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Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Apresentação Para desempenhar suas atividades, a empresa precisa comprar insumos e matérias-primas para fabricar seus produtos, que, depois de prontos, precisam chegar até os clientes. E, para que essas demandas básicas sejam atendidas, a empresa não atua sozinha, sendo necessária sua interação com diversos agentes como fornecedores, distribuidores, entre outros, para oferecer e entregar produtos e serviços aos seus clientes. Essa interação precisa ser muito mais do que uma simples relação entre empresas independentes que compram e vendem estoques entre si. É preciso que haja a formação de um arranjo organizacional com base na dependência e na colaboração, de modo que a empresa se conecte a sua rede de fornecedores e distribuidores para, juntos, promoverem determinado resultado, que, então, é levado ao cliente. Para que esse resultado seja efetivo, isto é, promova a satisfação do cliente, é necessária a integração entre os agentes, ou seja, eles precisam estar alinhados operacionalmente, com suas operações integradas desde a compra inicial de material até a entrega de bens e serviços aos clientes. Afinal, são essas iniciativas coordenadas que permitem reforçar aspectos como participação de mercado, eficiência geral, melhoria contínua e competitividade. Além disso, todo esse conjunto permite que as empresas tragam os produtos de volta ao ciclo após seu uso ou consumo, recuperando o valor nele ainda contido e mantendo esse valor dentro da rede da qual os agentes fazem parte. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre esse contexto, incluindo a definição da cadeia de suprimentos, o conceito da cadeia de suprimentos de ciclo fechado (CSCF) e a demonstração de sua aplicação por meio de exemplos práticos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir cadeia de suprimentos.• Descrever o conceito de CSCF.• Desenvolver exemplos de aplicação da CSCF.• Desafio No desempenho de suas atividades, as empresas interagem com outras empresas com a intenção de, juntas, perseguirem um objetivo comum, que é levar produtos e serviços ao cliente com a qualidade esperada e a eficiência necessária. Afinal, o foco no atendimento ao cliente não é o único desafio enfrentado pelas empresas, que se encontram inseridas em um mercado marcado pela competitividade, precisando, assim, estar atentas aos movimentos de seus concorrentes para superá-los e garantir sua participação de mercado. Para isso, as empresas podem fazer uso de vários conceitos. Acompanhe, a seguir, a situação de determinada empresa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6590cc08-d33f-4564-a85f-36696e4caef1/b7165fd7-316c-4d12-b659-8cff7f3cd0d3.png Você, como consultor da empresa, deve preparar um material que servirá de base para a primeira reunião do grupo, contendo indicações dos conceitos que podem ser aplicados pela empresa Power para lidar com o problema apresentado, informando que benefícios eles podem trazer e como ficaria o desenho da cadeia de suprimentos da empresa no contexto proposto. Infográfico O conceito da cadeia de suprimentos evoluiu muito ao longo dos tempos, passando por vários e importantes estágios, como sua origem baseada no conceito dos canais de distribuição e, depois, passando para o contexto da cadeia de suprimentos integrada e chegando ao cenário da CSCF. A cada um desses estágios, novas preocupações e objetivos foram sendo agregados aos anteriores, ampliando as capacidades e a abrangência da cadeia. Acompanhe o Infográfico, que demonstra esses três estágios, oferecendo mais detalhes sobre cada um deles e permitindo a compreensão de como se deu a evolução do conceito da cadeia de suprimentos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/da6c9ecd-0b62-4fef-8b41-ed4ee7b361fa/674acfc3-e86c-4117-b2d0-6f3f2661f76c.png Conteúdo do livro Para fabricar produtos e oferecê-los a seus clientes, a empresa precisa comprar insumos e matérias-primas, bem como fazer os produtos chegarem até os clientes. Isso inclui a necessidade de interagir com diversos agentes, como fornecedores e distribuidores, interação essa que deve ser mais do que simples relações entre empresas independentes que compram e vendem estoques entre si. É necessário formar um arranjo organizacional fundamentado na dependência e na colaboração, por meio do qual a empresa se conecta a uma rede de agentes que estão alinhados operacionalmente, com operações integradas desde a compra da matéria-prima até a entrega dos produtos aos clientes e, inclusive, permitindo o retorno dos produtos após seu uso e consumo para recapturar o valor que eles ainda têm e manter esse valor dentro da cadeia. No capítulo Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado, da obra Logística reversa, você vai estudar sobre esse cenário, com especial ênfase em três relevantes tópicos: definição da cadeia de suprimento; conceituação da CSCF; e desenvolvimento de exemplos de aplicação da CSCF. Boa leitura. LOGÍSTICA REVERSA Gisele Lozada Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir cadeia de suprimento. � Descrever o conceito de cadeia de suprimentos de ciclo fechado (CLSCM). � Desenvolver exemplos de aplicação da CLSCM. Introdução As empresas fabricam produtos e prestam serviços com a intenção de satisfazer as necessidades de seus clientes. Porém, no desempenho de suas atividades, as empresas não atuam sozinhas, pois elas precisam comprar insumos e matérias-primas para fabricar seus produtos, que, depois de prontos, precisam ser distribuídos, vendidos e entregues aos clientes. Sendo assim, no desempenho de suas atividades, a empresa interage com diversos agentes, e, para que a operação toda seja bem-sucedida e gere resultados expressivos e duradouros, a relação entre esses agentes precisa de muito mais que ligações frágeis entre empresas independentes que compram e vendem estoques entre si. Essa necessidade é atendida pela formação de cadeias de suprimentos, que consistem em arranjos organizacionais de canais e de negócios baseados na dependência e na colaboração, cujo arranjo geral conecta uma empresa à sua rede de fornecedores e distribuidores e aos seus clientes. A integração entre esses agentes faz com que tais arranjos evoluam para iniciativas coordenadas que permitem reforçar aspectos como participação de mercado, eficiência geral, melhoria contínua e competitividade. Com isso, surge a cadeia de suprimentos integrada, na qual os agentes são operacionalmente alinha- dos e as operações são integradas desde a compra inicial de material até a entrega de bens e serviços aos clientes. E essa integração gera valor, sendo ele resultado da sinergia entre as empresas que compõem a cadeia de suprimentos, que se organizam de modo a perseguirem objetivos comuns na condução de fluxos que envolvem informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento, o que permite que elas entreguem o produto/serviço ao cliente final com eficácia, eficiência, relevância e sustentabilidade. Além disso, tal integração permite que as empresas integrantes da cadeia não apenas gerem valor, mas que sejam, ainda, capazes de recapturar o valor que permanece contido nos produtos após seu uso ou consumo, mantendo esse valor dentro da rede, através de cadeias de suprimentos integradas e de ciclo fechado. Neste capítulo, você vai ler sobre esse contexto, sendo apresentado a mais detalhes a respeito da definição da cadeia de suprimentos, bem como sobre o conceito da cadeia de suprimentos de ciclo fechado, cujaaplicação será demonstrada por meio de exemplos. 1 A cadeia de suprimentos Após o início da Revolução Industrial, as organizações começaram a perce- ber que nenhuma empresa era capaz de ser totalmente autossuficiente e que o trabalho em conjunto com outras empresas era essencial para o sucesso duradouro. Então, para superar os novos desafios que aquele momento tão marcante da história impunha, as empresas passaram a desenvolver relacio- namentos comerciais com outras empresas de bens e serviços, de modo que pudessem realizar atividades essenciais em conjunto. Dessas relações surgiram os chamados canais de distribuição, que, embora criassem uma espécie de dependência, permitiam que as empresas pudessem planejar e desenvolver de forma estratégica suas competências essenciais e, ainda, obter os benefícios da especialização e da economia de escala. Porém, mesmo que a integração Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado2 entre as empresas nos canais tivesse um caráter colaborativo, a ideia de que tal cooperação resultaria em benefícios para todos os envolvidos era um tanto vaga, principalmente porque não havia uma troca de informações em volume, relevância e qualidade significativos. Além disso, como cada empresa concentrava-se em seus próprios objetivos, ainda que houvesse colaboração, o ambiente nos canais era marcado por forte competitividade (BOWERSOX et al., 2014). Com o passar do tempo, os arranjos tradicionais de canal de distribuição fo- ram evoluindo, e as empresas passaram a pensar na integração e na colaboração de forma mais efetiva, dando origem ao conceito de cadeia de suprimentos. Nessa nova concepção, passam a ser estabelecidos novos arranjos comerciais, com potencial para melhorar a competitividade de todos os envolvidos, pois se trata de uma rede de relações comerciais altamente eficaz, capaz de melhorar a eficiência ao eliminar o trabalho duplicado e improdutivo. A cadeia de suprimentos consiste no relacionamento e na colaboração entre empresas, sendo que a gestão desses relacionamentos é focada em impulsionar o posicionamento estratégico e melhorar a eficiência operacional. Desse modo, uma estratégia de cadeia de suprimentos consiste em um arranjo organizacional de canais e de negócios baseado na dependência e na colaboração. As operações da cadeia de suprimentos exigem processos gerenciais que perpassem as áreas funcionais dentro de cada empresa e que, até mesmo, ultrapassem as fronteiras organizacionais, conectando fornecedores, parceiros comerciais e clientes. Isso revela um nível de envolvimento e colaboração ainda maior, que leva ao conceito de cadeia de suprimentos integrada, geralmente representada por um esquema linear que conecta as empresas participantes, formando uma unidade competitiva coordenada, conforme ilustrado na Figura 1. O arranjo geral da cadeia de suprimentos conecta uma empresa e sua rede de forne- cedores e distribuidores aos seus clientes. 3Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Figura 1. Estrutura da cadeia de suprimentos integrada. Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 7). A perspectiva da cadeia de suprimentos integrada altera os arranjos tra- dicionais dos canais, que deixam de ser grupos com ligações frágeis entre empresas independentes que compram e vendem estoques entre si e passam a ser uma iniciativa coordenada para reforçar aspectos como participação de mercado, eficiência geral, melhoria contínua e competitividade. Assim, uma cadeia de suprimentos integrada consiste na colaboração entre empresas dentro de uma estrutura de fluxos e restrições de recursos essenciais, em que são empenhados esforços para alinhar operacionalmente uma empresa com seus clientes e com seus fornecedores e distribuidores, que formam redes de apoio para obtenção de vantagem competitiva. Nesse contexto, as operações são integradas desde a compra inicial de material até a entrega de bens e serviços aos clientes. E essa integração gera valor, que é resultado da sinergia entre as empresas que compõem a cadeia de suprimentos, as quais se organizam de modo a perseguirem objetivos comuns na condução de fluxos que envol- vem informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento, o que permite a elas entregar o produto/serviço ao cliente final com eficácia, eficiência, relevância e sustentabilidade. Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado4 Nesse contexto da cadeia de suprimentos e sua preocupação com a geração de valor, uma função se mostra merecedora de destaque: a logística. A logística é o condutor dos bens e serviços dentro do arranjo da cadeia de suprimentos, sendo responsável por projetar e administrar sistemas para controlar o trans- porte e a localização geográfica dos estoques de matérias-primas, de produtos em processo e acabados pelo menor custo total. Seu objetivo é apoiar as neces- sidades operacionais de suprimento, manufatura e atendimento ao cliente na cadeia de suprimentos, o que ela faz combinando atribuições de gerenciamento de pedidos, do estoque, do transporte, do depósito, do manuseio de materiais e da embalagem, integrados por meio de uma rede de instalações. Ou seja, a logística consiste em um subconjunto de atividades que ocorre dentro de um panorama mais abrangente, que é a cadeia de suprimentos, sendo um processo que colabora para o propósito da criação de valor, principalmente mediante a gestão e o posicionamento do estoque. Para atingir seus objetivos, a logística lida com desafios dentro e fora das empresas. No ambiente interno das organizações, a logística é responsável por coordenar as competências funcionais, e, no contexto mais amplo — que é a cadeia de suprimentos —, ela trata da sincronização operacional entre a empresa, seus clientes e seus fornecedores (de matéria-prima e serviços), promovendo a unificação das operações internas e externas, de modo a torná- -las um processo integrado. E, com isso, surge a logística integrada, que serve para vincular e sincronizar a cadeia de suprimentos como um processo contínuo, sendo essencial para a conectividade efetiva da cadeia. Isso leva à consideração de que a logística contribui para a gestão integrada da cadeia de suprimentos. Afinal, é por meio do processo logístico que a matéria-prima chega até a capacidade produtiva e que os produtos acabados são distribuídos aos consumidores, funções essas que se tornaram ainda mais relevantes com o crescimento do comércio global, que expandiu o tamanho e a complexidade das operações logísticas. Além disso, a logística agrega valor aos processos da cadeia de suprimentos, uma vez que possibilita o posiciona- mento estratégico do estoque, o que colabora para a geração de vendas e para a satisfação do cliente pelo menor custo total. Contudo, cabe destacar que, para que esses benefícios sejam viabilizados, a logística precisa ser administrada como um esforço integrado entre os agentes da cadeia de suprimentos. 5Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Quando a logística é administrada como um esforço integrado para atingir a satisfação do cliente pelo menor custo total, ela gera valor, que resulta da elevação do nível dos serviços associada à minimização dos custos. Para obter integração logística no contexto de cadeia de suprimentos, alguns objetivos operacionais precisam ser atendidos de forma simultânea, dentre os quais cabe destacar a preocupação com a qualidade e o suporte ao ciclo de vida. A preocupação com a qualidade tem relação com promover a melhoria contínua, que é um objetivo operacional fundamental. Afinal, um produto com defeito ou uma promessa de serviço não cumprida compromete o valor daquilo que a cadeia de suprimentos entrega ao cliente. Por isso, quando o produto entregue ao cliente apresenta falha na qualidade, é necessário fazer uma reposição, ou seja, o produto precisa ser devolvido e trocado, ainda que isso gere custos adicionais (geralmente maioresque os custos da distribuição original). A questão do suporte ao ciclo de vida consiste em garantir que o produto funcionará conforme o esperado, o que se conecta à preocupação com a qualidade. Isso requer, em certas situações, uma reversão do fluxo original que é desempenhado pela cadeia de suprimentos, permitindo a devolução de produtos por motivos como não atendimento aos padrões de qualidade (que são cada vez mais rígidos), data de validade e responsabilidade por consequências danosas, entre outros. Essa necessidade traz à cena mais um importante elemento do contexto logístico: a logística reversa. A logística reversa, além de viabilizar o retorno dos produtos por motivos como os já mencionados, também tem relação com a necessidade de as empresas atenderem a legislações específicas a que estão sujeitas, que as responsabili- zam pelos impactos gerados por suas operações, demandando soluções como reciclagem e destinação de resíduos. Assim, a adoção de práticas de logística reversa envolve diversos fatores, como a necessidade de manter o máximo de controle quando existe um risco potencial à saúde (como no caso de um produto contaminado), a garantia e manutenção da qualidade (como no caso de produtos defeituosos, seja por demanda do cliente, seja por manifestação espontânea da empresa ao detectar uma falha de qualidade, como ocorre no caso dos recalls, quando a empresa alerta o cliente sobre o problema identificado) e, até mesmo, a promoção do menor custo total da operação (como no retorno Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado6 de itens para reintegração ao fluxo produtivo ou de negócios). Enquanto os primeiros fatores mencionados representam obrigações da empresa, o último tem um viés de oportunidade, pois permite a recuperação do valor ainda con- tido nos produtos retornados. A adoção da logística reversa permite recuperar valor por meio da redução da quantidade de produtos que, sem ela, seriam descartados ou vendidos com desconto. Assim, a logística reversa permite que a empresa possa aprofundar suas relações com o ambiente externo, aproximando a empresa de seus clientes e fornecedores, e até mesmo proporcionando a conexão entre cadeias de supri- mentos. A logística, de modo geral, contribui para o equilíbrio da estratégia corporativa, ao conectar funções-chave da organização. Porém, a relevância da logística reversa é tão expressiva no contexto da logística, que chega a ocorrer um certo deslocamento do valor estratégico dessa, o qual passa a ser imputado à logística reversa. Isso faz que, no contexto atual da cadeia de suprimentos, já não exista uma separação entre logística direta e reversa, mas, sim, uma visão holística que combina os dois fluxos e demanda a atuação coordenada de ambas na cadeia de suprimentos. Assim, a logística reversa aparece integrada à estratégia logística, em um ciclo contínuo que inclui o fluxo reverso (VALLE; SOUZA, 2014). A importância estratégica da logística reversa pode ser percebida também pelo destaque a ela concedido por organizações de relevância no contexto da cadeia de suprimento, como é o caso do Supply-Chain Council (Conselho da Cadeia de Suprimentos), uma organização que se dedica a pesquisar e aplicar os avanços do gerenciamento da cadeia de suprimento. Essa organização desen- volveu o Supply-Chain Operations Reference (SCOR), um modelo de referência das operações na cadeia de suprimentos em que constam inseridos os fluxos reversos. O SCOR propõe uma estrutura unificada da cadeia de suprimento, abrangendo desde os fornecedores até os clientes, contemplando as diversas atividades desenvolvidas nos diferentes estágios da cadeia de suprimentos. Com base nisso, ele descreve os relacionamentos entre processos de negócio e sugere métricas que auxiliam no gerenciamento da cadeia e na comunicação entre parceiros estratégicos, com destaque ao compromisso de transferência de valor entre a organização e seus clientes, acionistas e demais stakeholders. Frente ao exposto, a logística reversa se revela como uma importante face da logística, extremamente relevante no contexto da cadeia de suprimentos integrada, permitindo a formulação de uma estratégia integrativa sólida, que reforça a capacidade da cadeia em satisfazer as necessidades do cliente. Dentre as competências promovidas por meio da logística reversa, destaca-se a 7Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado capacidade de trazer de volta ao fluxo produtivo ou de negócios aquilo que for necessário e/ou possível, garantindo a qualidade dos produtos e a recuperação de valor. E essa reintegração pode ocorrer de duas formas básicas, que são os ciclos aberto e fechado, sobre os quais você vai estudar a seguir. 2 A cadeia de suprimentos de ciclo fechado (CLSCM) No contexto da gestão da cadeia de suprimentos, o equacionamento logístico dos fluxos de materiais em toda a cadeia de suprimentos é algo fundamental. Em função disso, a logística empresarial possui papel significativo no plane- jamento e no controle do fluxo de materiais e produtos — desde sua entrada na empresa até sua saída dela, já como produto finalizado —, bem como das informações correspondentes a eles em todas as fases da cadeia de suprimen- tos. E tudo isso está pautado na coordenação de fluxos em rede operacional, buscando reduzir ineficiências e melhorar o atendimento a clientes diretos e finais (LEITE, 2017). Mas o papel da logística no mundo empresarial não para por aí. A crescente quantidade de produtos com ciclos de vida cada vez menores e a grande varie- dade de modelos, que se intensificou nas últimas décadas do século XX, deram origem à necessidade do equacionamento logístico do retorno de uma parcela dos produtos levados até o cliente através da cadeia de suprimentos. Frente a essa necessidade, a logística empresarial evoluiu e deu origem à sua quarta área de atuação, que é a logística reversa. Com isso, a logística empresarial atual passou a ser formada por quatro áreas operacionais, conforme apresentado na Figura 2, introduzindo a ideia de circuito fechado (closed loop) na logística. � Logística de suprimentos: responsável por garantir o abastecimento dos insumos materiais. � Logística de apoio à manufatura: responsável pelo planejamento, armazenamento e controle dos fluxos internos. � Logística de distribuição: responsável pela entrega dos pedidos. � Logística reversa: a mais nova área da logística, responsável pelo retorno dos produtos de pós-venda e de pós-consumo e pelo seu enca- minhamento a diversos destinos. Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado8 Figura 2. Áreas operacionais da logística empresarial. Fonte: Leite (2017, p. 12). O fato é que, depois de concluídas as fases do fluxo logístico direto na cadeia de suprimentos, uma considerável parcela dos bens de pós-consumo retorna ao ciclo produtivo, permitindo a revalorização do produto e de seus materiais constituintes (matéria-prima, partes, peças, componentes e acessó- rios). E esse retorno é promovido por meio da logística reversa e seus canais de distribuição, que propiciam atividades como reuso e reciclagem. Na literatura que trata sobre logística reversa, a questão do “ciclo fechado” costuma ser desenvolvida com base num cenário em que há uma empresa fornecendo seus produtos ao mercado e recebendo-os de volta através de canais reversos. Nesse contexto, a questão do “ciclo fechado” costuma ser tratada com foco nos canais reversos e na destinação dada por meio deles aos produtos retornados. A ideia básica dos canais reversos é permitir que os produtos e suas partes possam ser reintegrados ao ciclo produtivo, sendo aplicados na fabricação de um produto similar àquele do fluxo direto ou de um produto distinto. A partir dessa diferença, formam-se duas categorias de canais de distribuição reversos, tendo em vista as finalidades original e final de reaproveitamento (LEITE, 2017; PEREIRA et al., 2012):� Canais de distribuição reversos de ciclo aberto: a reintegração ao fluxo produtivo é destinada à fabricação de um produto distinto daquele do fluxo direto. � Canais de distribuição reversos de ciclo fechado: a reintegração ao fluxo produtivo é destinada à fabricação de um produto similar àquele do fluxo direto. 9Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Os canais de distribuição reversos de ciclo aberto focam no retorno de materiais constituintes dos produtos de pós-consumo (como metais, plásticos, vidros, papéis, entre outros), visando a promover sua reintegração ao ciclo produtivo como matérias-primas que substituem matérias-primas novas na fabricação de diferentes tipos de produtos. Um exemplo é o retorno ao ciclo produtivo de todo o ferro e aço provenientes de bens como automóveis, navios, latas de embalagens, eletrodomésticos, resíduos industriais de metalúrgicas, sucatas de máquinas, entre outros, que são reintegrados como matérias-primas secundárias na fabricação de chapas de aço, barras de ferro, vigas e outros produtos, como apresentado na Figura 3. Figura 3. Exemplos de canais reversos de ciclo aberto. Fonte: Pereira et al. (2012, p. 34). Já os canais de distribuição reversos de ciclo fechado focam no retorno de produtos de pós-consumo que são descartados ao final de sua vida útil, para que seus materiais constituintes sejam extraídos seletivamente e destinados à fabricação de um produto similar ao de origem. Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado10 Um exemplo são as embalagens de alumínio, em especial as latas de bebidas, cujo principal material constituinte é a chapa de liga de alumínio estanhada. O ciclo fechado ocorre quando esse material é extraído e reintegrado ao ciclo produtivo para a fabricação de novas chapas de ligas de alumínio, com as quais são fabricadas novas latas de alumínio para embalagem de bebidas. Esse e outros exemplos são demonstrados de forma sintética na Figura 4. Figura 4. Exemplos de canais reversos de ciclo fechado. Fonte: Pereira et al. (2012, p. 36). Porém, como foi comentado anteriormente, esses conceitos de ciclo aberto e ciclo fechado são apresentados na literatura considerando-se o contexto de uma empresa fornecendo produtos ao mercado, os quais retornam por canais reversos para recuperação de valor. Contudo, na prática, a função de levar produtos ao mercado e depois trazê-los de volta ao ciclo produtivo ou de negócios é algo bem mais complexo, pois envolve, além da empresa focal (como um fabricante) e seus clientes, também muitas outras empresas, que são suas fornecedoras e parceiras, formando uma cadeia de fornecimento, como demonstrado na primeira seção deste capítulo. Na concepção mais básica da logística reversa, os produtos vão da empresa para o cliente e, quando retor- nam, se movimentam do cliente para a empresa pelos canais reversos. Já no caso da cadeia de suprimentos, no fluxo direto os produtos fluem na direção 11Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado do cliente, passando pelos vários agentes da cadeia, e, quando retornam, a movimentação pode não ocorrer na mesma sequência, sendo possível que o produto retorne a um dos agentes da cadeia que esteja posicionado mais no início do fluxo direto. Em se tratando de logística reversa e ciclo fechado, os canais podem não ser “reversos” como usualmente apresentado na literatura, mas, sim, um conjunto de canais que permitem o retorno “à origem” — a empresa A fornece seus produtos à empresa B, que adiciona valor a eles e os comercializa junto à empresa C, a qual, por sua vez, os comercializa para os consumidores finais. Nesse caso, havendo um processo de retorno dos produtos, pode ocorrer de eles retornarem diretamente para a empresa A. Sendo assim, não haveria um canal reverso “tradicional”, conforme o qual os produtos retornariam para a empresa C; em tal situação, o que ocorreria seria o fechamento do ciclo em um contexto de cadeia de fornecimento. Então, nesse contexto, surge o conceito de cadeia de suprimentos de ciclo fechado (CLSCM, do inglês closed loop supply chain management). A CLSCM pode ser definida, de forma simplificada, como a combinação entre a cadeia de suprimentos direta e a cadeia de suprimentos reversa, conforme ilustrado na Figura 5 (BRAZ, 2018). Figura 5. Modelo geral da CLSCM. Fonte: Braz (2018, p. 31). Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado12 A incorporação do fluxo relativo à cadeia reversa permite que a CLSCM possa promover a operação da cadeia de modo a viabilizar a recuperação do valor contido nos produtos pós-consumo, fazendo que esse valor seja mantido dentro da cadeia, sendo esse o principal propósito da ideia de ciclo fechado nesse contexto. A CLSCM combina as cadeias direta e reversa, com a intenção de viabilizar a recuperação do valor contido nos produtos pós-consumo, fazendo que esse valor seja mantido dentro da cadeia. Tal recuperação de valor ocorre mediante processos que viabilizam o retorno dos produtos ao fluxo produtivo ou de negócios da cadeia de supri- mentos, envolvendo ações que permitem a coleta dos produtos e componentes usados, seu reprocessamento e sua distribuição, sendo tais atividades o reuso, o reparo, a renovação, o recondicionamento, a remanufatura e a reciclagem, detalhados a seguir. � Reuso: consiste em levar de volta ao ciclo o produto que ainda tem condições de uso, sem a necessidade de realizar nele qualquer reparo ou outra operação. � Reparo: consiste em fazer o produto voltar a funcionar consertando-se suas peças ou partes, o que pode ser realizado com o retorno do produto ao distribuidor ou assistência técnica do fabricante, ou até mesmo nas dependências do cliente. � Renovação: consiste em fazer que o produto retornado tenha especifica- ção e qualidade próximas de um novo, o que pode envolver atualização tecnológica, com a troca ou substituição de módulos ou partes; porém, a garantia não será igual à do produto novo. � Recondicionamento: consiste em restaurar o produto de modo que retorne à sua condição original sem nenhuma utilização, o que é rea- lizado mediante um processo de limpeza seguido pela substituição ou recondicionamento de seus componentes. 13Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado � Remanufatura: consiste em fazer o produto retornado recuperar os padrões de qualidade e especificação iguais à de um novo, o que é feito mediante a desmontagem completa do produto para que suas peças sejam inspecionadas e testadas, trocando-se e substituindo o que for necessário (o que pode ser combinado com atualização tecnológica); esse produto é, então, vendido com preço inferior ao de um produto novo. � Reciclagem: diferentemente dos processos anteriores, que objetivam reter o máximo possível da identidade e funcionalidade do produto usado, a reciclagem não tem isso como foco, pois o produto retornado será transformado em matéria-prima para novas peças e componentes destinados à fabricação de novos produtos. Importa comentar que, conforme os processos anteriormente apresentados se deslocam na direção do fabricante da matéria-prima (fluxo à montante da Figura 5), o valor do produto recuperado diminuiu a cada etapa, partindo do reuso à reciclagem, pois o produto é cada vez mais descaracterizado, desmon- tado, perdendo suas partes/peças e funcionalidades, ocorrendo a desconstrução do valor a ser recuperado. Também cabe comentar que o conceito da CLSCM possui uma forte conexão com o conceito da sustentabilidade empresarial, que engloba a preocupação com aspectos econômicos, ambientais e sociais. Com isso, ao adicionar os processos da cadeia reversa à cadeia direta, os objetivos perseguidos pela cadeia de suprimentos, que antes eram basicamente econômicos, passam a ser econômicos, sociais e ambientais, o que torna a CLSCM sustentável. Afinal, os processos de recuperação de produtos pós-consumo promovidos na CLSCMpodem gerar impacto positivo no meio ambiente ao fechar-se o ciclo, uma vez que permitem reduzir a geração de resíduo e o consumo de matéria-prima virgem, bem como diminuir o consumo de energia e as emissões causadas pelo transporte e pela distribuição. E isso leva a outro importante conceito, que é o de economia circular. A economia circular surgiu a partir de estudos realizados no fim do século XX que deram origem a modelos de negócio mais sustentáveis, focados em aspectos como a eliminação de resíduos e poluição e a manutenção de produtos e materiais em ciclos de uso (LUZ; BOOSTEL, 2018). Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado14 A ideia base da economia circular é contrapor o modelo de processos produtivos até então praticado, que se baseava na extração de matérias-primas para posteriores processamento, distribuição e consumo, resultando, por fim, no descarte dos produtos pós-consumo — em um processo conhecido como economia linear. Com o passar do tempo, tal modelo começou a ser questio- nado devido a seus impactos potencialmente negativos (em especial ao meio ambiente), em função do surgimento de uma consciência sobre a importância da sustentabilidade, por parte de clientes, empresas e demais agentes da cadeia de suprimentos, chegando a dar origem a legislações que obrigam as empresas a se responsabilizar e tratar os impactos promovidos por suas operações. Nesse contexto, a economia linear dá lugar à economia circular, que consiste em uma nova forma de produzir e consumir. Enquanto a economia linear se baseia na extração de insumos da natu- reza e o descarte dos resíduos, o que implica impactos ambientais negativos, a economia circular se baseia no conceito de utilização de insumos a partir de materiais e produtos renováveis, segundo o qual um resíduo ou lixo se torna matéria-prima para um novo ciclo produtivo, conforme ilustrado na Figura 6. Essa nova concepção de economia promove a reutilização de insumos, com os produtos se tornando fonte de insumos para a fabricação de novos produtos, eliminando ou, ao menos, reduzindo significativamente o descarte e seus impactos ambientais. Figura 6. Comparativo entre (a) processo linear e (b) processo circular. Fonte: Adaptada de Luz e Boostel (2018). Matérias-primas Matérias-primas Produção Distribuição Consumo Resíduos Design Produto remanufaturados Dist rib ui çã o Consumo reutilização e reparo C ole ta Re cic lag em Resíduos Economia circular (a) (b) 15Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado A prática da economia circular inclui aspectos como: a) uso de recursos sustentáveis no projeto de produtos; b) design de produto que preveja para ele maior durabilidade e potencial para ser usado sucessivas vezes; c) design do processo, minimizando o uso de recursos como água e energia; d) fluxos circulares, com opções de reutilização por meio da revenda ou compartilha- mento, remanufatura e reciclagem. Sendo assim, o conceito de economia circular propõe um novo modelo de negócios, que inclui a busca pela redução dos impactos ambientais decorrentes dos processos de fabricação e produtos. Isso, embora exija uma interação mais sistêmica por parte dos integrantes da cadeia de suprimentos, agrega valor à cadeia, a seus processos e produtos. 3 Exemplos de aplicação da CLSCM Vejamos dois exemplos para ilustrar o funcionamento das operações no con- texto da CLSCM. O primeiro deles é o de uma cadeia de fornecimento que constrói equipa- mentos para grandes empresas da indústria petrolífera. Nessa cadeia, estão inseridas as empresas A, B e C: a empresa A fornece válvulas de grande porte utilizadas pela empresa B como componentes na construção de um sistema completo de controle de boca de poço de exploração em águas profundas, o qual, uma vez completo, é instalado pela empresa C, que presta serviço para uma empresa petrolífera, a qual, por sua vez, é o cliente final da cadeia. Como esse sistema de controle opera em um ambiente bastante agressivo (altas pressões, corrosão, etc.), seus componentes (sobretudo as válvulas) frequente- mente precisam passar por procedimentos de manutenção e/ou remanufatura. Nesses casos, as válvulas retornam ao ciclo da cadeia de fornecimento, porém sem fazer todo o caminho no sentido contrário, empresa a empresa, mas, sim, sendo enviadas diretamente para a empresa A, a fim de que essa providencie a manutenção e/ou remanufatura das válvulas, conforme demonstrado na Figura 7. Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado16 Figura 7. Exemplo de cadeia de CLSCM. O segundo exemplo consiste em uma cadeia de fornecimento integrante da indústria da construção civil. Nessa cadeia, está uma incorporadora, que contrata uma construtora para que ela construa um prédio de apartamentos, os quais são comercializados pela incorporadora aos clientes finais, que vão adquirir o imóvel para moradia. A construtora subcontrata várias empresas especializadas em determinados serviços, as quais, por sua vez, compram equipamentos que são aplicados por elas nos sistemas que constroem. Vejamos as empresas integrantes dessa cadeia, como forma de ilustrar o relacionamento entre elas e a mecânica geral da cadeia: � Empresa A: especializada em climatização, esta empresa faz toda a instalação de dutos de ventilação dos apartamentos e conecta a eles os aparelhos de ar-condicionado comprados de seu fornecedor. � Empresa B: especializada em exaustão, esta empresa faz toda a instala- ção de dutos da churrasqueira e da lareira dos apartamentos e conecta a eles os exautores comprados de seu fornecedor. � Empresa C: especializada em hidráulica, esta empresa faz toda a ins- talação de encanamentos dos apartamentos e os conecta à bomba de pressão comprada de seu fornecedor, que fica instalada junto à caixa d’agua do prédio. � Empresa D: construtora que subcontrata as empresas de serviços es- pecializados A, B e C. � Empresa E: incorporadora que contrata a construtora e, depois, vende aos clientes os apartamentos prontos. � Compradores: clientes finais da cadeia, que compram os apartamentos. 17Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Depois de prontos, os apartamentos são entregues aos compradores, que, no ato da entrega, recebem uma espécie de manual de instruções chamado “memorial descritivo”, no qual estão contidas informações relevantes sobre o apartamento, incluindo detalhes sobre equipamentos, como aparelhos de ar-condicionado, exautores e bomba de pressão da caixa d’água. O memorial, além de trazer informações técnicas sobre os equipamentos, também informa o seu prazo de garantia e os nomes dos respectivos fornecedores, acompa- nhados de dados para contato. Quando os compradores já estão morando nos apartamentos, caso algum dos equipamentos apresente problemas durante o período da garantia, eles acionam os fornecedores, que providenciam o retorno dos equipamentos para a realização de manutenções e/ou reparos, fechando o ciclo da cadeia de fornecimento, conforme ilustrado na Figura 8. Figura 8. Exemplo de CLSCM. BOWERSOX, D. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. BRAZ, A. C. A gestão da cadeia de suprimentos de ciclo fechado para criar e capturar valor. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo. 2018. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-12112018-154953/ es.php. Acesso em: 16 jun. 2020. Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado18 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. LEITE, P. R.Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. LUZ, C. B. S.; BOOSTEL, I. Logística reversa. Porto Alegre: SAGAH, 2018. PEREIRA, A. L. et al. Logística reversa e sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2012. VALLE, R.; SOUZA, R. G. (Orgs.). Logística reversa: processo a processo. São Paulo: Atlas, 2014. 19Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado Dica do professor O objetivo central de uma CSCF é recapturar o valor contido nos produtos pós-consumo de modo a reter esse valor dentro da cadeia, gerando vantagem competitiva a seus integrantes. Para tanto, é necessário monitorar e avaliar a performance logística da cadeia, comparando-a com outras cadeias, o que requer a utilização de indicadores de desempenho. A Dica do Professor apresenta uma ferramenta capaz de auxiliar muito nessa demanda: o modelo SCOR, voltado para a medição do desempenho logístico, permitindo analisar uma cadeia de suprimentos sobre diversos aspectos, visando à identificação de oportunidades de melhoria e à sua implementação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/36df8fb2b88c9e4d2b48acb10764cbad Exercícios 1) Mudanças históricas marcantes no cenário empresarial (em especial no tocante à indústria) fizeram as empresas perceberem que não são autossuficientes, sendo necessário trabalhar em conjunto com outras empresas para evoluir e prosperar. Essa constatação foi o ponto de partida para o surgimento do conceito da cadeia de suprimentos, que depois evoluiu muito ao longo do tempo, passando pelos conceitos de cadeia de suprimentos tradicional e cadeia de suprimentos integrada até se transformar na CSCF. Com relação a esses conceitos, assinale a alternativa correta: A) Na CSCF, as empresas priorizam seus próprios objetivos. B) Na cadeia de suprimentos tradicional, havia troca de informações em volume, relevância e qualidade significativos. C) Na cadeia de suprimentos integrada, empresas independentes compram e vendem estoques entre si. D) Na cadeia de suprimentos tradicional, há fluxos que envolvem produtos, serviços, recursos financeiros, informação e conhecimento. E) Nas cadeias de suprimentos integrada e de ciclo fechado, ocorre a combinação da logística direta e da reversa. 2) A logística empresarial atual é formada por quatro áreas e, a partir da incorporação da quarta área, foi introduzida a ideia de circuito fechado (closed loop) na logística. Embora esta última tenha destaque em função de sua capacidade de fechar o ciclo, cada uma das quatro áreas desempenha papel fundamental no contexto geral da logística empresarial. Para exemplificar, pense em um profissional de logística cujas atividades são focadas no abastecimento interno dos estoques de materiais nos postos de trabalho, sendo responsável por realizar a movimentação interna dos materiais necessários para a produção em uma fábrica, de modo a permitir a operação produtiva sem interrupções. Em qual das áreas da logística esse profissional trabalha? A) Logística de suprimentos. B) Logística de apoio à manufatura. C) Logística de distribuição. D) Logística direta. E) Logística reversa. 3) No contexto da cadeia de suprimentos, a logística reversa permite a recuperação de valor contido nos produtos pós-consumo, além de colaborar para o cumprimento de outros objetivos, sendo que um deles é o que diferencia a CSCF das demais. Que objetivo é esse? A) Reduzir os impactos negativos da operação produtiva sobre o meio ambiente. B) Ser baseada na extração de insumos da natureza e no descarte dos resíduos. C) Ser baseada na utilização de insumos a partir de materiais e produtos renováveis. D) Manter o valor recuperado dos produtos pós-consumo dentro da cadeia original. E) Propor uma estrutura unificada da cadeia de suprimentos. 4) Entre as competências promovidas por meio da logística reversa, destaca-se a capacidade de trazer de volta ao fluxo produtivo aquilo que é necessário e/ou possível, garantindo a qualidade dos produtos e a recuperação de valor. Isso ocorre por meio de canais de distribuição, que podem ser do tipo aberto ou fechado. Considerando esses dois tipos de fluxos de retorno dos produtos ao ciclo produtivo, servindo de matéria-prima para novos produtos, qual das alternativas corresponde a um exemplo de canal de distribuição de ciclo fechado? A) O metal contido em eletrodomésticos vira chapas e lingotes metálicos. B) O plástico extraído de embalagens de alimentos vira sacos de lixo. C) O material metálico removido de um navio vira vergalhões de metal. D) O alumínio extraído de embalagens de refrigerantes se transforma em latas de cerveja. E) O material plástico retirado de computadores vira potes e vasos. 5) No contexto da CSCF, os materiais retornam ao fluxo produtivo com a intenção de recuperação e retenção de valor. Levando em conta isso, qual das alternativas ilustra mais adequadamente a cadeia de ciclo fechado, promovendo o fechamento do ciclo com maior amplitude, ainda que o valor recuperado seja menor? A) Uma TV apresenta defeito após alguns meses de uso e, por estar na garantia, retorna ao fabricante. B) A bateria de um automóvel chega ao fim da vida útil e, por isso, retorna ao fornecedor para reciclagem. C) O cliente se arrepende de uma compra feita pela Internet e devolve a mercadoria ao lojista. D) O supermercado devolve mercadorias consignadas ao distribuidor porque está sem espaço físico no estoque. E) Um carro usado é dado como parte do pagamento de outro veículo em uma concessionária. Na prática Quando administrados de forma coordenada, as cadeias direta e reversa formam um circuito fechado que permite às empresas integrantes da cadeia de suprimentos atingirem um objetivo comum: a maximização de lucros. O conceito da CSCF pode ser adotado pelas empresas como uma estratégia de negócios, permitindo que elas recuperem o valor contido nos produtos pós-consumo e garantindo que esse valor seja mantido dentro da cadeia de suprimentos da qual a empresa faz parte, gerando benefícios para todos os agentes envolvidos na cadeia. Acompanhe, neste Na Prática, o exemplo de uma empresa que adotou tal conceito em sua operação e os benefícios que isso trouxe para ela e as demais empresas integrantes da cadeia de suprimentos da qual participa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/873a6fef-0ade-41b7-b00d-e42780c306af/090e6c33-0e34-43ac-add7-7e21922515c8.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Cadeia de suprimento: o que é? / Supply Chain Para fabricar produtos e oferecê-los a seus clientes, a empresa precisa comprar insumos e matérias-primas, bem como fazer os produtos chegarem até os clientes, o que leva à necessidade de se relacionar com agentes como fornecedores e distribuidores. Isso define, de forma simplificada, o conceito da cadeia de suprimentos ou Supply Chain (em inglês). Trata-se de um conceito muito importante no mundo dos negócios, que tem muitos outros detalhes e envolve diversos outros aspectos e objetivos. Este vídeo aborda esse assunto. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A importância do controle na cadeia de suprimentos O conceito da cadeia de suprimentos, quando bem implementado e controlado, tem potencial para promover melhores resultados para as organizações, o que é viabilizado por meio da redução de aspectos como custos de produção, estoques e setups e do aumento de fatores como volume de vendas e qualidade. Este artigo trata desse contexto, focando na importância do controle na cadeia de suprimentos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou cliqueno código para acessar. Logística reversa de óleo mineral isolante, com foco em suas dificuldades relacionadas a transporte e minimizar os custos envolvidos A CSCF tem o objetivo de recuperar o valor contido nos materiais pós-consumo e manter esse valor dentro da cadeia por meio de atividades como a reciclagem, que permitem transformar https://www.youtube.com/embed/Nh-fqSj06Kw http://www.fecilcam.br/anais/x_eepa/data/uploads/2-logistica/2-04.pdf resíduos em matérias-primas para novos produtos. Porém, para que isso realmente seja benéfico para a cadeia, o valor recuperado precisa ser maior que o custo para recuperá-lo e, nesse sentido, torna-se necessário analisar esses dois aspectos para que a decisão de trazer um bem pós-consumo de volta à cadeia seja tomada com segurança e assertividade. Este artigo apresenta um caso de análise, mostrando alternativas avaliadas para a decisão do que fazer com o resíduo de uma operação e qual foi a conclusão apurada. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://lalt.fec.unicamp.br/tccs_fec_0600/turma21/nayara_donatini/tcc.pdf