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Wallace do Vale Sousa – 202102039118 Prática Simulada Recursos EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS-MG Processo n°: ... AGRAVANTE - JOÃO, brasileiro, solteiro, professor, inscrito sob o CPF n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., Juiz de Fora/MG, titular do endereço eletrônico ..., vem, por meio de seu advogado subscrito (procuração anexa), com escritório na rua ..., titular do endereço eletrônico ..., inconformado com a decisão interlocutória do juízo a quo, nos autos da ação de despejo por falta de pagamento c/c cobranças de aluguéis que lhe move PEDRO, brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, inscrito sob o CPF n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., Rio de Janeiro/RJ, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO Com fulcro no artigo 1.015, I do Código de Processo Civil, requer ao nobre julgador se digne de receber e processar o presente recurso e distribuí-lo para uma das câmaras cíveis do egrégio tribunal de justiça de Minas Gerais. Visando o cumprimento do artigo 1.017 do CPC junta neste ato as seguintes peças: petição inicial, procuração, decisão agravada, certidão de intimação do agravante. Requer que o presente recurso seja recebido no efeito devolutivo e suspensivo. Com o intuito de cumprir os requisitos do artigo 1.016 do CPC, o nome e endereço dos patronos do agravante e do agravado. AGRAVANTE: João - Advogado: AGRAVADO: Pedro – Advogado: Termos em que Pede deferimento Local, Data Nome do Advogado OAB/UF n° ... EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE: João AGRAVADO: Pedro Processo n°: ... Colenda Câmara Cível I- DA TEMPESTIVIDADE Conforme disposto nos autos, o recorrente foi intimado da decisão em ..., e protocolou o presente recurso aos ..., portanto, dentro do prazo de 10 dias previstos em lei. Trata-se de decisão interlocutória que se reveste de urgência. Já que a questão sobre despejo pode causar dano de difícil reparação, portanto cabível, no caso, agravo de instrumento conforme art. 522 do CPC. II- DAS RAZÕES RECURSAIS agravante firmou com o agravado contrato de locação de bem imóvel com a finalidade de residência, na avença ficou estipulado que o prazo de locação seria de 48(quarenta e oito) e o que o aluguel seria no valor de R$3.000,00 (três mil reais) por mês. Contudo, após 1(um) ano de regular cumprimento do acordo de vontades o agravante começou a passar por dificuldades financeiras, deixando de pagar o aluguel, fato este que levou o agravado a ajuizar ação de despejo com pedido liminar de tutela provisória para que o agravante fosse despejado imediatamente. Ao apreciar a inicial o ilustre juiz a quo deferiu a antecipação da tutela pleiteada pelo agravado e determinou que o agravante desocupasse o imóvel no prazo de 72(setenta e duas) horas, sob pena de multa diária no valor de 2.000,00(dois mil reais). Todavia, a decisão é equivocada, de plano pois ao deferir o pedido liminar de despejo o magistrado não concedeu ao agravante o prazo de 15(quinze) dias para purgar a mora, ignorando, desta forma, o que prescreve o art. 59, §3º da Lei nº8.245/91. Desta forma, a decisão atacada deve ser reformada a fim de garantir o direito do locatário de, caso queira, purgar a mora no prazo de 15(quinze) dias. Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) § 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) É importante mencionar que o agravante sequer teve a oportunidade de realizar a consignação do valor devido, ou seja, purgar a mora, conforme disposto no artigo 62, II e III da Lei n° 8.245/91 Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) II - o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; c) os juros de mora; d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversas. III - efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) É notório à violação ao princípio constitucional do contraditório e ampla defesa, visto que o agravante não teve a oportunidade de se posicionar mediante o caso concreto, antes da decisão interlocutória do juízo a quo, tal princípio está elencado no artigo 5°, inciso LV da Constituição Federal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes Outrossim, vale destacar a violação ao princípio da proporcionalidade, tendo em vista o valor abusivo e desproporcional elencado na multa diária no valor de R$ 2.000 (Dois mil reais), enquanto o aluguem montam a importância de R$ 3.000,00 (Três mil reais) contrariando assim, o CPC nos seus artigos 497, 498 e 499. Além do mais, vale citar o entendimento jurisprudencial sobre o tema, sendo favorável ao agravante: Apelação Cível. Ação de despejo por falta de pagamento dos acessórios c/c cobrança. Incontroverso débito de IPTU do imóvel locado referentes aos exercícios de 2017, 2018 e 2019, cuja dívida foi parcelada pelo locador. Suspensão do crédito tributário a partir do exercício de 2021 por força de decisão proferida em demanda própria ajuizada pelo locatário em face de ente Municipal que em nada influencia a presente ação de despejo, que reclama o não pagamento do imposto em período anterior. Inobservância da purga da mora. Art. 62, II, da Lei 8.245/91. Desprovimento do recurso. Conclusões: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, nos termos do voto do Des. Relator. (TJ-RJ, APELAÇÃO 0339458- 79.2019.8.19.0001, Relator(a): DES. CRISTINA SERRA FEIJO , Publicado em: 02/08/2022) APELAÇÃO - AÇÃO DE DESPEJO C/C COBRANÇA DE ALUGUÉIS E ENCARGOS - NÃO CONHECIMENTO DE PETIÇÃO DE COMPLEMENTAÇÃO DE RAZÕES RECURSAIS - PRELIMINAR SUSCITADA DE OFÍCIO - DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS DESAFIAM AGRAVO DE INSTRUMENTO- NULIDADE DA SENTENÇA - PRELIMINAR SUSCITADA DE OFÍCIO - PURGAÇÃO DA MORA - LOCADOR DISCORDA DO VALOR DEPOSITADO - AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO LOCATÁRIO PARA COMPLEMENTAÇÃO DO DEPÓSITO - INTELIGÊNCIA DO DISPOSTO NO ART. 62, INCISO III, DA LEI DE LOCAÇÃO - VIOLAÇÃO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL - IMPOSSIBILIDADE - Não há que se falar em complementação das razões de apelação se as decisões proferidas pelo Magistrado de primeiro grau após a prolação da sentença não a integraram e foram proferidas em sede de execução provisória. - As decisões proferidas em sede de execução provisória são decisões interlocutórias e desafiam a interposição de agravo de instrumento. - Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, efetuada a purga da mora, se o locador alegar que o depósito não abrange o valor integral da dívida, deve ser oportunizado ao locatário a complementação do depósito, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 62, inciso III, da Lei nº 8.245/91, para somente depois ser analisada a regularidade ou não da purgação da mora. (TJ-MG - Apelação Cível 1.0686.13.008343-5/001, Relator(a): Des.(a) Evandro Lopes da Costa Teixeira, julgamento em 05/03/2020, publicação da súmula em 17/03/2020) Referente a doutrina sobre o tema, muito se fala sobre a alteração da lei 8.245/91, feita pela Lei n° 12.112/2009, sobre a alteração dos artigos citados, o autor Dr. Arthur Rios Junior comenta: “A purgação da mora deve agora ser promovida, independente de autorização, nos quinze dias posteriores à citação. Novidade do inciso II, que prevê agora, ainda, a possibilidade de o fiador promover a emenda da mora. Mudança significativa foi trazida pelo parágrafo único, com claro intento de coibir o abuso do direito de purgar a mora por parte do locatário. Este não mais poderá fazê- lo caso tenha se utilizado de tal faculdade nos últimos vinte e quatro meses. Pela norma anterior, o mesmo só estaria obstado a tanto caso o houvesse feito, por duas vezes, nos últimos doze meses. “ III- DO PEDIDO Diante do exposto requer que o presente recurso seja conhecido, e deferido pelo desembargador relator o efeito suspensivo e ao final, de provimento para reformar a decisão interlocutória proferida pelo juízo a quo. Termos em que Pede deferimento Local, Data Nome do Advogado OAB/UF n° ...
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