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Sepse Introdução → • Conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção; • Conhecida como: septicemia, infecção no sangue ou infecção generalizada; • Resposta desregulada a infecção le- vando a disfunção orgânica em todo o or- ganismo, sendo uma resposta inflamatória numa tentativa de combater o agente da in- fecção. → • Prematuros, crianças abaixo de um ano, idosos acima de 65 anos, portadores de ne- oplasias, AIDS ou que fizeram uso de qui- mioterapia ou outras medicações que pode causar imunossupressão, patologias crôni- cas como insuficiência cardíaca, insuficiên- cia renal, diabetes, usuários de álcool e dro- gas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas; • Porém: qualquer pessoa pode desenvolver uma sepse; • Qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse; • As mais comuns são pneumonia, infecções abdominais e infecções urinárias. Quanto menor o tempo de infecção, menor a chance de surgimento da sepse. → • A causa mais comum de sepse é a pneu- monia, seguido por infecções do trato gas- trointestinal, renal e geniturinário; • Dentre os microrganismos Gram positivos temse Streptococcus pneumoniae, Sta- phylococcus aureus, além dos Gram negati- vos como E. coli, Klebsiella e Pseudomonas Aeruginosas; • Além disso, fungos e protozoários também podem gerar um quadro de sepse. Quadro clínico • Achados gerais: febre, hipotermia, hipo- tensão, taquicardia, aumento do tempo de enchimento capilar, taquipneia, dispneia, agitação, confusão mental, oligúria, descon- forto abdominal, icterícia e outros; • Disfunção cardiovascular: taquicardia, hipotensão secundária à vasodilatação, di- minuição da pré-carga, função cardíaca di- minuída (redução de contratilidade e fração de ejeção), hipoperfusão tecidual, cianose de extremidades e redução do enchimento capilar periférico (t >3s); • Disfunção pulmonar: taquipneia, dis- pneia, hipoxemia, redução da complacência pulmonar, redução da relação PaO2/FiO2; • Disfunção neurológica: alteração da consciência, confusão, delirium, coma, hi- porreflexia, comprometimento cognitivo e neuromuscular; • Disfunção renal: injúria pré-renal por hi- povolemia e hipotensão, necrose tubular aguda, lesão por apoptose celular, oligúria, aumento de creatinina e ureia sérica; • Disfunção hematológica: trombose na microcirculação, alargamento do tempo de tromboplastina parcial e redução da ativi- dade de protrombina, queda de plaquetas, anemia, petéquias, púrpuras; • Disfunção gastrointestinal: gastroparesia, íleo adinâmico, diarreia, intolerância à dieta, refluxo, colestase trans-infecciosa; • Disfunção endocrinológica: disfunção adrenal, hiponatremia, hipercalemia, hiper- glicemia, redução dos hormônios tireoidia- nos. Marianne Barone (T5) DIP – Prof. Elisabeth Dotti Consolo Protocolo Antibioticoterapia • 1º: colher hemoculturas e culturas dos sí- tios pertinentes ao foco em suspeita antes da administração da primeira dose de antimi- crobianos sem atrasar o início do tratamento; • 2º: administrar a primeira dose de antimi- crobianos o mais rapidamente possível, ide- almente em até uma hora após o diagnóstico (faz parte das ações da primeira hora de atendimento); • 3º: administrar os antimicrobianos de am- plo espectro, de preferência bacterici- das/fungicidas, sem correção de dose para insuficiência renal ou hepática na primeira dose. Sempre focando o sítio primário ou o mais próximo pelo quadro clínico e história; Ex: antibióticos para serem utilizados combinados mediante as suspeitas diagnos- ticas e agentes etiológicos: Vancomicina, Teicoplanina, Linezolida/Imipene, Merope- nen/Gentamicina, Amica- cina/Cefepime/Fluconazol, Micafun- gina/Metronidazol • 4º: reavaliar o esquema escolhido assim que os resultados de cultura (mesmo que parciais) estiverem disponíveis; • 5º: utilizar tempo curto de tratamento sem- pre que possível. Choque séptico • É um estágio mais avançado e mais grave da sepse; • Ele acontece quando, apesar das medidas tomadas, o paciente não recupera a pres- são arterial e não adequa o fluxo sanguí- neo aos órgãos e sistemas; • Há ainda outras situações em que a res- posta inflamatória do organismo a alguma lesão ou agressão externa também pode es- tar aumentada e desregulada, resultando em um quadro grave e com característi- cas e apresentação semelhantes aos da sepse, porém sem a presença de agente in- feccioso = síndrome da resposta inflama- tória sistêmica grave (SIRS); Ex: casos de pancreatite, queimaduras graves, politrauma e cirurgias extensas • Por se tratar de um quadro grave, a sepse requer tratamento rápido e preciso; • Ao identificar um quadro inicial de sepse, deve-se tentar encontrar o foco infeccioso ao mesmo tempo em que o tratamento é ins- tituído; • Para identificação do foco, deve-se, além dos exames de rotina, colher culturas de sangue, urina e secreções que o paciente apresente; • A imediata instituição de antibiótico de acordo com o foco infeccioso é imperativa e, para corrigir os distúrbios de fluxo sanguíneo aos órgãos e pressão arterial, deve-se iniciar infusão de fluídos por via endovenosa; • Nos casos de choque séptico, em que essas medidas não são suficientes para estabele- cer a melhora do quadro, deve-se optar por uso de uma medicação que seja capaz de manter a pressão arterial e perfusão ade- quadas, por uso de medicamento vasoa- tivo, como a noradrenalina. Esses pacientes devem ser tratados e monitorados em unida- des de terapia intensiva (UTI); • O choque séptico é uma sepse muito grave, acompanhada por profundas anor- malidades circulatórias, celulares e metabó- licas capazes de aumentar a mortalidade; • No choque séptico há uma redução crí- tica da perfusão tecidual. Pode ocorrer fa- lência aguda de múltiplos órgãos, inclu- indo pulmões, rins e fígado; • As causas mais comuns em pacientes imu- nocompetentes incluem diferentes espécies de bactérias gram-positivas e gram-negati- vas e espécies fúngicas incomuns; • Principais agentes etiológicos de uma sepse/choque tóxico: bactérias gram-nega- tivas, Staphylococcus aureus e Neisseria meningitidis; • O choque séptico envolve hipotensão persistente (definida como, a necessidade de vasopressores para manter uma pressão arterial média): 65 mmHg e um nível sé- rico de lactato >18 mg/dL [2 mmol/L] a despeito de reposição volêmica adequada; • No Brasil, apenas 35% dos pacientes que têm choque séptico sobrevivem. Alta inci- dência em mortes por infecções hospitalares. → • Os sinais incluem: - Febre; - Hipotensão; - Confusão mental; - Temperatura alta ou muito baixa; - Tremores; - Tontura leve; - Pressão arterial baixa, especialmente quando de pé; - Produção de urina reduzida ou ausente; - Frequência cardíaca acelerada; - Dispneia importante; - Taquicardia; - Inquietação, letargia, agitação ou confu- são; - Exantema cutâneo ou descoloração da pele. → • Edema e trombose em membros inferiores; • Frequência cardíaca acelerada; • Dispneia importante; • Taquicardia; • Inquietação, letargia, agitação ou confusão; • Exantema cutâneo ou descoloração da pele; • Cianose de extremidades. → • Reanimação agressiva com líquidos IV e fluido cristalóide intravenoso, devem ser administrados nas primeiras 3 horas de res- suscitação; • Vasopressores: inicial preferencial é a no- repinefrina. Vasopressina ou epinefrina se choque refratário a norepinefrina; • Antibióticos de alta potência; • Excisão cirúrgica de tecidos infectados ou necróticos e drenagem de secreções puru- lentas; • Oxigênio suplementar, • Respiração artificial, ventilação mecânica; • Corticoterapia:indicado quando choque refratário.
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