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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO Professor: José Benedito Regina - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Página 1 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 2 SUMÁRIO - UNIDADE I INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 1. Conceituação da GFH – os modelos existentes ............................. 9 Terminologia .......................................................................................... 9 Definições para GFH ............................................................................. 10 Um modelo para a GFH ......................................................................... 12 Diferentes classificações para os processos da GFH ........................... A ótica do PNQ para os processos da GFH .................................... 15 17 2. A evolução histórica da GFH ............................................................ 23 3. Os processos constituintes da GFH ................................................ 31 3.1 Recrutamento e Seleção ......................................................... 31 Recrutamento ............................................................................. 32 Seleção ...................................................................................... 35 3.2 Ambientação de novos funcionários .................................... 39 3.3 Definição de cargos ................................................................ 42 Cargos ……………………………………………………………… 43 Descrição e Análise de cargos .................................................. 46 3.4 Avaliação de desempenho ..................................................... 51 3.5 Recompensas, Remuneração, Salários, Benefícios ........... 59 Recompensas ............................................................................ 59 Remuneração ............................................................................ 62 Salários ..................................................................................... 64 Benefícios ................................................................................. 66 3.6 Carreira .................................................................................... 70 3.7 Aprendizagem, Treinamento, Desenvolvimento ................. 74 Aprendizagem ............................................................................ 74 Treinamento e Desenvolvimento – T&D .................................... 79 3.8 Ambiente de Trabalho e Qualidade de Vida no trabalho ... 88 Ambiente de Trabalho ................................................................ 88 Qualidade de vida no trabalho – QVT ........................................ 91 3.9 Clima organizacional ............................................................... 94 3.10 Relações trabalhistas e sindicatos ........................................ 97 Greves ........................................................................................ 98 3.11 Monitoração e banco de dados .............................................. 101 Monitoração ................................................................................ 101 Balanço Social ............................................................................ 104 3.12 Planejamento da GFH .............................................................. 107 3.13 Terceirização ............................................................................ 118 4. O futuro da GFH .................................................................................. 121 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 133 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 3 INTRODUÇÃO Olá caro aluno! Seja bem-vindo à disciplina GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO. Dentro de nosso curso de pós-graduação esta é uma disciplina estratégica. Por que? Primeiro, porque essa disciplina trata de uma tarefa essencial na gestão: cuidar do gerenciamento das pessoas envolvidas no projeto de uma organização. Depois, porque de algum modo, essa tarefa afeta a todos nós, uma vez que trabalhamos em organizações e as coisas de que trata a disciplina nos toca diretamente em nossas relações diárias de trabalho. Não se pode esquecer, também, que as mudanças que estão ocorrendo vertiginosamente no mundo moderno afetam tudo e todos, dentro e fora das organizações, intensificando a importância desses dois aspectos. Todas as áreas de especialização de uma organização, tais como Marketing, Finanças, Produção, etc., qualquer que seja seu tipo ou tamanho estão se alterando. E Nesse contexto, especialmente, a função que está se projetando com importância cada vez maior é a gestão das pessoas. Para sustentar este raciocínio, valemo-nos da definição a seguir que é apenas uma das inúmeras definições possíveis para o que seja uma organização: Organização: “Unidade social coordenada de modo consciente, composta de duas ou mais pessoas, que funciona de maneira relativamente contínua com o intuito de atingir um objetivo comum”. (ROBBINS, 2009 p.3) É importante frisar que, independentemente de suas muitas variações, todas as definições de organização permitem concluir o seguinte: as organizações são as suas pessoas, são a sua força de trabalho! Em função dessa importância, nosso curso de Pós-graduação dá destaque à disciplina GFH – Gestão do Fator Humano, evidenciando seu papel estratégico na moderna gestão das organizações. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 4 Como veremos mais adiante, a função GFH pode ser denominada de muitas maneiras diferentes, de acordo com cada autor ou organização que dela queira tratar. De qualquer forma, independentemente de sua titulação, a GFH tem como objetivo principal promover a integração da própria organização com seus colaboradores, de modo que isso promova a maior satisfação possível para todos os seus stakeholders. Entenda-se por stakeholders (ou partes interessadas): Organização, pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma organização, com interesse comum no seu desempenho. A maioria das organizações apresenta as seguintes classes de partes interessadas: clientes; força de trabalho; acionistas, mantenedores ou proprietários; fornecedores; e sociedade. A quantidade e a denominação das partes interessadas podem variar em razão do perfil da organização. (FNQ - Critérios de Excelência, 2009, p.103) – (negrito e grifo nossos) Sem dúvida, a harmonização decorrente dessa integração da organização com seus colaboradores deve ser a condição essencial tanto para a concretização da missão e da visão organizacionais quanto para a realização plena das suas pessoas no que dependa das relações de trabalho. Podemos aceitar duas maneiras básicas para a GFH realizar esse vital esforço organizacional de promover essa integração e, dessa forma, garantir o atingimento de seu objetivo como função: 1. de um lado, por meio de um conjunto de processos formais, composto por tarefas muito específicas e especializadas que todas as organizações realizam. Tais tarefas são definidas pelas práticas do ambiente onde se encontra a organização e ajustadas em cadauma de acordo com suas necessidades e características. Esses processos são aqueles estudados pela teoria administrativa e classicamente conhecidos: recrutamento e seleção, avaliação de desempenho, treinamento e desenvolvimento, etc.. 2. de uma outra forma, pelo estudo e aplicação sistemática das ações e atitudes das pessoas dentro das organizações, constituindo o que ROBBINS (2009, p.2) denomina de comportamento organizacional. O comportamento organizacional preocupa-se com aspectos tais como: comunicação, percepção, motivação, conflitos, mudança, entre outros. O domínio desses conceitos e sua adequada aplicação pela gerência da organização aumentam suas chances de sucesso para obtenção dessa almejada sinergia. É importante ressaltar que a gestão dos processos da GFH nas organizações, citados no item 1, acima, sempre acontece em todas as organizações, mesmo que forma incipiente. Esse trabalho, porém, nem sempre é realizado por meio de algum órgão de sua estrutura. É possível que exista na empresa, independentemente do seu tamanho, algum departamento cumprindo essa tarefa, tal como os conhecidos “Departamentos de RH”, ou equivalentes, e seus setores específicos. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 5 É também possível que a gestão desses processos possa ser parcial ou totalmente terceirizada e realizada por empresas prestadoras desse tipo de serviço. Porém, qualquer que seja o modo como se proceda à sua execução, a responsabilidade da organização pelos resultados é sempre intransferível e inalienável. Na ocorrência de qualquer situação imprevista ou indesejável, quem deverá arcar com as consequências de sua resolução será sempre a organização e não uma empresa terceirizada que prestou esses serviços, se for esse o caso. Enfim, terceirizadas ou não, as tarefas da GFH têm que contribuir para o atingimento dos objetivos organizacionais. Já com relação à aplicação das ações relacionadas no item 2, acima, a gestão é rigorosamente interna à cada organização: quem realiza esse esforço de integração é a própria organização, por meio de seus gerentes em conjunto com suas equipes. Não é possível terceirizar o trabalho com o comportamento das pessoas. Quem tem que conhecer esses conceitos de comportamento organizacional e aplicá-los é cada gerente. Aqui, o que acontece é a aplicação dos aspectos imperantes da cultura organizacional e vale dizer que a responsabilidade por essa tarefa não é de uma área formal de gestão de pessoas que exista na estrutura da organização (um “Departamento de RH”, por exemplo), mas sim de cada gerente, pois “o verdadeiro gerente de RH é cada gerente”, pois é ele quem tem que atingir as metas organizacionais COM sua equipe. Aqui, portanto, o que vai valer é o domínio, pelo corpo gerencial, dos conhecimentos fundamentais tais como os acima citados (comunicação, motivação, trabalho em equipe, aspectos da cultura e da mudança organizacionais, entre outros), para que se consiga uma “boa gestão” das pessoas. Sem dúvida, a adequada integração das pessoas na organização e da organização com suas pessoas, depende dos processos formais do item 1. Porém, isso se materializa por meio da atuação das pessoas (todo o corpo gerencial e colaboradores) no tratamento dos processos de comunicação, motivação, gestão de conflitos, administração da mudança, entre outros. É esse dia a dia gerencial com suas equipes que a organização constrói e garante essa integração, essa sinergia procurada pela função GFH. Porém, ciclicamente, esses processos também podem ser criados, mantidos e/ou alterados pelo comportamento organizacional. Evidentemente, essas duas maneiras possíveis de realizar a função GFH não são excludentes: são complementares. Cada uma, sendo forma, ao mesmo tempo é fundo para a outra, e vice versa. Lembra-se da imagem YIN-YANG? http://br.freepik.com/index.php?goto=27&id=aHR0cDovL3d3dy5vcGVuY2xpcGFydC5vcmcvZGV0YWlsL2Jhc2ljLXlpbi15YW5nLWJ5LWNsYXlvZ3Jl&fileid=516237 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 6 Na verdade, em todas as organizações, tanto a execução dos processos formais quanto a aplicação dos aspectos relacionados com o comportamento organizacional baseiam-se nos seus valores e crenças e em toda uma gama de aspectos que permeiam sua cultura. Assim, por exemplo, o modo como uma organização pratica o recrutamento de suas pessoas ou então a maneira como encara e pratica sua comunicação interna são dependentes da sua cultura estabelecida. Consequentemente (e ciclicamente), a maneira como recruta e como toca sua comunicação interna vai afetar essa cultura, reforçando ou alterando seus aspectos. Em resumo, esse esforço deve garantir o objetivo da função GFH, qual seja: “levar à harmonização de esforços pessoas-organização (sinergia) de modo que seja minimizada a utilização de recursos necessários aos produtos que quer obter (eficiência) e maximizada a satisfação dos seus stakeholders (eficácia)”. OBJETIVOS DA DISCIPLINA GFH A visão conceitual da função GFH acima apresentada condiciona os seguintes objetivos para a disciplina GFH: apresentar uma visão sintética dos processos específicos que podem compor a função GFH, de acordo com os principais autores existentes e com uma prática geral de mercado; abordar os principais aspectos que caracterizam o comportamento organizacional, responsável pela adequada integração das pessoas no dia a dia das organizações. Para cumprir esses objetivos a disciplina GFH está estruturada em duas unidades, com os seguintes conteúdos: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 7 UNIDADE I – GFH: OS PROCESSOS DA FUNÇÃO 1 - Conceituação da GFH: os modelos existentes 2 - A evolução histórica da GFH 3 - Os processos constituintes da GFH 3.1 - Recrutamento e Seleção 3.2 - Ambientação de novos funcionários 3.3 - Definição de cargos 3.4 - Avaliação de desempenho 3.5 - Recompensas, Remuneração, Salários, Benefícios 3.6 - Carreira 3.7 - Aprendizagem, Treinamento, Desenvolvimento 3.8 - Ambiente de trabalho e Qualidade de vida 3.9 - Clima organizacional 3.10 - Relações trabalhistas e Sindicatos 3.11 - Monitoração e banco de dados 3.12 - Planejamento da GFH 3.13 - Terceirização 4 - O futuro da GFH UNIDADE II - Comportamento Organizacional 5 - Introdução ao estudo do comportamento organizacional 6 - Personalidade 7 - Percepção 8 - Motivação - Teorias motivacionais nas organizações 9 - Comunicação 10 - Trabalho em Equipe 11 - Liderança 12 - Conflito e Estresse no ambiente de trabalho 13 - Cultura Organizacional e Mudança A UNIDADE II está baseada em material desenvolvido pela Profa. Leonor Cordeiro Brandão, docente da UNIP nos cursos de graduação e pós-graduação. Ressalva importante: nossa disciplina GFH, como você verá, é muito rica em variedade de áreas de diferentes conhecimentos é composta por imenso volume de informações não permite que se preveja tudo o que pode acontecer na realidade organizacional tem que considerar, em sua gestão, aspectos situacionais e contingenciais e, por fim, é uma disciplina genérica no curso, e não uma disciplina técnica. Então, NÃO HÁ COMO DETALHAR na disciplina o seu extenso conteúdo: nossa missão aqui é apenas indicar sua abrangência, limites conceituais e referências importantes para favorecer futuras pesquisas que você queira fazer. Dessamaneira, por ser uma disciplina de referência nossa expectativa não é a de que você saia “sabendo fazer coisas” depois de tê-la cursado. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 8 Nossa disciplina não é uma disciplina específica: é uma disciplina sistêmica, geral. É mais informativa do que prática. É mais conceitual do que técnica. Objetivamente, queremos que você se conscientize da grandeza e da importância dessa função e, ao término da mesma, espera-se que você: conheça os processos componentes da GFH e suas principais características e possibilidades entenda a importância do comportamento humano nas organizações como um elemento vital para o bom exercício da GFH possa, a partir disso, ter condições de aprofundar seus estudos nos aspectos que lhe convier e que queira aplicar em suas intervenções organizacionais. Para tanto, sempre que possível, foi feita indicação de consulta a material externo ao nosso livro texto, tais como: artigos para leitura, sites para atividades, etc. EXERCÍCIO - ATIVIDADE Você encontrará, ao final da maioria dos itens que apresentam os processos da GFH, um “box” como este, no qual estão propostos alguns exercícios e atividades relacionados com o item. O objetivo disso é proporcionar a você a oportunidade de estabelecer vínculos da sua realidade com os aspectos e conceitos expostos no item. Embora nossa disciplina GFH não seja uma disciplina técnica, na qual se desenvolvam exercícios práticos para aplicação imediata, esses exercícios e atividades poderão mostrar a você: que embora você não seja um especialista, o quanto você já conhece, mesmo sem perceber, dos aspectos que a disciplina apresenta, como a disciplina é importante no dia a dia das pessoas nas organizações como isso será proveitoso para o seu aprendizado. Tente realizá-los, pois eles trarão a você a oportunidade de verificar que os conteúdos da disciplina GFH envolvem todos nas organizações. Esperamos que você possa aproveitar o produto deste esforço que pretendeu dar a você uma visão concentrada, realista e útil da GFH, dentro do espaço disponível para a disciplina. Bons estudos! Prof. José Benedito Regina UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 9 1 - Conceituação da GFH: os modelos existentes Este item procura mostrar que a gestão de pessoas tem sido apresentada na literatura por vários autores, onde cada um, de acordo com sua visão de contexto, cuida de divulgar o seu modelo, sua forma de classificar e nomear os processos envolvidos com a função e o modo como os trata. Destaca-se a classificação da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade para a função. Alguns exemplos são citados para mostrar as possibilidades de visão e a vastidão da terminologia empregada nesse sentido. Terminologia Talvez a maneira mais comum para nomear a função tema de nossa disciplina envolva a expressão “RH – Recursos Humanos”. CHIAVENATO (2008, p.2) apresenta três significados para o termo RH: RH como função ou departamento; RH como um conjunto de práticas de recursos humanos e, RH como profissão. Como já indicamos em nossa Introdução, a disciplina vai tratar de aspectos relacionados com a função como departamento, ou seja, o conjunto de seus processos formais (recrutamento, seleção, avaliação de desempenho, treinamento e desenvolvimento, etc) e, também como as ações e atitudes das pessoas (comportamento organizacional) têm a ver com essa função RH Em nosso curso de Pós Graduação da UNIP Interativa, a denominação escolhida para intitular esta disciplina foi GFH – GESTÃO DO FATOR HUMANO. Este é um nome, isto é, é mais um nome na galeria de títulos que essa função organizacional tem recebido ao longo do tempo. Essa profusão de denominações tem razões históricas, como afirma CHIAVENATO: “... ARH passou por três etapas distintas: Relações Industriais, Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. Cada abordagem ajustada aos padrões de sua época, à mentalidade predominante e às necessidades das organizações”. CHIAVENATO (2008, p.41) Em função da extrema velocidade que caracteriza as mudanças de nosso mundo, não só as organizações, mas também as suas áreas especializadas (marketing, finanças, produção, etc.) têm sido afetadas por esse fenômeno. Porém, nenhuma área foi mais atingida que a ARH. Segundo o mesmo autor, “As mudanças são tantas e tamanhas que até o nome da área está mudando. Em muitas organizações, a denominação Administração de Recursos Humanos (ARH) está sendo substituída por termos como gestão de talentos humanos, gestão de parceiros ou de colaboradores, gestão do capital humano, administração do capital intelectual e até Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas. Diferentes nomes para representar um novo espaço e configuração da área”. (CHIAVENATO, 2008, p2) UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 10 Outro autor, FRANÇA (2010, p.4) inicia o tratamento da função com o questionamento sobre as denominações que a função recebe: “ (...) recursos humanos ou gestão de pessoas? pessoas, grupos ou organizações? (...)”. Assim, dentro desse amplo panorama de nomenclaturas, é perfeitamente possível aceitarmos o título GFH, ou seja, Gestão do Fator Humano, como uma forma distintiva de denominar nossa disciplina. Porém essa diversidade de visões não fica apenas nos títulos: mostra-se na diferença como a função é abordada e definida por diferentes autores e na forma como classificam e nomeiam os seus processos. Alguns nomes encontrados que podem “batizar” um órgão da estrutura que realize a função GFH: Administração de pessoal Administração de pessoas Administração de recursos humanos Gestão de talentos humanos Gestão de parceiros ou de colaboradores Gestão do capital humano Administração do capital intelectual Gestão de Pessoas Gestão com Pessoas Gestão de talentos Departamento de gente etc. Definições para GFH Iniciemos com FRANÇA (2010, p.5), que assim define a função: “conjunto de forças humanas voltadas para as atividades produtivas, gerenciais e estratégicas dentro de um ambiente organizacional”. A autora, inclusive, usa indistintamente as expressões “recursos humanos” que, aliás, aparece no título de seu livro, e “gestão de pessoas”, ao longo de seu texto. Para ela, “gestão de pessoas” envolve aspectos, tais como: força de trabalho, inovação, compromisso, interação, potencial e criatividade. Afirma que “a gestão de pessoas deve ocorrer a partir da visão integrada das pessoas e de questões fundamentais como: as expectativas sobre as relações de trabalho, o contrato psicológico entre o que a pessoa quer da empresa e o que esta quer de seu pessoal, perfis e tipos de personalidade, grupos, equipes, lideranças, processos de cooperação, competição, apatia, cultura organizacional, valores, questões éticas, entre outros aspectos ligados à vida social”. (FRANÇA, 2010, p.4-6). UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 11 Para encerrar seu enfoque, assim fala: “estes conceitos e processos comportamentais devem estar presentes nos modelos, processos e práticas da vida nas empresas razão pela qual se torna necessário conhecer os aspectos comportamentais integrados aos aspectos administrativos.” (FRANÇA, 2010, p.6)O autor CHIAVENATO (2008, p.9) com base em pesquisa a diversos autores apresenta os seguintes conceitos de RH ou Gestão de pessoas: “Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho.”. “ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento.”. “ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações.”. “A ARH é a função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados.”. “Gestão de pessoas é o conjunto integrado de atividades de especialistas e de gestores – como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas – no sentido de proporcionar competências e competitividade à organização.”. “Gestão de pessoas é área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso.”. Dois outros autores completam esta nossa galeria de definições: “Função da empresa que visa a adequar empregados e atividades de maneira eficaz e sustentável ao longo do tempo, no que se refere à força de trabalho, qualificação e motivação. Objetiva o aperfeiçoamento contínuo das competências a serviço da estratégia empresarial, que ela também ajuda a estabelecer” (Le GALL, 2008, p.17) “Conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo.” (DUTRA, 2002, p.17) A maioria das definições acima se refere aos processos formais que a organização deve praticar na busca de sua integração com suas pessoas. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 12 Destacamos a conceituação apresentada por FRANÇA, na qual a autora deixa clara sua preocupação com os “aspectos comportamentais integrados aos aspectos administrativos”, que configuram a outra vertente a ser tratada em nossa disciplina. Com este pequeno retrospecto, esperamos ter conseguido mostrar um pouco da exuberância conceitual que cerca essa função. Um modelo para a GFH Uma importante argumentação sobre o assunto é apresentada por FISCHER (2002), que assim apresenta sua visão sobre a função e um possível modelo para ela: “Toda e qualquer organização depende, em maior ou menor grau, do desempenho humano para seu sucesso. Por esse motivo, desenvolve e organiza uma forma de atuação sobre o comportamento que se convencionou chamar de modelo de gestão de pessoas. Tal modelo é determinado por fatores interno e externos à própria organização. Assim, para diferentes contextos históricos ou setoriais são encontradas diferentes modalidades de gestão. O que distingue um modelo de outro são as características dos elementos que os compõem e sua capacidade de interferir na vida organizacional dando-lhe identidade própria. O modelo deve assim, por definição, diferenciar a empresa em seu mercado, contribuindo para a fixação de sua imagem e de sua competitividade.”. (FISCHER, 2002, p.11) FISCHER continua, falando sobre o de modelo de gestão de pessoas: “Entende-se por modelo de gestão de pessoas a maneira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso, a empresa se estrutura definindo princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela trabalham. (...) A importância que o comportamento humano vem assumindo no âmbito dos negócios fez com que a preocupação com sua gestão ganhasse espaço cada vez maior na teoria organizacional. É nesse contexto que surge o conceito de modelo de gestão de pessoas. Quando esse conceito é estrategicamente orientado, sua missão prioritária consiste em identificar padrões de comportamento coerentes com o negócio da organização. A partir de então, obtê-los, mantê-los, modificá- los e associá-los aos demais fatores organizacionais será o objetivo principal. Analisado no contexto organizacional, o modelo caracteriza-se assim como uma variável dependente das condições em que ocorrem os negócios. Somente com o entendimento adequado dos fatores que determinam essas condições é que se torna possível delinear um modelo coerente com as necessidades da empresa.”. (FISCHER, 2002, p.12-13) O autor enumera alguns fatores condicionantes e componentes para um modelo de gestão de pessoas: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 13 “O desempenho que se espera das pessoas no trabalho e o modelo de gestão correspondente são determinados por fatores internos e externos ao contexto da organizacional. Dentre os fatores internos, destacam-se o produto ou serviço oferecido, a tecnologia adotada, a estratégia de organização do trabalho, a cultura e a estrutura organizacional. Quanto aos fatores externos, a cultura de trabalho de cada sociedade, sua legislação trabalhista e o papel conferido ao Estado e aos demais agentes que atuam nas relações de trabalho vão estabelecer os limites nos quais o modelo de gestão de pessoas poderá atuar. (...) A rigor, tudo aquilo que interfere de alguma maneira nas relações organizacionais pode ser considerado um componente do modelo de gestão de pessoas. O comportamento organizacional não é produto direto de um processo de gestão, mas o resultado das relações pessoais, interpessoais e sociais que ocorrem na empresa. Gestão de pessoas significa orientação e direcionamento desse agregado de interações humanas. Nesse sentido, a definição de uma estratégia, a implementação de uma diretriz com impactos no comportamento dos empregados, a fusão ou transferência de uma unidade organizacional ou a busca de nova postura de atendimento ao cliente são intervenções de gestão de pessoas. A concordância com tal perspectiva implica o reconhecimento de que os limites entre o que é especialidade de recursos humanos e o que está na área de atuação dos planejadores estratégicos ou dos gestores de produção ou de marketing são muito tênues e de difícil determinação. (...) Os componentes formais de um modelo de gestão de pessoas se definem por princípios, políticas e processos que interferem nas relações humanas no interior das organizações. Por princípios entendem-se as orientações de valor e as crenças básicas que determinam o modelo e são adotadas pela empresa. (...) As políticas, por sua vez, estabelecem diretrizes de atuação que buscam objetivos de médio e de longo prazo para as relações organizacionais. Em geral, são orientadoras e integradoras dos processos especificamente voltados para a gestão de pessoas. (...) Os processos são os elementos mais visíveis do modelo, e boa parte da literatura sobre recursos humanos tem-se dedicado exclusivamente a eles. Processos são cursos de ação previamente determinados, não podem ultrapassar os limites dos princípios de gestão e visam alcançar os objetivos traçados, orientados por políticas específicas. São instrumentalizados por uma ou mais ferramentas de gestão que pressupõem procedimentos específicos.(...) Integra ainda o modelo de gestão de uma organização o estilo de gestão dos gerentes diretos das equipes de trabalho, ou seja, a maneira pela qual o gestor atua ao estabelecer limites ou estimular determinados padrões de comportamento. Pela orientação dos processos de capacitação gerencial ou mesmo da simples divulgação dos perfis de comportamento desejados a empresa procura intervir no estilo gerencial praticado por suas chefias dando coerência ao modelo.”. (FISCHER, 2002, p.13-18) Segundo FISCHER (2002, p.19-25) há quatro categorias históricas para a gestão de pessoas: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 14 modelo de gestão de pessoas como departamento pessoal modelo de gestão de pessoas como gestão do comportamento humano modelo estratégico de gestão de pessoas modelo de gestão de pessoas articulado por competências FISCHER (2002, p.32) finaliza, dizendo que “Hoje, quando o papel do homem no trabalho vem se transformando e suas características mais especificamente humanas, como o saber, a intuição e a criatividade, vem sendo valorizadas, talvez se encaminhe para uma transição na qual a empresa finalmente reconheça que se relaciona com pessoas, e não com recursos.”. Esta é uma base conceitual que sustenta nossa preocupação em tratar, também, a GFH sob a ótica do comportamento organizacional. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 15 Diferentes classificações para os processos da GFH A seguir, apenas como exemplo para sua ilustração, uma amostra (em ordem alfabética de autores) da diferenciação histórica no tratamento dado por alguns estudiosos para a função GFH. AUTORES: BOHLANDER, SNELL & SHERMAN (2005) ADMINISTRAÇÃO DE RH CONTEÚDO DOS PROCESSOS atendendo aos requisitos dos recursos humanos Relacionamento dos requisitos de cargo e das funções da GRH análise de cargo descrição de cargo redesenho de cargos planejamento e recrutamento de recursos humanos elementos do PRH efetivo recrutando interno recrutando externo seleção associação de pessoas a cargos fontes de informação sobre candidatos testes de admissão entrevista de seleção treinamento e desenvolvimento conduzindo o levantamento de necessidades elaborando o programa de treinamento implementando o programa de treinamento avaliando o programa de treinamento desenvolvimento de carreiras elementos de programas de desenvolvimento de carreira desenvolvimento de carreira para uma força de trabalho diversa desenvolvimento de carreira pessoal avaliação e aprimoramento do desempenho programas de avaliação de desempenho métodos de avaliação de desempenho entrevistas de avaliação gerenciamento e remuneração planejamento de remuneração estratégica fatores de composição do salário sistema de avaliação de cargos estrutura de remuneração recompensas de incentivo razões e requisitos para planos de incentivo estabelecimento de medidas de desempenho administrando planos de incentivo individual e de grupo plano de participação nos resultados da empresa administração de programas de benefícios programa de benefícios aos funcionários principais benefícios criando um ambiente de trabalho/vida segurança e saúde criação de ambiente de trabalho seguro criando ambiente de trabalho saudável construindo uma saúde melhor gerenciamento do estresse direitos dos funcionários e ação disciplinar direitos do trabalhador direitos de privacidade políticas e procedimentos e apelações disciplinares ética organizacional nas relações de emprego negociação coletiva e administração de contratos processo de negociação acordo trabalhista expandindo horizontes da gestão de RH gestão internacional de rh organizações internacionais e relações de trabalho criando sistemas de trabalho de elevado desempenho sistemas de trabalho de elevado desempenho sistemas de trabalho de elevado desempenho e a empresa de pequeno e médio porte Em 2010, essa obra foi reeditada apenas por BOHLANDER & SNELL, com revisões e com algumas alterações de nomenclatura nesses conteúdos. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 16 AUTOR: CHIAVENATO (2008) GESTÃO DE PESSOAS CONTEÚDO DOS PROCESSOS agregando pessoas Recrutamento Seleção aplicando pessoas orientação das pessoas modelagem do trabalho avaliação do desempenho humano recompensando pessoas remuneração programas de incentivos benefícios e serviços desenvolvendo pessoas Treinamento desenvolvimento de pessoas e de organizações mantendo pessoas relações com empregados higiene, segurança e qualidade de vida monitorando pessoas banco de dados e sistemas de informações de RH AUTORES: DeCENZO e ROBBINS (2001) ADMINISTRAÇÃO DE RH CONTEÚDO DOS PROCESSOS dotando de pessoal a organização planejamento de RH e análise de cargo o Recrutamento e as bases da seleção mecanismos de seleção treinamento e desenvolvimento socializando, orientando e desenvolvendo empregados administração de carreiras sistemas de avaliação e remuneração avaliando o desempenho do empregado estabelecendo planos de recompensas e de remuneração benefícios dos empregados criação de um ambiente de trabalho produtivo, seguro e justo direitos dos empregados programas de segurança e saúde comunicações eficientes em administração de RH relações trabalhistas e negociação AUTOR: DUTRA (2002) GESTÃO DE PESSOAS CONTEÚDO DOS PROCESSOS movimentação de pessoas captação internalização de pessoas transferência expatriação recolocação desenvolvimento de pessoas sistema de administração de carreiras desenvolvimento humano versus desenvolvimento organizacional questão da competência processo sucessório desenvolvimento de pessoas avaliação das ações de desenvolvimento sistemas de avaliação de desempenho valorização de pessoas padrões internos de equidade remuneração remuneração variável benefícios UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 17 AUTOR: SIQUEIRA (1978) ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL CONTEÚDO DOS PROCESSOS recrutamento descobrir, atrair, orientar e reorientar pessoal seleção obter, manter e utilizar o pessoal treinamento formar, aperfeiçoar, especializar, readaptar e integrar o pessoal relações humanas criar e manter moral elevado no pessoal relações públicas criar e manter o prestígio da instituição A simples observação destes poucos exemplos permite verificar que diferentes autores, em datas diferentes e em diferentes contextos classificam e nomeiam diferentemente os mesmos processos componentes da função. É importante frisar que, evidentemente, os processos evoluem e exigem diferentes interpretações ao longo do tempo. Porém, na vida real, maior que esse tipo de diferenças é o descompasso que existe entre o que o ambiente e as organizações esperam da GFH e o que as organizações praticam. O que se nota de maneira gritante é quea função GFH precisa urgentemente se modernizar, não somente nas suas aparências (nomes e/ou estruturas), mas principalmente na sua essência, procurando deixar de lado sua atuação mais operacional para tornar-se parceira estratégica da organização. Algumas palavras são dedicadas a isso ao final, no item 4 - O futuro da GFH. A ótica do PQN para os processos da GFH A FNQ - FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE é um organismo brasileiro que, a exemplo dos similares existentes nas nações mais avançadas, se dedica à busca da excelência, assim explicitada por ela: “A excelência em uma organização depende fundamentalmente de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa harmonia com seu ecossistema. A fundação Nacional da Qualidade entende as organizações como sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos, com os quais interagem e dos quais dependem.” (FNQ - Critérios de Excelência, 2009, p.103) A FNQ apresenta seu MEG – Modelo de Excelência em gestão, como “Um modelo flexível e não prescritivo para avaliação e diagnóstico de gestão de qualquer organização. Os CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA da FNQ constituem um modelo sistêmico de gestão adotado por inúmeras organizações de Classe Mundial. São construídos sobre uma base de conceitos fundamentais, essenciais à obtenção da excelência do desempenho. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), em razão de sua flexibilidade e, principalmente, por não prescrever ferramentas e práticas de gestão específicas, UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 18 pode ser útil para a avaliação, o diagnóstico e o desenvolvimento do sistema de gestão de qualquer tipo de organização. O MEG é reconhecido como uma referência importante para organizações dos setores público ou privado, com ou sem finalidade de lucro, sejam de porte pequeno, médio ou grande. Há um consenso de que a empresa que tenta se diferenciar apenas por qualidade do produto está fora do mercado, pois essa já é uma etapa vencida no cenário mundial. O desafio das organizações, hoje, é gerar valor para o cliente e entregar, junto com o produto, algum tipo de benefício para a sociedade. São esses ativos intangíveis que constituem um novo parâmetro de avaliação e de valorização das empresas. E são eles que o Modelo de Excelência da Gestão® procura implementar. A incorporação dos conceitos fundamentais de excelência em gestão às práticas da organização, de maneira continuada e em consonância com seu Perfil e estratégias, é enfatizada nesta publicação. (FNQ - Critérios de Excelência, 2009, p.6) MISSÃO da FNQ: “Disseminar os fundamentos da excelência em gestão para o aumento de competitividade das organizações e do Brasil.”. VISÃO: “Ser um dos principais centros mundiais de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre a excelência em gestão.”. A FNQ atua, principalmente gerindo o PNQ – PREMIO NACIONAL DA QUALIDADE, que busca avaliar e premiar as empresas que têm preocupação em perseguir a excelência em sua gestão. O PNQ baseia-se em 8 critérios, os chamados CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA, que constituem o MEG e são os seguintes: 1. Liderança 2. Estratégias e Planos 3. Clientes 4. Sociedade 5. Informações e Conhecimento 6. Pessoas 7. Processos 8. Resultados. Por sua vez, esse MEG é calcado em onze fundamentos da excelência que se traduzem em processos gerenciais ou fatores de desempenho encontrados em empresas de Classe Mundial. (grifo nosso) Esses fundamentos, em que se baseiam os CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA da FNQ, são: 1. Pensamento sistêmico 2. Aprendizado organizacional 3. Cultura de inovação 4. Liderança e constância de propósitos UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 19 5. Orientação por processos e informações 6. Visão de futuro 7. Geração de valor; 8. Valorização das pessoas 9. Conhecimento sobre o cliente e o mercado 10. Desenvolvimento de parcerias 11. Responsabilidade social Esses onze fundamentos permitem que os oito critérios venham ajudar as empresas a montarem práticas de gestão (processos), integradas sistemicamente de tal maneira que possibilitem a conquista paulatina da excelência. Essa visão sistêmica da gestão organizacional é assim ilustrada pela FNQ: Fonte: (FNQ - Critérios de Excelência, 2009, p.19) Todos os processos que constituem a gestão de uma organização são cobertos por esses oito critérios, inclusive os nossos processos da GFH. Especificamente, praticamente todos os processos da GFH apresentados nesta apostila estão contidos no CRITÉRIO 6 – PESSOAS. Dos processos GFH desta apostila, ficam de fora desse CRITÉRIO 6 os processos: - de Planejamento que é tratado no CRITÉRIO 2 – ESTRATÉGIAS E PLANOS, - de Monitoração, enfocado pelo CRITÉRIO 8 – RESULTADOS (no 8.4 – Resultados organizacionais relativos às pessoas) e, - de Terceirização, no CRITÉRIO 7 – PROCESSOS (no 7.2 – Processos de Relacionamento com os Fornecedores). O CRITÉRIO 6 – PESSOAS, que trata dos processos da GFH está estruturado em três itens, a saber: 6.1 – Sistemas de Trabalho 6.2 – Capacitação e desenvolvimento 6.3 – Qualidade de vida no trabalho UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 20 Cada um desses três itens descreve processos da GFH que o PNQ considera fundamentais para a busca da excelência organizacional. Apresenta, também, quais as questões fundamentais que devem ser respondidas pelas empresas para descrever suas práticas relacionadas com os processos da GFH, a saber: 6.1 Sistemas de trabalho Este Item aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para o alto desempenho das pessoas e das equipes. PROCESSOS GERENCIAIS a) Como a organização do trabalho é elaborada e implementada em alinhamento com o modelo de negócio, com os processos, com os valores e com a estratégia da organização, visando ao alto desempenho e à inovação? Destacar de que forma a organização do trabalho estimula a resposta rápida e o aprendizado organizacional Destacar a autonomia dos diversos níveis da força de trabalho para definir, gerir e melhorar os processos da organização e para buscar inovações Destacar de que forma se estimulam a cooperação e a comunicação eficaz entre as pessoas e entre as equipes, inclusive considerando-se pessoas de diferentes localidades e áreas. b) Como as pessoas são selecionadas, interna e externamente, e contratadas em consonância com as estratégias e as necessidades do modelo de negócio da organização? Destacar de que forma a organização estimula a inclusão de minorias e assegura a não discriminação e a igualdade de oportunidades para todas as pessoas. c) Como as pessoas recém-contratadas são integradas à cultura organizacional, visando prepará-las para o pleno exercício das suas funções? d) Como o desempenho das pessoas e das equipes é avaliado de modo a estimular a obtenção de metas de alto desempenho, a cultura da excelência na organização e o desenvolvimento profissional das mesmas? e) Como a remuneração, o reconhecimento e os incentivos estimulam o alcance de metas de alto desempenho e a cultura da excelência? UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 21 6.2 Capacitação e desenvolvimento Este Item aborda a implementação de processos gerenciais quecontribuem diretamente para a capacitação e o desenvolvimento dos membros da força de trabalho. PROCESSOS GERENCIAIS a) Como são identificadas as necessidades de capacitação e desenvolvimento das pessoas, visando ao êxito de estratégias, à formação da cultura da excelência e à melhoria do desempenho individual? Destacar as formas de participação dos líderes e das próprias pessoas a serem capacitadas e desenvolvidas na identificação das necessidades. b) Como é concebida a forma de realização dos programas de capacitação e de desenvolvimento, considerando-se as necessidades da organização e das pessoas? Citar os principais programas, o público alcançado, destacando aqueles relacionados à formação da cultura da excelência. c) Como a eficácia dos programas de capacitação é avaliada em relação ao alcance dos objetivos estratégicos e operacionais da organização? d) Como a organização promove o desenvolvimento integral das pessoas como indivíduos, cidadãos e profissionais? Citar os métodos de orientação ou aconselhamento, empregabilidade e desenvolvimento de carreira. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 22 6.3 Qualidade de vida Este Item aborda a implementação de processos gerenciais que contribuem diretamente para a criação de um ambiente seguro e saudável e a obtenção do bem-estar, da satisfação e do comprometimento das pessoas. PROCESSOS GERENCIAIS a) Como são identificados os perigos e tratados os riscos relacionados à saúde ocupacional e à segurança? Citar os principais programas e as metas para eliminar ou minimizar esses riscos. b) Como as necessidades e expectativas das pessoas da força de trabalho e do mercado de trabalho são identificadas, analisadas e utilizadas para o desenvolvimento de políticas e programas de pessoal e dos benefícios a elas oferecidos? Apresentar, de forma comparativa com o mercado de trabalho, os principais benefícios oferecidos às pessoas na empresa. c) Como o bem-estar, a satisfação e o comprometimento das pessoas são avaliados e desenvolvidos? Destacar de que forma são tratados, com a participação de líderes dos diversos níveis, os fatores identificados na avaliação que afetam o bem- estar, a satisfação e o comprometimento das pessoas. Mesmo que uma organização não tenha interesse em participar do PNQ ou de qualquer outro prêmio similar, conhecer os CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA é uma importante preocupação, pois os critérios do premio de qualidade representam o “estado da arte” em termos de gestão. Tratam do esforço organizacional que as melhores empresas mundiais, chamadas de “empresas Classe Mundial” desenvolvem para chegar ao patamar de excelência. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 23 2 - A evolução histórica da GFH Este item apresenta uma breve abordagem sobre o desenvolvimento de como a função GFH foi entendida no tempo e mostra que, de acordo com cada contexto, existem tratamentos e denominações específicas, abrangendo tanto seu conteúdo quanto sua atuação. Mostra, também, um pequeno retrospecto dessa evolução no Brasil. As organizações mudaram com os tempos. Todas as conquistas da humanidade refletem-se na maneira como suas organizações se estruturam. Isso fica patente quando examinamos qualquer organização moderna, comparada com similares do passado. Fazendo um pequeno comentário histórico, podemos dizer que a passagem do sistema de produção doméstico, imperante na idade média, para o sistema de produção industrial desloca as pessoas, que antes trabalhavam em suas casas para um novo espaço: a fábrica. Um novo modelo de produção surge como resultado da convergência de várias causas: históricas, políticas, sociais, mas principalmente econômicas. No sistema doméstico a produção era artesanal e realizada nas oficinas (casas) onde encontramos, por assim dizer, uma rudimentar “classificação” de cargos, envolvendo mestres, oficiais e aprendizes. Por meio desta classificação, uma “carreira” ficava estabelecida e nela floresciam talentos, como foi o caso, só para citar um exemplo entre tantos outros, de Leonardo Da Vinci. Nesse sistema eram atendidas praticamente todas as necessidades do “mercado”, em sua época. Os artesãos eram senhores tanto do modo de produção que desenvolviam, quanto dos meios (ferramentas) utilizados. Com a acumulação do capital comercial e com o aproveitamento de circunstâncias consorciadas com a Revolução Industrial, originada pela máquina a vapor, aparecem os primeiros grandes galpões, pioneiros das fábricas modernas. Não há como competir com esse novo paradigma de produção e, então o sistema artesanal doméstico desaparece, cedendo lugar às instalações industriais. Nessa situação, máquinas precisam ser operadas e recebem parte da migração das pessoas de suas casas, para o trabalho nas fábricas. Nasce, aí, a necessidade de controle dessas pessoas, para que seja possível o pagamento pelo trabalho efetuado, onde o salário é relacionado com a produção e o absenteísmo, por exemplo. Desde sempre, na humanidade, pessoas serviram outras pessoas de nível hierárquico social e/ou econômico mais elevado. Muitas vezes, numa relação de senhor-escravo. Com o surgimento da industrialização essa relação serviçal se alterou, criando novas necessidades e processos e procedimentos para gerenciá-la. Assim, delineiam-se os papeis do “administrador” para tratar com essa nova perspectiva industrial e do “chefe de pessoal”, para cuidar dos relacionamentos de trabalho. A GFH não escapou às transformações operadas pelo ambiente nas organizações. A GFH moderna é a evolução desse quadro primitivo. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 24 Um retrato resumido dessas alterações é dado por CHIAVENATO (2008), no quadro a seguir: AS TRÊS ETAPAS DAS ORGANIZAÇÕES NO DECORRER DO SÉCULO XX Eras Era da Industrialização clássica Era da Industrialização neoclássica Era da informação Períodos 1900-1950 1950-1990 Após 1990 Estrutura organizacional predominante Burocrática, funcional, piramidal, centralizadora, rígida e inflexível. Ênfase nos órgãos. Mista, matricial, com ênfase na departamentalização por produtos ou serviços ou unidades estratégicas de negócios. Fluida, ágil e flexível, totalmente descentralizada. Ênfase nas redes de equipes multifuncionais. Cultura organizacional predominante Teoria X. Foco no passado, nas tradições e nos valores conservadores. Ênfase na manutenção do status quo. Valor à tradição e experiência Transição. Foco no presente e no atual. Ênfase na adaptação ao ambiente. Valorização da renovação e da revitalização. Teoria Y. Foco no futuro e no destino. Ênfase na mudança e inovação. Valor ao conhecimento e criatividade. Ambiente organizacional Estático, previsível, poucas e gradativas mudanças. Poucos desafios ambientais. Intensificação e aceleração das mudanças ambientais. Mutável, imprevisível, turbulento, com grandes e intensas mudanças. Modos de lidar com as pessoas Pessoas como fatores de produtos inertes e estáticos. Ênfase nas regras e controles rígidos para regular as pessoas. Pessoas como recursos organizacionais que devem ser administrados. Ênfase nos objetivos organizacionais para dirigir as pessoas. Pessoas como seres humanos proativos e inteligentes que devem ser impulsionados.Ênfase na liberdade e no comprometimento para motivar as pessoas. Administração de pessoas RELAÇÕES INDUSTRIAIS ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS GESTÃO DE PESSOAS Fonte: I.Chiavenato, “Gestão de pessoas” - Ed. Campus, 2008, p.40 Pode-se notar que, no período compreendido por essas três eras, os aspectos essenciais da organização se transformaram, influenciando a abordagem da administração de pessoas e por conseqüência, os seus nomes: de Relações Industriais passa para Administração de Recursos Humanos e depois, para Gestão de Pessoas. Essas diferentes abordagens implicaram em alterações nas tarefas da área de recursos humanos bem como no modo de desempenhá-las. Desta vez, o olhar de CHIAVENATO (2008) expõe as principais alterações ambientais dessas três eras e como vão sendo mudados o enfoque e o nome do departamento responsável pelas tarefas relacionadas às pessoas. É interessante notar como o fator humano vai sendo visto de formas diferentes. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 25 AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NA ÁREA DE RH Era da Industrialização Clássica (de 1900 a 1950) Era da Industrialização Neoclássica (de 1950 a 1990) Era da Informação (Após 1990) - Início da industrialização e formação do proletariado - Transformação das oficinas em fábricas - Estabilidade, rotina, manutenção e permanência. - Adoção das estruturas tradicionais e da departamentalização funcional e divisional - Modelo mecanístico, burocrático, estruturas altas e amplitudes de controle. - Necessidade de ordem e rotina - Expansão da industrialização e do mercado de candidatos - Aumento do tamanho das fábricas e do comércio mundial - Início do dinamismo do ambiente: instabilidade e mudança - Adoção de estruturas híbridas e de novas soluções organizacionais - Modelo menos mecanístico, estruturas baixas e amplitude de controle mais estreita. - Necessidade de adaptação - Mercado de serviços ultrapassa o mercado industrial - Adoção de unidades de negócios para substituir grandes organizações - Extremo dinamismo, turbulência e mudança. - Adoção de estruturas orgânicas e adhocráticas - Modelos orgânicos, ágeis, flexíveis, mutáveis. - Necessidades de mudança DEPARTAMENTO DE PESSOAL DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INDUSTRIAIS DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS EQUIPES DE GESTÃO DE PESSOAS PESSOAS COMO MÃO-DE-OBRA PESSOAS COMO RECURSOS HUMANOS PESSOAS COMO PARCEIROS Fonte: I.Chiavenato, “Gestão de pessoas”- Ed.Campus, 2008, p.43 Fechando essas visões, a área de recursos humanos o autor mostra um exame interno para a área de administração de pessoas: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 26 AS TRÊS ETAPAS DA GESTÃO DE PESSOAS NO SÉC.XX Características Relações industriais Administração de recursos humanos Gestão de pessoas Formato do trabalho Centralização total das operações no órgão de RH Responsabilidade de linha e função de staff Descentralização rumo aos gerentes e às suas equipes Nível de atuação Burocratizada e operacional. Rotina Departamentalizada e tática Focalização global e estratégica no negócio Comando de ação Decisões vindas da cúpula da organização e ações centralizadas no órgão de RH Decisões vindas da cúpula da área e ações centralizadas no órgão de RH Decisões e ações do gerente e de sua equipe de trabalho Tipo de atividade Execução de serviços especializados. Centralização e isolamento da área Consultoria interna e prestação de serviços especializados Consultoria interna. Descentralização e compartilhamento Principais atividades Admissão, demissão, controle de freqüência, legislação do trabalho, disciplina, relações sindicais, ordem Recrutamento, seleção, treinamento, administração de salários, benefícios, higiene e segurança, relações sindicais Como os gerentes e suas equipes podem escolher, treinar, liderar, motivas, avaliar e recompensar os seus participantes Missão da área Vigilância, coerção, coação, punições. Confinamento social de pessoas Atrair e manter os melhores funcionários Criar a melhor empresa e a melhor qualidade de trabalho Fonte: I.Chiavenato, “Gestão de pessoas”- Ed.Campus, 2008, p.44 É nítida a transformação da área quando se nota, por exemplo, como a sua missão evoluiu imensamente em termos de abrangência e de profundidade. MARRAS (2009, p.25) apresenta uma tabela na qual coloca em três períodos considerados, as áreas de responsabilidade da GFH, denominada por ele como “função de pessoal”: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 27 Áreas de responsabilidade da função de pessoal Chefe de pessoal Gerente de RI Gerente de RH Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 até 1999 Controles da freqüência Controles da freqüência Controles da freqüência Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissões e demissões Admissões e demissões Admissões e demissões Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços Gerais Serviços Gerais Medicina e Higiene Medicina e Higiene Segurança Patrimonial Segurança Patrimonial Segurança Industrial Segurança Industrial Contencioso Trabalhista Contencioso Trabalhista Cargos e Salários Cargos e Salários Benefícios Benefícios Recrutamento e Seleção Recrutamentos e Seleção Treinamento Treinamento Avaliação de Desempenho Qualidade de Vida Desenvolvimento Gerencial Relações Trabalhistas Sindicalismo Desenvolvimento Organizacional Estrutura Organizacional Fonte MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 13ª. Ed. São Paulo. Saraiva. 2009, 25 Em seu trabalho sobre o desenvolvimento da função GFH no Brasil, TOSE, citado por MARRAS (2009) apresenta as seguintes fases por ela percorridas: Antes de 1903 – contábil 1930 a 1950 – legal 1950 a 1965 – tecnicista 1965 a 1985 – administrativa 1985 até hoje – estratégica Analogamente à essa classificação, FRANÇA (2010, p.8-11), buscando autores como Thomas Wood Jr. mostra seis períodos clássicos que marcaram a história da Administração de Recursos Humanos em nosso país, transcritos, aqui, literalmente: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 28 1930: O PERÍODO PRÉ-JURÍDICO TRABALHISTA Há inexistência de legislação trabalhista, do departamento pessoal ou área correlata que se responsabilize formalmente pela gestão de pessoas. Caracteriza- se pela descentralização de funções e provavelmente as demandas de pessoas estavam relacionadas à solicitação de tarefas simples, com qualificação instrumental primária, e cujo o perfil demográfico eram imigrantes europeus, fugindo da depressão econômica e da pobreza que caracterizavam a vida na Europa do pós-guerra. Mulheres e crianças eram mão-de-obra freqüente, mas com características de subemprego, altamente precárias. 1930-1950: O PERÍODO BUROCRÁTICO Neste período há o advento da legislação trabalhista(com muitas leis e normas que vigoram até hoje). Surgem os primeiros departamentos de pessoal, centrados na rotina de “apontamentos” de freqüência, pontualidade, absenteísmo, registro de ponto, pagamento dos salários. Alguns destes departamentos eram originários das atividades contábeis. Há relatos de cargos denominados “guarda-livros”. Essa atividade nas empresas vem sendo transformada pelos sistemas de dados informatizados. Foram criados programas que fazem o gerenciamento. Há, no entanto, empresas com sistemas de administração menos informatizados que ainda realizam essas atividades como há 50 anos. 1950-1960: PERÍODO TECNICISTA Ocorre neste período a implantação de numerosas plantas de fábrica – especialmente da indústria automobilística alemã – e surgem pólos industriais, sobretudo nas regiões urbanas marginais e na Grande São Paulo, o que gerou o grande centro metalúrgico do ABC, onde surgem – depois de uma década – os movimentos organizados das forças produtivas e onde, em 1986, ocorre o movimento grevista histórico liderado por Luiz Inácio (Lula) da Silva, atual presidente da República. Nesse período, a Administração de Recursos Humanos no Brasil já adota o conceito de Sistemas de Recursos Humanos, compostos por recrutamento e seleção, treinamento (especialmente formação de aprendizes e operários semiqualificados), avaliação de desempenho, programas de cargos e salários, higiene industrial e serviço social. Há maior preocupação com eficiência e desempenho. A adoção dessas práticas se fez necessária dada a circunstância da mão-de-obra, não mais suprida pelos imigrantes europeus – que já traziam nível de educação operária -, mas também por migração interna. No segmento metalúrgico, a prevalência era a mão-de-obra masculina. Já nos pólos industriais de tecelagem, criados no mesmo período em outras regiões paulistas e do Sul do país, a mão- de-obra era predominantemente feminina. A mão-de-obra, com a entrada na tecnologia dos sistemas de fabricação de fios e tecidos, migrou após uma ou duas décadas para a indústria eletrônica, de produtos químicos e farmacêuticos. 1960-1980: PERÍODO DA ABORDAGEM SISTÊMICA Nesse período começam a surgir os primeiros cargos de gerência de recursos humanos. Esses cargos, em sua maioria, tinham responsabilidade de coordenação dos sistemas de recursos humanos. Em algumas empresas mais UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 29 voltadas para o mercado naquele período – como os sistemas financeiros – essas gerências tinham atividades de integração entre os objetivos negociais e as expectativas dos empregados. Alguns raros gerentes de recursos humanos ocupavam posições junto à diretoria da empresa. Esse período apresentou forte ênfase no treinamento e desenvolvimento e alimentação do trabalhador. Essa ênfase foi influenciada pelas políticas governamentais de modernização tecnológica e de incentivos fiscais, como a Lei no. 6.297/1976, de Incentivo Fiscal aos Programas de Treinamento, e o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), homologado no mesmo período, e as normas de Segurança do Trabalho, como as comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) e os Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTs), bem como a difusão do conceito de riscos ocupacionais e necessidades ergonômicas no trabalho. A gestão pública estava vigorosa e empresas como Petrobrás, Banco do Brasil, Embrapa, entre outras, tiveram papel importante na qualificação e produtividade nacional. Ocorre também mudança nas diretrizes e bases do Ministério da Educação com autorização para os sistemas privados de ensino superior. Os cursos privados de administração expandiram-se naquela época, e hoje são em torno de 1.600 cursos em funcionamento. Nas indústrias surgiram as primeiras práticas brasileiras de gestão participativa e qualidade, por meio dos currículos de controle de qualidade – CGQ (entre as pioneiras estão Embraer e J&J, no Vale do Paraíba). Os primeiros instrumentos diagnósticos começam a ser utilizados sistematicamente, embora com sérios problemas de qualificação dos avaliadores e impactos mal gerenciados de contaminação e de subjetividade nos programas de avaliação de desempenho. 1980-1990: PERÍODO RELAÇÕES INDUSTRIAIS INTEGRADAS Esse período caracteriza-se pela integração dos enfoques administrativos, estruturalista e comportamental, o que significa alinhamento entre as rotinas de pessoal, estrutura organizacional e comportamento individual. Há redução do ritmo de modernização da administração como um todo e também da Administração de Recursos Humanos; existem autores que denominam a década perdida. Entretanto, há o que relatar: tendência ao corporativismo, ao detalhamento e à impaciência com as demandas competitivas de pessoal. A função de diretor de Relações Industriais tinha como maior demanda as pressões sindicais e a capacidade de “eliminar” conflitos, especialmente grupais. Nesse período, tornam-se realidade as células de produção, uma revolução silenciosa na forma de produzir nas plantas de fábrica (o mesmo modelo foi transportado para células administrativas, como os centros de tele-atendimento). São realizados treinamentos para formação de liderança, aprendizado de atividades em equipes, e discussões sobre neuroses e patologia do trabalho. Ocorrem muitas mudanças nos padrões empresariais no que se refere a níveis hierárquicos – com a utilização da metodologia de downsizing e rightsizing, com demissões em massa, entrada de novas tecnologias tanto na produção como nos sistemas gerenciais administrativos. Dejours (1996) tem seu livro A loucura do Trabalho lançado no Brasil e cria um novo padrão de consciência das necessidades humanas nas organizações no tocante ao sofrimento psíquico desagregador e ao sofrimento criativo. São criados e estimulados estudos de Saúde Mental no Trabalho. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 30 1990...: REFORMAS ESTRUTURAIS PROFUNDAS Wood Jr. (op. cit.) descreve fatores de reformas estruturais profundas, de migração da função do Recursos Humanos que vivia tempos turbulentos. Buscam novas identidades de denominação: gestão de pessoas, gestor de talentos, departamento de gente, entre outras. Os desafios de qualidade e competitividade são o sinal de vida ou morte das áreas, dos empregos e da própria unidade de negócios. A Administração de Recursos Humanos – que no século XX foi norteada por valores mecanicistas e legalistas – vive novos cenários: tem o desafio de conhecer e integrar elementos do ambiente externo. Os vetores são alta velocidade, qualidade e produtividade, qualificação contínua, emprego com vínculos de fidelidade transitória, entre tantos outros. A autora FRANÇA (2010, p.12) relaciona uma série de eventos que envolveram a evolução da administração brasileira. Classifica esses acontecimentos como uma “turbulência criativa” que pode ser sintetizada nas seguintes perspectivas da Administração de Recursos Humanos: valorização da cultura organizacional brasileira abordagem sobre o comportamento individual, com conhecimento dos perfis demográficos e antropométricos natureza, estratégia e modelos de gestão de pessoas inovação, tecnologia e sistemas de gerenciamento deinformações com linguagem nacional Programas de Qualidade e Produtividade integrados aos fatores do Premio Nacional da Qualidade: PNQ - ISO 9000 modernização da comunicação interna nas empresas brasileiras consciência social: diversidade, inclusão qualificação e desenvolvimento da mão-de-obra aproximação da Administração de Recursos Humanoscom os desafios da saúde ocupacional e qualidade de vida no trabalho perfil do gestor de pessoas, evolução do chefe de departamento pessoal para consultores especialistas internos por unidades de negócio. Tais informações mostram que transformações ocorridas foram muitas, foram abrangentes e profundas. Considerando as perspectivas delineadas por FRANÇA (2010), conclui-se que os caminhos para a Administração de Pessoas estão abertos e que tanto sua atuação quanto sua importância devem continuar em evolução. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 31 3 - Os processos constituintes da GFH O universo de informações sobre os processos que compõem a GFH é imenso e abrange muitos autores que formam um mosaico conceitual, rico e variado, como é a própria função (vimos uma amostra ilustrativa, em Diferentes classificações para os processos da GFH, no item 1). Nesta parte do trabalho são apresentados os processos com as denominações mais comumente conhecidas no ambiente de RH, com o objetivo de se ter uma visão sintética e integrada da GFH. 3.1 - Recrutamento e Seleção As pessoas que compõem a força de trabalho de qualquer organização, ou seja, aquelas que ocupam os cargos que a organização desenhou para poder realizar as suas metas precisam ser captadas no mercado de recursos humanos. Para isso, o processo de colocar essas pessoas nos seus postos de trabalho é realizado pelo binômio RECRUTAMENTO-SELEÇÃO. Esse esforço organizacional de colocar as pessoas em operação na empresa deve levar em consideração a relação que existe entre o MT - MERCADO DE TRABALHO e o MRH - MERCADO DE RECURSOS HUMANOS. O MT - MERCADO DE TRABALHO seria a conjunto das vagas disponíveis, ou seja, oferecidas pelas empresas e para as quais estas buscam candidatos para ocupá-las. O MRH - MERCADO DE RECURSOS HUMANOS seria o conjunto de candidatos, ou seja, dos profissionais que procuram emprego. Esses dois “mercados” são complementares e seu equilíbrio varia de acordo com as condições ambientais (sócio-político-econômicas, etc.). Por exemplo, o MT - Mercado de Trabalho poderá estar em oferta, ou seja, ter muitas vagas para oferecer. Nessa situação as organizações precisam “correr atrás” de candidatos, investindo em processos de recrutamento. Outras vezes, poderá estar em procura, isto é, como as vagas são poucas, os candidatos é que correm atrás das vagas. Neste caso, quase não é necessário promover grandes recrutamentos, pois a procura é quase espontânea. Assim, o processo de colocação das pessoas nos postos de trabalho depende muito do nível de relação entre esses dois mercados, que pode variar tanto no tempo como no espaço. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 32 Recrutamento Recrutamento é o conjunto de atividades responsável por atrair candidatos que estejam no mercado e RH para que seja possível realizar, dentre eles, a seleção dos que vão ocupar as vagas oferecidas pela organização. “O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer seu processo seletivo.”. (CHIAVENATO, 2008, p 114) O processo de recrutamento ideal seria aquele que conseguisse reunir um número adequado de candidatos (nem em excesso, nem em falta) que permitisse ao passo seguinte, o da seleção, fazer uma boa escolha entre eles, para a indicação dos que serão contratados/promovidos. Pode ser dividido em RECRUTAMENTO INTERNO e EXTERNO. O Recrutamento Interno contará com candidatos que já sejam funcionários, interessados em ocupar outros cargos ou funções de que a empresa necessita. O Recrutamento Externo vai se dirigir ao MRH, propriamente dito, que é composto pelos cidadãos componentes da comunidade onde a empresa vai praticar o recrutamento. A empresa poderá, ainda, praticar um Recrutamento Misto, ou seja, combinando candidatos internos e externos, em consonância com suas políticas e/ou conforme definição de sua direção. Qualquer que seja o tipo de recrutamento a ser praticado, a organização precisa deixar claro às fontes que deverão suprí-la, sejam elas áreas da própria empresa ou o mercado externo, que vagas (oportunidades de ocupação de cargos) está oferecendo, de modo que essa informação realmente atinja o segmento que lhe interessa. O número de candidatos que respondem aos anúncios da empresa pode ser uma boa medida que mostra o quanto a empresa foi bem sucedida na divulgação de suas vagas. Como em qualquer decisão organizacional, a escolha pelo processo de recrutamento interno, externo ou misto sempre apresentará vantagens e desvantagens, que deverão ser ponderadas para que os resultados sejam os melhores possíveis. A quando a seguir, adaptado de CHIAVENATO (2008) apresenta esses aspectos: UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – OS PROCESSOS DA FUNÇÃO - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012 Professor José Benedito Regina Página 33 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE ECRUTAMENTO Tipos e resultados INTERNO EXTERNO vantagens Aproveita melhor o potencial humano da organização. Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários. Incentiva a permanência e a fidelidade dos funcionários na organização. Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental. Não requer socialização organizacional de novos membros. Probabilidade de melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos. Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo. Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas. Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades. Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas. Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações. Incentiva a interação da organização com o MRH – Mercado de RH. Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual. desvantagens Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas. Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual. Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização. Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas. Mantém e conserva a cultura organizacional existente. Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua. Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização. Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos. Requer a aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externo. Isso significa custos operacionais. Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários. É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno. Fonte: I.Chiavenato, “Gestão de pessoas”- Ed.Campus, 2008, p117 e 119 Não existe receita: cada organização, em cada momento poderá tomar sua decisão considerando todos esses aspectos. O importante é confrontar esses aspectos da tabela acima com outros, tais como: clima organizacional reinante na organização, com os cadastros de funcionários que tragam o histórico de competência, os programas instituídos na organização, tais como planos de carreira, programas de Treinamento e Desenvolvimento, exigências das vagas disponibilizadas, tanto em termos de CHA envolvidos quanto de tempo para preenchê- las, etc. etc. Já estamos relacionando este primeiro processo da GFH com os conteúdos da UNIDADE II – Comportamento
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