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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Farmácia DISCIPLINA: Diagnóstico Laboratorial de Infecções Parasitárias NOME DO ALUNO: Carolina Capuci R.A: 0424252 POLO: Boqueirão - Santos PRÁTICAS REALIZADAS: Polo Rangel Pestana / Santos - 29/04/2023 e 06/05/2023 INTRODUÇÃO As infecções parasitárias são uma preocupação significativa de saúde pública em todo o mundo, afetando bilhões de pessoas todos os anos. O diagnóstico preciso e eficaz dessas infecções é fundamental para a implementação de estratégias de controle e prevenção eficazes. As aulas práticas de diagnóstico de infecções parasitárias são uma ferramenta valiosa para estudantes e profissionais de saúde, permitindo aprimorar habilidades e conhecimentos essenciais para a prática clínica. De acordo com a farmacopeia, várias técnicas podem ser usadas para o diagnóstico de infecções parasitárias, incluindo a identificação de parasitas em amostras biológicas por meio de microscopia, exames sorológicos e técnicas moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR). Um estudo de revisão publicado na revista "PLOS Neglected Tropical Diseases" (1) destaca a importância do diagnóstico precoce e preciso de infecções parasitárias, especialmente em regiões endêmicas. Outro estudo publicado no "Journal of Clinical Microbiology" (2) avaliou a eficácia de diferentes técnicas de diagnóstico para infecções por protozoários intestinais. Além disso, um artigo recente publicado na revista "Parasitology Research" (3) descreveu as técnicas mais comuns usadas para a detecção de parasitas em amostras clínicas. Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados obtidos a partir da utilização de métodos laboratoriais, como o Sheater ou Faust, para a identificação de parasitas em amostras biológicas. Esses métodos são amplamente utilizados na rotina de laboratórios de análises clínicas, permitindo a detecção de parasitas intestinais, como os protozoários, que podem causar diversas doenças. Através do uso dessas técnicas, é possível identificar a presença de parasitas, realizar o diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado para o paciente. Neste relatório, serão descritas as técnicas utilizadas, bem como os resultados e conclusões obtidos a partir da análise das amostras clínicas. Aula 1- Roteiro 1 Título da Aula: Exame coproparasitológico para pesquisa de protozoários (Sheater ou Faust). O exame coproparasitológico para pesquisa de protozoários é uma técnica laboratorial utilizada para detectar a presença de parasitas no trato intestinal humano, especialmente os protozoários. Os métodos mais comuns para esse tipo de análise são o Sheater e o Faust, que consistem na análise microscópica de amostras de fezes para identificar possíveis parasitas presentes. Essa análise é importante para o diagnóstico e tratamento de doenças causadas por esses organismos, como amebíase e giardíase. Objetivo: Mostrar ao aluno a técnica de exame de fezes para pesquisa de protozoários. Técnica de Sheater: Exame coproparasitológico para pesquisa de protozoários. Finalidade: Exame coproparasitológico qualitativo com princípio de centrífugo- flutuação para pesquisa de cistos e oocistos de protozoários intestinais. Resultados e Discussão: Técnica de Sheater: Utilizamos 11 ml de solução B (Solução B corresponde a 3 partes de solução A e 1 parte de água), a solução A; pegamos 1 g de fezes, homogeneizamos aos poucos os 11 ml de solução B, em 1 grama de fezes em um copo plástico. Coamos com tamis para outro copo, preenchemos o Falcon (tubo de centrífuga), equilibrar o peso de 2 tubos. Centrifugamos por 10 minutos a 1600 rpm, flambar a alça bacteriológica, esfriamos em recipiente com água, pegamos uma gota da flutuação, e pingamos 3 gotas na lâmina; cobrimos com a lamínula à 45º e levamos ao microscópio para leitura de 100x. Técnica de Faust: Pesamos 1 g de fezes, em 10 ml de água em um copo plástico, coamos com tamis para outro copo; Colocamos a suspensão no falcon e completamos com 13 ml de água destilada, equilibrando o peso em 2 tubos na centrifuga; Centrifugamos por 3 vezes a 2500 rpm durante 1 minuto, descartando o sobrenadante entre uma centrifugação e outra. Homogeneizamos tudo com 10 ml de sulfato de zinco, esperamos por 1 minuto a 2500 rpm, depois deixamos o tubo em repouso por 5 minutos; Coletamos 1 gota do sobrenadante com alça bacteriológica, colocamos em uma lâmina com 1 gota de lugol, então observamos no microscópio em aumento de 100 x. Conclusão: No teste de Sheater tanto no tubo 1 como no tubo 2, detectamos resíduos de forma mais clara e límpida, mas não suficiente para detectar algum protozoário. Já no método de Faust, detectamos uma lâmina mais clara, porém um pequeno cisto de giárdia. Foto 1- Cisto de Giardia lamblia Aula 1- Roteiro 2 Título da Aula: Identificação de lâminas de protozoários, helmintos e artrópodes em Lâminas (microscópio). O termo protozoário é derivado das palavras em latim proto “primitivo” e zoon “animal”, ou seja, animal primitivo. São seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos. A maioria deles são aquáticos de vida livre, mas alguns são parasitas e vivem dentro do corpo de outros seres vivos, inclusive humanos. Objetivo: Mostrar e identificar os protozoários em lâminas prontas. Procedimento: Colocar a objetiva de menor aumento na direção da luz através de movimento do revólver, colocar a lâmina (com lamínula para cima) na platina. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico e observar a imagem com as respectivas estruturas indicadas pelo professor (que podem ser detectados neste aumento). Ajustar a iluminação, se necessário. Resultados e Discussão: Foto 2: Cisticerco Foto 3: Entamoeba Foto 4: Esquistossomose Foto 5: Ovo de Ascaris lumbricoide Foto 6: Trypanosoma Foto 7: Piolho Foto 8: Ovo Teníase Conclusão: Observamos de forma clara, nas lâminas pertencentes a laminoteca da UNIP, diversos parasitas em formas variadas. O objetivo da aula foi alcançado de modo muito satisfatório, pois conseguimos identificar protozoários nas lâminas prontas. Aula 2 – Roteiro 1 Título da Aula: Exame coproparasitológico para pesquisa de helmintos I (Willis). Técnica de Willis Moolay: O exame coproparasitológico para pesquisa de helmintos é uma técnica laboratorial utilizada para detectar a presença de vermes no trato intestinal humano. Uma das técnicas mais comuns para essa análise é a de Willis, que consiste na análise microscópica de amostras de fezes para identificar possíveis parasitas presentes. Essa técnica é amplamente utilizada em laboratórios de análises clínicas para auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças causadas por helmintos, como a esquistossomose e a ancilostomíase. A precisão da técnica de Willis depende da habilidade do técnico em identificar os parasitas, bem como da qualidade da amostra coletada, por isso é importante que seja realizada por profissionais capacitados. É empregada na rotina dos laboratórios de Análises Clínicas, sendo uma técnica qualitativa de flutuação espontânea simples, o princípio desta, é fazer com que os ovos de menor densidade flutuem, aderindo à superfície inferior da lâmina (FERREIRA, 2012). Finalidade: Exame coproparasitológico qualitativo com princípio de flutuação para pesquisa de ovos de helmintos Objetivo: Mostrar ao aluno a técnica de exame de fezes para a pesquisa de ovos de helmintos. Resultados e Discussão: Homogeneizamos 3,0 gramas de fezes em 40 ml de solução saturada de cloretode sódio (NaCl 35%) em um copo plástico, coamos com tamis e gaze para outro copo; Sobre uma placa de Petri, preencher um borel (tubo plástico de filme) com a suspensão de fezes coado, até formar um menisco convexo (solução deve ultrapassar levemente a parte superior do borel); Colocar a lamínula sobre o menisco, com cuidado para não formar bolhas, deixar a lamínula em repouso de 10 a 15 minutos, arrastar a lamínula para cima da lâmina; Levar ao microscópio para leitura de 10x e 20x Conclusão: As fezes dos animais encontrados frequentemente em gramas, jardins, abrigos e lixeiras, contribuem para a proliferação dos dípteros muscóides, que assumem importante papel na veiculação de ovos de helmintos, principalmente pelo contato direto do corpo do díptero com o alimento dos animais. Aula 3– Roteiro 1 Título da Aula: Exame coproparasitológico direto a fresco. Objetivo: Mostrar ao aluno a identificação de trofozoítos, cistos e oocistos de protozoários e de ovos e larvas de helmintos. Ele também permite visualizar a motilidade de trofozoítos dos protozoários em fezes recém-emitidas, analisadas até 30 minutos após a evacuação. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos. Resultado e Discussão: Usamos uma amostra fresca de fezes, com auxílio de um palito de madeira, coletamos a amostra em vários pontos para melhor análise, e sobre uma lâmina pingamos 2 gotas de solução salina a 0,85%, em seguida transferimos fazendo um esfregaço sobre a lâmina o material que coletamos com o palito. Em seguida pingamos 1 gota de lugol para uma melhor visibilidade e em seguida colocamos uma lamínula sobre a lâmina, e em seguida ao microscópio. Conclusão: Analisamos a presença de resíduos vegetais, fibras vegetais pequenas gotas de gorduras, e não encontramos a presença de muco. Foto 9: Lâmina de Fezes Aula 3 – Roteiro 2 Título da Aula: Exame coproparasitológico para pesquisa de helmintos (Hoffman). É uma técnica laboratorial que consiste na análise microscópica de amostras de fezes para detecção de ovos de vermes intestinais. Para realizar o exame, uma amostra de fezes é coletada em um recipiente limpo e levada ao laboratório para análise. Em seguida, as amostras são tratadas com uma solução de formol, que ajuda a preservar os ovos e facilita sua visualização ao microscópio. Os ovos são então identificados e contados por um técnico treinado, permitindo a identificação da espécie do verme presente. Esse exame é importante para o diagnóstico e tratamento de doenças causadas por helmintos, como a ascaridíase e a teníase Esse é um método de sedimentação espontânea, é um tipo de exame parasitológico de fezes. Detecta a presença de ovos, cistos de protozoários e larvas de helmintos nas fezes Objetivo: Proporcionar a realização da técnica de exame de fezes para pesquisa de ovos “pesados” de helmintos, em especial da classe Cestoda e Trematoda. Resultado e Discussão: Com o auxílio de uma espátula de madeira, coletamos uma porção de mais ou menos 6 g de fezes frescas, homogeneizamos em 200 mL de água boricada, divididos em 2 copos de 100 mL cada. Em um cálice de sedimentação e um filtro parasitológico, filtramos e aguardamos cerca de 25 minutos, desprezamos o sobrenadante. Repetimos o procedimento somente 1 vez, cobrimos com um plástico filme e deixamos por 1 hora até sedimentar. Conclusão: Após sedimentação espontânea, com um auxílio de uma pipeta de pasteur, retiramos algumas gotas da sedimentação, transferimos para uma lâmina, inserimos mais 2 gotas de lugol, colocamos a lamínula, levamos ao microscópio, onde observamos alguns resíduos de alimentos e fragmentos de fibra vegetal. Foto 10: Cálice de sedimentação Aula 4 – Roteiro 1 Título da Aula: Exame coproparasitológico para pesquisa de larvas. Objetivo: Mostrar ao aluno a identificação de larvas de parasitas intestinais utilizando a técnica de Rugai Resultados e Discussão: Com o restante da amostra fizemos pequenas trouxa, com o coletor aberto voltado para baixo envolto à compressas de gaze dentro de um cálice de sedimentação, em seguida adicionamos água morna numa temperatura de 45ºC, quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes, somente a parte de baixo da trouxinha, usamos uma espátula para auxiliar na fixação da trouxa no cálice, deixamos em repouso por 1 hora. Passando o tempo, pegamos o sedimento do fundo do cálice com uma pipeta de pasteur, colocamos uma gota em uma lâmina de vidro, acrescentamos 1 gota de lugol e cobrimos com uma lamínula. Conclusão: O método Rugai se mostrou eficiente na pesquisa de larvas, observamos microscopicamente larvas de Ancilostomídeo na amostra de fezes analisada. Este método, apesar de pouco usado hoje em dia, demostrou ser muito econômico e eficaz, de simples execução REFERÊNCIAS 1-Hotez PJ, et al. (2014) Diagnostics as essential tools for controll of neglected tropical diseases. PLOS Negl Trop Dis 8(4): e2654. 2-Garcia LS, et al. (2018) Laboratory diagnosis of amoebiasis. J Clin Microbiol 56(1): e01379-17. 3-Schneeberger PHH, et al. (2018) Detection and diagnosis of neglected tropical diseases: overview and advances. ÁVILA-PIRES, F. D.; PFUETZENREITER, M. R. Epidemiologia da teníase/cisticercose por Taenia solium e Taenia saginata. Cienc. Rural, v. 30, n. 3, 2000. https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/185873/pdf/0 acessado em 13/05/2023 CINERMAN, B. Atlas de Parasitologia: Protozoários e Helmintos, 10ª. ed., São Paulo, Atheneu, 2002. https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/185873/pdf/0
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