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Resumo Posse

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Posse
⤷ Posse: quando se tem uma coisa sob o poder de alguém; não é direito, mas um fato; aparenta ser o
proprietário/aparência de propriedade; Posse é controle.
Teorias da posse
⤷ Teoria subjetiva de Savigny: posse é quando alguém tem o corpus + animus domini.
Posse (possessio civilis) = corpus (possessio naturalis) + animus domini ou animus rem sibi
habendi. Ou seja, a apreensão física da coisa somada à intenção de ser dono ou de ter a coisa é
igual à posse.
○ Problemática da ausência do corpus → Posse derivada: é possível tutelar a posse,
excepcionalmente, na ausência de um do elementos (como ocorre no caso de locação, no
qual o locador não tem o animus domini); embora não seja posse, para fins de tutela
processual será considerada posse.
⤷ Teoria objetiva de Ihering: posse é apenas um elemento: corpus, que é um fato (de o possuidor
parecer ser o proprietário) de aparência de propriedade.
Posse = corpus (imago domini + affectio tenendi) + inexistência de norma jurídica que
descaracterize a situação de posse. Ou seja, a aparência de proprietário, somada ao exercício de
poderes inerentes à propriedade e à ausência de lei descaracterizante é igual à posse.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
dos poderes inerentes à propriedade.
Detenção
⤷ É quando há o corpus (apreensão física), mas não há posse.
⤷ Detenção lícita: detentor é aquele que tem o dever de guarda e conservação de uma coisa em
razão de ordem do possuidor dessa coisa → fâmulo da posse: empregado do possuidor ou alguém
que cumpre suas ordens.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em
relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
⤷ Detenção ilícita: haverá tença enquanto perdurarem os atos de violência ou clandestinidade.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência
ou a clandestinidade.
Natureza jurídica da posse (teorias)
⤷ 1a teoria (Windscheidt): posse é um fato social sem importância jurídica, isto é, não recebe tutela
da lei.
⤷ 2a teoria (Ihering): posse é o interesse de uma pessoa sobre uma coisa, que é protegido pelo
direito.
⤷ 3a teoria (Savigny): (teoria mista) posse é um fato juridicamente tutelado.
Aquisição da posse
⤷ Incorporação do direito existente à esfera patrimonial do sujeito.
⤷ Modos:
○ Originário: o possuidor toma a posse de alguém sem que haja transmissão do antigo para o
novo possuidor; a posse não é recebida com as características do antigo possuidor;
nascimento e aquisição ocorrem simultaneamente → a posse é consequência de um
apoderamento de uma coisa por alguém; posse sem autorização.
⬩ Apreensão: apossamento da coisa → esbulho/turbação ou coisas sem dono.
○ Derivado: o possuidor recebe a posse do antigo possuidor; princípio da continuidade da
posse; todas as características da posse do antecessor serão transmitidas ao novo possuidor;
nascimento e aquisição ocorrem em momentos diferentes → a posse resulta de um negócio
jurídico ou da lei; posse autorizada.
⬩ Sucessão: mortis causa ou inter vivos.
⬙ Accessio possessionis: acessão da posse; "união"; "soma" → para facilitar a
aquisição de direito real por meio da redução do tempus usucapionis; é uma
faculdade, pois o possuidor (usucapiente) pode não querer usar ou não conseguir
provar o tempo de posse dos seus antecessores.
⬙ Successio possessionis: a posse do antecessor é transmitida ex lege aos sucessores,
com todos os seus caracteres.
⬩ Tradição: entrega (disponibilização) da coisa ao adquirente; existência de um negócio
jurídico que preveja a transferência da coisa (acordo de vontades); entrega do corpus
(apreensão física).
⬙ Real;
⬙ Simbólica;
⬙ Ficta: constituto possessório/cláusula constituti; traditio brevi manu; traditio longa
manu.
Constituto possessório Traditio brevi manu Traditio longa manu
Desmembramento da
posse: Eduardo vende a
casa para Sofia. Os dois,
em seguida, celebram
contrato de locação para
que Eduardo continue
morando na casa por 90
dias. Faz com que seja
transmitida ao adquirente
somente a posse indireta.
Logo: Eduardo -
possuidor direto; Sofia -
proprietária e possuidora
indireta
Consolidação da posse:
Eduardo, então locatário,
compra a casa de Sofia e
se torna proprietário.
Extingue o
desmembramento/desdo
bramento da posse e a
consolida no novo
proprietário ("posse
plena")
Adquirida: Eduardo
compra uma máquina da
China. Os chineses
despacharam essa
máquina em um navio
com destino à Vitória. O
navio demora 30 dias
para chegar. A tradição
ocorre quando a máquina
é colocada no navio.
Antecipa a tradição para
o momento em que a
coisa é disponibilizada.
Jus possessionis e Jus possidendi
⤷ Jus possessionis: direito DE posse: "posse por si só"; decorre do apossamento da coisa; não há
direito prévio que assegure a posse ao sujeito.
⤷ Jus possidendi: direito À posse: "direito de possuir"; decorre de um direito prévio que assegura ao
seu titular o direito de exercer a posse.
Posse direta e indireta
⤷ Em razão de negócio jurídico a posse pode se desdobrar.
⤷ Posse direta: uso e fruição da coisa ficam diretamente com o possuidor, chamado possuidor
direto.
⤷ Posse indireta: o proprietário não usa diretamente e mantém a faculdade de dispor e reivindicar;
possuidor indireto.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o indireto.
Classificação da posse
⤷ Posse justa e injusta:
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
○ Justa é a posse autorizada, ou seja, permitida pelo legítimo possuidor, pelo juiz ou pela lei;
adquirida sem qualquer irregularidade.
○ Injusta é a posse adquirida de maneira ilegal, isto é, há um vício na aquisição da posse:
violência, clandestinidade ou precariedade.
Violência
(vis)
Clandestinidade
(clam)
Precariedade
(precario)
Quando alguém se utiliza de
meios coativos e agressões
(contra a pessoa ou contra a
coisa) para obter uma coisa
Quando alguém não usa de
violência para tomar algo
do possuidor, é tomado na
surdina, sorrateiramente, às
escondidas, de maneira
quase imperceptível
Quando a posse era
autorizada e se torna
desautorizada; alguém
possui a coisa
legitimamente, mas não a
devolve conforme
combinado (negócio
jurídico); há
inadimplemento
○ Convalidação/convalescença/transmudação da posse justa em injusta:
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a
violência ou a clandestinidade.
⬩ Carvalho Santos: injusta será a "posse" enquanto durar a violência ou a clandestinidade,
após cessadas, a posse se torna justa → posse injusta = detenção e posse justa = posse.
⬩ Pontes de Miranda e Gonçalves: "injusta" é um estigma da posse para indicar como ela
foi adquirida; a posse só passa a existir a partir da interversio possessionis, quando
recebe o título de injusta → tença - interversio possessionis - posse injusta.
⬩ Silvio Rodrigues e Maria Helena Diniz: após cessados os atos de violência ou
clandestinidade, durante ano e dia, a posse será injusta. Depois de ano e dia passa a ser
justa.
⬩ Funcionalistas: injusta é a posse que não cumpre a função social.
○ Polêmica quanto à existência da interversio possessionis nos casos de precariedade.
⤷ Posse de boa-fé e de má-fé:
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor comjusto título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova
em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
○ Boa-fé: o possuidor desconhece que está na posse de maneira ilegítima; não conhece que sua
posse é viciada; há um justo título.
○ Má-fé: o possuidor conhece a ilegitimidade e os vícios da obtenção da posse.
○ Conversão da posse de boa-fé, porém injusta, em posse de má-fé: presume-se a má-fé do
possuidor desde a data da citação/contestação → os efeitos da sentença de improcedência
retroage até o momento da contestação.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
⤷ Posse nova e velha:
○ Nova: ano e dia.
○ Velha: mais de ano e dia.
Proteção possessória
⤷ Moléstias da posse: são situações que impedem o exercício da posse pelo legítimo possuidor →
esbulho, turbação ou ameaça.
Esbulho Turbação Ameaça
O legítimo possuidor fica
impossibilitado de exercer os
poderes inerentes à posse
(domínio→ usar, usufruir,
dispor, reaver), ou sejam
perde a posse para o
esbulhador → o possuidor
não consegue exercer
plenamente a sua posse
Não há perda da posse; o
turbador pratica atos que
limitam o exercício da posse
pelo legítimo possuidor
Quando há o risco sério e
consistente (probabilidade
alta) de o legítimo possuidor
vir a sofrer turbação ou
esbulho; não há perda da
posse, perde- se a estabilidade
(tranquilidade)
⤷ Formas de tutela da posse:
○ Autotutela: o próprio possuidor poderá praticar atos para proteger sua posse → legítima
defesa da posse ou desforço imediato.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
⬩ Legítima defesa da posse: reação contemporânea à moléstia, ou seja, deve ser praticada
enquanto a moléstia está sendo praticada (está ocorrendo).
⬩ Desforço imediato: reação logo após a ocorrência da moléstia (ocorrida) → logo após =
até o momento em que o molestador controla e se apodera da coisa ou de parte dela
(obs: art. 1.224).
○ Heterotutela: o possuidor recorre às vias estatais para proteger sua posse → executiva:
polícia; judicial: propositura de interditos possessórios.
Ações possessórias/Interditos possessórios
Esbulho Turbação Ameaça
Ação de reintegração de posse Ação de manutenção da posse Interdito proibitório
⤷ Juízo:
Possessório Petitório
Discute posse, ou seja, quem é o legítimo
possuidor; tutela ter a posse da coisa.
- O título é prova (ad probationem).
Jus possessionis (direito de posse)
Discute um direito real ou pessoal; quem é o
titular do direito; não se discute quem tem
posse, mas quem tem o direito real ou pessoal;
por causa do direito a pessoa terá posse.
- O título é o objeto discutido, o mérito
(ad solemnitatem).
- Imissão da posse
Jus possidendi (direito à posse)
⤷ Tipos de ações (interditos acessórios): somente se aplicam ao esbulho ou à turbação.
○ Ação de força nova: caso de posse nova; procedimento especial; pode haver concessão de
liminar de reintegração ou manutenção da posse inaudita altera partes, se preenchidos os
requisitos.
○ Ação de força velha: caso de posse velha; procedimento ordinário; liminar audita altera
partes.

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