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AULA 3 VEÍCULOS AUTÔNOMOS (AGV) Prof. Tiago Koike 2 TEMA 1 – APLICAÇÕES DE AGVS E AMRS O aumento da concorrência entre as indústrias em função da globalização dos mercados tem forçado a redução de custos, diminuindo as margens para erros nas empresas e elevando os padrões de qualidade. Dentro da globalização, o setor de logística certamente é o mais afetado, não sendo coincidência a criação de cada vez mais modelos de AGVs e AMRs, projetados para executar atividades de forma eficiente, possibilitando a redução de custos de fabricação e o transporte, desde pequenos itens até cargas maiores e mais pesadas. Esses diferentes modelos também podem ser utilizados em vários ambientes de trabalho e diferentes tipos de linhas de produção e armazéns, desde varejo, atacado, indústria de alimentos, bebidas, automotiva, de papéis, vestuário e até siderurgia. Fica claro que sempre que for viável adotar um sistema automático que execute as atividades logísticas de forma eficiente, a indústria vai aderir a essa tecnologia. No decorrer deste tema, veremos como os AGVs e AMRs são aplicados nos grandes segmentos de negócio. 1.1 Setor automotivo O setor automotivo foi mais uma vez pioneiro na utilização de automação, já tendo uma vivência de mais de 40 anos na implementação de soluções e aplicações na logística. Certamente é o segmento com mais diversificação de aplicações. A seguir, estão listadas algumas aplicações típicas dos AGVs e AMRs na indústria automotiva: • Recebimento e armazenamento de matéria-prima; • Reboque de carrinhos com Kit de peças do armazém até a linha de montagem; • Reboque de carrinhos com caixas vazias da linha para o armazém; • Base móvel de montagem, o AGV leva o produto sobre ele passando por diversas estações em que os operadores vão agregando valor; • Transferência entre estações ou áreas do processo produtivo; • Transporte de motores acabado da linha para expedição; • Transporte de caixa de transmissão da linha para expedição; • Movimentação de carrocerias para retrabalho ou inspeções. 3 Figura 1 – Linha automotiva Crédito: Jenson/Shutterstock. 1.2 Setor de alimentos e farmacêutico O setor de bens de consumo não duráveis e o setor farmacêutico são mais restritos devido ao risco de contaminação, sendo necessário certificações para que os veículos possam exercer suas atividades sem colocar em risco a higiene desses produtos. Outra grande restrição nesses segmentos é a necessidade constante de lavagem das linhas, o que restringe a utilização de sistemas de navegação que sofrem interferência com água e não sejam à prova d’água, ou seja, IP67. A seguir estão algumas aplicações típicas dos AGVs e AMRs no setor de alimentos e farmacêutico: • Recebimento e armazenamento de matéria-prima; • Transporte de matérias-primas do estoque até a linha de produção; • Transporte de produto danificado ou não conforme para descarte; • Transporte de embalagens, displays e caixas para os finais de linha; • Transporte de produto acabado até a expedição; • Abastecimento de pallets vazios aos finais de linha. 4 Figura 2 – Linha farmacêutica Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. 1.3 Setor Hospitalar Por mais estranho que pareça, foi no ambiente hospitalar que surgiu o primeiro AMR colaborativo, o qual tinha como objetivo transportar e distribuir medicamentos altamente controlados a diferentes destinatários em diferentes andares. Foi desenvolvido um sistema de navegação que possibilitasse navegar em corredores estreitos com alto tráfego de pessoas mantendo a segurança, assim, surgiu o primeiro modelo da dinamarquesa MiR. Com aplicações nos hospitais do mundo todo, os AGVs têm como principais atividades: • Transporte de medicamentos e alimentação; • Transferência de macas entre leitos; • Transporte de roupas de cama e uniformes até as lavanderias; • Limpeza de piso de corredores e áreas comuns; • Descontaminação de ambiente por meio de UV. 5 Figura 3 – Ambiente de trânsito hospitalar Crédito: Spotmatik Ltd/Shutterstock. 1.4 Setor logístico O setor logístico engloba muitas atividades e está presente em todos os ramos industriais, porém, possui características específicas e aplicações dedicadas. Os AGVs têm como maiores aplicações as atividades logísticas: • Movimentação e organização de armazéns (dinâmicos ou estáticos); • Transporte de matéria-prima ou produto acabado entre pontos de recebimento; • Transporte de material dentro do processo de industrialização; • Transporte de produto acabado entre pontos de expedição; • Transporte de cargas específicas que requerem maior cuidado ou delicadeza; • Transporte de cargas de grande volume/peso que requerem vários veículos tracionadores trabalhando em perfeita sincronia. 6 Figura 4 – Armazém automático – Sorter Crédito: MAX 3D Design/Shutterstock. Nos centros de logística (armazenamento/distribuição) realizam-se as seguintes tarefas: • Armazéns (corredores estreitos, empilhamento em linhas profundas, armazenamento em blocos, armazenamento em racks); • Armazenamento e recolha de produtos; • Movimentação de paletes; • Recolher paletes do paletizador e transportá-los para o armazém ou expedição; • Carregamento automático de um reboque; • Descarregar sistemas transportadores; • Retirar itens estantes e colocá-las no reboque; • Manutenção do fluxo de produtos no armazém. 1.5 Setor de produção As linhas de montagem de bens de consumo duráveis são o segmento de montagem em que mais encontramos variações de aplicações e produtos, demandando a maior flexibilidade dos AGVs e AMRs. Dentre as aplicações na logística de produção ou interna nos setores de bens de consumos, seguem as principais: • Transporte de matérias-primas (papel, aço, borracha, metal e plástico) entre armazéns; 7 • Recebimento de material e transporte até o armazém; • Transporte e distribuição de materiais pelas linhas de produção; • Transporte de produtos entre as várias etapas do processo produtivo; • Distribuição de peças e ferramentas; • Transporte de produtos acabados, que exige um manuseamento delicado, AGVs possuem elevado grau de precisão; • Transporte de resíduos para centros de reciclagem; • Separação de esteiras, paletizadores e sistemas de aplicação de filmes plásticos; • Coleta de produtos para testes de qualidade. Figura 5 – Automação de fábrica com AGVs, impressoras 3D e braços robóticos Crédito: MAX 3D Design/Shutterstock. TEMA 2 – AGVS INDUSTRIAIS Os AGVs estão revolucionando a forma como é feita a logística nas empresas, sejam elas pequenas indústrias, grandes indústrias ou setores mais administrativos. Sem um motorista para guiá-lo, os AGVs são uma poderosa ferramenta para o transporte de materiais dentro da cadeia produtiva, sendo capazes de automatizar o ciclo do início ao fim. Nas últimas décadas, veículos autoguiados têm evoluído tecnicamente e são empregados nas indústrias, principalmente em abastecimento de linha de produção, transferência entre estações/processos produtivos e no transporte de produto acabado, buscando a otimização das movimentações de materiais por meio de processos automáticos. Essa automação gera precisão em rotas programadas com fluxos sem interrupção, ganho de tempo, aumento de 8 produtividade e redução de custos, tornando as indústrias que adotam essa tecnologia mais competitivas e seguras nas operações intralogística. 2.1 Demandas industriais Toda a demanda industrial parte de uma premissa básica, isto é, que o mercado é o estimulador dessa demanda. Nesse cenário, a logística tem o papel importante de satisfazê-lo, e tamanha é essa importância que muitas empresas possuem departamentos específicos de logística. A Logística Industrial cria valor para a organização basicamente de quatro maneiras: • Valor deTempo: transportes, movimentações e otimização de fluxo; • Valor de Espaço: otimização de armazenagem, precisão no planejamento de materiais; • Valor Financeiro: redução de estoques e negociação de contratos; • Valor de Informação: sistemas de controle (ERP, MRP, WMS etc.). As atividades principais da logística são o gerenciamento estratégico das compras, movimentações, armazenagem e distribuição de matérias-primas e produtos; a gestão dos inventários; o processamento de pedidos; gestão do fluxo de informações; gestão de frota; gestão de fornecedores terceirizados e garantia de qualidade de prestação de serviço ao cliente: o produto certo, no lugar certo e no tempo certo. Figura 6 – Armazém industrial Crédito: Don Pablo/Shutterstock. 9 Além dessas demandas, a logística deve elevar os níveis de eficiência e desempenho, aumentar a capacidade produtiva da linha de produção e aperfeiçoar os sistemas de informação para melhorar a visão gerencial e a gestão logística, enxugando a cadeia de suprimentos ao máximo, com cada vez menos inventário, reduzindo valores de compra, melhorando a qualidade dos produtos, distribuição e confiabilidade. Essas medidas tornam as indústrias cada vez mais competitivas. 2.2 Customizações para a indústria Do ponto de vista técnico, os AGVs para indústria são uma importante evolução a fim de garantir que todas essas demandas sejam atendidas, possibilitando ganhos de competitividade por meio da automação e otimização do fluxo produtivo dentro das indústrias. Esses veículos são customizados para cada uma das suas aplicações, sendo utilizados desde o recebimento das matérias-primas, passando pelo abastecimento das linhas de produção até a retirada dos produtos acabados nas saídas das linhas. Essa automação possibilita um fluxo continuado de produção, eliminando paradas por falta de material e gargalos produtivos, uma vez que estão conectados com os sistemas de produção da empresa, gerando informações em tempo real para alimentar e manter o fluxo sem paradas. A seguir, estão listados os diferentes tipos de AGV utilizados em cada uma das etapas industriais, dadas as suas funções e flexibilidade: • Transferência de cargas do recebimento até o armazém: o AGV contrabalanceado/empilhadeira; o AGV porta-paletes; • Abastecimento de material até a linha de montagem: o AGV rebocador; o AGV de arraste; o AGV com Mesas de Transferência; • Transferência de produto entre processos: o AGV de carga unitária; o AGV de carga leve; o AGV com Mesas de Transferência; 10 • Retirada de esteiras e paletizadores e carregamento aplicadores de filmes plásticos: o AGVS porta-paletes; o AGV contrabalanceado/empilhadeira; • Transferência entre produção e armazém: o AGVS porta-paletes; o AGV contrabalanceado/empilhadeira. Figura 7 – AGV movimentando material de abastecimento de linha Crédito: Itsanan/Shutterstock. TEMA 3 – AGVS EM ARMAZÉNS Com o aumento da complexidade e quantidade de itens gerados pela globalização, as empresas estão buscando maneiras de aumentar a eficiência dos seus modernos armazéns. Isso está gerando um movimento de massificação da automação nos armazéns das empresas. O objetivo principal dessa automatização é agilizar as operações de recebimento, processamento e envio das mercadorias, a fim de conseguir uma distribuição mais efetiva e com menor número de devolução. Nesse cenário, os AGV, com sua capacidade de deslocamento automático sem a necessidade de um operador, estão mudando a forma como os armazéns funcionam. O AGV elimina o problema da falta de mão de obra, otimiza o fluxo de materiais e traz mais precisão ao estoque, reduzindo o tempo de movimentação, o que reflete no aumento de produtividade, pois operam continuamente 24 horas por dia, sete dias por semana, sem pausa. 11 3.1 Demandas dos armazéns Toda a demanda dentro dos armazéns parte da demanda do mercado que, por sua vez, se reflete na demanda para produção. Nos armazéns, a logística tem o papel importante de abastecer as linhas de produção e retirar os produtos acabados de forma a otimizar sua produção, sem deixar faltar ou parar por excesso de produtos acabados no final da linha. Dentro dos quatro pilares de criação de valor da Logística que vimos no tema anterior, a logística dentro dos armazéns foca na otimização de armazenagem, redução de estoques e controle preciso com o WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, em português. Estão listadas a seguir as principais demandas da logística nos armazéns industriais para elevar o desempenho, capacidade produtiva e gestão logística. • Maximizar a velocidade, identificando todos os locais, produtos e itens a serem movimentados, aumentando, assim, a velocidade da produção; • Otimizar rotas, maximizar a produtividade e evitar atrasos por falhas na produção; • Melhorar aproveitamento do espaço, maximizando o espaço de armazém automático e reduzindo a necessidade de corredores largos, sendo flexíveis na hora de mudança de layout; • Aumentar a segurança, evitar colisões em colaboradores ou outros equipamentos da instalação, reduzir o tráfego de pedestres e equipamentos no mesmo local e reduzir a contaminação das cargas; • Melhorar contagem do estoque, evitar erros humanos, controlar com máximo de precisão e contar inventário de forma rápida; • Redução de custo, reduzir o custo com mão de obra, reduzir custo de não qualidade e reduzir falhas no processo. 12 Figura 8 – Armazém automatizado Crédito: Lukassek/Shutterstock. 3.2 Customizações para os armazéns Buscando o aumento da eficiência na movimentação dos materiais, o uso de veículos guiados automaticamente em armazéns aumentou exponencialmente nos últimos anos. Como uma das principais vantagens, os AGVs possuem a capacidade de funcionamento contínuo sete dias por semana, 24 horas por dia sem perda de desempenho, pois não necessitam de um operador humano. Com a facilidade de implantação dos modelos mais modernos de AGVs, os armazéns não precisam de grandes mudanças na infraestrutura para serem automatizados. Essa tecnologia garante um transporte totalmente seguro, rápido e eficaz, evitando erros humanos e agilizando os processos produtivos da indústria. Abaixo, estão listados os diferentes tipos de AGV utilizados em cada uma das etapas industriais, segundo suas funções e flexibilidade: • Transferência de cargas do recebimento até o armazém: o AGV contrabalanceado/empilhadeira; o AGV porta-paletes. • Movimentação e organização de armazéns em racks (dinâmicos ou estáticos): o AGV contrabalanceado/empilhadeira; o AGVS porta-paletes; • Retirar itens estantes e colocá-las no reboque: o AGV contrabalanceado/empilhadeira; 13 o AGV rebocador; o AGV com Mesas de Transferência; • Transferência de produto acabado entre pontos de expedição: o AGVS porta-paletes; o AGV contrabalanceado/empilhadeira. Figura 9 – AGV palheira movimentando material Crédito: Itsanan/Shutterstock. TEMA 4 – REGULAMENTAÇÃO Todo esse avanço tecnológico está modificando o ambiente de trabalho e a forma de trabalho na indústria. As inovações na logística e utilização de robôs moveis já fazem parte do dia a dia das indústrias. Esse movimento de automação é regulado no Mercosul pela ABNT NBR ISO 12100:2013, norma elaborada com o propósito de auxiliar a interpretação das exigências essenciais de segurança de máquinas. No Brasil, essas normas são chamadas de NRs. As NR (Normas Rgulamentadoras) são um conjunto de regras, orientações e procedimentos técnicos relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores em determinadas atividades ou funções. Ao todo, são 36 normas que as empresas devem seguir para atuar dentro da legalidade. Cada uma possui seus próprios parâmetros de regulamentação, com o objetivo de preveniracidentes e doenças provocadas pelo trabalho. As NRs têm como principal objetivo: • Orientar as ações dos empregadores para tornar os ambientes mais saudáveis e seguros; • Promover e preservar a integridade física dos trabalhadores; 14 • Estabelecer a regulamentação pertinente à segurança e saúde do trabalho; • Instruir políticas de segurança e saúde dentro das empresas. 4.1 Disposições na legislação No Brasil, os AGVs são considerados máquinas. Quando o assunto é risco aos trabalhadores, os AGVs dividem a área de trabalho próximo a ele, dessa forma, a regulamentação que rege AGVs no Brasil é a NR-12, referente à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Essa normativa e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, além de requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho quando se instala esse tipo de equipamento. Porém, é necessário respeitar as normas desde o processo de fabricação dos AGVs, integração até instalação e operação. As normas que regem os AGVs são divididas em internacionais e nacionais. A principais Normas Internacionais são: • ISO/CD 3691 Industrial trucks – Safety requirements and verification – Part 4: Driverless industrial trucks and their systems; • EN 1525 Safety of industrial trucks. Driverless trucks and their systems; • EM 1526 Safety of industrial trucks. Additional requirements for automated functions on trucks. Figura 10 – Normas e procedimentos Crédito: Stoatphoto/Shutterstock. 15 A principais Normas Nacionais são: • NR 12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos; • NR 10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade; • ABNT NBR ISO 12100:2013 Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto – Apreciação e redução de riscos; • ABNT NBR ISO 13852:2003 Segurança de máquinas – Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores; • ABNT NBR ISO 13853:2003 Segurança de máquinas – Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros inferiores; • ABNT NBR ISO 13854:2003 Segurança de máquinas – Folgas mínimas para evitar esmagamento de partes do corpo humano; • ABNT NBR ISO 13855:2010 Segurança de máquinas – Posicionamento dos equipamentos de proteção com referência à aproximação de partes do corpo humano; • ABNT NBR NM 272:2002 Segurança de máquinas – Proteções – Requisitos gerais para o projeto e construção de proteções fixas e móveis; • ABNT NBR NM 273:2002 Segurança de máquinas – Dispositivos de intertravamento associados a proteções – Princípios para projeto e seleção; • ABNT NBR 13759:1996 Segurança de máquinas – Equipamentos de parada de emergência aspectos funcionais – Princípios para projeto; • ABNT NBR 14153:2013 Segurança de máquinas – Partes de sistemas de comando relacionados à segurança – Princípios gerais para projeto; • ABNT NBR 14154:1998 Segurança de máquinas – Prevenção de partida inesperada. 4.2 Apreciação de risco Como visto acima, são inúmeras as normas e regulamentações de segurança a serem respeitadas. A título prático, vamos passar resumidamente pela sequência de certificação de um sistema AGV. Para toda nova implementação de um sistema de AGV, se faz necessária a realização da análise de apreciação de risco desse equipamento, usando como base a norma NBR ISO 16 12100:2013. A classificação da categoria de segurança é definida pela norma NBR 14153:2013, tendo como base itens da NR12:2017. Para apreciação de riscos, devem ser seguidas as seguintes etapas: 1. Determinação dos limites da máquina, considerando seu uso devido, bem como quaisquer formas de mau uso razoavelmente previsíveis; 2. Identificação dos perigos e situações perigosas associadas; 3. Estimativa do risco para cada perigo ou situação perigosa; 4. Avaliação do risco e tomada de decisão quanto à necessidade de redução de riscos; 5. Eliminação do perigo ou redução de risco associado ao perigo por meio de medidas de proteção. O processo de análise de risco vai do item 1 ao item 4, já o processo de redução de riscos vai o item 5. É importante ressaltar que as avaliações de segurança não dizem respeito apenas aos equipamentos, mas a todos entornos em que estão inseridos. Muitas vezes, são associados dispositivos de segurança, as proteções nativas dos AGVS para reduzir os riscos de acidentes e agravos à saúde. Dentro das operações, vamos listar os dispositivos de proteção e segurança mais utilizados nos AGVs: • Scanner de Área (Laser Scanner); • Câmeras 3D; • Sensor ultrassônico; • Chaves de parada de emergência; • Para-choques intertravado com chave geral; • Sinalizadores luminosos e sonoro. 17 Figura 11 – Scanner de área e câmera 3D navegação autônoma Crédito: Metamorworks/Shutterstock. TEMA 5 – SEGURANÇA AGVS E AMRS A segurança dentro das fabricas sempre foi um dos primeiros pontos levados em consideração para validação de uma nova tecnologia ou processo. Com os AGVS e AMRs, a preocupação é a mesma. Um dos pontos mais interessantes nos AGVs e AMRS é a possibilidade de circular por corredores e dividir o mesmo ambiente de trabalho com máquinas e operadores dentro das fábricas. E como esses veículos autônomos fazem isso sem colocar em risco todos ao seu redor? Por mais incrível que pareça, empresas que implantam AGVs ou AMRs relatam redução nos danos causados por empilhadeiras operadas por humanos. Não só as instalações e máquinas sofrem menos colisões, como os danos aos produtos são reduzidos drasticamente. 5.1 Construção dos AGVs e AMRs Uma das premissas básicas da tecnologia dos AGV e AMRs é a possibilidade de navegação segura durante suas atividades de movimentação, a 18 fim de eliminar perigo e evitar acidentes, por isso, são construídos seguindo normas regulamentadoras rígidas. Para garantir a segurança do AGV e do meio em que se encontram, os AGVs dispõem de dispositivos de segurança, que protegem as pessoas, os produtos transportados e as máquinas no chão de fábrica. Por se locomoverem sempre na mesma rota, os AGVs conseguem ser isolados fisicamente dos corredores de trânsito de pessoas, além de terem a vantagem de parar em caso de qualquer aproximação no seu entorno, por serem dotados de sensores laser ou scaner de área. Eles são passiveis de programação e operação em dois estágios, em caso se aproximação, eles reduzem a velocidade, e caso o objeto ou pessoa esteja muito próxima, ele para o veículo, dando total segurança a todos que estão ao seu redor. Figura 12 – AGV seguindo fita magnética Crédito: MAX 3D Design/Shutterstock. Os AMRs possuem um sistema de segurança mais complexo, uma vez que não possuem rota fixa, precisando navegar em várias direções, inclusive em reverso quando necessário. Seu scaner de área detecta objetos e pessoas a mais de oito metros, o que possibilita iniciar manobras antecipadamente para evitar colisões. Normalmente, são dotados de câmeras 3D que possibilitam medir altura e detectar obstáculos fora do nível dos scaners de área. Dotados de sensores ultrassônicos em todo seu entorno, são considerados robôs colaborativos móveis, pois seu sistema de navegação dotado de inteligência artificial possibilita prever colisões e realiza mudança de rota antes mesmo de acontecer. 19 5.2 Equipamentos de segurança Em função da criticidade da operação dos AGVs, pois estão expostos no chão de fábrica, acessíveis às pessoas e equipamentos, os AGV são dotados de vários equipamentos de segurança que operam de forma redundante. Essa característica é fundamental para atender às normas de segurança, pois independentemente das rotinas de programação, mesmo havendo uma falha eletrônica, o AGV não ofereça risco nenhumde segurança. A seguir estão listados os principais equipamentos de segurança: 5.2.1 Sensores de obstáculo Servem de detecção de colisões. Os AGVs possuem sensores laser ou scaner de área frontal que detectam pessoas ou objetos no seu campo de alcance e calculam a distância até estes. O AGV irá reduzir a velocidade ou até parar quando o obstáculo se encontra muito próximo para prevenir colisões. Os AMRs possuem, além do scaner de área frontal, um scaner traseiro, possibilitando um mapa 360° de tudo que se encontra ao seu redor, câmera 3D completa e pacote para aferir as alturas dos vãos pelos quais eles precisam passar com os produtos. 5.2.2 Para-choques Os para-choques têm como principal função servir de redundância em caso de falha dos sensores de obstáculos, pois são desenvolvidos com sistema de acionamento sensível a impactos, que detectam o menor contato com os obstáculos. Seu funcionamento independe das rotinas de programação, pois funciona desligando diretamente os motores de tração, o que permite seu correto funcionamento mesmo com uma eventual falha eletrônica, trazendo alta robustez para funcionamento no ambiente industrial. 5.2.3 Sinalizadores Possuem o objetivo de aumentar ainda mais a segurança dos AGVs e AMRs. São compostos por dispositivos de sinalização que emitem sinais de luz de forma contínua ou piscando, além de alertas sonoros que indicam o status do AGV, avisando de forma visual ou sonora os trabalhadores de que ele se encontra próximo. 20 Figura 13 – AMR com Scanner Laser, câmera 3D e sinalizador luminoso Crédito: Microgen/Shutterstock. 5.2.4 Controle manual Todos os AGVs e AMRs dispõem da possibilidade de controle manual, que pode ser conectado ao AGV para guiá-lo muito próximo e de botões de emergência fixos em sua estrutura para parada instantânea do AGV em caso de emergência. 21 REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14153: Segurança de máquinas: Partes de sistemas de comando relacionados à segurança: Princípios gerais para projeto. Rio de Janeiro, 2013. ______. NBR ISO12100: Segurança de máquinas: Princípios gerais de projeto: Apreciação e redução de riscos. Rio de Janeiro, 2013. AGVS. AGV O que é? Disponível em: <http://agvs.com.br/oquee.html>. Acesso em: 14 maio 2021. BRASIL. Ministério do Trabalho. NR-12: Segurança No Trabalho em Máquinas e Equipamentos, 2017. GÜNTER, U. Automated guided vehicle systems: A Primer with Practical Applications. Springer: Berlin/Heidelberg, 2016. DELAGE. Como funcionam os AGVs? Disponível em: <https://www.delage.com.br/blog/como-funcionam-os-agvs/>. Acesso em: 14 maio 2021. SANTOS, E. A. S. da. Logística baseada em AGVs. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2013. DIRECT INDUSTRY. Que AGV escolher? Disponível em: <http://guide.directindustry.com/pt/que-agv- escolher/#:~:text=Existem%203%20tipos%20principais%20de,uma%20caixa%2 0contendo%20v%C3%A1rios%20produtos.>. Acesso em: 14 maio 2021.
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