Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mutações e Detecção da Variação Genética → Nem toda mutação é ruim → As mutações podem ser herdadas, como as que ocorrem nos gametas mas muitas delas são novas que podem ocorrer nas células germinativas dos pais ou diretamente no embrião → Existem aproximadamente 80 mutações novas em cada indivíduo que são responsáveis pela variabilidade genética, mas algumas vezes estão associadas à doenças genéticas, podem alterar características físicas, desenvolvimento neurológico, intelectual, síndromes genéticas Variação genética humana → Temos entre 4 a 5 milhões de mutações no nosso DNA, também chamadas de variantes → A maioria das mutações não está associada à doenças: Outras características (cor do olho, estatura, etc.) Sem efeito → Mutações de menor gravidade: risco para doenças multifatoriais – diferentes mutações + efeitos ambientes para se manifestarem → Doenças genéticas – mutações patogênicas → raras (1-2% da população) → Mutações: nova sequência nucleotídica no DNA (alteração) Fonte de toda a variabilidade genética → alelos Base para o diagnóstico genético Medicina forense Últimos 25 anos: detecção de milhares de novos polimorfismos ao nível do DNA → Alelos: versões alternativas da sequência de DNA em um lócus – diferença comparada com a sequência original: → Alelo predominante: tipo selvagem ou alelo comum – o mais presente na população, provavelmente o que não está mutado, que não tem variante → Alelos variantes/mutantes: diferem do alelo selvagem, devido à presença de uma mutação: Polimorfismo: presença de 2 ou mais alelos relativamente comuns (frequência > 1%); → Alelos particulares: raros – restritos a algumas pessoas ou famílias Mutações gênicas → São mutações menores que as cromossômicas – para enxergá-las é necessário utilizar uma técnica que tenha uma resolução maior Nucleotídeo único até aproximadamente 100kb → Alterações na estrutura do DNA que envolvem a substituição, deleção ou inserção de DNA → A substituição pode ter consequências pois altera a sequência do DNA, e consequentemente, a sequência do RNAm → Deleção e inserção são as mutações que causam mudança de matriz de leitura, o RNAm é lido de 3 em 3 bases, e ao deletar ou inserir bases, muda toda a trinca, e assim, consequentemente, muda todo o resto da matriz de leitura → As mutações gênicas podem ser chamadas de mutações de ponto • Silenciosa: substitui a base mas não muda o aminoácido, ou seja, a proteína continua exatamente igual • Sentido trocado: troca o aminoácido e provavelmente terá consequências • Sem sentido: criam códons de fim antes de fazer a proteína por completo • Regulatória: aumenta, diminui, ou a impede a transcrição • Processamento de RNAm: transcrito primário que precisa ser processado – qualquer mutação que afete parte de splicing, colocar CAP, cauda poliA, gera consequências para estabilidade do RNAm • Mutações dinâmicas: envolvem expansão de trinucleotídeos. SNPs → Alelos que vão ser formados quando tivermos substituições → Os SNPs são polimorfismos de nucleotídeo único, ou seja, uma única substituição de base → Maioria acontece em regiões não codificantes, íntrons e sequências distantes de genes conhecidos; → Entretanto já existem mais de 100.000 SNPs identificados em éxons Metade não altera a sequência de aminoácidos prevista para a proteína (sinônimos) e metade altera (não- sinônimo) → Geralmente um gene apresenta apenas dois alelos Polimorfismos indel → Alelos formados quando tivermos inserções ou deleções → Mais de um milhão de indels descritos: Metade = indels simples → apenas 2 alelos – 1 selvagem e 1 que apresentou uma inserção ou uma deleção Polimorfismos STR → Polimorfismos de repetições curtas em tandem (STR): indels multialélicas devido a números variáveis de um segmento de DNA inserido em tandem em determinado local (microssatélites) – repetições curtas uma em seguida da outra Fora dos genes – normalmente se associam a regiões repetitivas Não “aumentam” Variabilidade normal → Então, locus STR: lócus de microssatélite que nos ajuda para casos de paternidade, para casos de genética forense, pois é uma maneira de variabilidade humana fácil de ser analisado → É analisado diferentes locus em diferentes cromossomos pois a ideia é que não aumente Mutações dinâmicas → Repetições expandidas de trinucleotídeos instáveis – sequência repetitiva será sempre 3 → Instável pois pode aumentar → Não se sabe o que justifica esse aumento, mas pode ser devido ao deslizamento da DNApolimerase, erros de pareamento na replicação e falha no reparo de mal pareamento → Maior expansão durante a gametogênese do que a observada em microssatélites; → Tamanho crítico - podem alterar a função ou regulação gênica → Existem aproximadamente 30 doenças genéticas descritas que apresentam mutações dinâmicas: • Antecipação: maiores/mais precoces em gerações sucessivas • Efeitos notáveis da origem parental: diferenças biológicas e seleção contra gametas – linhagem materna ou paterna Variação genética humana → Doença genética: mutação em um gene essencial modifica a quantidade ou função de seus produtos gênicos, ou ambos (mRNA, proteína e ncRNAs) → A genética médica lida com as consequências funcionais de mutações humanas Efeito das mutações → Perda de função: mutação que resulta em atividade reduzida ou menor quantidade do produto normal Herança recessiva (maioria) ou dominante (haploinsuficiência) Severidade clínica geralmente relacionada à quantidade de função perdida → Ganho de função: aumento da atividade ou quantidade do produto gênico Herança dominante; Novas propriedades; → Efeito dominante negativo: o produto do alelo mutante interfere no produto de outro alelo normal, levando a um resultado geral adverso Impacto da mutação e do polimorfismo → Estima-se que o polimorfismo ocorra em ~ 20% dos genes codificantes de proteínas de um indivíduo, determinando polipeptídeos estruturalmente diferentes; → Entre indivíduos diferentes, mesmo quando o produto gênico é idêntico, os níveis de expressão desse produto podem ser muito distintos → variação genética e epigenética → Grau considerável de individualidade bioquímica (composição de enzimas e outros produtos gênicos) = cada indivíduo, independente do seu estado de saúde, possui uma composição única e geneticamente determinada, respondendo de maneira única às influências ambientais, alimentares e farmacológicas Doenças de Expansão de Trinucleotídeos → Distúrbio neurodegenerativo progressivo, autossômico dominante – ocorre mesmo que apenas um alelo seja mutado → Mutações no gene HD (4p16.3), mutação de expansão de trinucleotídeos, é uma expansão CAG, no primeiro exón: • 10-26 repetições: alelos normais; • 27-35 repetições: potencial de expansão – • 36-39 repetições: penetrância reduzida – penetrância incompleta. • + 40 repetições: afetados → A expansão está dentro do éxon (região codificante), o trinucleotídeo CAG codifica para glutamina – maior a expansão, mais glutamina vai ser adicionada na proteína → Quando temos mais de 40 (excesso de glutamina), se torna neurotóxica e é a proteína mutada. → Então, a proteína é chamada de huntingtina, e é expressa de forma ambígua, ou seja, nos mais diferentes tipos celulares. → Início da doença: 40 – 50 anos Idade inversamente proporcional ao número de repetições CAG - quanto mais repetições, manifesta Huntington mais cedo Número de repetições não se correlaciona com outras características Expectativa de vida: 15 anos. Antecipação paterna → Toda vez que a mutação Huntington passar por linhagem do paiela tende a expandir, então podemos falar que geralmente se espera que toda a prole do homem vai ter mais repetições do que ele e tende a ter essa doença mais cedo → Transmissão materna não aumenta o número de repetições → Como a manifestação de Huntington é em idade avançada, normalmente quando uma pessoa descobre que ela tem Huntington ela já se reproduziu, então ela tem 50% de chances de ter passado essa doença que não tem cura para sua prole. → Em caso de história familiar, pode fazer teste: pré-sintomático, pré-natal ou pré- implantação, para ver se essa mutação está passando ou não → Proteína mutada → propriedade nova – ganho de função (neurotóxica): Atrofia grave e difusa do neoestriado; Disfunção neuronal; Atrofia cerebral generalizada; Mudanças nos níveis de neurotransmissores Acúmulo de agregados nucleares e citoplasmáticos neuronais Levando morte neuronal → Progressivamente os pacientes começam a apresentar os sintomas e são divididos em três classes: Anomalias motoras: coreia e distonia Anomalias cognitivas: perda de cognição acentuada Distúrbios comportamentais e psiquiátricos: mudança de personalidade → Risco de herança: Depende do número de repetições Genitor com DH: risco de 50% de herdar um alelo mutante Indivíduos que herdam a mutação do pai possuem maior risco de desenvolver a doença com início precoce - tendência é expandir Crianças de pais portadores de pré- mutação possuem risco empírico de 3% → Forma herdável mais comum de deficiência intelectual (moderada a grave). → Subdiagnosticada e é diagnosticada errado muitas vezes → Requer consideração no diagnóstico diferencial de deficiência intelectual; → 3-6% dos casos de deficiência intelectual entre meninos com uma história familiar positiva de deficiência intelectual e nenhum defeito de nascimento; → Indicações frequentes para análise genética – achados clínicos não são conclusivos. → Mutações no gene FMR1, localizado em Xq27.3; → Herança ligada ao X → Sítio frágil: local muito fácil de se quebrar → Expansão CGG em região 5’ não-traduzida do gene FMR1 → Quando tem a expansão desse trinucleotídeo, aumenta a metilação, que na região do promotor do gene não deixa com que a transcrição ocorra, se o gene não é transcrito o problema é de falta de proteína → Nessa síndrome, o tamanho crítico é 200 repetições → Normais tem menos de 45 repetições → Zona de pré-mutação: entre 55 e 200 → Indivíduos que tem pré-mutação não tem X-frágil, mas podem apresentar manifestações clínicas, as mulheres podem apresentar menopausa precoce ou insuficiência ovariana e os homens podem apresentar ataxia e tremores Antecipação materna → Tende a expandir quando passar pela mãe → Aqui não se relaciona com idade, e sim com agravamento de sintomas, mas não é muito certeira essa informação → Porcentagem de chance de expansão e o número de repetições de cada mulher: → A proteína FMRP é expressa em muitos tipos celulares, sendo mais abundantemente nos neurônios; → Parece atuar como chaperona de mRNAs do núcleo, interferindo com a tradução; → Metilação excessiva no promotor: impede a expressão do gene e interfere na replicação e condensação da cromatina, produzindo o sítio frágil (região que não conseguiu ser compactada como deveria) → Doença mais comumente em meninos → Deficiência intelectual; → Anomalias do comportamento; → Rosto longo com mandíbula e testa proeminentes, orelhas grandes e macrorquidismo pós-puberal. → Expectativa de vida normal → Risco de herança: mulher com pré- mutação ou mutação completa → risco empírico de 50% para filhos homens. Técnicas de diagnóstico molecular → Conhecimento funcional das técnicas e de como elas podem ser usadas para o diagnóstico dos distúrbios genéticos → Análise de DNA: crianças e adultos, 5-10ml de sangue periférico, o DNA extraído pode ser armazenado por muitos anos; → Amostras menores (gota de sangue, fios de cabelo, mucosas) e pré-natal. → Utilizados para analisar doenças causadas por expansão de trinucleotídeos, testes de paternidade, criminalística, variabilidade normal entre pessoas, etc. Microssatélites; Minissatélites. → Revela diferentes alelos devido a diferentes números de repetições → Não analisa a sequência do DNA e sim o seu tamanho → Polymerase Chain Reaction – Reação em cadeia da polimerase → Técnica de amplificação de sequências específicas de DNA – aumenta a quantidade de DNA: Pode ser um gene, uma parte de um gene ou uma sequência não codificante; → Uma pequena quantidade de uma sequência curta de DNA é amplificada milhões de vezes, de modo que possa ser submetida a análise de tamanho, mutação ou sequenciamento → Visualização - Eletroforese: técnica que utiliza a característica química das moléculas biológicas carregadas para separá-las em uma matriz em gel (substância densa) → Paternidade: alvo na PCR – Locus de STR → Lócus analisados na mãe e do pai, os filhos que tem que vir ou do pai ou da mãe → Diagnóstico de doenças com expansão de trinucleotídeos: Primers flanqueando a região de expansão PCR e análise do gel. → Acima ou abaixo do número de repetições → Microarranjo: chip com sequências diferentes de DNA sob a forma de uma grade → Investigação de milhares de genes de maneira simultânea → revolução na medicina preditiva, diagnóstica e farmacológica → Identificação de microdeleções ou microduplicações (CNVs – variação no número de cópias) → CGH-array; → Identificação de CNVs, SNPs, perdas de heterozigose (LOH), dissomia uniparental, consanguinidade e mosaicismo → SNP-array. → Recomendações (American College of Medical Genetics): → “Primeira linha de investigação para pacientes com deficiência intelectual, autismo, atraso no DNPM e malformações congênitas de causa desconhecida”. Indivíduos com anomalias múltiplas que não caracterizam síndromes genéticas conhecidas Deficiência intelectual ou atraso DNPM Diagnóstico ou suspeita clínica de autismo Malformações congênitas ou genitália ambígua Suspeita de síndromes de microdeleção/ duplicação reconhecíveis clinicamente Presença de material cromossômico adicional indeterminado no cariótipo. → Processo de determinação da ordem precisa de nucleotídeos na molécula de DNA → Sanger, 1974; → Atualmente: diferentes técnicas de sequenciamento automatizado → mais rápido e “barato” (sequenciamento de nova geração – NGS) → Reação de Sequenciamento (replicação): 1 Primer Nucleotídeos normais e modificados (dideoxi) Polimerase. → Genoma x gene → Exoma → Sequenciamento gênico → Sequenciamento dos éxons; Suspeita clínica de doença genética conhecida, que permanece sem diagnóstico após investigação por outras metodologias Suspeita clínica de doença com grande heterogeneidade de locus Paciente com quadro clínico atípico, atraso inexplicável do DNPM, deficiência intelectual, malformações e/ou distúrbios da diferenciação sexual, que podem ser causados por mutações ainda não descritas; → Não é recomendado para investigar doenças associadas à expansão de sequências repetitivas → Resultados: Variantes de significado incerto (VUS); Achados incidentais (secundários). → Sequenciamento do genoma completo; Alto custo Maior número de VUS e achados incidentais
Compartilhar