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Exercícios de Revisão 1. Estima-se que a população de uma cidade cresça dois por cento a cada cinco anos. Qual é o crescimento estimado para um período de 20 anos? E em um período de t anos? Chamemos a população inicial da cidade de e a população da cidade após 5 anos de . Como a população da cidade após 5 anos é 2% maior que a população inicial temos que . Sabemos que a taxa de crescimento sempre incide sobre a população do período anterior. Daí temos a expressão: onde é a população da cidade após n anos e i indica a taxa de crescimento no período. Substituindo os valores na expressão temos: (*) Desejamos saber qual será a população num período de 20 anos. Logo devemos calcular . Substituindo os valores na expressão temos: (**) Substituindo (*) em (**) temos: que equivale dizer um crescimento de 8,243216% num período de 20 anos. Para determinarmos a população num período de t anos temos: Como desejamos saber apenas a taxa de crescimento no período de t anos temos que: 2. A lei de resfriamento de Newton estabelece que, quando um corpo é colocado em um ambiente mantido à temperatura constante, sua temperatura varia de modo a ser a mesma do ambiente, a uma taxa proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e o ambiente. Uma peça de metal a 120 grau é colocada sobre a bancada do laboratório, mantido à temperatura constante de 20 graus. Dez minutos depois, verificou-se que a temperatura da peça tinha se reduzido para 80 graus. Qual será a temperatura da peça uma hora depois de ter sido colocada na bancada? Esboce o gráfico que exprime a temperatura da peça ao longo do tempo. Chamemos de a variação da temperatura do corpo, a variação do tempo, a temperatura inicial do corpo e a temperatura do ambiente. De acordo com o enunciado temos então: Utilizando integração temos: Aplicando exponencial em ambos membros da equação temos: Chamaremos de A pois trata-se de uma constante. Reescrevendo a equação encontrada tem-se: conhecida como lei de resfriamento de Newton para corpos que se encontram num ambiente de temperatura constante. Esta equação pode ser associada à função expressa por . Para resolver o problema, primordialmente iremos determinar o valor da constante A. Para isso utilizaremos os dados do enunciado e o fato de no instante inicial a temperatura do corpo ser de 120º C. Ou seja: Uma informação adicional é que após 10 minutos a temperatura apresentada pelo corpo é de 80º C. Logo temos: Como desejamos calcular a temperatura do corpo após 1 hora (60 minutos), temos: 3. O corpo de uma vítima de assassinato foi descoberto às 23 horas. O médico da polícia chegou às 23:30 e imediatamente tomou a temperatura do cadáver, que era de 34,8 graus. Uma hora mais tarde ele tomou a temperatura outra vez e encontrou 34,1 graus. A temperatura do quarto era mantida constante a 20 graus. Admitindo que a temperatura normal de uma pessoa viva é de 36,5 graus, estime a hora em que se deu a morte. Utilizaremos a mesma equação encontrada no exercício anterior . Esta equação pode ser associada à função expressa por . Para resolver o problema, primordialmente iremos determinar o valor da constante A. Para isso utilizaremos os dados do enunciado e usaremos como instante inicial o momento em que a temperatura do corpo foi tomada pela primeira vez, ou seja, era de 34,8º C. Assim temos: A informação adicional é que após 1 hora a temperatura apresentada pelo corpo era de 34,1º C. Logo temos: Como desejamos calcular em que momento a temperatura do corpo era de 36,5º C faremos: Utilizando as propriedades dos logaritmos, temos: Calculando logaritmo em ambos membros temos: Aplicando novamente as propriedades dos logaritmos, temos: ou seja, o crime ocorreu 2,244 h antes do corpo ser encontrado, o que equivale a dizer 2 horas 14 minutos e 39 segundos; sendo o horário do assassinato 23 h 30 min – 2 h 14 min 39 seg = 21 h 15 min 21 seg. 4. Um observador está em um ponto A do aterro do Flamengo e vê o morro do Pão de Açúcar segundo um ângulo de 10 graus com o plano horizontal (medido com o teodolito). Ele anda em direção ao seu objetivo até um ponto B distante 650 metros de A e agora vê o morro do Pão de Açúcar segundo um ângulo de 14 graus. Qual é a altura do morro Pão de Açúcar em relação ao plano de observação? Primeiramente vamos fazer um esquema ilustrando a situação. Utilizando a razão tan 10º no triângulo AHM temos: Novamente utilizando a razão tan 14º no triângulo BHM temos: (*) Igualando as expressões obtemos: (**) Substituindo (**) em (*) temos: utilizando todas as casas decimais na calculadora do Windows. (Curiosidade: fazendo a construção em escala no Cabri-Geomètre o software indica a distância de 388 m e a Wikipedia informa uma altura de 395 m do Morro do Pão de Açúcar). 5. De um ponto A na praia do Flamengo no Rio de Janeiro, avista-se um ponto P na praia de Icaraí em Niterói (estes dois pontos estão em lados opostos do canal de entrada da Baía de Guanabara). De um ponto B na praia do Flamengo, distante 1 km de A também se avista o ponto P. Um observador mediu os ângulo , . Qual é a distância entre A e P? Chamemos a medida do segmento de x. Primeiramente vamos fazer um esquema ilustrando a situação. Vamos agora determinar o ângulo : Usando os lados e e os respectivos ângulos e podemos utilizar a Lei dos Senos. Assim temos: (Curiosidade: utilizando o software Cabri-Geomètre e a escala 1 : 100 000 chegamos ao resultado 5,02 km). 6. Um corredor A está sobre uma reta r e corre sobre ela no sentido AX. Um corredor B não está em r e, correndo em linha reta, pretende alcançar A. Se , velocidade de A igual a 8 m/s e velocidade de B igual a 9 m/s determine o ângulo que a trajetória de B deve fazer com a reta BA para que o encontro seja possível. Chamemos a distância AX de , a distância BX de e o ângulo de . Primeiramente vamos fazer uma ilustração para melhor compreensão do problema. Sabemos que . Substituindo os valores dados pelo enunciado temos: Supondo que ambos corredores entraram em movimento no mesmo instante o período de tempo decorrido até o momento do encontro é o mesmo para ambos. Logo podemos igualar as expressões encontradas: Como temos dois lados e um ângulo utilizaremos a Lei dos Senos para determinar o outro ângulo: (Adendo: utilizando o software Cabri-Geomètre para verificar a construção encontramos a figura abaixo). 7. Como acima, suponha e velocidade de A igual a 8 m/s. Se velocidade de B igual a 8,1 m/s, e B é um corredor inteligente, determine a distância que ele percorreu até alcançar A. Chamemos a distância AX de , a distância BX de e o ângulo de . Vamos fazer uma ilustração para melhor compreensão do problema. Utilizaremos as mesmas expressões do exercício 6. Substituindo os novos valores temos: Como o período de tempo decorrido até o encontro dos corredores é igual podemos igualar as expressões: Novamente trata-se de uma aplicação da Lei dos Senos: Desta forma podemos determinar o ângulo a qual chamaremos de . Utilizando novamente a Lei dos Senos temos: (utilizando todas as casas decimais da calculadora do Windows) 8. Prove que . Sabemos que , , e , além da relação fundamental da trigonometria . Desenvolvendo o primeiro membro da igualdade temos: Desta forma chegamos ao segundo membro da igualdade. c.q.d. 9. Prove que para . Chamemos de y o resultado de . Vamos restringir um intervalo onde a função seja bijetora, por exemplo, . Desta forma temos: Analogamente chamemos de z o resultado de . Restringindo um intervalo onde a função esteja definida,por exemplo, . Desta forma temos: Como o enunciado garante que , podemos desenvolver o primeiro membro da igualdade assim: Utilizando a Relação Fundamental da Trigonometria podemos deduzir o valor de . Assim temos: Lembrando que e temos: ou seja, Logo utilizando a função temos: Como definimos z como sendo , chegamos a conclusão que y = z, ou seja, 10. Supondo que a é um ângulo do segundo quadrante que satisfaz é possível calcular ? Sabemos que . Então temos: Substituindo o valor encontrado na Relação Fundamental da Trigonometria temos: Utilizando o valor de (**) em (*) encontramos: O enunciado informa que o ângulo a pertence ao 2º quadrante; sabemos que neste quadrante os senos dos arcos são positivos. Então utilizaremos apenas o valor . Como desejamos calcular devemos utilizar . Logo temos: 11. Calcule x que satisfaz simultaneamente Sabemos que . Então temos: Substituindo os valores dados na relação fundamental da trigonometria temos: Resolvendo a equação do 2º grau encontrada temos: Vamos agora testar as raízes encontradas: i) para temos: Como o valor de cos (a) > 0 a extremidade do arco (a) deve pertencer ao 1º ou ao 4º quadrante. Como o valor de sin (a) > 0 a extremidade do arco (a) deve pertencer ao 1º ou ao 2º quadrante. Logo o arco (a) possui extremidade no 1º quadrante, sendo que a cossecante do arco (a) no 1º quadrante é um valor positivo. ii) para temos: ou ou Como o valor de cos (a) < 0 a extremidade do arco (a) deve pertencer ao 2º ou ao 3º quadrante. Como o valor de sin (a) < 0 a extremidade do arco (a) deve pertencer ao 3º ou 4º quadrante. Logo o arco (a) possui extremidade no 3º quadrante, sendo que a cossecante do arco (a) no 3º quadrante é um valor negativo. 12. Determine o ângulo C de um triângulo sabendo que os outros dois ângulos A e B estão relacionados por Sabemos que . Então temos: Também sabemos que . Fazendo as devidas substituições temos: Como temos . Substituindo na expressão encontrada temos: Desenvolvendo a expressão chegamos em: Logo temos que: ou Como é um ângulo agudo temos que e o triângulo é retângulo.