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AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COMO MEIO DE DISSEMINAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL KLEIN, Vanessa 1 ; CANCELIER, Adriano 2 ;SANTOS, Cassiano Vasconcelos 3 ; KLEIN, Viviane 4 ; Resumo: As unidades de conservação abrangem as estações ecológicas e os parques estaduais, estes que são áreas naturais que possuem proteção especial, onde ainda existe um patrimônio natural significativo. O presente trabalho buscou abordar como a existência de Unidades de Conservação pode auxiliar em uma maior disseminação da educação ambiental para a população. A pesquisa foi realizada no Parque Florestal Estadual do Turvo, tendo como sujeitos de pesquisa os visitantes do mesmo. O levantamento das características dos visitantes foi realizado através da aplicação de um questionário auto administrado. Este foi entregue aos visitantes na forma impressa, sendo aplicado a 54 mulheres e 46 homens, totalizando 100 visitantes entrevistados. Os dados foram coletados nos dias: 12/11/2016, 23/12/2016 e 24/12/2016 e 21/01/2017. A questão solicitada aos visitantes era se o Parque Estadual do Turvo era um meio de aprendizagem ambiental. A resposta foi unânime, onde 100% dos visitantes entrevistados confirmaram que a existência do Parque é muito importante para a propagação da educação ambiental. Diante disso, confirma-se a relevância da existência das Unidades de Conservação, pois ao mesmo tempo em que promove-se o lazer, pode- se promover o alcance de conhecimentos reais, que são vivenciados pelos próprios visitantes nos ambientes naturais que cada Parque possui. Palavras- Chave: Unidades de Conservação. Educação Ambiental. Parque Estadual do Turvo. Abstract: Conservation units include ecological stations and state parks, which are natural areas with special protection, where there is still significant natural heritage. This paper aims to address how the existence of Conservation Units can help in a greater dissemination of environmental education to the population. The research took place in the Parque Florestal Estadual do Turvo, having as research subjects the visitors of the park. The survey of the characteristics of the visitors was carried out through the application of a self-administered questionnaire. This was delivered to visitors in printed form, being applied to 54 women and 46 men, totaling 100 visitors interviewed. Data were collected on November 12th, 2016, December 23rd and 24th, 2016, and January 1 Graduada em Química Licenciatura e Especialista em Educação Ambiental. Atualmente é Mestranda do curso em Tecnologias Educacionais em Rede pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: vanessaklein7@gmail.com. 2 Doutor em Engenharia de Producão. Professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: adrianocancelier@gmail.com. 3 Graduando do curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: cassianovs2@gmail.com. 4 Graduanda do curso de Gestão Ambiental do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. E-mail: klein_viviane@yahoo.com. 21st, 2017. The answer was unanimous, where 100% of the interviewed visitors confirmed that the existence of the Park is very important for the propagation of environmental education. Therefore, it is confirmed the relevance of the existence of Conservation Units, because while promoting leisure, one can promote the reach of real knowledge, which are experienced by the visitors themselves in the natural environments that each Park possesses. Keywords: Conservation Units. Parque Florestal Estadual do Turvo. Environmental Education. INTRODUÇÃO As unidades de conservação abrangem, entre outros exemplos, as estações ecológicas e os parques estaduais, estes que são áreas naturais que possuem proteção especial, onde ainda existe um patrimônio natural significativo. As estações ecológicas precisam ter necessariamente 90% de sua área totalmente preservada, já os 10% restantes podem ser utilizados para atividades de educação ambiental e para a pesquisa científica. Os parques estaduais protegem as áreas que possuem espécies de animais e vegetais, e também outros recursos naturais, estes que possam ser de interesse educativo, científico ou recreativo, sua principal característica é permanecerem abertos à visitação pública, ao contrário das estações ecológicas (SÃO PAULO, 1991). Em um guia elaborado pelo estado de São Paulo (1991), são comentados os vários motivos que tornam as Unidades de Conservação locais privilegiados para o desenvolvimento de atividade de educação ambiental: Um deles é a qualidade única destes espaços serem laboratórios vivos onde o visitante entra em contato direto com diferentes ecossistemas que ainda podem ser conhecidos e compreendidos. Cabe ressaltar também que existe uma grande influência de público nestes locais em busca de lazer e contato com a natureza, público este que pode e deve ser sensibilizado em relação à importância da questão ambiental. Por último, há que destacar a presença da população que vivem no entorno e que pode exercer um importante papel na fiscalização e conservação das Unidades. Por estes motivos, as Unidades de Conservação apresenta-se como espaço facilitador e enriquecedor para o desenvolvimento de diversos programas de educação ambiental (SÃO PAULO, 1991). De acordo com a Lei do SNUC, as Unidades de Conservação são divididas em duas categorias: de Proteção Integral e de Uso Sustentável. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei. Podem ser realizadas práticas de educação ambiental e pesquisa científica, além da promoção do uso público regrado. A visitação pública não é permitida em Reservas Biológicas e Estações Ecológicas. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida Silvestre. Os Parques Nacionais, considerando a legislação vigente e a esfera administrativa, são equivalentes aos Parques Estaduais, onde se inclui o Parque do Turvo, e Parques Naturais Municipais. Os objetivos básicos dessa categoria são a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (SEMA, 2005). As Unidades de Conservação foram criadas, tendo como objetivo principal a manutenção destas áreas naturais, na forma menos alterada possível, pois estas unidades são elementos vitais para a conservação da biodiversidade do planeta. Atuam como áreas que não sofreram interferência humana nos seus processos ecológicos e também como um refúgio para as espécies que não conseguem sobreviver em áreas alteradas. Além disso, as UCs são unidades importantes para o seguimento da evolução natural e futuramente para uma restauração ecológica (CAREY et al., 2000). A implantação das Unidades de Conservação é considerada como um meio essencial para a conservação in situ da biodiversidade existente, além de serem fundamentais para a manutenção da integridade das diversas espécies, populações e ecossistemas existentes no local (ERVIN, 2003; RYLANDS; BRANDON, 2005). Unidade de conservação é, assim, uma especialização do espaço protegido, possuindo regras próprias de uso e de não uso, manejo e definição legal para sua criação. Mais especificamente para o caso brasileiro, as unidades de conservação são “espaços territoriais e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos peloPoder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção” (BRASIL, 2000). Logo, as unidades são áreas específicas criadas pelo Poder Público, cujo domínio pode ser público ou privado, podendo ter ou não proteção integral de seus recursos naturais, e, dependendo do tipo, ser compatível com a presença de populações tradicionais no seu interior (MILANO; TAKAHASHI; NUNES, 2004). Neste momento, no Brasil tem-se 5,57% do território nacional sob proteção governamental, nas formas de Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentáveis. As Unidades de Proteção Integral englobam as estações ecológicas, as reservas biológicas, os parques nacionais, monumentos culturais e refúgios da vida silvestres, já as Unidades de Uso Sustentáveis, abrangem as áreas de proteção ambiental, áreas de relevantes interesses ecológicos, florestas nacionais, reservas extrativistas, reservas de fauna, reservas de desenvolvimento sustentáveis e reservas particulares do patrimônio natural (MILANO; TAKAHASHI; NUNES, 2004). Para que possamos mostrar à população a importância da preservação e da existência das áreas naturais, há a necessidade de se promover um processo de sensibilização ambiental primeiramente, para posteriormente, elas adquirirem uma nova percepção e atitude com relação à Natureza, e estas fases podem ser realizadas e promovidas em uma visita bem orientada a uma UC (CAMPOS; TOSSULINO; MÜLLER, 2006). Diante disso, o presente trabalho buscou abordar como a existência de Unidades de Conservação pode auxiliar em uma maior disseminação da Educação Ambiental para a população. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado em uma das Unidades de Conservação do Estado do Rio Grande do Sul, o Parque Estadual do Turvo, este localizado na região noroeste do Estado, no município de Derrubadas. Os sujeitos participantes da pesquisa foram os visitantes do Parque Estadual do Turvo. O levantamento de opiniões dos visitantes foi realizado pela aplicação de um questionário auto administrado, ou seja, que foi preenchido pelo visitante do Parque Estadual do Turvo. O questionário aplicado no presente estudo foi entregue aos visitantes na forma impressa, a fim de fazer um levantamento da opinião dos mesmos. A pesquisa buscou elucidar, através do questionário, as opiniões dos visitantes em relação às Unidades de Conservação, principalmente se o Parque Estadual do Turvo poderia ser considerado um meio de aprendizagem ambiental. O questionário foi aplicado a 100 visitantes do Parque Estadual do Turvo, 54 mulheres e 46 homens. O levantamento das opiniões dos visitantes foi realizado nos dias: 12 de novembro de 2016, 23 e 24 de dezembro de 2016 e 21 de janeiro de 2017, durante a parte da tarde. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com a análise do questionário respondido pelos visitantes do Parque Estadual do Turvo, foi possível obter conhecimento das opiniões dos mesmos sobre a importância das Unidades de Conservação presentes no Estado. A questão solicitada aos visitantes era se o Parque Estadual do Turvo consistia um meio de aprendizagem ambiental. A resposta foi unânime, onde 100% dos visitantes entrevistados confirmaram que a existência do parque é muito importante para a propagação da educação ambiental. A unanimidade das respostas a esta pergunta se deve, principalmente, ao Parque proporcionar a quem o visita um ambiente de lazer e conhecimento, já que todos os espaços naturais possuem belezas diferentes e raras, proporcionando uma conscientização e uma sensibilização de como a natureza e o ambiente em que vivemos é vasto, de belezas imensuráveis e muito importantes para as nossas vidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou elucidar a importância das Unidades de Conservação como meio de desenvolvimento do processo de educação ambiental na sociedade. O principal objetivo deste trabalho foi analisar a opinião dos visitantes do Parque Estadual do Turvo, sobre o mesmo ser um meio de disseminação da educação ambiental. As respostas ao questionário permitiram verificar a grande importância das opiniões de quem visita o Parque, pois pode-se comprovar como é relevante o Estado ter e valorizar as Unidades de Conservação. De acordo com Bolzani e Karam (2003) a educação ambiental é considerada a principal via de disseminação de conhecimento e valores ambientais, auxiliando muito positivamente nas relações das pessoas com o seu meio, além de proporcionar um maior desenvolvimento de consciência crítica das populações envolvidas. Diante disso, pode-se notar a relevância da existência das Unidades de Conservação, pois ao mesmo tempo em que promove-se o lazer, pode-se promover o alcance de conhecimentos reais, que são vivenciados pelos próprios visitantes. REFERÊNCIAS BOLZANI, G.;KARAM, F. F. Participação comunitária e conservação de áreas protegidas: lições do projeto Palomap. Curitiba: SPVS, 2003. CAMPOS, J. B.; TOSSULINO, M. G. P.; MÜLLER, C. R. C. Unidades de Conservação: ações para valorização da biodiversidade. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. CAREY, C. et al. Squandering paradise: The importance and vulnerability of the world’s protected areas. Gland, SUI: WWF, 2000. 226 p. ERVIN, J. 2003. Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Management (RAPPAM) Methodology. WWF, Gland, SUI: Stolton, 2003. MILANO, Miguel Serediuk; TAKAHASHI, Leide Yassuco; NUNES, Maria de Lourdes. Unidades de Conservação: Atualidades e Tendências 2004. Curitiba: Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 2004. RIO GRANDE DO SUL (Estado). Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul (SEMA - RS). Plano de manejo do Parque Estadual do Turvo. Porto Alegre: Divisão de Unidades de Conservação do Estado do Rio Grande do Sul, 2005. SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação Ambiental. Educação ambiental em unidades de conservação e de produção. São Paulo, 1991. 103p. (Séries Guias)
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