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NP1 - Respostas

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL 
UNIPLAN – AVALIAÇÃO PRESENCIAL 
 CURSO: XXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 1 / 7 
 
TEORIA GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
NP1 – PROVA APLICADA EM 19.SET.2019 
RESPOSTA DAS QUESTÕES 
 
 
 QUESTÃO 1 0,5 ponto 
 
Considere as alternativas abaixo, referentes à posição do tributo dentro do atual modelo de financiamento do Estado: 
 
I. a receita tributária é uma espécie de receita pública originária, pois é atribuição do Estado arrecadar o tributo, assim como são 
receitas públicas originárias as demais receitas que o Estado arrecada na posição de agente econômico (aluguéis, royalties etc.); 
INCORRETO. A receita tributária é uma receita pública derivada. Os exemplos de receitas originárias estão corretos. 
II. apesar de o Estado ter várias possíveis fontes de obtenção de recursos, o tributo é a principal, de forma que hoje o Direito 
Tributário constitui ramo autônomo do Direito, com princípios e institutos jurídicos próprios; CORRETO 
III. o tributo se justifica como meio de financiamento do Estado na medida em que este, ao desenvolver funções públicas, necessita 
captar recursos materiais para manter sua estrutura; CORRETO 
IV. o Estado é o provedor de toda a riqueza da Nação, com a função precípua de garantir a segurança e assegurar a liberdade, de 
forma que o tributo é um dentre vários meios de que o Estado dispõe para gerar riqueza ao dirigir a economia. INCORRETO. Essa 
descrição é típica do Estado Policial, não do atual modelo de financiamento do Estado (Estado Democrático e Social de Direito). 
 
Está correto o que se afirma 
 
A. Apenas em I e II. 
B. Apenas em I e III. 
C. Apenas em I, III e IV. 
D. Em I, II, III e IV. 
E. Apenas em II e III. 
 
 QUESTÃO 2 0,5 ponto 
 
Com relação às fontes formais primárias do Direito Tributário, isto é, aos veículos introdutores de normas jurídicas que inovam no 
sistema constitucional tributário brasileiro, pode-se afirmar que: 
 
I. a Constituição Federal é uma fonte formal primária, pois estrutura a aplicação do poder de tributar dentro do Estado de Direito; 
CORRETO 
II. as Constituções Estaduais têm o papel de estruturar os Estados e o Distrito Federal como entes federativos autonômos e, nessa 
qualidade, podem estabelecer limitações ao poder de tributar dentro da competência tributária que a Constituição Federal lhes 
atribui, ainda que não previstas pela Constituição Federal; INCORRETO. Em matéria de limitações ao Poder de Tributar, somente 
a Constituição Federal pode defini-las, e as Constituições Estaduais e do Distrito Federal podem somente repeti-las. Precedente 
do STF. 
III. a Lei Complementar tem referida denominação porque sua função é complementar a Constituição Federal, disciplinando as 
matérias que esta lhe determinar; concordam a maior parte da doutrina e a jurisprudência criada pelos Tribunais Superiores que 
não há relação hierárquica entre a Lei Complementar e a Lei Ordinária; CORRETO 
IV. o Decreto não é fonte formal primária, pois se trata de ato normativo infralegal. INCORRETO. Apesar de ser ato normativo 
infralegal, em algumas matérias o Decreto pode ser veículo de inovação legislativa. Um exemplo é a fixação da alíquota de alguns 
tributos excepcionados pela Constituição Federal (por exemplo, IOF, IE, II etc.). 
 
Está correto o que se afirma 
 
A. Apenas em I e II. 
B. Apenas em I e III. 
C. Apenas em I, III e IV. 
D. Em I, II, III e IV. 
E. Apenas em II e III. 
 
 QUESTÃO 3 0,5 ponto 
 
(OAB/2016 – XIX Exame de Ordem Unificado – FGV – adaptado) O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, 
não previsto na Constituição Federal. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL 
UNIPLAN – AVALIAÇÃO PRESENCIAL 
 CURSO: XXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 2 / 7 
 
 
A. O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na Constituição Estadual. 
B. Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado. 
C. O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de novos impostos é 
somente da União. 
D. É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal. 
E. O Estado X só pode exercer a competência residual para instituir imposto novo se houver prévia Resolução do Senado delegando 
aos Estados e ao Distrito Federal referida competência tributária. 
 
Vide o art. 154, inc. I, da Constituição Federal: Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não 
previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados nesta Constituição; 
 
 QUESTÃO 4 0,5 ponto 
 
(OAB/2019 – XXIX Exame de Ordem Unificado – FGV – adaptado) A União, diante de grave desastre natural que atingiu todos os estados 
da Região Norte, e considerando ainda a severa crise econômica e financeira do país, edita Medida Provisória. Referida Medida 
Provisória institui Empréstimo Compulsório para que as medidas cabíveis e necessárias à reorganização das localidades atingidas sejam 
adotadas. Sobre a constitucionalidade da referida tributação, assinale a afirmativa correta. 
 
A. O Empréstimo Compulsório não pode ser instituído para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. 
B. A Medida Provisória pode instituir Empréstimo Compulsório, mas sua produção de efeitos depende da conversão da Medida 
Provisória em lei, no que seu uso em casos de grave desastre natural é pouco eficaz. 
C. Nenhum tributo pode ser instituído por meio de Medida Provisória. 
D. O Empréstimo Compulsório deve ser instituído por meio de Lei Complementar, sendo vedado pela Constituição Federal que 
Medida Provisória trate desse assunto. 
E. A União pode instituir Empréstimo Compulsório para atender às despesas decorrentes de calamidade pública, sendo possível, 
diante da situação de relevância e urgência, a edição de Medida Provisória com esse propósito. 
 
Vide o art. 62, §1º, inc. III, e o art. 148, caput, ambos da Constituição Federal: 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...) III - reservada a lei 
complementar; 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (...) 
 
 QUESTÃO 5 0,5 ponto 
 
(OAB/2019 – XXIX Exame de Ordem Unificado – FGV – adaptado) O Chefe do Executivo do Município X editou o Decreto 123, em que 
corrige o valor venal dos imóveis para efeito de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de acordo com os índices 
inflacionários anuais de correção monetária. No caso narrado, a medida 
 
A. fere o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo somente pode ser realizada por meio de lei em sentido formal. 
B. está de acordo com o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo do IPTU dispensa a edição de lei em sentido 
formal. 
C. está de acordo com o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cálculo do IPTU pode ser realizada por meio 
de decreto. 
D. fere o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cálculo do IPTU não dispensa a edição de lei em sentido 
formal. 
E. está de acordo com o princípio da legalidade, pois o IPTU é um dos impostos que a Constituição Federal excepciona de exigência 
de lei para modificação da base de cálculo, tendo em vista o prestígio à função social da propriedade. 
 
Vide o art. 97 do CTN: 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (...) II - a majoração de tributos,ou sua redução, (...); (...) IV - a fixação de alíquota do 
tributo e da sua base de cálculo, (...); § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em 
torná-lo mais oneroso. § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do 
valor monetário da respectiva base de cálculo. 
 
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A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 3 / 7 
 
Precedente do STF, RE 648.245: reconheceu que, respeitado o critério legal (valor venal), o decreto municipal pode atualizar valores 
da base de cálculo do IPTU, mas jamais acima dos índices oficiais de inflação do período. O decreto não pode prever qual seja a base 
de cálculo, matéria que depende de LO. 
 
 QUESTÃO 6 0,5 ponto 
 
O Presidente da República celebra tratado internacional em matéria tributária entre o Brasil e o Estado Y, devidamente aprovado pelo 
Congresso Nacional por meio de Decreto Legislativo e depois ratificado. Referido tratado previu a obrigação do Brasil de isentar as 
mercadorias importadas do Estado Y de todos os tributos incidentes sobre as importações, sejam esses federais (imposto de 
importação, o imposto sobre produtos industrializados – IPI, a contribuição ao PIS e a COFINS) ou estaduais (imposto sobre a circulação 
de mercadorias e a prestação de serviços de comunicação e de transporte intermunicipal e interestadual – ICMS). Para o tratado 
descrito, pode-se afirmar que 
 
A. o Presidente da República celebra tratados internacionais na posição de Chefe de Estado, em nome da República Federativa do 
Brasil, e por isso seus compromissos valem para todos os níveis federativos, inclusive o estadual. 
B. o conteúdo do tratado internacional precisa ser regulado por convênio entre a União e as Secretarias de Fazenda Estadual, 
mantendo-se sem efeito para fins de ICMS até que referido convênio seja formalizado. 
C. o tratado é inconstitucional na parte referente aos tributos estaduais, de forma que valerá apenas para os tributos federais. 
D. o tratado internacional precisa ser aprovado por meio de Decreto Legislativo das Assembleias Legislativas estaduais, na forma de 
cada Constituição Estadual, para surtir seus efeitos. 
E. o Congresso Nacional, como representante dos Estados (Senado) e do Povo (Câmara dos Deputados), supre a necessidade de 
aprovação do tratado no nível estadual, mas não no nível municipal. 
 
O Presidente da República, quando celebra um acordo internacional, o faz como Chefe de Estado da República Federativa do Brasil, e 
não como Chefe de Governo (Poder Executivo Federal – União). Dessa forma, pode também celebrar acordo que estabeleça isenção 
de tributos estaduais e municipais (não há “isenção heterônoma”), e art. 98/CTN tem caráter nacional. 
Precedente: STF, RE 229.096, j. 16.08.2007
 
 QUESTÃO 7 0,5 ponto 
 
A Lei Complementar nº 116/2003, aprovada em nível federal, contém a lista de serviços de competência tributária dos Municípios e do 
Distrito Federal em matéria de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Nesse sentido, obedece ao que determina o art. 
156, inciso III, da Constituição Federal: “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III - serviços de qualquer natureza, 
não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.” 
 
A Lei Complementar nº 157/2016 modificou a Lei Complementar nº 116/2003 para nela incluir o item 1.09 em referida lista, qual seja, 
“Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidade de 
livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei 
no 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS)”. O item descrito aplica-se, por exemplo, aos serviços de streaming, como vários 
hoje existentes para distribuir filmes e músicas por assinatura, antes não tributáveis pelo ISS. 
 
O Decreto nº 234 de 2017, aprovado pelo Prefeito do Município X, no intuito de regular a inovação feita pela Lei Complementar nº 
157/2016, atualizou o regulamento do ISS local para instituir referido item como nova hipótese de incidência do imposto (fato gerador). 
Pode-se afirmar que o Decreto nº 234 de 2017 
 
A. está de acordo com o princípio da legalidade, pois cabe à Constituição Federal e à Lei Complementar estabelecerem a competência 
tributária do Município ou do Distrito Federal em matéria de ISS. 
B. está de acordo com o princípio da legalidade, pois há algumas matérias que a Constituição Federal autoriza inovações legislativas 
por meio de decreto, caso da instituição de imposto previsto detalhadamente por Lei Complementar federal. 
C. não permite por si só a cobrança do ISS sobre a nova hipótese, mas admite cobrar o imposto após aprovada a lei municipal, caso 
em que a cobrança retroagirá à data de publicação de referido Decreto, sempre posterior à Lei Complementar. 
D. fere o princípio da legalidade, pois cabe à lei ordinária municipal instituir o imposto sobre nova hipótese de incidência tributária. 
E. é válido como parte do exercício da competência subsidiária do Município em matérias para as quais ainda não tenha sido prevista 
norma geral pela União. 
 
Vide o art. 97 do CTN: 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; (...) III - a definição do fato gerador da 
obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
 
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A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 4 / 7 
 
Quando a legislação tributária usa o termo “lei”, de forma genérica, refere-se à necessidade de lei ordinária. Vale notar também que 
o art. 156/CF, citado no enunciado, é muito claro em dizer que a lei complementar (da União) define os serviços, mas os Municípios 
devem instituir o imposto. A instituição do imposto, assim como a definição do fato gerador (hipótese de incidência) é matéria de lei 
ordinária. 
 
 
 QUESTÃO 8 0,5 ponto 
 
O art. 96 do CTN deixa claro o que se entende por “legislação tributária”, abrangendo tanto atos com força de lei como atos normativos 
infralegais. Por sua vez, o art. 97 do CTN define o que se entende por “lei tributária”, situação que não inclui atos normativos infralegais. 
O art. 97 do CTN prevê que, salvo exceções previstas no próprio CTN com amparo na Constituição Federal, cabe somente à lei definir o 
fato gerador, as alíquotas dos tributos e sua base de cálculo. 
 
As Leis nº 7.787/1989 e 8.212/1991 fixaram as alíquotas da contribuição ao SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) em 1%, 2% ou 3%, a 
depender do risco da atividade preponderante do estabelecimento em que trabalham os empregados (leve, médio ou grave, 
respectivamente). Decreto federal definiu quais seriam os riscos de cada atividade empresarial específica e, portanto, as alíquotas a 
aplicar. Pode-se afirmar a esse respeito que 
 
A. a jurisprudência firmou-se no sentido de que essa previsão é adequada e constitucional, pois a lei ordinária definiu as alíquotas e 
o critério geral que justifica a aplicação de cada uma, cabendo ao decreto somente regular aquilo que a lei ordinária previu. 
B. a jurisprudência firmou-se no sentido de que essa previsão é inconstitucional, pois o decreto, ao prever quais seriam os riscos de 
cada atividade, automaticamente instituiu a alíquota aplicável a cada uma, o que fere o princípio da legalidade. 
C. é constitucional, mas cabe ao contribuinte questionar a constitucionalidade sempre que entender que a atividade preponderante 
do seu estabelecimento tem um risco menor que o definido pelo decreto. 
D. as Leis nº 7.787/1989 e 8.212/1991 são inconstitucionais,pois a fixação da alíquota, no caso de contribuições sociais, depende de 
lei complementar. 
E. é inconstitucional porque fere os compromissos assumidos pelo Brasil em convenções da OIT (Organização Internacional do 
Trabalho). 
 
Precedente do STF, RE 343.446: reconheceu que é adequado e constitucional que decreto defina quais as atividades de risco leve, 
médio e grave para alíquota do SAT (contribuição para seguro de acidente de trabalho), desde que a LO fixe a alíquota (1%, 2% e 3%, 
respectivamente) e os critérios gerais para atribuir o nível de risco. 
 
Considere a seguinte citação para a resolução das questões 9 e 10. 
 
O Direito Tributário é “o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de 
qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder.” (MACHADO, Hugo de Brito. 
Curso de Direito Tributário. 40ª ed., São Paulo: Malheiros, 2019, p. 51) 
 
 QUESTÃO 9 1,5 pontos 
Disserte a respeito do que se entende por “poder de tributar” e a necessidade de sua limitação pelo Direito Tributário. 
O Poder de Tributar é uma parcela da soberania estatal. Sua origem está, portanto, fora do Direito Tributário, no domínio político. 
Existe fora do sistema normativo. O Direito Tributário, nesse contexto, serve para proteger o contribuinte da imposição arbitrária do 
tributo pelo Estado. Para tanto, o Direito Tributário limita o Poder de Tributar para só permitir a imposição do tributo como um elo 
jurídico, equilibrando a relação entre Fisco e Contribuinte como uma relação jurídica, e não apenas como relação política. 
 
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO VALOR NOTA TOTAL 
Precisão (grau de exatidão) 0,50 
Uso de termos técnicos 0,25 
Coerência e coesão 0,50 
Correção gramatical/ortográfica 0,25 
 
 QUESTÃO 10 1,5 pontos 
Disserte a respeito da relação tributária como relação jurídica. Destaque, em sua resposta, quais são as partes, o objeto e a causa 
(vínculo jurídico) da relação tributária. 
A relação tributária é o veículo da realização do Poder de Tributar como relação jurídica, conforme as regras preestabelecidas pelo 
Direito Tributário. São partes da relação tributária o ente público estatal (credor) e o contribuinte ou responsável por pagar o tributo 
(devedor). O objeto da relação tributária é uma obrigação de dar, de cunho patrimonial (pagar o tributo) ou uma obrigação de fazer 
 
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ou não fazer, um dever instrumental (emitir nota fiscal, p.ex.). O vínculo jurídico da relação tributária é a própria norma tributária 
(incorrer na conduta prevista pela norma tributária é o que faz nascer a relação tributária). 
 
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO VALOR NOTA TOTAL 
Precisão (grau de exatidão) 0,50 
Uso de termos técnicos 0,25 
Coerência e coesão 0,50 
Correção gramatical/ortográfica 0,25 
 
Considere os dispositivos abaixo, seguidos de situação-problema para a resolução das questões 11 a 13 [12, erro de digitação]. 
 
a) Conceito de tributo 
 
Código Tributário Nacional, art. 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada.” 
 
Lei nº 4.320/1964, art. 9º: “Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os 
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu 
produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.” 
 
b) Conceito de imposto 
 
Constituição Federal, art. 167: “São vedados: (...) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de 
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto 
no § 4º deste artigo;” 
 
Código Tributário Nacional, art. 16: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” 
 
c) Princípios Gerais da Atividade Econômica 
 
Constituição Federal, art. 170: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem 
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) VI 
- defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e 
serviços e de seus processos de elaboração e prestação;” 
 
d) Desenho constitucional do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) 
 
Constituição Federal, Art. 155: “Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) III - propriedade de 
veículos automotores. (...) § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II - 
poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.” 
 
Constituição Federal, Art. 146: “Cabe à lei complementar: (...) III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados 
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;” 
 
Constituição Federal, Art. 24: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I – direito 
tributário, (...) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades.” 
 
Código Tributário Nacional, art. 97: “Somente a lei pode estabelecer: (...) IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base 
de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;” 
 
 
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A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 6 / 7 
 
Considere ainda as seguintes premissas: (i). a previsão constitucional do IPVA é posterior ao Código Tributário Nacional (CTN), 
e por isso nenhuma das exceções do art. 97 do CTN a ele fazem menção; (ii). até o presente momento, a União jamais aprovou 
lei complementar a respeito do IPVA; (iii). o Senado ainda não editou Resolução definindo as alíquotas mínimas para cobrança 
de referido tributo; (iv). nenhum dos dispositivos mencionados pelo art. 167 da Constituição Federal é relevante para solução 
deste caso. 
 
O Distrito Federal, no intuito de defesa do meio ambiente, editou a Lei nº 6.XXX/2019. Referida Lei institui o “Fundo de Prevenção à 
Poluição do Ar” e uma alíquota adicional de IPVA (imposto sobre propriedade de veículos automotores), cuja arrecadação servirá para 
custear referido Fundo. 
 
Atualmente, a base de cálculo do IPVA/DF é o valor venal do veículo automotor, publicado anualmente pela autoridade fiscal. Esta leva 
em conta critérios de mercado amplamente reconhecidos (por exemplo, o valor da venda do veículo novo ou a Tabela FIPE para o 
veículo usado). É irrelevante, para a determinação de referida base, o estado de conservação do veículo individualmente considerado. 
A partir do valor venal publicado é aplicada a alíquota, que pode variar de 1% a 3,5% em função do tipo de veículo e de sua utilização 
pelo proprietário (por exemplo, como veículo de passeio ou destinado à atividadeempresarial de locação de veículos). 
 
A nova Lei nº 6.XXX/2019 leva em consideração o estado de conservação do veículo na aplicação da alíquota. No momento do registro 
da transferência do veículo pelo DETRAN, é feito um teste de emissões de poluentes. Para os veículos automotores com emissões 
irregulares, a alíquota normal é multiplicada por 1 (emissões normais), 2 (emissões em nível grave) ou 3 (emissões em nível gravíssimo). 
A alíquota adicional resultará da diferença entre o resultado dessa multiplicação e a alíquota normal. A Lei nº 6.XXX/2019 dispõe 
genericamente a respeito do que se entende por normal, grave e gravíssimo, delegando ao Governador do Distrito Federal, por meio 
de Decreto, a fixação de referidos níveis de emissões. 
 
Considere o seguinte exemplo de aplicação da nova Lei. Dois automóveis iguais têm o valor venal de R$ 100.000,00, e são normalmente 
sujeitos à alíquota de 1% (um por cento). Um dos automóveis é testado e tem emissões normais, mantendo a alíquota de 1% (1% x 1). 
O segundo imóvel é testado e apresenta emissões de nível gravíssimo, e por isso pagará o IPVA com alíquota total de 3% (1% x 3). A 
alíquota adicional será, portanto, de 2% (3% menos 1%), e o produto de sua arrecadação será destinado integralmente a referido Fundo. 
 
 QUESTÃO 11 1,5 pontos 
 
O Distrito Federal tem competência tributária para definir a base de cálculo e a alíquota do IPVA por meio de lei ordinária? Pode lei 
ordinária do Distrito Federal permitir fixação dos níveis de emissões de poluentes por Decreto, quando estes determinam se será ou 
não cobrada a alíquota adicional de IPVA? Fundamente sua resposta. 
Na ausência de uma lei complementar determinando as normas gerais relativas ao IPVA, pode o Distrito Federal instituí-las, no 
exercício da competência suplementar prevista no art. 24/CF, valendo-se de lei ordinária. Aprovada a lei complementar federal, esta 
imediatamente suspende a eficácia da lei estadual, no que for com ela incompatível. O Decreto pode ser utilizado para estabelecer 
o que se entende por níveis normais, graves e gravíssimos de emissões de poluentes, pois a lei ordinária já definiu essas categorias 
e as alíquotas aplicáveis a cada uma delas, cabendo ao Decreto somente regulamentar o que a Lei já dispôs. 
 
 
 
Observação: o STF já definiu que o IPVA pode ser instituído por lei ordinária estadual na ausência de lei complementar (AI 167.777 
AgR, j. 04.03.1997), sob o argumento de que o art. 24/CF não se refere a lei complementar, mas a lei de forma geral. Esse precedente 
não foi apresentado em aula. Será avaliado o raciocínio e se os institutos jurídicos foram bem compreendidos, não o conhecimento 
da jurisprudência. Por isso, serão aceitos tanto os argumentos defendendo a exigência de lei complementar como os argumentos 
defendendo a lei ordinária, desde que fundamentados. 
 
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO VALOR NOTA TOTAL 
Precisão (grau de exatidão) 0,50 
Uso de termos técnicos 0,25 
Coerência e coesão 0,50 
Correção gramatical/ortográfica 0,25 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL 
UNIPLAN – AVALIAÇÃO PRESENCIAL 
 CURSO: XXXXXXXXXXXXXXXXXX 
 
 
A nota não será lançada para prova sem identificação (ausência do RA ou NOME). 7 / 7 
 
 QUESTÃO 12 1,5 pontos 
 
É legítima a cobrança do adicional de IPVA em razão da emissão de poluentes pelo veículo automotor? E quanto à destinação do produto 
da arrecadação ao “Fundo de Prevenção à Poluição do Ar”? Conclua, a partir das suas respostas a referidos aspectos, se a Lei nº 
6.XXX/2019 é constitucional no que se refere ao IPVA. Fundamente sua resposta. 
 
O IPVA pode ser estabelecido com uma função extrafiscal (reduzir a poluição do ar), mas, como imposto, é vedado que a arrecadação 
do IPVA tenha destinação específica (o Fundo). Nesses termos, a Lei nº 6.XXX/2019 é inconstitucional. 
 
 
 
 
 
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO VALOR NOTA TOTAL 
Precisão (grau de exatidão) 0,50 
Uso de termos técnicos 0,25 
Coerência e coesão 0,50 
Correção gramatical/ortográfica 0,25

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