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Gestão da cadeia de suprimentos 
integrada e de ciclo fechado
Apresentação
Para desempenhar suas atividades, a empresa precisa comprar insumos e matérias-primas para 
fabricar seus produtos, que, depois de prontos, precisam chegar até os clientes. E, para que essas 
demandas básicas sejam atendidas, a empresa não atua sozinha, sendo necessária sua interação 
com diversos agentes como fornecedores, distribuidores, entre outros, para oferecer e entregar 
produtos e serviços aos seus clientes.
Essa interação precisa ser muito mais do que uma simples relação entre empresas independentes 
que compram e vendem estoques entre si. É preciso que haja a formação de um arranjo 
organizacional com base na dependência e na colaboração, de modo que a empresa se conecte a 
sua rede de fornecedores e distribuidores para, juntos, promoverem determinado resultado, que, 
então, é levado ao cliente. Para que esse resultado seja efetivo, isto é, promova a satisfação do 
cliente, é necessária a integração entre os agentes, ou seja, eles precisam estar alinhados 
operacionalmente, com suas operações integradas desde a compra inicial de material até a entrega 
de bens e serviços aos clientes.
Afinal, são essas iniciativas coordenadas que permitem reforçar aspectos como participação de 
mercado, eficiência geral, melhoria contínua e competitividade. Além disso, todo esse conjunto 
permite que as empresas tragam os produtos de volta ao ciclo após seu uso ou consumo, 
recuperando o valor nele ainda contido e mantendo esse valor dentro da rede da qual os agentes 
fazem parte.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre esse contexto, incluindo a definição da 
cadeia de suprimentos, o conceito da cadeia de suprimentos de ciclo fechado (CSCF) e a 
demonstração de sua aplicação por meio de exemplos práticos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir cadeia de suprimentos.•
Descrever o conceito de CSCF.•
Desenvolver exemplos de aplicação da CSCF.•
Desafio
No desempenho de suas atividades, as empresas interagem com outras empresas com a intenção 
de, juntas, perseguirem um objetivo comum, que é levar produtos e serviços ao cliente com a 
qualidade esperada e a eficiência necessária. Afinal, o foco no atendimento ao cliente não é o único 
desafio enfrentado pelas empresas, que se encontram inseridas em um mercado marcado pela 
competitividade, precisando, assim, estar atentas aos movimentos de seus concorrentes para 
superá-los e garantir sua participação de mercado. Para isso, as empresas podem fazer uso de 
vários conceitos.
Acompanhe, a seguir, a situação de determinada empresa.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6590cc08-d33f-4564-a85f-36696e4caef1/b7165fd7-316c-4d12-b659-8cff7f3cd0d3.png
Você, como consultor da empresa, deve preparar um material que servirá de base para a primeira 
reunião do grupo, contendo indicações dos conceitos que podem ser aplicados pela empresa Power 
para lidar com o problema apresentado, informando que benefícios eles podem trazer e como 
ficaria o desenho da cadeia de suprimentos da empresa no contexto proposto.
Infográfico
O conceito da cadeia de suprimentos evoluiu muito ao longo dos tempos, passando por vários e 
importantes estágios, como sua origem baseada no conceito dos canais de distribuição e, depois, 
passando para o contexto da cadeia de suprimentos integrada e chegando ao cenário da CSCF. A 
cada um desses estágios, novas preocupações e objetivos foram sendo agregados aos anteriores, 
ampliando as capacidades e a abrangência da cadeia.
Acompanhe o Infográfico, que demonstra esses três estágios, oferecendo mais detalhes sobre cada 
um deles e permitindo a compreensão de como se deu a evolução do conceito da cadeia 
de suprimentos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/da6c9ecd-0b62-4fef-8b41-ed4ee7b361fa/674acfc3-e86c-4117-b2d0-6f3f2661f76c.png
 
Conteúdo do livro
Para fabricar produtos e oferecê-los a seus clientes, a empresa precisa comprar insumos e 
matérias-primas, bem como fazer os produtos chegarem até os clientes. Isso inclui a necessidade de 
interagir com diversos agentes, como fornecedores e distribuidores, interação essa que deve ser 
mais do que simples relações entre empresas independentes que compram e vendem estoques 
entre si. É necessário formar um arranjo organizacional fundamentado na dependência e na 
colaboração, por meio do qual a empresa se conecta a uma rede de agentes que estão alinhados 
operacionalmente, com operações integradas desde a compra da matéria-prima até a entrega dos 
produtos aos clientes e, inclusive, permitindo o retorno dos produtos após seu uso e consumo para 
recapturar o valor que eles ainda têm e manter esse valor dentro da cadeia.
No capítulo Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado, da obra Logística reversa, 
você vai estudar sobre esse cenário, com especial ênfase em três relevantes tópicos: definição da 
cadeia de suprimento; conceituação da CSCF; e desenvolvimento de exemplos de aplicação da 
CSCF.
Boa leitura.
LOGÍSTICA 
REVERSA
Gisele Lozada
Gestão da cadeia de 
suprimentos integrada 
e de ciclo fechado
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir cadeia de suprimento.
 � Descrever o conceito de cadeia de suprimentos de ciclo fechado 
(CLSCM).
 � Desenvolver exemplos de aplicação da CLSCM.
Introdução
As empresas fabricam produtos e prestam serviços com a intenção de 
satisfazer as necessidades de seus clientes. Porém, no desempenho de suas 
atividades, as empresas não atuam sozinhas, pois elas precisam comprar 
insumos e matérias-primas para fabricar seus produtos, que, depois de 
prontos, precisam ser distribuídos, vendidos e entregues aos clientes. 
Sendo assim, no desempenho de suas atividades, a empresa interage 
com diversos agentes, e, para que a operação toda seja bem-sucedida e 
gere resultados expressivos e duradouros, a relação entre esses agentes 
precisa de muito mais que ligações frágeis entre empresas independentes 
que compram e vendem estoques entre si. Essa necessidade é atendida 
pela formação de cadeias de suprimentos, que consistem em arranjos 
organizacionais de canais e de negócios baseados na dependência e 
na colaboração, cujo arranjo geral conecta uma empresa à sua rede de 
fornecedores e distribuidores e aos seus clientes. A integração entre esses 
agentes faz com que tais arranjos evoluam para iniciativas coordenadas 
que permitem reforçar aspectos como participação de mercado, eficiência 
geral, melhoria contínua e competitividade. Com isso, surge a cadeia de 
suprimentos integrada, na qual os agentes são operacionalmente alinha-
dos e as operações são integradas desde a compra inicial de material até 
a entrega de bens e serviços aos clientes. E essa integração gera valor, 
sendo ele resultado da sinergia entre as empresas que compõem a cadeia 
de suprimentos, que se organizam de modo a perseguirem objetivos 
comuns na condução de fluxos que envolvem informação, produtos, 
serviços, recursos financeiros e conhecimento, o que permite que elas 
entreguem o produto/serviço ao cliente final com eficácia, eficiência, 
relevância e sustentabilidade. Além disso, tal integração permite que as 
empresas integrantes da cadeia não apenas gerem valor, mas que sejam, 
ainda, capazes de recapturar o valor que permanece contido nos produtos 
após seu uso ou consumo, mantendo esse valor dentro da rede, através 
de cadeias de suprimentos integradas e de ciclo fechado.
Neste capítulo, você vai ler sobre esse contexto, sendo apresentado 
a mais detalhes a respeito da definição da cadeia de suprimentos, bem 
como sobre o conceito da cadeia de suprimentos de ciclo fechado, cujaaplicação será demonstrada por meio de exemplos.
1 A cadeia de suprimentos
Após o início da Revolução Industrial, as organizações começaram a perce-
ber que nenhuma empresa era capaz de ser totalmente autossuficiente e que 
o trabalho em conjunto com outras empresas era essencial para o sucesso 
duradouro. Então, para superar os novos desafios que aquele momento tão 
marcante da história impunha, as empresas passaram a desenvolver relacio-
namentos comerciais com outras empresas de bens e serviços, de modo que 
pudessem realizar atividades essenciais em conjunto. Dessas relações surgiram 
os chamados canais de distribuição, que, embora criassem uma espécie de 
dependência, permitiam que as empresas pudessem planejar e desenvolver de 
forma estratégica suas competências essenciais e, ainda, obter os benefícios 
da especialização e da economia de escala. Porém, mesmo que a integração 
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado2
entre as empresas nos canais tivesse um caráter colaborativo, a ideia de que 
tal cooperação resultaria em benefícios para todos os envolvidos era um 
tanto vaga, principalmente porque não havia uma troca de informações em 
volume, relevância e qualidade significativos. Além disso, como cada empresa 
concentrava-se em seus próprios objetivos, ainda que houvesse colaboração, 
o ambiente nos canais era marcado por forte competitividade (BOWERSOX 
et al., 2014).
Com o passar do tempo, os arranjos tradicionais de canal de distribuição fo-
ram evoluindo, e as empresas passaram a pensar na integração e na colaboração 
de forma mais efetiva, dando origem ao conceito de cadeia de suprimentos. 
Nessa nova concepção, passam a ser estabelecidos novos arranjos comerciais, 
com potencial para melhorar a competitividade de todos os envolvidos, pois se 
trata de uma rede de relações comerciais altamente eficaz, capaz de melhorar 
a eficiência ao eliminar o trabalho duplicado e improdutivo.
A cadeia de suprimentos consiste no relacionamento e na colaboração entre 
empresas, sendo que a gestão desses relacionamentos é focada em impulsionar 
o posicionamento estratégico e melhorar a eficiência operacional. Desse modo, 
uma estratégia de cadeia de suprimentos consiste em um arranjo organizacional 
de canais e de negócios baseado na dependência e na colaboração. As operações 
da cadeia de suprimentos exigem processos gerenciais que perpassem as áreas 
funcionais dentro de cada empresa e que, até mesmo, ultrapassem as fronteiras 
organizacionais, conectando fornecedores, parceiros comerciais e clientes. 
Isso revela um nível de envolvimento e colaboração ainda maior, que leva ao 
conceito de cadeia de suprimentos integrada, geralmente representada por 
um esquema linear que conecta as empresas participantes, formando uma 
unidade competitiva coordenada, conforme ilustrado na Figura 1.
O arranjo geral da cadeia de suprimentos conecta uma empresa e sua rede de forne-
cedores e distribuidores aos seus clientes.
3Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
Figura 1. Estrutura da cadeia de suprimentos integrada.
Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 7).
A perspectiva da cadeia de suprimentos integrada altera os arranjos tra-
dicionais dos canais, que deixam de ser grupos com ligações frágeis entre 
empresas independentes que compram e vendem estoques entre si e passam 
a ser uma iniciativa coordenada para reforçar aspectos como participação de 
mercado, eficiência geral, melhoria contínua e competitividade. Assim, uma 
cadeia de suprimentos integrada consiste na colaboração entre empresas dentro 
de uma estrutura de fluxos e restrições de recursos essenciais, em que são 
empenhados esforços para alinhar operacionalmente uma empresa com seus 
clientes e com seus fornecedores e distribuidores, que formam redes de apoio 
para obtenção de vantagem competitiva. Nesse contexto, as operações são 
integradas desde a compra inicial de material até a entrega de bens e serviços 
aos clientes. E essa integração gera valor, que é resultado da sinergia entre 
as empresas que compõem a cadeia de suprimentos, as quais se organizam 
de modo a perseguirem objetivos comuns na condução de fluxos que envol-
vem informação, produtos, serviços, recursos financeiros e conhecimento, o 
que permite a elas entregar o produto/serviço ao cliente final com eficácia, 
eficiência, relevância e sustentabilidade. 
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado4
Nesse contexto da cadeia de suprimentos e sua preocupação com a geração 
de valor, uma função se mostra merecedora de destaque: a logística. A logística 
é o condutor dos bens e serviços dentro do arranjo da cadeia de suprimentos, 
sendo responsável por projetar e administrar sistemas para controlar o trans-
porte e a localização geográfica dos estoques de matérias-primas, de produtos 
em processo e acabados pelo menor custo total. Seu objetivo é apoiar as neces-
sidades operacionais de suprimento, manufatura e atendimento ao cliente na 
cadeia de suprimentos, o que ela faz combinando atribuições de gerenciamento 
de pedidos, do estoque, do transporte, do depósito, do manuseio de materiais 
e da embalagem, integrados por meio de uma rede de instalações. Ou seja, 
a logística consiste em um subconjunto de atividades que ocorre dentro de um 
panorama mais abrangente, que é a cadeia de suprimentos, sendo um processo 
que colabora para o propósito da criação de valor, principalmente mediante 
a gestão e o posicionamento do estoque.
Para atingir seus objetivos, a logística lida com desafios dentro e fora das 
empresas. No ambiente interno das organizações, a logística é responsável 
por coordenar as competências funcionais, e, no contexto mais amplo — que 
é a cadeia de suprimentos —, ela trata da sincronização operacional entre 
a empresa, seus clientes e seus fornecedores (de matéria-prima e serviços), 
promovendo a unificação das operações internas e externas, de modo a torná-
-las um processo integrado. E, com isso, surge a logística integrada, que 
serve para vincular e sincronizar a cadeia de suprimentos como um processo 
contínuo, sendo essencial para a conectividade efetiva da cadeia.
Isso leva à consideração de que a logística contribui para a gestão integrada 
da cadeia de suprimentos. Afinal, é por meio do processo logístico que a 
matéria-prima chega até a capacidade produtiva e que os produtos acabados 
são distribuídos aos consumidores, funções essas que se tornaram ainda mais 
relevantes com o crescimento do comércio global, que expandiu o tamanho e 
a complexidade das operações logísticas. Além disso, a logística agrega valor 
aos processos da cadeia de suprimentos, uma vez que possibilita o posiciona-
mento estratégico do estoque, o que colabora para a geração de vendas e para a 
satisfação do cliente pelo menor custo total. Contudo, cabe destacar que, para 
que esses benefícios sejam viabilizados, a logística precisa ser administrada 
como um esforço integrado entre os agentes da cadeia de suprimentos.
5Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
Quando a logística é administrada como um esforço integrado para atingir a satisfação 
do cliente pelo menor custo total, ela gera valor, que resulta da elevação do nível dos 
serviços associada à minimização dos custos.
Para obter integração logística no contexto de cadeia de suprimentos, alguns 
objetivos operacionais precisam ser atendidos de forma simultânea, dentre os 
quais cabe destacar a preocupação com a qualidade e o suporte ao ciclo de 
vida. A preocupação com a qualidade tem relação com promover a melhoria 
contínua, que é um objetivo operacional fundamental. Afinal, um produto 
com defeito ou uma promessa de serviço não cumprida compromete o valor 
daquilo que a cadeia de suprimentos entrega ao cliente. Por isso, quando o 
produto entregue ao cliente apresenta falha na qualidade, é necessário fazer 
uma reposição, ou seja, o produto precisa ser devolvido e trocado, ainda que 
isso gere custos adicionais (geralmente maioresque os custos da distribuição 
original). A questão do suporte ao ciclo de vida consiste em garantir que o 
produto funcionará conforme o esperado, o que se conecta à preocupação com 
a qualidade. Isso requer, em certas situações, uma reversão do fluxo original 
que é desempenhado pela cadeia de suprimentos, permitindo a devolução 
de produtos por motivos como não atendimento aos padrões de qualidade 
(que são cada vez mais rígidos), data de validade e responsabilidade por 
consequências danosas, entre outros. Essa necessidade traz à cena mais um 
importante elemento do contexto logístico: a logística reversa.
A logística reversa, além de viabilizar o retorno dos produtos por motivos 
como os já mencionados, também tem relação com a necessidade de as empresas 
atenderem a legislações específicas a que estão sujeitas, que as responsabili-
zam pelos impactos gerados por suas operações, demandando soluções como 
reciclagem e destinação de resíduos. Assim, a adoção de práticas de logística 
reversa envolve diversos fatores, como a necessidade de manter o máximo 
de controle quando existe um risco potencial à saúde (como no caso de um 
produto contaminado), a garantia e manutenção da qualidade (como no caso 
de produtos defeituosos, seja por demanda do cliente, seja por manifestação 
espontânea da empresa ao detectar uma falha de qualidade, como ocorre no caso 
dos recalls, quando a empresa alerta o cliente sobre o problema identificado) 
e, até mesmo, a promoção do menor custo total da operação (como no retorno 
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado6
de itens para reintegração ao fluxo produtivo ou de negócios). Enquanto os 
primeiros fatores mencionados representam obrigações da empresa, o último 
tem um viés de oportunidade, pois permite a recuperação do valor ainda con-
tido nos produtos retornados. A adoção da logística reversa permite recuperar 
valor por meio da redução da quantidade de produtos que, sem ela, seriam 
descartados ou vendidos com desconto. 
Assim, a logística reversa permite que a empresa possa aprofundar suas 
relações com o ambiente externo, aproximando a empresa de seus clientes e 
fornecedores, e até mesmo proporcionando a conexão entre cadeias de supri-
mentos. A logística, de modo geral, contribui para o equilíbrio da estratégia 
corporativa, ao conectar funções-chave da organização. Porém, a relevância 
da logística reversa é tão expressiva no contexto da logística, que chega a 
ocorrer um certo deslocamento do valor estratégico dessa, o qual passa a 
ser imputado à logística reversa. Isso faz que, no contexto atual da cadeia de 
suprimentos, já não exista uma separação entre logística direta e reversa, mas, 
sim, uma visão holística que combina os dois fluxos e demanda a atuação 
coordenada de ambas na cadeia de suprimentos. Assim, a logística reversa 
aparece integrada à estratégia logística, em um ciclo contínuo que inclui o 
fluxo reverso (VALLE; SOUZA, 2014).
A importância estratégica da logística reversa pode ser percebida também 
pelo destaque a ela concedido por organizações de relevância no contexto da 
cadeia de suprimento, como é o caso do Supply-Chain Council (Conselho da 
Cadeia de Suprimentos), uma organização que se dedica a pesquisar e aplicar 
os avanços do gerenciamento da cadeia de suprimento. Essa organização desen-
volveu o Supply-Chain Operations Reference (SCOR), um modelo de referência 
das operações na cadeia de suprimentos em que constam inseridos os fluxos 
reversos. O SCOR propõe uma estrutura unificada da cadeia de suprimento, 
abrangendo desde os fornecedores até os clientes, contemplando as diversas 
atividades desenvolvidas nos diferentes estágios da cadeia de suprimentos. 
Com base nisso, ele descreve os relacionamentos entre processos de negócio 
e sugere métricas que auxiliam no gerenciamento da cadeia e na comunicação 
entre parceiros estratégicos, com destaque ao compromisso de transferência 
de valor entre a organização e seus clientes, acionistas e demais stakeholders.
Frente ao exposto, a logística reversa se revela como uma importante face 
da logística, extremamente relevante no contexto da cadeia de suprimentos 
integrada, permitindo a formulação de uma estratégia integrativa sólida, 
que reforça a capacidade da cadeia em satisfazer as necessidades do cliente. 
Dentre as competências promovidas por meio da logística reversa, destaca-se a 
7Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
capacidade de trazer de volta ao fluxo produtivo ou de negócios aquilo que for 
necessário e/ou possível, garantindo a qualidade dos produtos e a recuperação 
de valor. E essa reintegração pode ocorrer de duas formas básicas, que são os 
ciclos aberto e fechado, sobre os quais você vai estudar a seguir.
2 A cadeia de suprimentos de ciclo fechado 
(CLSCM)
No contexto da gestão da cadeia de suprimentos, o equacionamento logístico 
dos fluxos de materiais em toda a cadeia de suprimentos é algo fundamental. 
Em função disso, a logística empresarial possui papel significativo no plane-
jamento e no controle do fluxo de materiais e produtos — desde sua entrada 
na empresa até sua saída dela, já como produto finalizado —, bem como das 
informações correspondentes a eles em todas as fases da cadeia de suprimen-
tos. E tudo isso está pautado na coordenação de fluxos em rede operacional, 
buscando reduzir ineficiências e melhorar o atendimento a clientes diretos e 
finais (LEITE, 2017).
Mas o papel da logística no mundo empresarial não para por aí. A crescente 
quantidade de produtos com ciclos de vida cada vez menores e a grande varie-
dade de modelos, que se intensificou nas últimas décadas do século XX, deram 
origem à necessidade do equacionamento logístico do retorno de uma parcela 
dos produtos levados até o cliente através da cadeia de suprimentos. Frente a 
essa necessidade, a logística empresarial evoluiu e deu origem à sua quarta área 
de atuação, que é a logística reversa. Com isso, a logística empresarial atual 
passou a ser formada por quatro áreas operacionais, conforme apresentado na 
Figura 2, introduzindo a ideia de circuito fechado (closed loop) na logística. 
 � Logística de suprimentos: responsável por garantir o abastecimento 
dos insumos materiais.
 � Logística de apoio à manufatura: responsável pelo planejamento, 
armazenamento e controle dos fluxos internos.
 � Logística de distribuição: responsável pela entrega dos pedidos.
 � Logística reversa: a mais nova área da logística, responsável pelo 
retorno dos produtos de pós-venda e de pós-consumo e pelo seu enca-
minhamento a diversos destinos.
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado8
Figura 2. Áreas operacionais da logística empresarial.
Fonte: Leite (2017, p. 12).
O fato é que, depois de concluídas as fases do fluxo logístico direto na 
cadeia de suprimentos, uma considerável parcela dos bens de pós-consumo 
retorna ao ciclo produtivo, permitindo a revalorização do produto e de seus 
materiais constituintes (matéria-prima, partes, peças, componentes e acessó-
rios). E esse retorno é promovido por meio da logística reversa e seus canais 
de distribuição, que propiciam atividades como reuso e reciclagem.
Na literatura que trata sobre logística reversa, a questão do “ciclo fechado” 
costuma ser desenvolvida com base num cenário em que há uma empresa 
fornecendo seus produtos ao mercado e recebendo-os de volta através de 
canais reversos. Nesse contexto, a questão do “ciclo fechado” costuma ser 
tratada com foco nos canais reversos e na destinação dada por meio deles 
aos produtos retornados. A ideia básica dos canais reversos é permitir que 
os produtos e suas partes possam ser reintegrados ao ciclo produtivo, sendo 
aplicados na fabricação de um produto similar àquele do fluxo direto ou de 
um produto distinto. A partir dessa diferença, formam-se duas categorias de 
canais de distribuição reversos, tendo em vista as finalidades original e final 
de reaproveitamento (LEITE, 2017; PEREIRA et al., 2012):� Canais de distribuição reversos de ciclo aberto: a reintegração ao 
fluxo produtivo é destinada à fabricação de um produto distinto daquele 
do fluxo direto.
 � Canais de distribuição reversos de ciclo fechado: a reintegração ao 
fluxo produtivo é destinada à fabricação de um produto similar àquele 
do fluxo direto.
9Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
Os canais de distribuição reversos de ciclo aberto focam no retorno de 
materiais constituintes dos produtos de pós-consumo (como metais, plásticos, 
vidros, papéis, entre outros), visando a promover sua reintegração ao ciclo 
produtivo como matérias-primas que substituem matérias-primas novas na 
fabricação de diferentes tipos de produtos. 
Um exemplo é o retorno ao ciclo produtivo de todo o ferro e aço provenientes 
de bens como automóveis, navios, latas de embalagens, eletrodomésticos, 
resíduos industriais de metalúrgicas, sucatas de máquinas, entre outros, que 
são reintegrados como matérias-primas secundárias na fabricação de chapas 
de aço, barras de ferro, vigas e outros produtos, como apresentado na Figura 3.
Figura 3. Exemplos de canais reversos de ciclo aberto.
Fonte: Pereira et al. (2012, p. 34).
Já os canais de distribuição reversos de ciclo fechado focam no retorno de 
produtos de pós-consumo que são descartados ao final de sua vida útil, para 
que seus materiais constituintes sejam extraídos seletivamente e destinados 
à fabricação de um produto similar ao de origem.
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado10
Um exemplo são as embalagens de alumínio, em especial as latas de bebidas, 
cujo principal material constituinte é a chapa de liga de alumínio estanhada. 
O ciclo fechado ocorre quando esse material é extraído e reintegrado ao ciclo 
produtivo para a fabricação de novas chapas de ligas de alumínio, com as quais 
são fabricadas novas latas de alumínio para embalagem de bebidas. Esse e 
outros exemplos são demonstrados de forma sintética na Figura 4. 
Figura 4. Exemplos de canais reversos de ciclo fechado.
Fonte: Pereira et al. (2012, p. 36).
Porém, como foi comentado anteriormente, esses conceitos de ciclo aberto 
e ciclo fechado são apresentados na literatura considerando-se o contexto 
de uma empresa fornecendo produtos ao mercado, os quais retornam por 
canais reversos para recuperação de valor. Contudo, na prática, a função de 
levar produtos ao mercado e depois trazê-los de volta ao ciclo produtivo ou 
de negócios é algo bem mais complexo, pois envolve, além da empresa focal 
(como um fabricante) e seus clientes, também muitas outras empresas, que são 
suas fornecedoras e parceiras, formando uma cadeia de fornecimento, como 
demonstrado na primeira seção deste capítulo. Na concepção mais básica da 
logística reversa, os produtos vão da empresa para o cliente e, quando retor-
nam, se movimentam do cliente para a empresa pelos canais reversos. Já no 
caso da cadeia de suprimentos, no fluxo direto os produtos fluem na direção 
11Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
do cliente, passando pelos vários agentes da cadeia, e, quando retornam, 
a movimentação pode não ocorrer na mesma sequência, sendo possível que 
o produto retorne a um dos agentes da cadeia que esteja posicionado mais no 
início do fluxo direto.
Em se tratando de logística reversa e ciclo fechado, os canais podem não ser “reversos” 
como usualmente apresentado na literatura, mas, sim, um conjunto de canais que 
permitem o retorno “à origem” — a empresa A fornece seus produtos à empresa 
B, que adiciona valor a eles e os comercializa junto à empresa C, a qual, por sua vez, 
os comercializa para os consumidores finais. Nesse caso, havendo um processo de 
retorno dos produtos, pode ocorrer de eles retornarem diretamente para a empresa A. 
Sendo assim, não haveria um canal reverso “tradicional”, conforme o qual os produtos 
retornariam para a empresa C; em tal situação, o que ocorreria seria o fechamento do 
ciclo em um contexto de cadeia de fornecimento.
Então, nesse contexto, surge o conceito de cadeia de suprimentos de 
ciclo fechado (CLSCM, do inglês closed loop supply chain management). 
A CLSCM pode ser definida, de forma simplificada, como a combinação entre 
a cadeia de suprimentos direta e a cadeia de suprimentos reversa, conforme 
ilustrado na Figura 5 (BRAZ, 2018).
Figura 5. Modelo geral da CLSCM.
Fonte: Braz (2018, p. 31).
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado12
A incorporação do fluxo relativo à cadeia reversa permite que a CLSCM 
possa promover a operação da cadeia de modo a viabilizar a recuperação do 
valor contido nos produtos pós-consumo, fazendo que esse valor seja mantido 
dentro da cadeia, sendo esse o principal propósito da ideia de ciclo fechado 
nesse contexto. 
A CLSCM combina as cadeias direta e reversa, com a intenção de viabilizar a recuperação 
do valor contido nos produtos pós-consumo, fazendo que esse valor seja mantido 
dentro da cadeia.
Tal recuperação de valor ocorre mediante processos que viabilizam o 
retorno dos produtos ao fluxo produtivo ou de negócios da cadeia de supri-
mentos, envolvendo ações que permitem a coleta dos produtos e componentes 
usados, seu reprocessamento e sua distribuição, sendo tais atividades o reuso, 
o reparo, a renovação, o recondicionamento, a remanufatura e a reciclagem, 
detalhados a seguir.
 � Reuso: consiste em levar de volta ao ciclo o produto que ainda tem 
condições de uso, sem a necessidade de realizar nele qualquer reparo 
ou outra operação.
 � Reparo: consiste em fazer o produto voltar a funcionar consertando-se 
suas peças ou partes, o que pode ser realizado com o retorno do produto 
ao distribuidor ou assistência técnica do fabricante, ou até mesmo nas 
dependências do cliente.
 � Renovação: consiste em fazer que o produto retornado tenha especifica-
ção e qualidade próximas de um novo, o que pode envolver atualização 
tecnológica, com a troca ou substituição de módulos ou partes; porém, 
a garantia não será igual à do produto novo.
 � Recondicionamento: consiste em restaurar o produto de modo que 
retorne à sua condição original sem nenhuma utilização, o que é rea-
lizado mediante um processo de limpeza seguido pela substituição ou 
recondicionamento de seus componentes.
13Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
 � Remanufatura: consiste em fazer o produto retornado recuperar os 
padrões de qualidade e especificação iguais à de um novo, o que é feito 
mediante a desmontagem completa do produto para que suas peças 
sejam inspecionadas e testadas, trocando-se e substituindo o que for 
necessário (o que pode ser combinado com atualização tecnológica); esse 
produto é, então, vendido com preço inferior ao de um produto novo.
 � Reciclagem: diferentemente dos processos anteriores, que objetivam 
reter o máximo possível da identidade e funcionalidade do produto 
usado, a reciclagem não tem isso como foco, pois o produto retornado 
será transformado em matéria-prima para novas peças e componentes 
destinados à fabricação de novos produtos.
Importa comentar que, conforme os processos anteriormente apresentados 
se deslocam na direção do fabricante da matéria-prima (fluxo à montante da 
Figura 5), o valor do produto recuperado diminuiu a cada etapa, partindo do 
reuso à reciclagem, pois o produto é cada vez mais descaracterizado, desmon-
tado, perdendo suas partes/peças e funcionalidades, ocorrendo a desconstrução 
do valor a ser recuperado.
Também cabe comentar que o conceito da CLSCM possui uma forte conexão 
com o conceito da sustentabilidade empresarial, que engloba a preocupação 
com aspectos econômicos, ambientais e sociais. Com isso, ao adicionar os 
processos da cadeia reversa à cadeia direta, os objetivos perseguidos pela 
cadeia de suprimentos, que antes eram basicamente econômicos, passam a ser 
econômicos, sociais e ambientais, o que torna a CLSCM sustentável. Afinal, 
os processos de recuperação de produtos pós-consumo promovidos na CLSCMpodem gerar impacto positivo no meio ambiente ao fechar-se o ciclo, uma vez 
que permitem reduzir a geração de resíduo e o consumo de matéria-prima 
virgem, bem como diminuir o consumo de energia e as emissões causadas 
pelo transporte e pela distribuição. E isso leva a outro importante conceito, 
que é o de economia circular.
A economia circular surgiu a partir de estudos realizados no fim do século 
XX que deram origem a modelos de negócio mais sustentáveis, focados em 
aspectos como a eliminação de resíduos e poluição e a manutenção de produtos 
e materiais em ciclos de uso (LUZ; BOOSTEL, 2018).
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado14
A ideia base da economia circular é contrapor o modelo de processos 
produtivos até então praticado, que se baseava na extração de matérias-primas 
para posteriores processamento, distribuição e consumo, resultando, por fim, 
no descarte dos produtos pós-consumo — em um processo conhecido como 
economia linear. Com o passar do tempo, tal modelo começou a ser questio-
nado devido a seus impactos potencialmente negativos (em especial ao meio 
ambiente), em função do surgimento de uma consciência sobre a importância 
da sustentabilidade, por parte de clientes, empresas e demais agentes da cadeia 
de suprimentos, chegando a dar origem a legislações que obrigam as empresas 
a se responsabilizar e tratar os impactos promovidos por suas operações. Nesse 
contexto, a economia linear dá lugar à economia circular, que consiste em 
uma nova forma de produzir e consumir. 
Enquanto a economia linear se baseia na extração de insumos da natu-
reza e o descarte dos resíduos, o que implica impactos ambientais negativos, 
a economia circular se baseia no conceito de utilização de insumos a partir de 
materiais e produtos renováveis, segundo o qual um resíduo ou lixo se torna 
matéria-prima para um novo ciclo produtivo, conforme ilustrado na Figura 6. 
Essa nova concepção de economia promove a reutilização de insumos, com os 
produtos se tornando fonte de insumos para a fabricação de novos produtos, 
eliminando ou, ao menos, reduzindo significativamente o descarte e seus 
impactos ambientais. 
Figura 6. Comparativo entre (a) processo linear e (b) processo circular.
Fonte: Adaptada de Luz e Boostel (2018).
Matérias-primas
Matérias-primas
Produção Distribuição Consumo Resíduos
Design
Produto
remanufaturados
Dist
rib
ui
çã
o
Consumo
reutilização e reparo
C
ole ta
Re
cic
lag
em
Resíduos
Economia
circular
(a)
(b)
15Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
A prática da economia circular inclui aspectos como: a) uso de recursos 
sustentáveis no projeto de produtos; b) design de produto que preveja para 
ele maior durabilidade e potencial para ser usado sucessivas vezes; c) design 
do processo, minimizando o uso de recursos como água e energia; d) fluxos 
circulares, com opções de reutilização por meio da revenda ou compartilha-
mento, remanufatura e reciclagem. 
Sendo assim, o conceito de economia circular propõe um novo modelo de 
negócios, que inclui a busca pela redução dos impactos ambientais decorrentes 
dos processos de fabricação e produtos. Isso, embora exija uma interação mais 
sistêmica por parte dos integrantes da cadeia de suprimentos, agrega valor à 
cadeia, a seus processos e produtos.
3 Exemplos de aplicação da CLSCM
Vejamos dois exemplos para ilustrar o funcionamento das operações no con-
texto da CLSCM.
O primeiro deles é o de uma cadeia de fornecimento que constrói equipa-
mentos para grandes empresas da indústria petrolífera. Nessa cadeia, estão 
inseridas as empresas A, B e C: a empresa A fornece válvulas de grande porte 
utilizadas pela empresa B como componentes na construção de um sistema 
completo de controle de boca de poço de exploração em águas profundas, 
o qual, uma vez completo, é instalado pela empresa C, que presta serviço 
para uma empresa petrolífera, a qual, por sua vez, é o cliente final da cadeia. 
Como esse sistema de controle opera em um ambiente bastante agressivo (altas 
pressões, corrosão, etc.), seus componentes (sobretudo as válvulas) frequente-
mente precisam passar por procedimentos de manutenção e/ou remanufatura. 
Nesses casos, as válvulas retornam ao ciclo da cadeia de fornecimento, porém 
sem fazer todo o caminho no sentido contrário, empresa a empresa, mas, sim, 
sendo enviadas diretamente para a empresa A, a fim de que essa providencie 
a manutenção e/ou remanufatura das válvulas, conforme demonstrado na 
Figura 7.
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado16
Figura 7. Exemplo de cadeia de CLSCM.
O segundo exemplo consiste em uma cadeia de fornecimento integrante 
da indústria da construção civil. Nessa cadeia, está uma incorporadora, que 
contrata uma construtora para que ela construa um prédio de apartamentos, 
os quais são comercializados pela incorporadora aos clientes finais, que vão 
adquirir o imóvel para moradia. A construtora subcontrata várias empresas 
especializadas em determinados serviços, as quais, por sua vez, compram 
equipamentos que são aplicados por elas nos sistemas que constroem. Vejamos 
as empresas integrantes dessa cadeia, como forma de ilustrar o relacionamento 
entre elas e a mecânica geral da cadeia:
 � Empresa A: especializada em climatização, esta empresa faz toda a 
instalação de dutos de ventilação dos apartamentos e conecta a eles os 
aparelhos de ar-condicionado comprados de seu fornecedor.
 � Empresa B: especializada em exaustão, esta empresa faz toda a instala-
ção de dutos da churrasqueira e da lareira dos apartamentos e conecta 
a eles os exautores comprados de seu fornecedor.
 � Empresa C: especializada em hidráulica, esta empresa faz toda a ins-
talação de encanamentos dos apartamentos e os conecta à bomba de 
pressão comprada de seu fornecedor, que fica instalada junto à caixa 
d’agua do prédio.
 � Empresa D: construtora que subcontrata as empresas de serviços es-
pecializados A, B e C.
 � Empresa E: incorporadora que contrata a construtora e, depois, vende 
aos clientes os apartamentos prontos.
 � Compradores: clientes finais da cadeia, que compram os apartamentos.
17Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
Depois de prontos, os apartamentos são entregues aos compradores, que, 
no ato da entrega, recebem uma espécie de manual de instruções chamado 
“memorial descritivo”, no qual estão contidas informações relevantes sobre 
o apartamento, incluindo detalhes sobre equipamentos, como aparelhos de 
ar-condicionado, exautores e bomba de pressão da caixa d’água. O memorial, 
além de trazer informações técnicas sobre os equipamentos, também informa 
o seu prazo de garantia e os nomes dos respectivos fornecedores, acompa-
nhados de dados para contato. Quando os compradores já estão morando nos 
apartamentos, caso algum dos equipamentos apresente problemas durante o 
período da garantia, eles acionam os fornecedores, que providenciam o retorno 
dos equipamentos para a realização de manutenções e/ou reparos, fechando o 
ciclo da cadeia de fornecimento, conforme ilustrado na Figura 8.
Figura 8. Exemplo de CLSCM.
BOWERSOX, D. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
BRAZ, A. C. A gestão da cadeia de suprimentos de ciclo fechado para criar e capturar valor. 
2018. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo. 2018. 
Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-12112018-154953/
es.php. Acesso em: 16 jun. 2020.
Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado18
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
LEITE, P. R.Logística reversa: sustentabilidade e competitividade. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017.
LUZ, C. B. S.; BOOSTEL, I. Logística reversa. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
PEREIRA, A. L. et al. Logística reversa e sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
VALLE, R.; SOUZA, R. G. (Orgs.). Logística reversa: processo a processo. São Paulo: Atlas, 
2014.
19Gestão da cadeia de suprimentos integrada e de ciclo fechado
Dica do professor
O objetivo central de uma CSCF é recapturar o valor contido nos produtos pós-consumo de modo 
a reter esse valor dentro da cadeia, gerando vantagem competitiva a seus integrantes. Para tanto, é 
necessário monitorar e avaliar a performance logística da cadeia, comparando-a com outras cadeias, 
o que requer a utilização de indicadores de desempenho.
A Dica do Professor apresenta uma ferramenta capaz de auxiliar muito nessa demanda: o modelo 
SCOR, voltado para a medição do desempenho logístico, permitindo analisar uma cadeia de 
suprimentos sobre diversos aspectos, visando à identificação de oportunidades de melhoria e à sua 
implementação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/36df8fb2b88c9e4d2b48acb10764cbad
Exercícios
1) Mudanças históricas marcantes no cenário empresarial (em especial 
no tocante à indústria) fizeram as empresas perceberem que não são autossuficientes, sendo 
necessário trabalhar em conjunto com outras empresas para evoluir e prosperar. Essa 
constatação foi o ponto de partida para o surgimento do conceito da cadeia de suprimentos, 
que depois evoluiu muito ao longo do tempo, passando pelos conceitos de cadeia de 
suprimentos tradicional e cadeia de suprimentos integrada até se transformar na CSCF. Com 
relação a esses conceitos, assinale a alternativa correta:
A) Na CSCF, as empresas priorizam seus próprios objetivos.
B) Na cadeia de suprimentos tradicional, havia troca de informações em volume, relevância e 
qualidade significativos.
C) Na cadeia de suprimentos integrada, empresas independentes compram e vendem estoques 
entre si.
D) Na cadeia de suprimentos tradicional, há fluxos que envolvem produtos, serviços, recursos 
financeiros, informação e conhecimento.
E) Nas cadeias de suprimentos integrada e de ciclo fechado, ocorre a combinação da logística 
direta e da reversa.
2) A logística empresarial atual é formada por quatro áreas e, a partir da incorporação da quarta 
área, foi introduzida a ideia de circuito fechado (closed loop) na logística. Embora esta última 
tenha destaque em função de sua capacidade de fechar o ciclo, cada uma das quatro áreas 
desempenha papel fundamental no contexto geral da logística empresarial. Para 
exemplificar, pense em um profissional de logística cujas atividades são focadas no 
abastecimento interno dos estoques de materiais nos postos de trabalho, sendo responsável 
por realizar a movimentação interna dos materiais necessários para a produção em uma 
fábrica, de modo a permitir a operação produtiva sem interrupções. Em qual das áreas da 
logística esse profissional trabalha?
A) Logística de suprimentos.
B) Logística de apoio à manufatura.
C) Logística de distribuição.
D) Logística direta.
E) Logística reversa.
3) No contexto da cadeia de suprimentos, a logística reversa permite a recuperação de valor 
contido nos produtos pós-consumo, além de colaborar para o cumprimento de outros 
objetivos, sendo que um deles é o que diferencia a CSCF das demais. Que objetivo é esse?
A) Reduzir os impactos negativos da operação produtiva sobre o meio ambiente.
B) Ser baseada na extração de insumos da natureza e no descarte dos resíduos.
C) Ser baseada na utilização de insumos a partir de materiais e produtos renováveis.
D) Manter o valor recuperado dos produtos pós-consumo dentro da cadeia original.
E) Propor uma estrutura unificada da cadeia de suprimentos.
4) Entre as competências promovidas por meio da logística reversa, destaca-se a capacidade de 
trazer de volta ao fluxo produtivo aquilo que é necessário e/ou possível, garantindo a 
qualidade dos produtos e a recuperação de valor. Isso ocorre por meio de canais de 
distribuição, que podem ser do tipo aberto ou fechado. Considerando esses dois tipos de 
fluxos de retorno dos produtos ao ciclo produtivo, servindo de matéria-prima para novos 
produtos, qual das alternativas corresponde a um exemplo de canal de distribuição de ciclo 
fechado?
A) O metal contido em eletrodomésticos vira chapas e lingotes metálicos.
B) O plástico extraído de embalagens de alimentos vira sacos de lixo.
C) O material metálico removido de um navio vira vergalhões de metal.
D) O alumínio extraído de embalagens de refrigerantes se transforma em latas de cerveja.
E) O material plástico retirado de computadores vira potes e vasos.
5) No contexto da CSCF, os materiais retornam ao fluxo produtivo com a intenção de 
recuperação e retenção de valor. Levando em conta isso, qual das alternativas ilustra mais 
adequadamente a cadeia de ciclo fechado, promovendo o fechamento do ciclo com maior 
amplitude, ainda que o valor recuperado seja menor?
A) Uma TV apresenta defeito após alguns meses de uso e, por estar na garantia, retorna ao 
fabricante.
B) A bateria de um automóvel chega ao fim da vida útil e, por isso, retorna ao fornecedor para 
reciclagem.
C) O cliente se arrepende de uma compra feita pela Internet e devolve a mercadoria ao lojista.
D) O supermercado devolve mercadorias consignadas ao distribuidor porque está sem espaço 
físico no estoque.
E) Um carro usado é dado como parte do pagamento de outro veículo em uma concessionária.
Na prática
Quando administrados de forma coordenada, as cadeias direta e reversa formam um circuito 
fechado que permite às empresas integrantes da cadeia de suprimentos atingirem um objetivo 
comum: a maximização de lucros. O conceito da CSCF pode ser adotado pelas empresas como uma 
estratégia de negócios, permitindo que elas recuperem o valor contido nos produtos pós-consumo 
e garantindo que esse valor seja mantido dentro da cadeia de suprimentos da qual a empresa 
faz parte, gerando benefícios para todos os agentes envolvidos na cadeia.
Acompanhe, neste Na Prática, o exemplo de uma empresa que adotou tal conceito em sua 
operação e os benefícios que isso trouxe para 
ela e as demais empresas integrantes da cadeia de suprimentos da 
qual participa.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/873a6fef-0ade-41b7-b00d-e42780c306af/090e6c33-0e34-43ac-add7-7e21922515c8.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Cadeia de suprimento: o que é? / Supply Chain
Para fabricar produtos e oferecê-los a seus clientes, a empresa precisa comprar insumos e 
matérias-primas, bem como fazer os produtos chegarem até os clientes, o que leva à necessidade 
de se relacionar com agentes como fornecedores e distribuidores. Isso define, de forma 
simplificada, o conceito da cadeia de suprimentos ou Supply Chain (em inglês). Trata-se de um 
conceito muito importante no mundo dos negócios, que tem muitos outros detalhes e envolve 
diversos outros aspectos e objetivos. Este vídeo aborda esse assunto. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A importância do controle na cadeia de suprimentos
O conceito da cadeia de suprimentos, quando bem implementado e controlado, tem potencial para 
promover melhores resultados para as organizações, o que é viabilizado por meio da redução de 
aspectos como custos de produção, estoques e setups e do aumento de fatores como volume de 
vendas e qualidade. Este artigo trata desse contexto, focando na importância do controle na cadeia 
de suprimentos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou cliqueno código para acessar.
Logística reversa de óleo mineral isolante, com foco em suas 
dificuldades relacionadas a transporte e minimizar os custos 
envolvidos
A CSCF tem o objetivo de recuperar o valor contido nos materiais pós-consumo e manter esse 
valor dentro da cadeia por meio de atividades como a reciclagem, que permitem transformar 
https://www.youtube.com/embed/Nh-fqSj06Kw
http://www.fecilcam.br/anais/x_eepa/data/uploads/2-logistica/2-04.pdf
resíduos em matérias-primas para novos produtos. Porém, para que isso realmente seja benéfico 
para a cadeia, o valor recuperado precisa ser maior que o custo para recuperá-lo e, nesse sentido, 
torna-se necessário analisar esses dois aspectos para que a decisão de trazer um bem pós-consumo 
de volta à cadeia seja tomada com segurança e assertividade. Este artigo apresenta um caso de 
análise, mostrando alternativas avaliadas para a decisão do que fazer com o resíduo de uma 
operação e qual foi a conclusão apurada.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://lalt.fec.unicamp.br/tccs_fec_0600/turma21/nayara_donatini/tcc.pdf

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