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SOP 
MARC 3S 
As amenorreias podem ser classificadas em primária ou 
secundária. A inexistência da menarca, isto é, a ausência 
da primeira menstruação espontânea, caracteriza a 
amenorreia primária, que deve ser investigada quando 
a menarca não ocorrer, de acordo com os critérios a 
seguir: 
 até os 13 anos de idade e sendo observada 
completa ausência de caracteres sexuais 
secundários; 
 até os 15 anos de idade em meninas com 
caracteres sexuais secundários presentes; 
 até três anos após o início do desenvolvimento 
das mamas, se isto se deu antes dos 10 anos de 
idade. 
A ausência de menstruação após a existência de ciclos 
menstruais é denominada amenorreia secundária e 
deve ser investigada quando a menstruação não ocorre 
por três meses ou três ciclos menstruais 
consecutivos. Algumas situações devem ser 
particularizadas: 
 Presença de características sexuais secundárias 
antes dos 16 anos e ausência de 
menstruação, porém com dor pélvica cíclica: 
iniciar investigação pelo risco de 
criptomenorreia, situação na qual as 
menstruações ocorrem, porém não se 
exteriorizam por obstrução canalicular 
causada por agenesia de porção mulleriana da 
vagina ou defeito do seio urogenital, como 
hímen imperfurado, por exemplo; 
 Presença de alteração dos órgãos genitais ou de 
estigmas somáticos sugestivos de alterações 
genéticas (ex.: síndrome de Turner): iniciar a 
investigação independentemente da idade. 
A menstruação normal exige produção ovariana 
adequada de hormônios esteroides. A redução da 
função ovariana (hipogonadismo) resulta de ausência 
de estimulação pelas gonadotrofinas (hipogonadismo 
hipogonadotrófico) - em mulheres sem evidências de 
produção endógena de estrogênio , que apresentam 
 
 
níveis normais ou baixos de FHS, níveis normais de 
prolactina e ausência de lesão do eixo hipotalâmico 
hipofisário - ou de insuficiência ovariana primária 
(hipogonadismo hipergonadotrófico) – em mulheres 
com altos níveis séricos de FHS indicativos de 
insuficiência ou falência gonadal.. Diversos distúrbios 
estão associados a níveis relativamente normais de 
LH e FSH (eugonadotróficos), porém com perda da 
ciclicidade apropriada – em mulheres com evidências 
de produção de estrogênio e níveis normais de 
prolactina e FSH . Um exemplo clássico desta 
categoria é a síndrome do ovário policístico. 
As causas de amenorreia podem ser divididas em 
etiologias anatômicas e hormonais/endocrinológicas: 
 
SOP compreende uma forma de hiperandrogenismo 
acompanhada por anovulação crônica. Conhecida 
também como síndrome de Stein-Leventhal. Associação 
entre amenorreia, hirsutismo, obesidade e ovários 
policísticos. Cursa com aumento do risco de diabetes e 
doença cardiovascular. 
Sua etiologia é multifatorial e ainda não está totalmente 
esclarecida, envolvendo a predisposição genética e a sua 
interação ambiental. Atualmente a SOP é considerada 
SOP 
MARC 3S 
uma doença metabólica, pois além das manifestações 
ginecológicas, essa patologia pode cursar com alterações 
lipídicas, diabetes mellitus (DM), obesidade, hipertensão 
arterial sistêmica (HAS), aumento do risco cardiovascular, 
entre outros fatores. O principal achado clínico nas 
pacientes com SOP é a associação do hiperandrogenismo 
e da anovulação, porém as manifestações clínicas são 
bastante variadas, incluindo hirsutismo, infertilidade, 
acne, obesidade, entre outras manifestações. Diagnóstico 
da SOP é necessário a investigação e exclusão de outras 
patologias que cursam com sinais e sintomas 
semelhantes, como tumores produtores de androgênios, 
hiperplasia de adrenal e hiperprolactinemia. A SOP é a 
principal causa de anovulação crônica e 
hiperandrogenismo em mulheres, estando presente em 
cerca de 90% das mulheres com ciclos anovulatórios e 
80% das mulheres com hiperandrogenismo. 
Essa síndrome é, sem dúvida alguma, a causa mais 
comum de anovulação crônica com estrogênio presente. 
As pacientes com SOP podem se apresentar com 
uma ampla variedade de quadros menstruais. Primeiro, 
ocorre a menorreia total seguindo-se à anovulação. 
Sem ovulação, não há progesterona e sem a queda 
súbita de progesterona não há fluxo menstrual. 
Contudo, em algumas mulheres com SOP, a amenorreia 
pode ser causada pela capacidade dos androgênios, 
elevados nessas pacientes, de atrofiar o endométrio. 
Alternativamente, é possível haver menometrorragia 
secundária à estimulação estro gênica endometrial sem 
oposição. No interior desse endométrio instável, 
espessado em fase proliferativa, episódios de colapso 
estromal com descolamento levam a sangramento 
irregular. Os vasos podem estar excessivamente 
aumentados no endométrio anovulatório e o 
sangramento talvez seja intenso. Finalmente, as mulheres 
com SOP ocasionalmente podem ter ciclos ovulatórios 
com sangramento menstrual normal. 
Os sinais clássicos envolvem o hiperandrogenismo 
ovariano funcional ou a hiperplasia suprarrenal 
congênita parcial de início tardio podem ocorrer na 
adolescência. Muitas vezes, esses distúrbios são 
negligenciados, não são reconhecidos ou não recebem 
tratamento. As mulheres portadoras até mesmo de 
distúrbios leves são candidatas à intervenção, que 
incluem modificações do estilo de vida para 
normalizar o peso e intervenções farmacológicas para 
tratamento do sangramento anormal ou do hirsutismo. 
Tais distúrbios podem ser precursores de diabetes 
tipo 2, câncer do endométrio e doença vascular 
cerebral. Acne, hirsutismo e irregularidades menstruais 
são, comfrequência, considerados normais na 
adolescência, mas podem ser manifestações de 
hiperandrogenismo. 52,85 É possível que a anormalidade 
androgênica persista após a adolescência. Devem-se 
avaliar obesidade, hirsutismo e acne a fim de que se 
minimizem os custos psicossociais importantes. As 
alterações androgênicas são parcialmente reversíveis se 
detectadas cedo e tratadas de modo correto. As 
alterações do comportamento (alimentação e exercício) 
devem ser estimuladas, mas muitas vezes é difícil alcançá-
las. Sinais de resistência à insulina ( acantose nigricans) 
também devem ser avaliados e tratados corretamente. 
 
DIAGNÓSTICO: Existem vários critérios que podem ser 
usados para o diagnóstico da síndrome dos ovários 
policísticos, como o National Institutes of Health (NIH), 
Consenso de Rotterdam e Androgen Excess and PCOS 
Society 
(AE- -PCOS). O mais utilizado é o critério de Rotterdam que 
leva em conta um consenso entre a European Society for 
Human Reproductive Medicine (ESHRE) e a American 
Society for Reproductive Medicine (ASRM). Segundo esse 
SOP 
MARC 3S 
consenso está presente pelo menos dois dos três critérios 
propostos para o diagnóstico: oligo-amenorreia, 
hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e morfologia 
ultrassonográfica de policistose ovariana. Além disso, é 
obrigatório que outras doenças que causam 
hiperandrogenismo deve ser excluídas. 
De acordo com os critérios de Rotterdam é possível o 
diagnóstico de SOP em mulheres com ciclos regulares e 
ovulatórios, desde que tenha hirsutismo e ovários 
policísticos a USG, item obrigatório nos outros critérios 
citados acima. Outro ponto é de que com esses critérios, é 
possível haver pacientes com SOP sem os sinais de 
hiperandrogenismo, que caracteriza a doença. 
CRITÉRIOS DE ROTTERDAM 
1.Alteração dos ciclos menstruais 
2. Hiperandrogenismo clínico 
3. Morfologia ovariana policística à ultrassonografia (USG) 
De acordo com esses critérios, entende-se por alteração no 
ciclo menstrual a ausência de menstruação por um período 
de 90 dias oumais ou a presença deum número de ciclos 
menstruais menor ou igual a 9 por ano. Em relação ao 
hiperandrogenismo, deve-se pontuar esse critério quando 
houver pelo menos um dos seguintes achados: Acne, 
hirsutismo e alopecia de padrão androgênico ou 
hiperandrogenismo laboratorial. 
O hiperandrogenismo laboratorial ocorre quando há 
elevação de pelo menos um androgênio, que pode ser 
testosterona total, androstenediona e/ou sulfato de 
desidroepiandrosterona sérica (SDHEA). 
 Com relação a presença de ovários policísticos à 
USG, deve ter mais de20 folículos antrais de 
tamanho entre 2 e 9 mm, em pelo menos um dos 
ovários ou volume ovariano de maior ou igual à 10 
cm3 (Imagem 3). Não deve ser considerado o ovário 
que apresente folículo dominante ou corpo lúteo. 
Nesses casos, o exame deve ser repetido 
 
 
 
 
 
 
 Novos estudos têm usado o hormônio anti-
mulleriano (HAM) como método diagnóstico, com 
evidências de boa correlação entre os os seus 
níveis e a contagem de folículos, volume ovariano 
e distribuição periférica dos folículos. Com base 
nesses estudos, o HAM está sendo contado para 
substituir a USG, no entanto, devido a 
discrepâncias no ponto de corte entre esses 
estudos, o HAM ainda não é utilizado como 
critério diagnóstico. 
Em exames complementares temos: 
 LH e FSH: Normalmente virá com a relação 
aumentada, maior que 2 
 BHCG: para exclusão de gravidez em pacientes 
com amenorreia. 
 Avaliação hormonal: Testosterona, 
androstenediona e SDHEA, que podem estar 
normais ou levemente aumentados. 
SOP 
MARC 3S 
 SGBG que estará reduzida devido a redução da 
sua síntese no fígado por ação dos andrógenos 
circulantes 
 
TRATAMENTO: 
A SOP possui uma ampla gama de sinais e sintomas com 
grande impacto na qualidade de vida das pacientes. Por 
isso o tratamento dos sintomas da SOP varia de acordo 
com as queixas de cada paciente individualmente. Além 
disso, o tratamento precoce da SOP reduz a 
morbimortalidade por doenças cardiovasculares. 
NÃO MEDICAMENTOSO – Uma das queixas frequentes 
entre as pacientes com SOP é o sobrepeso e obesidade e 
para isso, como na população geral recomenda-se 
modificações do estilo de vida, com cessação do 
tabagismo e do uso abusivo de álcool, prática de atividade 
física regular e alimentação saudável. A perda de peso 
está associada a melhora da obesidade, dislipidemia, 
hipertensão, doença hepática gordurosa não alcoólica, 
apneia do sono, regulação endócrina, hiperglicemia e 
efeitos positivos na normalização dos ciclos menstruais. 
Evidências apontam que a perda de peso melhora os 
índices de ovulação, contribuindo para redução da 
infertilidade. Além disso, está relacionada a redução de 
abortamentos e doenças gestacionais, tanto fetais, 
quanto maternas. 
Para o hirsutismo, medidas cosméticas como métodos de 
depilação e epilação (retirada inteira dos pelos) também 
podem ser empregados. 
A depilação é a técnica mais utilizada, no entanto, efeitos 
colaterais como irritação da pele podem surgir. Dentre as 
técnicas de epilação pode-se usar a retirada mecânica dos 
pelos com pinça, cera e laser ou através da retirada 
permanente com a destruição térmica dos folículos 
pilosos. É comum em pacientes com SOP problemas 
psicológicos, como ansiedade e depressão, devido ao 
impacto do hiperandrogenismo na feminilidade e 
autoestima, sendo necessário uma abordagem 
multidisciplinar entre com profissionais ligados a saúde 
mental. 
MEDICAMENTOSO – O tratamento medicamentoso visa 
reduzir as queixas mais comuns das pacientes com SOP. 
◊ Irregularidade menstrual: Para o tratamento da 
irregularidade menstrual, é recomendado o uso 
preferencial de anticoncepcionais hormonais combinados 
(AHC) no tratamento de mulheres com SOP que não 
desejam gestar. Esses medicamentos além de promover a 
regularização dos ciclos menstruais e anticoncepção, 
 
também estão ligados a redução dos níveis de 
androgênios circulantes e promove antagonismo 
endometrial com a progesterona. Isso ocorre o estrogênio 
dos AHC aumenta a síntese e liberação de SHBG no fígado, 
reduzindo a quantidade de testosterona livre. Dessa 
forma, os AHC diminuem o hirsutismo e mais da metade 
das pacientes e reduz a proliferação endometrial. 
Mulheres que possuem contraindicação ao uso de AHC, 
podem fazer uso do progestágenos isolados para 
regularização do ciclo, porém esse medicamento não 
previne a gravidez e o não melhora o hirsutismo, além de 
está ligado a efeitos colaterais como cefaleia e ganho de 
peso. 
 Em mulheres com amenorreia, deve-se descartar 
gestação antes de iniciar o uso dos 
anticoncepcionais. Alguns estudos apontam que 
com o uso da metformina, além da melhora no 
perfil metabólico, está associada a redução da 
secreção de androgênios, melhorando assim o 
ciclo menstrual. Com isso, esse medicamento 
pode ser usado no tratamento de segunda linha 
para melhora das irregularidades menstruais em 
mulheres com SOP. 
Hiperandrogenismo clínico: Para o tratamento do 
hirsutismo clínico assim como de graus moderado e grave 
e da acne, pode-se utilizar os antiandrogênicos, associado 
a AHC. A medicação de escolha é o acetato de 
ciproterona. Entretanto, esses medicamentos estão 
associados ao ganho de peso e redução da libido. 
 Os antiandrogênicos estão ligados a feminilização 
de fetos masculinos, por isso sempre deve está 
associado a métodos contraceptivos. Ademais, os 
AHC além de promover a regularidade menstrual, 
estão ligados a redução dos androgênios livres, 
reduzindo o hirsutismo. Medicações 
antiandrogênicas como espironolactona e 
finasterida que é um inibidor da enzima 5-alfa-
SOP 
MARC 3S 
redutase também podem ser utilizadas no 
tratamento do hirsutismo, mas possuem alguns 
efeitos colaterais, sendo mais usadas quando há 
contraindicação ou não resposta às demais 
medicações 
Distúrbios metabólicos: Para mulheres que não 
atingiram controle metabólico com a melhora da 
qualidade de vida, a metformina pode ser 
recomendada como adjuvante. Essa medicação é 
associada à redução da resistência insulínica, 
obesidade e melhora do perfil lipídico, além de 
reduzir a gliconeogênese hepática e melhorar as taxas 
de ovulação. 
Infertilidade: Pacientes que desejam gestar podem 
utilizar medicações que induzem a ovulação, sendo a 
droga de primeira escolha o Citrato de Clomifeno. 
Essa medicação possui bons níveis de ovulação e 
gravidez. Na intolerância a essa droga, pode-se utilizar 
ainda gonadotrofinas. Vale lembrar que com o uso 
dessas medicações a paciente deve ser monitorada 
com ultrassonografias visando melhor eficacia 
gestacional e identificação de efeitos colaterais como 
a Síndrome do hiperestímulo ovariano. A fertilização 
in vitro (FIV) também tem altas taxas de sucesso em 
pacientes com SOP que desejam engravidar. Cirurgias 
para ressecção da cunha ovariana e 
eletrocauterização ovariana (Drilliing ovariano) 
também podem ser empregadas em casos 
selecionados. 
 ◊ Cirurgia bariátrica: Pacientes com SOP que tenham 
dificuldade de perda de peso, sobretudo com 
obesidade grave, podem utilizar a cirurgia bariátrica 
como opção de tratamento. Essa cirurgia, 
independente da técnica empregada, está relacionada 
à redução ponderal, regularização hormonal e 
metabólicos, além de melhoria no hirsutismo, 
irregularidade menstrual e fertilidade.

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