www.jornaldastribos.com.br/wp-content/uploads/2013/08/arvore.jpg 
 
 
De facto, os sinais não-verbais tornam a comunicação verbal mais autêntica, mais rica 
e significativa. Eles são os principais meios de expressão e comunicação das emoções, 
atuando como uma bomba de escape para os nossos sentimentos - “Not only do people 
unconsciously use words to conceal their feelings, they also unknowingly reveal what they 
feel through their body language - especially during times when they are under stress” (Calero 
2005: 4). 
 
Allan e Barbara Pease na obra “Linguagem corporal” apresentam alguns exemplos 
acerca de como a linguagem corporal transmite para o exterior o estado emocional de uma 
pessoa, e de como um simples gesto pode ser um indicador valioso de uma emoção que se 
esteja a experimentar no momento. 
 
Um homem preocupado com o facto de estar a ganhar peso poderá beliscar 
uma prega de pele sob o queixo; uma mulher que se apercebeu de ter ganho uns 
quilinhos nas coxas poderá alisar o vestido ao longo das pernas; a pessoa que se 
sente receosa ou defensiva poderá cruzar os braços, as pernas, ou ambos (Allan e 
Pease 2009: 3).
10 
 
 
 
A comunicação não-verbal também aumenta o feedback, dado que ela pode ser 
usada para acentuar, complementar, contradizer, regular ou substituir a comunicação verbal. 
De acordo com Lusting e Koester “as expressões não-verbais são usadas para acentuar 
uma mensagem verbal ao destacar uma palavra ou frase em específico, do mesmo modo, 
como na adição dos itálicos nos discursos escritos” (Lusting e Koester citado por Ribeiro e 
Guimarães 2009: 4). 
 
 
 
 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/-UTouTEVsuCA/TrXhiLjN7XI/AAAAAAAAAIU/UFzSDXVhBMA/s1600/Palavras.jpg 
 
 
Benitez acrescenta que ela também é usada para esclarecer, explicar, reforçar e 
repetir as mensagens orais, complementando-as, ao confirmar, por exemplo, o conteúdo de 
enunciado verbal. É o caso de mover a cabeça para a direita e para a esquerda quando 
queremos expressar negação acompanhando o enunciado “Não, não, não é nada disso” 
(Benitez 2009: 5). 
 
Substituir a comunicação verbal pode também ser uma das funcionalidades da 
comunicação não-verbal. Isto acontece mediante gestos manuais como, por exemplo, pedir 
a alguém que se aproxime, que nos traga a conta ou até para indicar o agrado/desagrado 
perante alguma coisa. “Uma mulher pode lançar a um homem um “olhar à matadora”, que 
lhe transmitirá uma mensagem muito clara, sem ela ter sequer de abrir a boca” (Allan e 
Pease 2009: 31).
11 
 
 
 
Portanto, a comunicação não-verbal assume, de facto, extrema importância para 
enriquecer as mensagens orais, complementando-as. Ela é até considerada, segundo 
alguns especialistas, mais sincera do que as palavras. “Body language is an outlet for your 
feelings is more reliable than verbal communication and may even contradict verbal 
expressions” (Alessandra 2006: 2). 
 
LINGUAGEM VERBAL 
 
Comunica por meio de palavras escritas oufaladas. 
 
Exemplos: uma carta, um relatório, uma conversa pelo telefone, etc. Nesse exemplo, 
mesmo sendo uma placa de trânsito, observamos o uso da linguagem verbal. A informação 
foi passada por meio de palavras. 
 
 
 
 
http://mariaslaby.com/arguing-the-inarguable/
12 
 
 
 
ALGUNS TERMOS NECESSÁRIOS: A CONTRIBUIÇÃO PRIMEIRA DE KARL 
BÜHLER OUTRAS ESCOLAS 
 
 
Em conformidade com os estudos de Hjelmslev sobre as funções da linguagem, 
podemos entender que haja uma “dependência” intrínseca entre duas unidades linguísticas, 
de tal sorte que, se se estabelecer, em uma delas, determinada “mudança” (cf. Mattoso), 
provocar-se-á mudança de similar envergadura na outra. Assim, se variamos o centro de 
enfoque de uma certa mensagem, há de variar, consequentemente, o significado (daí 
podermos chamar as funções de “covariações significativas”, cf. Dinneen) daquela 
mensagem. 
 
 
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSGVCMEaL29RR0hAq82w0mP92pjT59VykRakVSk-BGJ7FAQ725f 
 
 
Karl Bühler - Teoria da Linguagem -, antes baseado na parole do que na langue, 
supõe a existência de um “Organon”, depreendido, assim digamos, do circuito emissor- 
receptor, concluindo pelas três funções básicas, expressas pela substância fônica, de que 
se serviria o falante: 
 
1- Expressão 
2- Apelo (atuação social) e 
3- Representação mental. 
 
A função de apelo é decorrência natural do fato de o emissor estar-se dirigindo 
13 
 
 
obrigatoriamente a outra(s) pessoa(s) - como demonstramos, não nos parece ser esta a 
função primordial da linguagem. O Autor ressalta a importância, para isso, dos 
demonstrativos (al. Zeigend, “gestos verbais”, cf. Kainz, ou também denominados index, 
elementos de espacialização), cuja função é “mostrativa” (cf. Mattoso), em cotejo com os 
signos de nomeação (al. Nennend ou também ícones, elementos de definição; os conectivos 
seriam, em tal nomenclatura, elementos índice-icônicos - menção ao memorável artigo de 
Mônica Rector Toledo Silva, de onde retiramos a nomenclatura, e seus conceitos, acima 
exposta, “Classes de palavras e categorias semânticas”, Estudo de Linguística e língua 
portuguesa, Série Letras e Artes, 05/74, Cadernos da PUC/RJ), além dos imperativos, e 
mesmo das orações optativas etc. 
 
Seria uma forma exclusiva de manifestação humana a função representativa (na 
medida em que o apelo e a expressividade cabem igualmente às demais espécies), que, 
portanto, exerce inequívocas influências sobre as demais funções. É o que Conseguiu 
chamou de “saber extralinguístico”, isto é, uma “competência” que abarcaria, além dos 
mecanismos próprios para a formulação de uma língua, também a capacidade de um recorte 
necessário, - e mais ou menos amplo, - do ambiente biossocial, ou, de acordo com Cassirer, 
do “mundo dos objetos” (seria interessante comparar-se, aqui, este trabalho às 
Investigações Filosóficas de Wittgenstein, onde o objeto e seu nome ganham, ao 
comparar-se este com aquele, matizes de todo novos). 
 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT8lboWtrdp-k6EO4cgkGFC8_UfNSUHT8PFllN3g6Hz-dzJ2GI4Ug 
 
Linguistas como Lyons veem na reflexividade da língua, isto é, na faculdade de poder 
falar sobre si mesma - i.é., a função metalinguística - o fator de supremacia da linguagem 
(humana). Por fim, tanto para Mattoso Câmara quanto para Cassirer e Bühler, estaria ali, na 
 
função representativa, a diferença capital entre a linguagem dos homens e as formas de 
14 
 
 
comunicação dos animais: há, naquela, por meio de duas articulações (cf. Martinet), um 
signo linguístico (cf. Saussure) que apresenta caracteres de permanência em relação ao 
significado e à divisibilidade (q.v. também nosso capítulo II). 
 
O campo da normatividade gramatical estudaria a língua enquanto veículo 
representativo, ao passo que à estilística caberia a perquirição dos “valores” (na acepção de 
Guiraud e Bréal, não na de Saussure e Bally) psíquicos (expressivos e emotivos) e apelativos 
do signo. Em nosso capítulo V, mostramos como se unem, para a consecução de um ideal 
artístico, essas duas vertentes, por assim dizer, complementares. 
 
 
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQO9KlaljcmyVSpWIQ9bdbETzG1J_QLXXn9BVvYscuv79X75qsl 
 
 
Dessa forma, em síntese, assim dispôs Bühler: 
 
 Função representativa (representação mental): engloba a forma como 
transmitiremos a outrem a nossa compreensão (nosso recorte particular) do mundo. 
 Função de exteriorização psíquica (manifestação): expedientes de que dispomos a 
fim de veicularmos nossos estados emocionais ou psíquicos. 
 Função apelativa (apelo): como atuamos sobre o próximo na vida que 
compartilhamos linguisticamente. 
 
O próprio Bühler alteraria, mais tarde, conforme leciona Antônio Gomes Penna 
(“Comunicação e Linguagem”, Rio de janeiro/Lisboa, Fundo de Cultura, 1970), assim: 
funções simbólica, de sintoma e de sinal. 
 
Roman Jakobson parte dos enfoques de Bühler, adotando, todavia, denominações 
15 
 
 
diferentes; quais sejam: 1) função referencial, denotativa ou cognitiva (a representativa), 2) 
função emotiva ou expressiva (a de manifestação) e 3) função conativa (ou apelativa). 
Acrescenta: 4) função fática, 5) função metalinguística e 6) função poética. Estas três últimas, 
estaremos abordando-as melhor no capítulo IV. Faremos, em tal capítulo, arrazoado das 
funções segundo Jakobson, sendo nossos exemplos, - posto que um tanto ou quanto 
incipientes e acanhados, - bastantes à ilustração do quanto nos dispusemos abordar. 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRtee1K2BioF1135nDFWqYhdZbhiJRHrlPvMNDsaStadbShC0m1 
 
 
Convém ressaltar outros esquemas apresentados, como o de Ogden e Richards - O 
significado de significado -, assim disposto quanto às funções: 
 
a) Simbolização da referência; 
b) Expressão de atitude em face do ouvinte; 
c) Expressão de atitude em face do referente; 
d) Promoção dos efeitos pretendidos; 
e) Apoio de referência. 
 
Halliday contribui com a seguinte nomenclatura: 
 
 Ideacional: relação com experiências que o indivíduo tem do mundo; 
 Interpessoal: manutenção das relações pessoais; 
 Textual: estabelecimento de vínculos da linguagem com ela própria. 
 
Martinet propõe a função comunicativa como o topo das demais de que se municia a 
língua. Quanto aos grupos que, de propósito ou não, restringem seus campos comunicativos 
16 
 
 
a seus membros, utilizando, para tanto, jargões ou calões, Martinet aponta a função críptica, 
com este fito, além de mencionar outras como a mágica (de ritos secretos ou envolvendo 
tabus) e a lúdica etc. 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSM3a8eZSVxW-RE5x-_TUz1iKISMqP-ZaNUzFcAniBwDdl_rT8mMg 
 
 
A COMPLEMENTAÇÃO DE JAKOBSON A BÜHLER 
EXEMPLÁRIO DA LITERATURA 
 
José Lemos Monteiro, em artigo intitulado “O percurso da estilística” (in Língua, 
Linguística e Literatura. Eduerj, RJ, 1998, Org. André Valente), assim nos diz: 
 
Ao analisar as funções da linguagem, Jakobson ampliou o modelo proposto 
por Bühler, estabelecendo a mais três funções, uma das quais denominou de poética. 
Mas para Jakobson, “o estudo linguístico da função poética deve ultrapassar os 
limites da poesia e, por outro lado, a análise linguística da poesia não pode 
circunscrever-se à função poética”. Daí porque os recursos ou procedimentos que 
divisa nas mensagens literárias aparecem também na linguagem da publicidade ou 
em qualquer manifestação linguística em que, de uma forma ou de outra, o usuário 
exerça um domínio sobre a língua quando a emprega para fins expressivos. 
 
Vamos, agora, passar à síntese orgânica das funções da linguagem segundo Roman 
Jakobson, abordando aquelas em que Bühler, em princípio, não tocou: a fática, a 
metalinguística e a poética. 
17 
 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/573c398c80664d41dec4f1eb44c4faa6.jpgPara melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo 
dos elementos da comunicação. 
 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
Emissor - emite, codifica a mensagem; 
Receptor - recebe, decodifica a mensagem; 
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; 
Código - conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem;
18 
 
 
 
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor; 
 
Canal - meio pelo qual circula a mensagem; 
 
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência 
sobre a comunicação. 
 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQgLa_DB6fwSs8UwISz_Y0ghd8c5Jdsc135hxq95LMKOTXkxqQg 
 
 
 Função emotiva (ou expressiva) 
 
Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª 
pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, 
poesias líricas e cartas de amor. 
 
 
 
 Função referencial (ou denotativa) 
 
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da 
realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem 
usada nas notícias de jornal e livros científicos.
19 
 
 
 
 Função apelativa (ou conativa) 
 
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. 
Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, 
além dos vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se 
dirigem diretamente ao consumidor. 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcReaZbQnMiQxCo56-fImpM_oVT_OygN4ri0e4awoJyqXFcMVzdf8w 
 
 
 Função fática 
 
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, 
ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. 
 
Esta função tem como escopo o estabelecimento de contato - geralmente o primeiro 
- entre interlocutores. O termo foi proposto por Malinowski. Faz, grosso modo, que 
permaneçam abertas as possibilidades de manutenção do intercâmbio comunicativo, quer 
seja abrindo-o, quer seja encerrando-o. O estudo da função fática surgiu com a observação 
da linguagem dos deficientes, sendo também de proveniência da investigação da linguagem 
infantil. É muito encontrada na literatura, sobretudo na dramaturgia, em que, por necessidade, 
não raro, de se porem à frente do texto situações plausíveis de contatos do
20 
 
 
 
dia-a-dia, põem-se, pois, aquelas fórmulas - às vezes fossilizadas - de manejo hábil do 
estabelecimento do contato de que há pouco falamos. 
 
 
 
Sinal Fechado 
Paulinho da Viola 
 
Olá, como vai? 
Eu vou indo, e você, tudo bem? 
Tudo bem, eu vou indo, 
correndo, pegar meu lugar no 
futuro, e você? 
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono 
tranquilo, quem sabe? 
Quanto tempo... 
Pois é, quanto tempo... Me 
perdoe a pressa é a alma dos 
nossos negócios... 
Oh! não tem de quê. 
Eu também só ando a cem, 
Quando é que você telefona, 
Precisamos nos ver por aí. 
Pra semana, prometo, talvez 
nos vejamos, quem sabe? 
Quanto tempo... 
Pois é, quanto tempo... 
 
 
 
 
 Função poética 
 
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. 
Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. 
É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas 
propagandas etc. 
 
Situa-se na mensagem, fazendo com que esta como que se volte para si mesma. 
Passa-se a ter em vista cada signo daí retirado, lidando-se, portanto, não apenas com a 
transmissão pura e simples daquela mensagem, senão que, também, com a arrumação
21 
 
 
 
daqueles signos, com uma escolha mais cuidada, mesmo em termos fônicos: visa à 
integralidade da dicotomia significante-significado. 
 
Passamos a exegese estilística de poema de João Cabral de Melo Neto, por cuja 
habilidade se deram inúmeros recursos expressivos - sendo evidenciados os “valores” (cf. 
Saussure) assumidos pelo signo linguístico, tanto no eixo paradigmático quanto no 
sintagmático. 
 
Intitulamos tal capítulo com o próprio título do poema por nós colimado. 
 
É ele, como dito algumas vezes, a tentativa de argumentarmos que a estilística 
depende da gramática, tanto quanto, num processo anterior de análise, a gramática 
dependeu da estilística (ainda que então não definida às claras como disciplina) para firmar 
as bases sobre as quais se sustém. 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRD0RZTA2o-3OIbJioODMRtog4sMmFUaxIcSSb4AYQQCe2HMAGcVQ 
 
 
 Função metalinguística 
 
Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala 
da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os 
dicionários são repositórios de metalinguagem. Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer
22 
 
 
 
várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, 
para então defini-lo. 
 
Centra-se no código, buscando decifrá-lo. Sua ocorrência maior é quando se faz 
menção a uma palavra, seja para saber-lhe o significado, seja para utilizá-la no discurso 
direto (ou indireto livre) etc. Tudo o que serve para dar explicações a respeito de um código 
proferido é função metalinguística. 
 
 
 
 
 
Ao Conde de Ericeira D. Luiz de Menezes, Pedindo Louvores ao 
Poeta não lhe Achando ele Préstimo Algum 
Gregório de Matos 
 
Um soneto começo em vosso gabo; 
Contemos esta regra por primeira, Já lá vão 
duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho 
está no cabo. 
 
Na quinta torce agora a porca o rabo: 
A sexta vá também desta maneira, 
Na sétima entro já com grã canseira, 
E saio dos quartetos muito brabo. 
 
Agora nos tercetos que direi? 
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais, Gabando-vos a 
vós, e eu fico um Rei. 
 
Nesta vida um soneto já ditei, Se desta agora 
escapo, nunca mais; Louvado seja Deus que 
o acabei. 
 
23 
 
 
 
EXPRESSÃO ORAL 
 
 
 
 
 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT6IQi7YvKnurE99-SoF1-
Mauy0vrqQieC3_Z14poaulTgGNwc1pw 
 
 
A Expressão Oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão de ideias, 
aliás, sendo a mais comum. É também a forma em que as pessoas mais erram em termos 
de eficiência da comunicação. Trata-se da mensagem falada. Podemos dividir a palavra 
falada, ou expressão oral, em alguns tópicos principais, os quais estudaremos com mais 
detalhes em seguida. 
 
DICÇÃO 
 
A dicção, que consiste na “maneira de dizer ou falar com a articulação e modulação 
corretas” é algo que deve receber especial dedicação por parte daqueles que desejam se 
expressar melhor, pois a dicção, quando alcançada pelo Orador, torna a sua expressão oral 
mais compreensível, e: 
 
a) Aumenta a eficiência da argumentação do orador (pelo simples fato de que ele será bem 
mais compreendido); 
 
b) Cansa menos a plateia; 
 
24 
 
 
c) Melhora a imagem do orador perante seus ouvintes. 
 
No que diz respeito ao último item (“c”), não é preciso muito para explicá-lo, vez que 
há aqueles cuja dicção é tão deficiente que passam, muitas vezes, como despreparados, o 
que nem sempre corresponde à realidade, pois existem pessoas que, a despeito de muito 
cultas, possuem problemas terríveis de dicção. 
 
A questão é, enquanto cultura é algo que pode levar muito tempo para ser percebida 
(na convivência profissional, política etc.), a má dicção leva apenas alguns segundos. Ora, 
e o que os ouvintes associam a uma expressão oral má, em geral, é uma formação cultural 
deficiente ou inferioridade intelectual. 
 
Portanto, uma pessoa com má dicção terá, consequentemente, problemas no que 
respeita à sua argumentação, pois encontrará barreiras à persuasão da plateia a que se 
dirige. E isto se dá em razão de ter a sua autoridade diminuída em face da associação que, 
como dito acima, os ouvintes fazem entre o intelectoe a expressão oral. 
 
 
http://www.convictiva.com.br/2015/wp-content/uploads/2013/12/linguagem.jpg 
 
 
ERROS MAIS COMUNS 
 
a) troca de “pr” por “p + vogal + r”. Ex.: precisa por “percisa”. 
 
25 
 
 
b) omissão do “r” final ou vogal final. Ex.: Ao invés de vou buscar, usar “Vô buscá”. 
 
c) supressão de vogais internas: Ex.: leiteiro por “leitero”. 
 
d) erro de colocação de consoantes. Ex.: iogurte por “iorgute”. 
 
e) troca de consoantes. Ex.: Salsicha por “chalsicha” ou “chalchicha”. 
 
 
 
VÍCIOS 
 
Existem diversos vícios relativos ao vocabulário que, se não evitados, podem 
comprometer a mensagem do orador e, até, sua própria imagem. 
 
 
 
 
 
http://www.robertoavila.com.br/arquivos/images/elementos.gif
26 
 
 
 
Dentre os principais há que destacar-se: 
 
 Uso de palavrão ou gíria 
 
Um dos mais tolos enganos que um orador pode cometer é imaginar que, ao usar 
gírias ou palavrões irá se aproximar, ganhar intimidade com seus ouvintes. Pelo contrário, a 
experiência demonstra que o uso de tal “recurso” apenas diminui o respeito e a credibilidade 
em relação ao orador. 
 
 Obscuridade 
 
Trata-se do uso inapropriado de termos (geralmente por não se saber o real 
significado da palavra empregada) ou má colocação das palavras. 
 
 Cacofonia 
 
Diz respeito à construção frasal de má sonoridade. 
 
Ex.: “..um por cada...”, “...na boca dela”, “...gosto da cor vinho”, “...da vez passada”. 
 
Vejamos um belo exemplo: “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na bocadela a cor 
vinho na vez passada”. 
 
 Pleonasmo 
 
É a redundância dos termos. Ex.: “subir para cima”, “descer para baixo”. 
 
 Chavões 
 
O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de preparo do orador. É 
necessário evitá-los ao máximo. 
 
Ex.: “...o futebol é uma caixinha de surpresas...”
27 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
 
 
https://encrypted-
tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRNIglrtTM0PgLiQqkgCUfTA8M232Uakuoo6ud_raYfFFuC8Ye5Hw 
 
 
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor 
quando ele escreve seu texto. É antes inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao 
parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações 
implícitas e explícitas do texto. Há de se tomar cuidado, entretanto, como o que chamamos 
de “conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, 
fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso 
porque, muitas vezes, uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, 
mas exatamente aquilo em que ele acredita. 
 
Contudo não basta retirar informações de um texto para responder corretamente as 
questões ou entendimento do texto. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, temos 
que ter conhecimento da estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu 
formato final de dissertação, narração ou descrição. 
 
Tudo o que dizemos ou escrevemos em uma situação comunicativa é chamado de 
enunciado. Na fala, os enunciados são delimitados pela entonação e, na escrita, pela 
pontuação. Podemos identificar três tipos de enunciados a frase, a oração e o período. 
28 
 
 
FRASE 
 
O enunciado “Você de novo! ” está repleto de sentido, por isso é chamado de frase. 
Para construir uma frase, o enunciado não precisa ser extenso. Desde que tenha sentido 
completo em um contexto específico, uma simples palavra pode funcionar como frase. Assim, 
as frases podem apresentar verbo ou não. 
 
 
 
ORAÇÃO 
 
Chama-se oração o enunciado construído necessariamente com um ou mais verbos. 
 
Veja alguns exemplos: 
 
Fiquem parados! 
 
Estamos esperando a hora do almoço. 
 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSrP15Z65QOey6QEWPl5vPOdBgyc-lY8NTGhuNoLUMiagnI9rzL
29 
 
 
 
PERÍODO 
 
Período é um enunciado construído de uma ou mais orações. Se o período apresenta 
apenas uma oração, é chamado simples. O período é composto quando é formado por mais 
de uma oração. 
 
Exemplo: Chegamos / todavia estava muito cedo. 
 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/-xpNL9sQK6eo/T81FM4IW-JI/AAAAAAAACIQ/47y0SELDEyI/s1600/capoliglota.jpg 
 
 
PARÁGRAFO 
 
Os períodos se organizam em parágrafos. Mas, diferente do período, o parágrafo não 
é uma organização essencialmente sintática. Ele tem uma função estética e também 
estrutural. 
 
O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do papel, o 
que facilita tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que de modo 
analítico, capte as ideias principais do texto e posteriormente, sintetizá-las compreendendo 
então o texto num todo. Ele avisa o leitor de que está começando outro bloco de ideias, 
relacionado com o anterior e o posterior, se houver.
30 
 
 
 
O parágrafo é recurso visual, pois o nosso pensamento não é organizado na forma 
de parágrafos. Mas na hora de redigir, precisamos organizá-lo numa linguagem comum a 
nós e ao nosso leitor. 
 
 
 
PARÁGRAFO NARRATIVO 
 
O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. Ele tem como 
matéria o fato, ou seja, qualquer acontecimento de que o homem participe direta ou 
indiretamente. O relato de um episódio é composto por elementos como, enredo, 
personagens, ação, tempo, espaço, causa, consequência, foco narrativo, clímax e desfecho. 
Estes podem aparecer em sua totalidade ou parcialmente dentro de um parágrafo narrativo. 
 
É certo que todos os elementos nem sempre estarão contidos em um só parágrafo, 
sendo assim presentes em outras unidades da narração, contudo há a possibilidade de estes 
serem observados num mesmo parágrafo, devido a capacidade do autor e sua perícia na 
utilização dos recursos de linguagem a ele disponibilizados. 
 
O parágrafo narrativo tem como núcleo o incidente, o fato ocorrido, nele também, 
geralmente, não se tem o tópico frasal explicito, pois este está diluído implicitamente no 
ordenamento da narração.
31 
 
 
 
 
 
 
https://santiagopaes.files.wordpress.com/2015/02/charge-portugues.jpg 
 
 
PARÁGRAFO DESCRITIVO 
 
É aquele que descreve o objeto, ser, paisagem ou até mesmo um sentimento. Tal 
descrição se dá pela apresentação das características predominantes e pelo detalhamento 
destas. É, portanto o objeto matéria da descrição. 
 
Uma descrição perfeitamente realizada, não se mostra pelas minúcias descritivas do 
objeto. A descrição deve apresentar o ângulo do qual será feita a descrição, não só o físico, 
mas também a atitude da observação. 
 
 
 
QUALIDADE DO TEXTO 
 
 
 
COESÃO 
 
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo 
encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que damos o nome 
32 
 
 
COE
SÃO
Coesão 
lexical
de textualidade. O encadeamento semântico que produz a textualidade chama-se coesão, 
mais especificamente, dizendo que se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença 
B, um termo presente em uma sentença A. 
 
Damos o nome de coesão a todos aqueles processos que permitem, no texto, retomar 
explicitamente a informação anterior e articulá-la com a que se segue. Temos vários 
mecanismos de coesão: 
 
 
 
 
 
 
Coes
ão 
gramatical 
 
Coesão temporoaspetual 
 
 
 
TIPOS DE COESÃO: 
 
 
 
1- COESÃO GRAMATICAL 
 
 
COESÃO FRÁSICA: envolve os mecanismos que unem os diversos 
constituintes de uma frase simples, de modo torná-la coesa: 
Coesão 
frásica 
Coesão 
interfrásica 
Coesão 
referencial: 
33 
 
 
 
 Ordenação das palavras e das funções sintáticas na frase; 
 Concordância em género e número das palavras; 
 
 Observância das regências de nomes, verbos, … 
 Presença dos complementos exigidos pelo verbo ou pelo nome. 
 
E: A adoção de políticas educativas conducentes ao sucesso dos alunos é a 
principal preocupação da Escola. 
 
(Note-se a correta ordenação das palavras na frase,tendo em conta as funções que 
elas desempenham; o respeito pelas regras de concordância em número entre o sujeito e o 
verbo e em género e número entre nomes e adjetivos/ determinantes; o respeito pela 
regência do nome adoção (preposição de), do adjetivo conducente (preposição a)). 
 
 
https://profstellerdepaula.files.wordpress.com/2015/01/conotac3a7c3a3o.jpg 
 
 
COESÃO INTERFRÁSICA: designa os mecanismos de sequencialização que 
marcam diversos tipos de interdependência semântica entre as frases que ocorrem 
num texto. Basicamente, a conexão interfrásica é assegurada pelos conectores, que 
podem ser conjunções ou advérbios conectivos, ou pela pontuação. 
 
Exemplo: 
 
a) Madalena estava pensativa, quer dizer, meditava profundamente sobre os 
versos de Camões. (quer dizer – articulador explicativo) 
b) Resumidamente, a coesão é fundamental à construção do texto. 
(resumidamente – articulador ou conector de confirmação/ resumo) 
34 
 
 
 
COESÃO TEMPOROASPETUAL: designa os processos que asseguram 
compatibilidade semântica ao nível da localização temporal e da ordenação temporal 
relativa das situações textualmente representadas. 
 
 A utilização correlativa dos tempos verbais é um dos mecanismos que 
garante a coesão temporal: se se pretende representar uma situação passada 
que se sobrepõe temporalmente a uma outra, também ela pertencente à 
esfera do passado, é necessário recorrer a uma forma de Imperfeito do 
Indicativo e a uma forma de Pretérito Perfeito Simples: 
a) Quando o João nasceu, a Ana tinha cinco anos. 
 
a’) * Quando o João nasceu, a Ana teve cinco anos. (inaceitável) 
 
 
 
http://2.bp.blogspot.com/-d- 
qqzheUSVU/UHNqWzx_OgI/AAAAAAAAAC0/5Ppvb8XSQAo/s1600/Polissemia.GIF 
 
 
 Os advérbios adjuntos de tempo devem igualmente ser compatíveis com os 
tempos verbais selecionados: 
 
a) Amanhã, vou ao cinema. 
 
a’) *Amanhã, fui ao cinema. (inaceitável) 
 
 Para que a coesão temporal seja assegurada, é ainda necessário 
compatibilizar os valores aspectuais das expressões predicativas com o 
valor semântico dos conectores de valor temporal utilizados. 
 
a) Enquanto o João arrumava a cozinha, a irmã atendeu cinco telefonemas. 
35 
 
 
a’) *Enquanto o João atingiu a meta, a irmã desmaiou. (inaceitável) 
 
 
 Saliente-se, por fim, que a ordenação textual linear dos eventos 
representados deve corresponder à ordem pela qual ocorreram no mundo, ou 
seja, a descrição de eventos anteriores deve preceder a descrição de eventos 
posteriores: 
 
a) Entrou na livraria e comprou o último Saramago. 
 
a’) * Comprou o último Saramago e entrou na livraria. (inaceitável) 
 
 
 
http://3.bp.blogspot.com/-ZI--0Y2IntY/Toc8Pyz7k6I/AAAAAAAAAac/Hk6Q8laxeH4/s1600/desenho.png 
 
 
 COESÃO REFERENCIAL: cadeia de referência: quando num texto há um ou mais 
fragmentos textuais sem referência autónoma, cuja interpretação depende do valor
36 
 
 
 
referencial de uma expressão presente no discurso anterior (anáfora) ou subsequente 
(catáfora) estamos perante uma cadeia de referência. 
 
Exemplo: 
 
a) O Pedro lidera a turma. Os colegas apoiam-no incondicionalmente e estão do 
lado dele em todas as situações. 
 
(Aqui, a expressão nominal O Pedro e os pronomes pessoais o e ele formam uma 
cadeia de referência, dado que o referente das formas pronominais é estabelecido pela 
expressão nominal, presente no contexto verbal. As três estruturas sublinhadas reenviam 
para o mesmo referente, ou seja, para a mesma entidade do mundo, logo, são cor referentes.) 
 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000442/md.0000003181.jpg 
 
 
 
 
 
COESÃO COM RECURSO À ANÁFORA 
 
Fala-se de anáfora quando a interpretação de uma expressão (habitualmente 
designada por termo anafórico) depende da interpretação de uma outra expressão presente 
no contexto verbal (o antecedente) - mais concretamente, o termo anafórico retoma, total 
ou parcialmente, o valor referencial do antecedente.
37 
 
 
 
Ex. 
 
 O Pedro lidera a turma. Os colegas apoiam-no incondicionalmente e estão do lado 
dele em todas as situações. 
 
 
 
COESÃO COM RECURSO À CATÁFORA 
 
 
Processo semelhante à anáfora, mas em que os termos cor referentes aparecem 
antes do elemento linguístico que indica o referente do discurso 
 
Ex. 
 
Quando o começamos a ler, encontramos algumas dificuldades, mas depois 
prendemo-nos ao Sermão de Santo António aos Peixes. 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT6G5njoElFhZ5qgrlYnoFIKlBFuCXjPh7zVWI1vnlvvjr_4PSgGw 
 
 
 
 
 
ELIPSE 
 
Numa cadeia de referência, o termo anafórico pode não estar lexicalmente realizado. 
Fala-se de elipse para designar essa categoria vazia referencialmente dependente, cuja 
interpretação convoca necessariamente um antecedente. 
38 
 
 
 
a) Maria chegou junto da mãe e [ ]deu-lhe um beijo. 
 
(Verifica-se, aqui, a elipse do sujeito da segunda frase, mas esse sujeito continua a 
ser interpretado anaforicamente, por retoma do valor referencial do antecedente Maria.) 
 
 
 
CORREFERÊNCIA NÃO ANAFÓRICA 
 
Quando duas expressões remetem para a mesma referência, sem que uma fique 
dependente da outra do ponto de vista referencial. 
 
Ex. 
 
O Padre António Vieira escreveu muitos e belos sermões, mas a Inquisição 
conseguiu calar este “Imperador da Língua Portuguesa”. (Embora os dois segmentos 
sublinhados sejam cor referentes, porque designam a mesma entidade, são autónomos no 
sentido que assumem.) 
 
 
COESÃO LEXICAL 
 
 
 
Mecanismo de coesão textual que envolve: 
 
 A repetição da mesma unidade lexical ao longo do texto - repetição/ 
reiteração 
Ex. “…e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade 
dos vossos professores de vos motivarem. Falei da responsabilidade dos 
vossos pais de vos manterem no bom caminho… Falei da responsabilidade do 
vosso governo… na responsabilidade de cada um de vocês…” 
 A substituição de uma unidade lexical por outras que com ela mantém 
relações semânticas de: 
1- Hierarquia (hiponímia, hiperonímia) 
 
39 
 
 
Ex. A escola, a autarquia, o governo, as famílias são instituições 
responsáveis pela educação. 
2- Inclusão (holonímia, meronímia) 
Ex. A escola é um espaço de aprendizagem; as salas de aula 
estão bem equipadas. 
3- Equivalência (sinonímia) 
Ex. Os alunos participaram ativamente na campanha para a Associação 
de Estudantes, o que mostra a capacidade de entrega dos discentes. 
4- Oposição (antonímia) 
Ex. O sucesso de cada um depende da sua capacidade de assumir as 
suas responsabilidades, caso contrário, será condenado ao fracasso. 
 
 
 
DOCUMENTOS OFICIAIS 
 
Além dos critérios exigidos numa boa redação, a correspondência oficial traz 
particularidades que mostraremos dentro de cada modelo. 
 
OFÍCIO 
 
É a correspondência trocada entre órgãos públicos e outros organismos de governo 
ou entre eles e os cidadãos ou entidades civis. Suas características são: 
 
O papel utilizado: ofício (de 22 cm x 32 cm), em geral com timbre. Abaixo do timbre 
vem a indicação do número do ofício seguido de uma barra oblíqua e dos algarismos finais 
do ano em curso. Na mesma linha de numeração, à direita, localidade e data, abaixo, à 
esquerda do papel, depois do espaço de separação, vem à indicação do remetente, do 
destinatário e do assunto (ementa). A invocação vem depois do espaço de separação e é 
sempre impessoal, o texto do ofício vem a seguir, o fecho do ofício vem a seguir. O fecho do 
ofício vem separado do texto por espaço. Contém a despedida com votos de amizade e 
respeito, deixando-se espaço de separação, coloca-se sob uma linha o nome do remetente, 
indicando-se embaixo o cargo que ocupa com letras maiúsculas. A assinatura será feita 
sobre a linha. Na parte inferior do papel, à esquerda, são escritos o nome e o endereço do 
40 
 
 
destinatário. Ao pé da folha, à esquerda, aparecem às iniciais do redator e as do datilógrafoou digitador, separadas por uma barra. Os ofícios são digitados com cópia para os arquivos 
da entidade que expede. O ofício quando posto em envelope, deverá ser dobrado em forma 
de z. 
 
 
 
REQUERIMENTO 
 
Petição por escrito, segundo as formalidades legais. É uma solicitação que se faz a 
uma autoridade. Constam do requerimento: invocação (cargo da autoridade a que se destina, 
precedido do tratamento conveniente, por extenso); nome e identificação do requerente 
(nacionalidade, estado civil, endereço, número da Cédula de Identidade e do CPF, além 
daqueles que o assunto exija); exposição do que se deseja e justificativa; fecho; data; 
assinatura. 
 
Observação: Entre o endereço e o texto – 14 espaços, quando digitados, 7 linhas, quando 
manuscritos em papel pautado, ou 7 centímetros, quando manuscrito em papel sem pauta. 
 
O fecho ou a conclusão, geralmente é imutável e se faz em duas linhas: Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
 
MEMORANDO 
 
Definição e finalidade o Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades 
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível 
ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminente interna. 
 
41 
 
 
 
 
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQqMd_oIp-iQ_z2Tl0YLREHnGNh5LdXKi9T8wUZS18UhKfqFH3- 
 
 
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de 
projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. 
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão 
deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar 
desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem 
ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. 
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando 
maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da 
matéria tratada no memorando. 
 
 
 
HABILIDADES METALINGÜÍSTICAS E ALFABETIZAÇÃO 
 
 
 
Tfouni (1988) distingue dois termos envolvidos no processo da aquisição a leitura e 
da escrita: Alfabetização e Letramento: “Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da 
escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio- 
históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade” (Tfouni, 1988 apud Soares, 
2002, P.3). 
 
A alfabetização compreende a aprendizagem da leitura e escrita, e é um importante 
42 
 
 
objeto do conhecimento humano. A criança que não aprende a ler e escrever, desde cedo 
fica excluída do sistema escolar e posteriormente tem suas possibilidades de entrada no 
mercado de trabalho, limitadas. No entanto, tem se argumentado que a mera aprendizagem 
do código escrito, ou alfabetização, sem que o aprendiz se torne letrado não permite que 
este indivíduo se insira verdadeiramente em uma sociedade letrada como a nossa (Soares, 
2002). Assim, discussões que permearam o ensino da língua escrita na década de 80 e 90 
tenderam a desvalorizar o papel da alfabetização e dissociá-lo do processo de letramento. 
 
Nossa posição é que este tipo de abordagem pouco contribui para a melhoria do 
ensino da língua escrita e precisa ser revista. Soares (1998, 2005) nos lembra que “o ideal 
seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais 
da leitura e escrita, de forma que o indivíduo se torne ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” 
(Soares, 2005, P.47). 
 
O domínio da alfabetização acontece de forma gradual. O sistema de representações 
fonológicas e ortográficas da língua é construída de forma dinâmica pelo aprendiz (Ferreiro, 
1985; Read, 1986). Entender os processos de aquisição da alfabetização é importante para 
que possamos pensar em práticas pedagógicas mais eficazes que possam prevenir os 
problemas escolares, e em última análise possam alfabetizar letrando. 
 
Nas últimas três décadas a atenção dos pesquisadores interessados na alfabetização 
se voltou para o papel das habilidades metalinguísticas na alfabetização. Consciência 
metalinguística pode ser definida como a cognição sobre a linguagem e a auto regulação 
das atividades psicolinguísticas. Isso implica que o sujeito reflita sobre a linguagem como 
um objeto independente do significado que veicula; e também que o sujeito manipule 
intencionalmente as estrutura da linguagem (Correa, 2004). 
 
Gombert (2003) e Gombert e Demont (2004) defendem que algum grau de 
consciência metalinguística é necessário para que se possa aprender a ler e a escrever, no 
entanto a habilidade verdadeiramente metalinguística dependeria de aprendizagens 
explícitas, principalmente da aprendizagem da leitura e da escrita, mais frequentemente de 
natureza escolar. 
 
Vários estudos mostraram que as capacidades metalinguísticas se instalam 
paralelamente à aprendizagem da leitura e escrita. De fato, para que a criança aprenda 
43 
 
 
tarefas linguísticas formais, é preciso que ela desenvolva uma consciência explícita das 
estruturas linguísticas, para que assim possam manipulá-las intencionalmente. 
 
Dentre as habilidades metalinguísticas três são identificadas como facilitadoras da 
alfabetização: a consciência fonológica, a consciência sintática e a consciência morfológica. 
 
 
 
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E ALFABETIZAÇÃO 
 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/-zyowrXPxrys/ViEFx-vwa6I/AAAAAAAAA3M/-Tw1hZPcIpo/s1600/imagemcurso.jpg 
 
 
A consciência fonológica é a capacidade de refletir e manipular os sons que compõem 
as palavras (Cardoso-Martins, 1995). Ela ajuda na alfabetização, pois facilita a aquisição das 
correspondências letra-som, que são utilizadas na decodificação, e que assim são 
necessárias à aquisição do princípio alfabético. A decodificação facilita o reconhecimento de 
palavras que por sua vez facilita o processo de compreensão do texto (Tunmer, 1990; Rego, 
1995). 
 
O papel facilitador da consciência fonológica na aprendizagem da leitura e da escrita 
vem sendo confirmado por numerosas pesquisas realizadas com indivíduos de diversas 
idades, diversos níveis de instrução e falantes de diferentes ortografias. (Goswami & Bryant, 
1990, para uma revisão). 
 
A consciência fonológica e a escrita se desenvolvem paralelamente, a consciência 
fonológica contribuindo nos estágios iniciais do processo de alfabetização e por outro lado, 
a alfabetização levando ao processamento de aspectos fonológicos mais complexos como 
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a análise fonêmica, que deriva do domínio da alfabetização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRADLEY, L. & BRYANT, P. (1985). Children´s reading problem. Oxford: Basil Blackwells. 
 
CARDOSO-MARTINS, C. Consciência fonológica e alfabetização. Petrópolis: Vozes, 1995. 
 
CAPOVILLA & CAPOVILLA (1997). O desenvolvimento da consciência fonológica durante a 
alfabetização. Temas sobre o Desenvolvimento, v. 35, n. 6, pp15-21 
CARLISLE, J. (1988). Knowledge of derivational morphology and spelling ability in fourth, six, 
and eight graders. Applied Psycholinguistics, 9, pp. 247-266. 
 
 
CARLISLE, J. (1995). Morphological awareness and early reading achievement. Em L. 
Feldman (org.) Morphological aspects of language processing. Hillsdale: Lawrence Erlbaum 
Associates. 
 
CARLISLE, J. (1996). An exploratory study of morphological errors in children`s written 
stories. Reading and Writing: An Interdisciplinary Journal, 8, pp.61-72. 
 
 
 
CARLISLE, J. (2000). Awareness of the structure and meaning of morphologically complex 
words: impact on reading. Reading and Writing: an Interdisciplinary Journal, 12,p.169-190. 
 
CARLISLE, J. & FLEMING, J. (2003). Lexical processing of morphologically complex words 
in theelementary years). Scientific Studies of Reading,7(3), pp. 239-253. 
 
COLÉ, MAREC-BRETON, ROYER & GOMBERT (2003). Morphologie des mots et 
apprentissage de la lecture. Reeducation Orthophonic, 213, p. 57-60. 
 
 
CORREA, J. (2004). A avaliação da consciência sintática na criança: uma análise 
metodológica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20 (1), pp. 69-75.

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