Buscar

INVESTIGANDO A CONCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE LICENCIATURA SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

6
INVESTIGANDO A CONCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE LICENCIATURA SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO
Vanessa Klein
Universidade Federal de Santa Maria
vanessaklein7@gmail.com
Márcia Palma Botega
Universidade Federal de Santa Maria
marcipb@hotmail.com
Cláudia Smaniotto Barin
Universidade Federal de Santa Maria
claudiabarin@nte.ufsm.br
RESUMO
As tecnologias vêm induzindo mudanças profundas na maneira de organizar o ensino, neste sentido, os Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) possibilitam o diálogo e o compartilhamento de informações entre estudantes, professores e recursos educacionais, auxiliando assim o processo de aprendizagem dos alunos. A possibilidade de interação e interatividade mediada por um Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) pode redimensionar os papeis dos envolvidos no processo educacional, redefinindo a dinâmica da aula, promovendo mudanças de representações e formando pessoas não apenas para os saberes disciplinares, mas cidadãos mais críticos e participativos. O presente trabalho tem como objetivo investigar a concepção dos estudantes de licenciatura no que tange ao uso do Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) Moodle e recursos das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) no processo de ensino-aprendizagem. Os dados foram coletados e analisados a partir das atividades de estudo individuais e colaborativas e da pesquisa de avaliação tipo survey no Moodle da disciplina de Ciências Naturais e Exatas mediada por Tecnologias Educacionais em Rede ofertada nos Cursos de Licenciatura em Química, Física e Geografia da Universidade Federal de Santa Maria – RS, Brasil. Os resultados apontam que os estudantes apesar de estarem cercados por tecnologias, ainda possuem dúvidas quanto a possível integração das mesmas no processo de ensino-aprendizagem, quanto a sua eficácia nas áreas das ciências exatas e quanto à escolha das metodologias e recursos educacionais adequados. Assim, pode-se afirmar que a formação de professores para o uso das tecnologias ainda não está madura o suficiente para torná-los fluentes quanto ao uso pedagógico das TIC.
Palavras- chave: Formação de professores. TIC. Ensino e aprendizagem.
INTRODUÇÃO
A necessidade de desenvolvimento de estratégias para a melhoria da qualidade da educação é unanimidade nas discussões em eventos e artigos científicos da área. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP (2007), a melhoria da qualidade do ensino requer uma reestruturação de várias dimensões que vão desde a prática pedagógica até a gestão escolar e a permanência e sucesso do estudante na escola.
No ambiente escolar, estudantes e professores sempre foram mediados por materiais didáticos, que, conceitualmente, são tecnologias educacionais. Do quadro negro ao lápis, do ponto de vista tecnológico, ambientes e objetos têm sido modelados e remodelados com intencionalidade educacional, conforme afirmam Bastos et al. (2010).
Transformar os espaços educacionais possibilitando aos estudantes e professores criar, acessar, utilizar, transformar e compartilhar informação e conhecimento é o desafio que se impõe no mundo atual, influenciado pelas Tecnologias da informação e da Comunicação (TIC), pois como afirmam Dias e Leite (2010) ainda não é possível determinar como se dá a construção do conhecimento na era da informação.
No entanto, de acordo com o autor, é possível analisar as ferramentas que permitem a representação, o armazenamento e a construção do conhecimento. É necessário conhecer todas as potencialidades geradas pela integração das TIC ao processo de ensino-aprendizagem, independente dele ser presencial, hibrido ou a distância. 
As tecnologias ampliam as perspectivas de ensino extrapolando os limites físicos da sala de aula. A possibilidade de interação e interatividade mediada por um Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) pode redimensionar os papeis dos envolvidos no processo educacional, redefinindo a dinâmica da aula, promovendo mudanças de representações e formando pessoas não apenas para os saberes disciplinares, mas cidadãos mais críticos e participativos. 
As tecnologias vem induzindo mudanças profundas na maneira de organizar o ensino, neste sentido, os AVEA possibilitam o diálogo e o compartilhamento de informações entre estudantes, professores e recursos educacionais, dinamizando, assim, o processo de ensino-aprendizagem e requerendo dos sujeitos envolvidos uma postura crítica e reflexiva sobre as problemáticas propostas.
No entanto, conforme afirma Kenski (2007, p.46):	
Para que as TIC possam trazer alterações no processo educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para garantir que o seu uso, realmente, faça diferença. Não basta usar a televisão ou o computador, é preciso saber usar deforma pedagogicamente correta a tecnologia escolhida.
Assim, é preciso considerar que as tecnologias orientam a prática educativa e impõem a necessidade de mudanças profundas nas concepções sobre o que é ensinar e aprender.
Permeia-se assim um leque de ações que ao desde a formação de professores para o uso das tecnologias e como estas serão integradas ao ensino pelos futuros professores. As novas exigências advindas de um mundo globalizado e em constante transformação não se preocupam apenas com as questões metodológicas, mas também com a atitude diante do processo de aquisição de conhecimento e produção de saberes, bem como uma nova concepção de homem, de mundo e de sociedade. Isto implica que o professor ao adquirir papeis diferentes a desempenhar, torna necessários novos modos de formação que possam prepará-lo para o uso pedagógico das TIC (ALMEIDA, 2000).
Dentro desta perspectiva, faz-se necessário refletir sobre a formação inicial desses futuros professores, e que de acordo com Almeida (2002, p.3), precisa “[...] propiciar ao formando condições de desenvolver crítica e reflexivamente um estilo próprio de atuar com a tecnologia”. Porém, esse estilo personalizado necessita antes de tudo, estar pautado em princípios de uma abordagem que venha trazer contribuições para o processo de construção de saberes. Almeida (2002) defende que a formação deve possibilitar circunstâncias para que os profissionais sejam reflexivos.
Nesse cenário, o presente estudo tem o objetivo de investigar a concepção dos estudantes da disciplina Ciências Naturais e Exatas mediada por Tecnologias Educacionais em Rede ofertada para os Cursos de Licenciatura em Química, Física e Geografia da Universidade Federal de Santa Maria, no que tange ao uso do AVEA Moodle e recursos das TIC no processo de ensino-aprendizagem.
METODOLOGIA
A presente pesquisa está pautada em uma abordagem quali-quantitativa configurando-se como uma pesquisa-ação, a qual implica numa interação do pesquisador com seus sujeitos de investigação para a análise da realidade encontrada e para a construção de conhecimento (Figura 1). Conforme Fonseca (2002, p. 35) “o pesquisador quando participa na ação traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato para a realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos que a integram.”
Figura 1 – Estratégia da pesquisa-ação
Participaram da pesquisa 31 estudantes do Centro de Ciências Naturais e Exatas da Universidade Federal de Santa Maria matriculados na disciplina de Ciências Naturais e Exatas mediada por Tecnologias Educacionais em Rede ofertada nos Cursos de Licenciatura em Química, Física e Geografia. 
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário elaborado a partir do aplicativo Formulário do Google Drive, o qual pode ser acessado em https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dDZEMDlrTzJGSDZjOHV0ZTRZ0paZGc6MQ 
O questionário foi disponibilizado aos estudantes no AVEA Moodle a partir da segunda metade do semestre letivo. O instrumento constituiu-se de questões abertas e fechadas, abordando temas como o usoda Internet para estudo e suas potencialidades, vantagens e desvantagens do uso de AVEA nas disciplinas presenciais, meios de disponibilização de materiais didáticos e atividades individuais e colaborativas.
RESULTADOS
A população alvo constituiu-se de 31 estudantes apresentando em sua maioria faixa etária entre 19 e 22 anos. 
Com relação ao uso da Internet, 92% dos estudantes afirmam acessar diariamente, sendo que o maior interesse no acesso é para a obtenção de informações, seguido do interesse pelas redes sociais e pesquisas escolares. 
Quanto à forma como os estudantes concebem a potencialidade da Internet para sua formação profissional, os mesmos afirmam que a ferramenta contribui para sua formação, sendo normalmente utilizada como fonte de pesquisa para aulas e estudos, conforme pode ser vislumbrado nas falas abaixo: 
Posso buscar muitas informações e conhecimento através dela. Procuro muitas figuras e exemplos para levar no estágio e mostrar aos meus alunos. Quando não entendo certo conteúdo, procuro sites que me ajudem em determinado conceito. (Estudante A)
Pesquisas de periódicos. Uma vez que, todos os artigos científicos estão disponíveis na internet, ao alcance de um click, vejo a internet como uma ferramenta fundamental na obtenção de conhecimento científico aplicado e global. Fornecendo subsídio para a minha pesquisa. (Estudante B)
Laudon (1999) destaca algumas das funcionalidades da Internet, entre elas: (i) a aceleração do acesso às informações; (ii) a melhoria de comunicação e colaboração entre pessoas; (iii) a aceleração da divulgação de novos conhecimentos e das descobertas científicas e (iv) a facilitação do comércio eletrônico, das transações comerciais e dos serviços aos clientes. Entretanto, cabe salientar a necessidade crescente de avaliação da qualidade da informação disponível nas redes.
Como afirma Cortella (2009, p. 24) “a Internet, dentre as mídias contemporâneas, é a mais versátil ferramenta para acesso à informação; no entanto, transformar esta informação em conhecimento exige, antes de tudo, critérios de escolha e seleção, dado que o conhecimento (ao contrário da informação) não é cumulativo, mas seletivo”.
Em outras palavras, a Internet pode ser utilizada potencialmente para o acesso à informação, porém, o processo de transcrição desta para a produção de saberes requer um indivíduo crítico e disposto a dialogar com seus pares e gerar conhecimento a partir do confronto de ideias e entendimentos sobre um determinado conteúdo. É nas relações entre os indivíduos que o conhecimento é concebido e internalizado. Neste contexto, os AVEA surgem como importante ferramenta na proposição de atividades que sejam permeadas por processos de discussão e divergência de posições, favorecendo o diálogo e o desenvolvimento individual e coletivo.
Quanto a preferência dos estudantes em relação ao tipo de material didático instrucional utilizado nas aulas, os mesmos afirmam que os recursos educacionais propostos no AVEA os mantém mais interessados, por serem, em sua maioria, mais dinâmicos e ilustrativos quando comparados a outros materiais didáticos, conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Preferência dos estudantes pelo tipo de material didático instrucional
De acordo com eles a leitura de forma mais dinâmica propiciada pelos ambientes virtuais de aprendizagem facilitam o processo de aprendizagem, possuindo uma linguagem menos rebuscada.
Um dos estudantes aponta que:
Todos materiais didáticos pois, um complementam o outro, assim como a internet! O livro na minha opinião ainda é o melhor deles, pois é uma compilação bastante detalhada do conteúdo que aborda. Sendo que um bom livro é capaz de suprir satisfatoriamente a demanda de conhecimento de qualquer aluno. (Estudante E)
No que se refere ao meio de disponibilização de materiais didáticos instrucionais, a preferência dos estudantes aponta novamente para o AVEA (52%), embora outros prefiram que seja utilizado o e-mail da turma (19%) e o xérox (16%), como pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 – Preferência dos estudantes pelo local de disponibilização do material 
Entretanto, quando arguidos sobre a preferência por atividades individuais ou colaborativas, poucos estudantes sentem-se confortáveis com atividades que exigem sua interação e posicionamento frente aos demais colegas, como podemos observar nas falas abaixo:
Colaborativas, pois podemos discutir os pontos que não estão bem esclarecidos e construir uma explicação adequada. (Estudante F)
Depende, mas na maioria das vezes individual. Prefiro fazer atividades individuais ou, no máximo, em dupla, pois gosto de fazer as coisas o melhor possível e, num grupo grande, nem sempre isso é possível. (Estudante G)
Individual. Evita de alguém não fazer nada! (Estudante H)
Prefiro as atividades colaborativas, pois a troca de experiências e informações, em torno de um tema comum enriquece o aprendizado. (Estudante I)
Tal desconforto em relação à atividades que estimulem a interação e posicionamento dos estudantes tem origem histórica no sistema tradicional de ensino, no qual o aluno não está habituado a ser ouvido sendo, ainda, moldado para produzir repetições da fala do professor, o que dificulta muito o processo de internalização do saber.
Piaget (2002) ressalta que a aprendizagem não é uma atividade simplesmente individual e que o conhecimento se dá na ação, e para ele, as operações mentais são ações, de uma forma interiorizada e coordenada com outras ações do mesmo tipo, porém, adverte que essas operações não são absolutamente atributos do indivíduo isolado e presumem, necessariamente, a colaboração e o intercâmbio entre os indivíduos.
Dessa forma, a interação pode promover discussões e debates, e o trabalho colaborativo permite uma construção coletiva e descentrada do saber. Conforme Primo (2006), o trabalho colaborativo permite operar em conjunto para que o grupo possa criar seus trabalhos e cada interagente precisa tomar o ponto de vista de seus colegas, avaliando as contribuições do outro e as opiniões divergentes e o ponto de vista de cada um vai sendo enriquecido na diferença e com isso, o grupo torna-se também responsável por reconstruções cognitivas.
Durante as interações entre estudante e professor, e entre os próprios estudantes, uma rede de aprendizagem se forma. Ainda, conforme Pallof e Pratt (1999), o sucesso das atividades de estudo depende dessas interações. Os estudantes interagindo, inclusive no confronto com outras opiniões em atividades colaborativas, podem repensar suas posições frente ao assunto, mudando-as, ampliando-as ou fortalecendo seus argumentos de defesa. Trata-se de um movimento muito diferente do que resulta do tradicional hábito de apenas responder às demandas do professor, no automatismo sem reflexão (Fagundes et al., 1999; Primo, 2006).
Magdalena e Costa (2003) ressaltam que com a intensificação das interações entre os estudantes, que passam a conhecer e intervir no trabalho de seus colegas, abre-se a possibilidade para que a intervenção problematizadora seja horizontalizada, ou seja, a problematização deixa de ser exclusividade do professor. 
Assim, a aprendizagem por meio de atividades colaborativas requer um sujeito crítico, que saiba se posicionar e mediar conflitos em prol de uma solução conjunta, conforme afirmam Magdalena e Costa (2003).
Entre as principais vantagens identificadas pelos estudantes em relação ao uso do ambiente Moodle no ensino presencial destaca-se a flexibilidade temporal, onde o aluno estabelece seu tempo de aprendizado, e a linguagem audiovisual, como podemos conferir nas citações abaixo:
A principal vantagem é a de não precisar ter um tempo certo no dia para entrar e acessar a aula ou as tarefas. E a outra vantagem é o material que é utilizado para as aulas, pois eles podem ser bem explicativos, apenas por possuírem figuras coloridas ou vídeos explicativos. (Estudante J)
A comodidade de poder consultar as atividades a qualquer hora, a realização de atividades online e a possibilitação da utilização deferramentas como vídeos e imagens. (Estudante K)
A linguagem audiovisual apresenta como grande vantagem o fato de expressar muito mais do que captamos, pois utiliza-se de múltiplos caminhos do que conscientemente percebemos. Portanto, o produto audiovisual pode ser utilizado como potencializador e motivador da aprendizagem e organizador do ensino na sala de aula. Os recursos audiovisuais permitem penetrar em realidades de dimensões microscópicas. Mesmo as situações mais abstratas e desprovidas de imagens podem ser apresentadas por meio de algum tipo de estrutura audiovisual. 
Um dos grandes desafios que se apresenta é integrar consciente e criticamente a escola, seus alunos e professores, no universo do audiovisual. Educar com essa tecnologia é um desafio permanente (Arroio e Giordan, 2006).
Por outro lado, o uso de múltiplas linguagens flexibiliza o aprendizado na medida em que respeita as individualidades dos sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Valente (1993), no entanto, ressalta que na abordagem instrucionista, o computador e as demais TIC podem assumir o papel antes atribuído ao retroprojetor, sendo utilizados exclusivamente para exibição do conteúdo de ensino, em atividades que mantém o aluno na condição de sujeito passivo, o que também se reflete quando a atividade é proposta em softwares educacionais do tipo exercício – e – prática, embora interativa, avança somente quando responde corretamente ao perguntado pela máquina, sem necessariamente compreender os conceitos envolvidos. 
Como afirma Valente (1999, p. 90), “o software tem o controle da situação de ensino e do que pode ser apresentado ao aprendiz, que pode mudar de tópicos, simplesmente apertando a tecla ENTER ou o software altera a sequência de acordo com as respostas dadas por ele”.
Neste sentido percebe-se a responsabilidade do professor formador, pois seus estudantes carregaram consigo suas influências. Almeida (2000, p. 46) afirma que [...] é preciso que os formadores de professores favoreçam aos professores em formação a tomada de consciência sobre como se aprende e como se ensina; leve-os a compreender a própria prática e a transformá-la em prol de seu desenvolvimento pessoal e profissional, bem como em benefício do desenvolvimento de seus alunos.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos demonstram que a integração das tecnologias no processo de formação de professores começa a despontar sendo que alguns estudantes já a percebem como mediadora da construção de saberes. Mesmo que ainda não possuam a autonomia necessária e a fluência pedagógica para o uso destas ferramentas, já concebem que o uso das mesmas quando planejado e monitorado pode aproxima estudante-professor e estudante-conteúdo, fazendo com que o estudante torne-se parte do processo.
A construção flexível e colaborativa do saber, que suportam a exploração da multidimensionalidade das representações de conhecimento, requer a reflexão sobre a prática docente e corrobora a afirmativa de Freire de que o ensino-aprendizagem é indissociável, assim, não é possível ensinar sem aprender, nem aprender sem ensinar, neste processo as transformações ocorrem em duas vias envolvendo todos os agentes do aprendizado. 
Embora este seja um estudo preliminar, os resultados obtidos contribuem para uma visão geral do processo de ensino-aprendizagem que vem sendo desenvolvido, dando voz e autonomia aos alunos e tornando-os parceiros nesse movimento constante de ação, reflexão/análise e revisão, fundamental para aprimorar as práticas educativas. 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. Incorporação da tecnologia de informação na escola: vencendo
desafios, articulando saberes, tecendo a rede. In: MORAES, M. C. (Org.). Educação a
distância: fundamentos e práticas. Campinas, SP: NIED/Unicamp, 2002.
______. O computador na escola: contextualizando a formação de professores. 2000.
Tese (Doutorado em Educação)– Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2000.
ARROIO, A.; GIORDAN, M.. O vídeo educativo: aspectos da organização no ensino.
Química Nova na Escola, n.24, p.8-11, 2006.
BASTOS, F. de P; ANGOTTI, J.A.P.; TOLENTINO-NETO, L.C.B.; CORTE REAL,
M.P.. Educação mediada por tecnologias educacionais livres: diálogo problematizador
necessário à formação de professores no âmbito da Universidade Aberta do Brasil.
Inter-Ação, v. 35, n. 2, p. 293-303, 2010.
CORTELLA, M. S.. Não nascemos prontos!:Provocações filosóficas. Ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2009.
DIAS, R. A.; LEITE, L.S. Educação à distância: da legislação ao pedagógico. Rio de
Janeiro: Editora Vozes, 2010.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
INEP, SEB/MEC, AÇÃO EDUCATIVA, UNICEF, PNUD, (Coord.). Indicadores de
qualidade na educação. 3 ed. Ampl. São Paulo: Ação educativa, 2007.
KENSKI, V.M. Educação e tecnologias o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus.
2007. 141 p.
LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane Price. Sistemas de informação com Internet.
4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. 389 p.
MAGDALENA, B.C.; COSTA, I.E.T. Internet em sala de aula: com a palavra, os
professores. Porto Alegre: Artmed, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/limc.
Acesso em: 30 abril.2017.
PALLOFF, R.M.; PRATT, K. Building Learning Communities in Cyberspace: effective strategies for the online classroom. San Francisco: Jossey-Bass, 1999.
PIAGET, J. Para onde vai à educação? 16. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.
PRIMO, A. Avaliação em processos de educação problematizadora online. In: SILVA,
M.; SANTOS, E. (Org.). Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo:
Loyola, 2006, p. 38-49.
REZENDE, W.M.; DIAS, A.I.A. Educação a Distância e Ensino Presencial:
Incompatibilidade ou Convergência? Revista EAD em Foco, Rio de Janeiro, v.1, n.1,
p.7-16, abr/out. 2010.
VALENTE, J. A.. (Org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas:
UNICAMP, 1999.
_____________. Educação à distância: criando abordagens educacionais que
possibilitam a construção de conhecimento. In: ARANTES, Valéria Amorim et al.
Educação a distância: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2011.
Planejamento
Elaboração de Material
Disponibilização no AVEA Moodle
Avaliação
Reflexão
AVEA MOODLE	Biblioteca	Xerox	0.52	7.0000000000000007E-2	0.16	
AVEA MOODLE	Biblioteca	Xerox	Outros	Email da turma	0.52	7.0000000000000007E-2	0.16	0.06	0.19

Outros materiais