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Introdução á Alimentação e Nutrição Introdução Há muitos tabus alimentares envolvidos, vamos desmistificar alguns e estudar sobre os direitos humanos à alimentação adequada que é um direito constitucional. Nesta Unidade de Ensino, aprenderemos sobre a História da Alimentação no Brasil, mudanças no comportamento alimentar e Direito Humano à Alimentação. A dificuldade na mudança dehábitos alimentares acontece muitas das vezes, pelas facilidades do nosso dia a dia, como a entrada de produtos industrializados em nossos lares já que sempre se usa da mesma desculpa, não tenho tempo de comprar alimentos in natura, dá trabalho e com isso os alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras são deixados de lado. E a indústria de alimentos por outro lado, sabe dessa “brecha”/oportunidade e promove a elaboração desses produtos considerados “mágicos” para muitos, para ajudar as pessoas a terem uma alimentação rápida. Para esse quesito sim, estão certos, são rápidos, porém, não são saudáveis e pode nos trazer diversos problemas de saúde (em um futuro próximo talvez) com o consumo rotineiro. Um Pouco da História da Alimentação no Brasil O jerimum, o dendê, o queijo do Serro (queijo artesanal produzido desde o século 18 e considerado patrimônio imaterial do estado de Minas Gerais), o charque, a mandioca, o feijão-verde, o fubá de moinho de pedra, o jambu, o molho pardo, o cuxá, as tapiocas, o melado, a rapadura, a maniçoba, as frutas da Amazônia e do cerrado, as pimentas brasileiras, tudo isso ainda está escondido nas periferias, na floresta, no sertão e no interior. Podemos dizer que no Brasil temos Hábitos + Ingredientes Regionais = Mapa Gastronômico e Cozinhas Regionais muito particulares. Segundo Câmara Cascudo (1983: 497), no século XVII, o binômio feijão-com- farinha era a base do sistema alimentar brasileiro. A alimentação dos escravos era, fundamentalmente, constituída por feijão misturado com farinha de mandiocaou milho. Ellen Louyse F. Da Costa — 2 Período Eventualmente, conforme as condições dos senhores, essa alimentação poderia ser suplementada com carne seca, toucinho, banana, canjica ou laranja. E se ainda sobrasse as partes que os senhores consideravam inadequadas para sua alimentação (como pé, rabo, orelha), davam para os escravos comerem com feijão e assim foi criada a feijoada, prato típico brasileiro. Em cada região do Brasil temos alimentos peculiares que ainda não conhecemos. Se dentro da região que moramos não conhecemos todos os alimentos, imagine em todas as regiões do Brasil. Temos uma biodiversidade imensa para explorar e criar pratos regionais maravilhosos. Ah, que maravilha falar dessa diversidade alimentar, temos muito mais a explorar. Se adentrarmos realmente nesta áreae se você gosta de descobrir esses alimentos, pode Região Sul é conhecida como a região do churrasco. Bahia, acarajé e vatapá. Ceará com a tapioca e baião de dois. Em Goiás, o arroz com pequi, Minas, com o famoso pão de queijo e região Norte, com muita influência indígena, mas podemos destacar o tucupi e o tacacá. ficar meses estudando esse assunto tão importante.Vários alimentos vieram em grandes navegações tais como milho, batata, abóbora, feijões, esses alimentos vieram do continente americano e eram desconhecidos dos europeus contribuindo para as transformações alimentares e a implementação em seus pratos regionais. Já no Brasil, um prato único que temos em comum em todas as regiões é o arroz com feijão, temos, portanto, um prato básico brasileiro, mesmo assim ele possui algumas diferenças de tipos de feijões, por exemplo, no Sul e Rio de Janeiro se consome o feijão preto, em São Paulo, o feijão carioca. Reflita Assunto muito importante para o profissional nutricionista, pois podemos atender em consultórios ou hospitais, pessoas de várias regiões e devemos pesquisar esses pratos regionais para colocar no cardápio e fazer com que a pessoa sinta prazer em comer. Ou, até mesmo trabalhar na formulação de produtos de determinadas empresas ou ainda em unidades de alimentação e nutrição tendo que implementar no cardápio os pratos típicos. Introdução a Nutrição A figura abaixo representa a ciência da Nutrição com a perspectiva dos sistemas alimentares, alimentos e nutrientes e como está interligado com os demais sistemas (CERVATO- MANCUSO et al, 2020). Nutrição é o estudo das relações entre os alimentos ingeridos e as doenças e pode ser considerada como alimento e bem-estar. Pode ainda ser descrita como “processo biológico em que o organismo humano utiliza os alimentos para assimilar nutrientes para as funções vitais (CERVATO- MANCUSO) et al, 2020. Além de ter esses profissionais trabalhando em busca de uma melhora na qualidade de vida da população, precisamos que as políticas públicas estejam a nosso favor. É nessas políticas que podemos encontrar o acesso aos guias alimentares e que seja incluído no sistema educacional para que os objetivos sejam de fato alcançados e assim, possamos melhorar o estado de saúde de uma forma global. A ciência da nutrição precisa buscar ativamente e adotar o acréscimo de novos conceitos para utilizar de forma adequada os efeitos da nutrição para manutenção da saúde e prevenção de doenças, para melhorar desta forma a qualidade de vida de toda a população (CERVATO-MANCUSO et al, 2020). Importante destacar que o profissional nutricionista depende sempre de outros profissionais da área da saúde para conseguir efetivamente essa ação tão grandiosa.. Desta forma, consciência alimentar está implicada no direito à alimentação adequada. Você sabia que todo brasileiro tem esse direito? Direito Humano à Alimentação Adequada Em 2004, criou-se a “Estratégia Global sobre Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde”, tendo por objetivo a prevenção e o controle das doenças crônicas não transmissíveis, na Assembleia Mundial de Saúde (CERVATO-MANCUSO et al, 2020). Em 2013 foi criado o documento pelo Ministério de Desenvolvimento Social, intitulado “O Direito Humano à Alimentação Adequada e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional”, o qual discute todas essas questões de Soberania Alimentar, Segurança Alimentar e de fato o que está representado o Direito Humano à Alimentação Adequada, mais conhecido como DHAA. A música dos Titãs, “a gente não quer só comida a gente quer comida, diversão e arte”, realmente representa esse Direito Humano. Segundo MDS (2013) a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional é dever do Estado e responsabilidade da sociedade. direito a uma alimentação de qualidade, diversificada, nutricionalmente adequada, sem agrotóxicos ou contaminantes e isenta de organismos geneticamente modificados (OGM); trata, ainda, do direito de acesso à informação cientificamente comprovada e respaldada sobre alimentação saudável e alimentos seguros e adequados; inclui a regulamentação da propaganda e publicidade que promovem o consumo de alimentos não saudáveis ou que “vendem” características que inexistem ou são inverídicas, especialmente para crianças e jovens, fases da vida em que se constroem e se definem os hábitos alimentares; respeita os hábitos culturais; incorpora o direito da população de ter acesso aos recursos produtivos, de produzir, de maneira adequada e soberana, o seu próprio alimento e/ou de ter recursos (financeiros, físicos e materiais) para se alimentar de forma adequada e com dignidade;incorpora a garantia e a possibilidade concreta de a população exigir a realização de seus direitos. Uma alimentação adequada passa por várias questões dentre elas: 1. 2. 3. 4. 5. Analisando por esse aspecto, há muito o que se fazer ainda para garantir esse acesso à alimentação adequada. Podemos dizer que é necessário reforma agrária, incentivo à agricultura familiar, políticas de abastecimento, saneamento básico, incentivo ao aleitamento materno exclusivo dentre várias outras ações importantes. Diante de toda essa situação instalada, com tantos casos de doenças, temos que seguir os 10 passos para uma alimentação saudável, incluídano Guia Alimentar para a População Brasileira. Só assim para tentarmos estar enquadrados no conceito de alimentação saudável, o que não é fácil. Para cumprir esses 10 passos, há muito projeto de Educação Alimentar e Nutricional para criar e implantar de acordo com as faixas etárias dos grupos populacionais.
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