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Microbiologia Tuberculose • Doença causa por bactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis. o M. tuberculosis – agente clássico da tuberculose humana. o as outras micobacs são genéticamente muito parecidas, mas têm diferen- ças epidemiológicas – tipo de hospedeiro, localização. -- são babstonetes aeróbios restrito álcool-ácido resistentes (BAAR), de crescimento muito lento!!! e intracelulares [se multiplicam no interior de macrófagos]. método de coloração de Ziehl Neelson - bacs se coram de vermelho em solução de fucsina de ZN - depois, em solução ácida, algumas bacs descoram e outras NÃO - em solução de azul de metileno, as bacs descoradas se coram de azul >> reação positiva: bac vermelha (BAAR); reação negativa: bac azul. obs. a parede celular das micobacs é rica em lipídios -> dificultam a ação de antibióticos e retarda a absorção de nutrientes [explica o crescimento lento]. • Tuberculina (PT) – ptn da parede celular. • Doença que podem acometer vários órgãos ou tecidos [disseminação hemato- gênica a partir de um foco pulmonar primário]. o Formas extrapulmonares: pleural, ganglionar, óssea, miliar* (dissemina- da), meningite* e genitourinária. *formas mais graves. transmissão: − Inalação de aerossóis contaminados com o bacilo – provenientes de doente bacilífero [que elimina bactérias suficientes pelas secreções]. >> aerossóis: muito pequenos -> atingem o trato respiratório inferior, se instalando no alvéolo pulmonar. epidemiologia: − Doente bacilífero pode infectar 10-15 pessoas do seu convívio em 1 ano. − Doença urbana associada a moradias superlotadas e pouco ventiladas. − Populações mais vulneráveis: indígenas, pessoas com HIV/AIDS, privados de liberdade e em situação de rua. Patogenia primo-infecção: >> o primeiro contato do indivíduo com a bactéria (em países com alta incidência, geralmente ocorre na infância. -- pode resultar em... − Resolução completa: indivíduo que inalou os aerossóis contendo bacilos conseguem eliminá-los completamente. A partir dos seus mecanismos de defesa inata – 5% dos casos. − Infecção latente: há uma contenção da multiplicação das bactérias, mas eas permanecem latentes VIÁVEIS no foco pulmonar Quem faz essa contenção é a imunidade celular. -- corresponde a 90% dos casos – 5-10% irá desenvolver a doença em algum momento da vida -> sofrerá uma REATIVAÇÃO ENDÓGENA. -- nesse caso, a tuberculose é denominada de pós-primária. − Doença: a pessoa já desenvolve a doença quando se infecta (5% dos casos). Quando acontece a partir da primo-infecção, tem-se a TUBERCULOSE PRIMÁRIA – desenvolvida no 1º contato com o bacilo. >> o resultado da primo infecção depende de fatores como: virulência da amostra [capacidade de causar a doença], fonte infectante [quan- tidade inalada], características genéticas do indivíduo. a doença pode ocorrer por: - primo-infecção: tuberculose primária. - reativação endógena: infecção latente que evolui para a doença. - reinfecção: em áreas de grande incidência -> desenvolvimento da doença de novo. ATENÇÃO: reinfecção pós-primária = reativação endógena e reinfecção. obs. quando o granuloma é formado, após um tempo ele sofre calcificação -> torna-se uma infecção latente (ILTB), deixa uma marca no pulmão. caracterizam o foco latente as cicatrizes pulmonares que formam o complex 1º. reativação endógena: >> em algum momento, o foco latente pode ser reativado. − Resposta imune ineficiente causa o amolecimento do granuloma. − Assim, a necrose caseosa liquefeita permite a multiplicação intracelular dos bacilos. e assim há a reativação endógena. − Então, há eliminação de bacilos pelo escarro e a doença que, nesse caso, é a tuberculose pós-primária. formas clínicas da doença: Forma Pulmonar • 90% dos casos de adultos e 75% dos casos de crianças. -- crianças têm formas paucibacilares, com menos bactérias -> elas não liberam muita bactéria, por isso não transmitem muito. quadro clínico: − Incubação de 1 a 3 meses. − Sintomas: tosse, dor torácica, comprometimento do estado geral... ATENÇÃO: investigar os contactantes do indivíduo [quem teve contato com o bacilífero] ou a probabilidade de ser uma reativação endógena [idoso, imunossuprimido]. Formas Extra-pulmonares • 10% dos casos de adultos e 25% dos casos de criança. • Formas não contagiosas -> por disseminação hematogênica a partir de um foco pulmonar primário. o Pelo linfonodo e sistema linfático, a bactéria chega na corrente sanguínea. • Acompanhadas de sintomas pulmonares ou não. • Formas mais comuns: pleural, linfática ou ganglionar, miliar ou disseminada, óssea, meningite, TGU. o Miliar – características de focos por todo pulmão [focos de milho]. o Meningite é a forma mais grave e pode levar a morte rápida ou deixar sequelas. Imunidade • Características da bactéria que dificultam a atuação do sistema imune: o Ser um parasita intracelular capaz de crescer dentro de macrófagos. o Mecanismos de escape da fagocitose permitem isso – inibe fusão do fago com os lisossomas e inativa radicais livres (NO e ROI). • Imunidade natural: controlada geneticamente. o Determina a capacidade do indivíduo de responder eficazmente ao baci- lo, formando granuloma! obs. a resposta granulomatosa é desencadada por componentes lipídicos da bactéria que são indutores de granuloma: FATOR CORDA, CERA D. • Imunidade celular: o Papel decisivo no curso da infecção, mas não é duradoura e pode se modificar (por imunossupressão). o Fenótipos de TCD4 – Th1 (ativa macrófagos) e Th2 (inibe macrófagos). o Linfócitos TCD8 destrem céls. infectadas. Diagnóstico -- suspeita: tosse por mais de 3 semanas -> Rx de tórax e/ou pesquisa de M. tubercu- losis no escarro. método molecular – teste rápido molecular-TB: − Detecta os bacilos e a resistência à rifampicina diretamente do escarro. − Emprega técnica de PCR. − Demora cerca de 2h e tem mínimo risco de contaminação. TRM-TB: 92% - detecta existência e resistência à rifampicina, resultados podem ser: DNA do bacilo detectável e rifampicina não resistente. DNA do bacilo detectável e rifampicina resistente. DNA do bacilo não detectável DNA do bacilo inconclusivo – repetir teste em nova amostra. DNA do bacilo detectável e rifampicina não conclusivo – repetir tbm. bacterioscopia direta: -- pesquisa de BAAR no material clínico. − Indicada no controle do tratamento (acompanha evolução) e no diagnósto em retratamento. − Em crianças, o lavado gástrico é examinado -> por conta da dificuldade delas em eliminar o escarro. Coleta antes da 1ª refeição do dia. − Método rápido, fácil e de baixo custo, mas com sensibilidade baixa – não detec- ta formas paucibacilares. resultados feitos para o controle de tratamento: ausência de BAAR em 100 campos: --- 1-9 BAAR em 100 campos: indica o número de bacilos. 10-99 BAAR em 100 campos: + 1-10 BAAR/campo em 50 campos: ++ mais de 10 BAAR/campo em 20 campos: +++ cultivo: − É bem mais sensível. − Indicado para amostras resistentes detectadas no TRM-TB – pois precisam passar pelo teste de sensibilidade a antimicrobianos – e em diagnóstico em retratamen- to, por maiores chances de ser amostra resistente. − Convencional: formação de colônias em 14-30 dias. − Método de fluoresceína (+ moderno, feito junto com PCR): 5-12 dias – detecta fluorescência emitida quando há diminuição da [O2]. Deteta resistência a outras drogas e avalia a sensibilidade a elas. prova da tuberculina (PPT): − Em não vacinados com BCG ou vacinados há mais de 10 anos. − Método auxiliar ao diagnóstico -> india exposição prévia ao complexo. − Indicada para avaliar os contactantes de bacilíferos, acompanhar profissionais de saúde e crianças com forma paucibacilar. interpretação: 0-4mm = não reator -> não infectado. >=5mm = reator -> infectado (ILTB) ou doente. obs. pessoas com problema na RIC (comona fase AIDS) dão falso negativo. diagnóstico pelo IGRA: − IGRA = INF-gama release assay. − Linfócitos T previamente sensibilizados com Ags do complexo produzem altos níveis de IFN-gama quando expostos a eles novamente. − Indicado para identificar casos de ILTB e auxiliar no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças. Tratamento • Longo: o Granuloma protege a bactéria do antimicrobiano. o Pelas características das micobactérias. -- como o crescimento das micobacs é lento, um antimicrobiano que inibe a síntese da parede celular só tem ação de 15 em 15h. • Associação de drogas – pelo aparecimento de subpopulações resistentes. • Paciente torna-se não bacilífero após 15 dias de tratamento efetivo. o Assim a fonte de infecção é erradicada – contêm a transmissão. • Acompanhamento com baciloscopia. o Falência de tratamento – quando após 4-5 meses, continua com a bacilos- copia positiva. adultos e adolescentes: − 4 drogas – rifampiccina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Por dois meses. − Depois, 2 drogas – rifampicina e isoniazida. Por mais quatro meses. >> esquema em uma droga só, recomendado para o tratamento de: casos novos, casos de retratamento [depois do cultivo com teste de sensibilidade]. crianças: − Até 10 anos: 3 drogas – rifampicina, isoniazida e pirazinamida [por dois meses] e 2 drogas – rifampicina e isoniazida [por mais quadro meses]. >> ETAMBUTOL não é recomendado para tratar menores de 10 anos. meningoencefalite: − Mais prolongado – forma muito grave. − 4 drogas – rifamapicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Por 2 meses. − 2 drogas – rifampicina e isoniazida. Por mais 10 meses. ILTB: − Uso de droga única (ISONIAZIDA). 270 doses tomadas entre 9 e 12 meses – o importante não é o tempo e, sim, as doses. falência no tratamento: − Baciloscopia positiva após 4 ou 5 meses de tratamento. − Devido a amostras resistentes – surgem muito por conta do abandono do trat. MDR – resistentes pelo menos à isoniazida e rifampicina. XDR – resistência tbm a pelo menos 1 fluoroquinolona e a 1 droga injetável. TDR – resistentes a todas as drogas disponíveis. tratamento em casos de amostra multiresis: − Varia, é personalizado dependendo da sensibilidade da amostra. − Ex. 5 drogas por 6 meses + 3 drogas por mais 12 meses. >> novas drogas para amostras XDR – bedaquilina (síntese de ATP) e delamanida (síntese de ácidos micólicos). TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (DOT): − Para evitar o abandono de tratamento. − Adm de drogas pelo agente da saúde – ele vê o paciente tomando o remédio. − Problemas: milícia e o paciente pode enganar. Prevenção e Controle imunoprofilaxia: − Vacina BCG – por cepa de M. bovis atenuada. Dose única ao nascer. Evita o desenvolvimento de formas graves da doença – meningite e tuberculose miliar. -- aplicação por via intradérmica na inserção do músculo deltoide direito. diagnóstico e tratamento dos doentes: − A fim de que o foco de transmissão da doença seja eliminado. − Suspeito = tosse produtiva por 3 semanas ou mais. Investigação [método mais indicado] – TRM-TB. notificação compulsória investigação de contatos tratamento de ILTB: − Isoniazida 270 doses. profissionais de saúde: − Acompanhamento com PPT – caso ocorra a conversão, é prescrita 270 doses de isoniazida. − Uso de máscaras PFF2/N95. o Nos quartos de pacientes com tuberculose confirmada ou suspeita. o Em locais que ocorram procedimentos indutores de tosse e geradores de aerossóis.
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