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febre amarela

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FEBRE AMARELA
COMO É CAUSADA:
​A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta incubação (em geral inferior a 10 dias), gravidade variável, causada pelo Flavivirus (vírus da febre amarela), que ocorre na Américas (Central e do Sul) e na África.
É dividida em:
- febre amarela silvestre, transmitida por Haemagogus - um mosquito que vive no topo de árvores de florestas e transmite a doença principalmente a macacos e raramente a habitantes de áreas rurais.Em áreas silvestres, a febre amarela ocorre em macacos. Os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses animais. Os mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem que entra na mata.
- febre amarela urbana, que é transmitida pelos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A febre amarela urbana foi extinta no Brasil desde que a vacina ficou disponível e a técnica de contenção foi implementada. Caso ocorra algum caso da doença há vacinação em massa no local e no entorno, limitando a transmissão da doença.
Não existe transmissão de pessoa para pessoa.Isso só pode ocorrer se uma pessoa infectada for picada por um mosquito e esse picar alguém não infectado previamente e ainda não vacinado. Se esse indivíduo retornar à cidade, pode servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti (mosquito que também transmite a dengue, zika e chikungunya), iniciando assim a transmissão da febre amarela urbana.
SINTOMAS:
Muitas pessoas com o vírus da febre amarela não apresentam manifestações da doença ou, se apresentam, são muito discretas.
Os sintomas, em geral, surgem até 6 dias após a picada pelo mosquito infectado. A pessoa pode apresentar febre alta (maior que 37,8ºC) e de início súbito, mal estar, dor de cabeça, dor muscular e calafrios. Podem surgir também náuseas, vômitos e diarréia.
Grande parte dos pacientes melhora após 2 a 4 dias e torna-se imune a novos episódios da doença. Muitos pacientes, inclusive, podem acreditar que os sintomas são de um estado gripal e nem souberam que tiveram a doença.
A forma grave da febre amarela surge um ou dois dias depois de um período de aparente melhora. É resultado da relação entre estado do sistema imunológico do paciente e ação do vírus; por isso alguns pacientes evoluem para melhora e auto-imunização enquanto outros desenvolvem a forma grave.
Nessa fase, reaparecem a febre, a dor abdominal, o vômito e a diarréia. Ocorrem sangramentos nas gengivas e pelo nariz e as fezes e o vômito podem ser escuros como borra de café. Pode haver comprometimento do fígado e o volume de urina diminui até a ausência total, por mau funcionamento dos rins.
DIAGNÓSTICO:
Os métodos laboratoriais atualmente empregados para diagnóstico de febre amarela, na Gerência de Virologia (Núcleo de Arbovirologia), são o MAC-ELISA, o ELISA de inibição e a inibição da hemaglutinação. Em caso de óbito, amostras de fígado e tecido cerebral podem ser testadas por PCR e imunohistoquímica.
Em relação aos exames inespecíficos, algumas peculiaridades podem ser observadas:
No início da doença, o hemograma pode evidenciar leucocitose discreta com neutrofilia e desvio à esquerda; a partir do quarto dia de evolução, observa-se leucopenia progressiva com linfocitose; há forte tendência à hemoconcentração, porém, na vigência de grandes sangramentos, este dado perde o valor; a contagem de plaquetas encontra-se geralmente diminuída.
À bioquímica do sangue, a principal marca da febre amarela é o aumento expressivo das enzimas hepáticas, freqüentemente ultrapassando valores superiores a 5.000 U/l, acompanhado de hiperbilirrubinemia com predomínio da fração direta. A agressão renal se traduz por níveis de uréia e creatinina bastante aumentados, acompanhada de proteinúria e hematúria.
PROGRESSÃO DA DOENÇA:
Forma leve: Em geral, os sintomas na forma leve restringem-se à febrícula ou febre moderada de início súbito que pode ou não vir acompanhada de cefaléia discreta, astenia ou indisposição passageira e tontura. Esse quadro evolui por algumas horas até dois dias, findos os quais
o paciente se recupera inteiramente sem seqüelas. Apresenta-se de forma silenciosa de difícil diagnóstico mesmo durante as epidemias de febre amarela, podendo ser confundida com mal estar passageiro, resfriado e enxaqueca. Apenas as provas específicas definem o diagnóstico.
Forma moderada: Na forma moderada, o quadro clínico mostra-se arrastado e conspícuo. O paciente refere início súbito com febre e cefaléia. Além desses sintomas ele pode apresentar náuseas com ou sem vômitos, mialgias e artralgias que não incomodam o paciente nem dificultam
a sua locomoção. A cefaléia costuma ser duradoura e intensa. A febre se eleva mais e só cede após o uso de antitérmicos; a astenia mostra-se mais pronunciada. Nesta forma, pelo menos um dos sintomas clássicos da doença costuma acompanhar o curso clínico. De fato, epistaxe, ligeira albuminúria, e subicterícia acontecem. Às vezes, observa-se o sinal de Faget, isto é, a ocorrência de bradicardia acompanhando a febre elevada. O período de estado, revela-se mais longo, durando em média de dois a três dias e a recuperação mostra-se completa e sem seqüelas.
Forma grave ou maligna: Formas grave e maligna: na forma grave o quadro clínico inicia-se abruptamente com febre elevada e cefaléia intensa. Nesta forma o sinal de Faget torna-se evidente. A cefaléia se intensifica. As dores musculares generalizam-se. As náuseas e os vômitos incomodam. Há icterícia franca, albuminúria persistente e por vezes acompanhada de oligúria. Descrevem-se hemorragias, especialmente hematêmese e sangramento uterino. Esta forma cursa por até 7 dias, usualmente por 5 dias. A febre em geral mostra- se persistente. Infecção abortiva desta forma pode ser grave mas costuma ser mais curta com evolução de 3-4 dias
TRATAMENTO:
Não há medicamentos específicos para o tratamento da doença. Como os exames diagnósticos da febre amarela demoram em média até uma semana, o tratamento de apoio deve ser iniciado em caso de suspeita clínica dessa virose. Recomenda-se o internamento do paciente com as formas graves em hospitais com boa infra-estrutura e, de preferência, possuidores de unidade de tratamento intensivo (UTI), pois há necessidade de uma série de procedimentos que só se dispõe nessas unidades. O tratamento medicamentoso deve se voltar para o combate aos sintomas e os sinais manifestos da doença. Portanto, a medicação a ser prescrita depende das manifestações clínicas, mas é comum o uso de analgésicos e antitérmicos.

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