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Aula 7 - Necropsia e material diagnóstico

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T É C N I C A S D E N E C R O P S I A E C O L E T A D E 
M A T E R I A I S P A R A D I A G N Ó S T I C O
Prof. Marília Gomes 
NECROPSIA
OBJETIVO:
chegar ao diagnóstico do real 
problema sanitário do plantel
É I M P O R T A N T E C O N S I D E R A R
Q U A T R O P O N T O S
S E L E Ç Ã O D O S U Í N O PA R A 
N E C R O P S I A
1 °
• O suíno deve apresentar:
 Sinais típicos de fase aguda da doença
(preferencialmente com febre)
 Não ter sido medicado
 Não ser refugo
P R E PA R A Ç Ã O D O M AT E R I A L 
PA R A N E C R O P S I A
2 °
• Ter à mão todos os
materiais
necessários para a
realização da
necropsia
• Ter à mão todos os
materiais necessários
para a colheita e
envio das amostras
• Assegurar sua proteção
individual
e biosseguridade
R E A L I Z A Ç Ã O D E T É C N I C A 
D E N E C R O P S I A S I S T E M Á T I C A 
C O M C O L H E I TA A D E Q U A D A 
D E A M O S T R A S
3 °
1 ° PA S S O • Anamnese da granja incluindo
sistema de produção,
protocolo de vacinação, etc. A
associação entre a queixa do
produtor, a idade, os sinais
clínicos, a taxa de
morbidade/mortalidade e o
manejo sanitário da granja é
essencial para a elaboração
da suspeita clínica.
2 ° PA S S O
• Realizar o exame externo da
carcaça
3 ° PA S S O
• Realizar o exame interno da
carcaça
• Decúbito lateral esquerdo
• Rebater os membros
esquerdos, cortando
pele, músculos e ligamento
da articulação coxofemoral
• Incisionar linearmente a pele,
do queixo ao
abdômen ventral (tracejado)
• Rebater a pele do tórax e do
abdômen
• Localizar o arco da
última costela e cortar
os músculos abdominais
(tracejados)
• Cortar as inserções
do diafragma e os músculos
do dorso
• Com a ajuda
de um costótomo, remover as
costelas como um bloco
(tracejados)
• Separar uma costela do bloco
e tentar quebrá-la
para determinar a integridade
óssea
• Observar a cor dos músculos
e examinar todos os órgãos
quanto à cor, posição e
tamanho
Se houver fluido ou fibrina na pleura, saco 
pericárdico ou abdômen, colher amostras 
com seringa ou suabe estéril
A colheita para exame microbiológico 
dessas amostras e de fragmentos de órgãos 
que apresentam lesão deve ser feita antes 
de manipulá-los para evitar contaminação
4 ° PA S S O
• Remover os órgãos em
monoblocos
• Colocar em uma superfície
limpa para exame
• Rebater a pele do pescoço
• Examinar os linfonodos
retrofaríngeos e
mandibulares e o timo
(animais jovens)
• Inserir a faca entre os ramos
da mandíbula e a língua e
cortar os músculos da sínfise
M O N O B L O C O T O R Á C I C O
• Puxar a ponta da língua para
trás
• Cortar articulações do hioide
• Examinar as tonsilas do
palato mole (asterisco)
• Puxar a língua para baixo e
para trás, liberando a
traqueia e esôfago ao
dissecar os músculos da
região cervical
• Cortar o saco pericárdico e,
na altura do diafragma, cortar
as três estruturas (aorta,
esôfago e veia cava caudal)
para liberar o
monobloco torácico
• Remover o baço seccionando
o omento próximo ao
estômago
• Remover o estômago, o
pâncreas e os intestinos
delgado
• Remover o fígado
seccionando as inserções
com o diafragma
M O N O B L O C O A B D O M I N A L
• Remover as glândulas
adrenais e o trato urinário
• Em fêmeas, o útero e os
ovários são removidos com
a bexiga
• Em machos, as glândulas
sexuais acessórias
são removidas com a bexiga
• Abra o escroto e retire os
testículos
• Localizar a articulação atlanto-
occipital pelo aspecto ventral
• Seccionar os músculos do
pescoço, atrás dos arcos da
mandíbula
• Inserir a ponta da faca na
articulação e desfazê-la
(tracejado)
• Seccionar a medula espinhal
cervical (asterisco)
• Separar a cabeça do pescoço
D E S A R T I C U L A Ç Ã O D A C A B E Ç A
5 ° PA S S O
• Examinar os órgãos
• Colher amostras
RESPEITAR UMA SEQUÊNCIA LÓGICA
* Primeiro os órgãos menos contaminados 
e parenquimatosos
* Depois os mais contaminados (potencialmente patogênico)
OBS: se o suíno tiver diarreia, deve-se priorizar o exame dos 
intestinos para evitar a autólise
• Órgãos parenquimatosos
Coração, pulmão, fígado, baço, rim, testículo...
Deve-se avaliar a superfície capsular e de corte
• Órgãos ocos
Traqueia, esôfago, intestino, útero...
Deve-se examinar serosa e mucosa em vários pontos
Examinar o conteúdo existente
C A B E Ç A
• Para remoção do encéfalo,
dissecar a pele e remover os
músculos da parte caudal da
cabeça
• Remover os ossos do crânio
com serra ou cutelo
(tracejados)
• Foçar a calota craniana para
trás e expor o encéfalo
envolto pela dura-máter
• Cortar a dura-máter
com tesoura e observar a
superfície do encéfalo
recoberta pelas
leptomeninges
• Se necessário, coletar amostra das
leptomeninges com suabe
• Seccionar os nervos cranianos
na base do encéfalo e removê-los da
cabeça
• Dividir o encéfalo em duas metades
iguais
• Colocar uma sob refrigeração e a
outra em formol 10%
• Para examinar os cornetos
nasais, serrar o nariz na
altura da comissura labial e
observar a superfície de
corte
E X A M E M I C R O B I O L Ó G I C O
• Selecionar uma porção grande do órgão (Ex.: um lobo
pulmonar, um terço do baço) ou o órgão inteiro (Ex.: rim,
linfonodo)
Colher porções de alças
intestinais com fezes e as
extremidades amarradas
• As amostras devem ser colhidas assepticamente e
refrigeradas imediatamente para evitar contaminação
• Os materiais devem ser identificados e acondicionados
separadamente
• Conserve as amostras sob refrigeração (2°C-8°C)
E X A M E H I S T O PAT O L Ó G I C O
• Selecionar uma porção representativa, com no máximo 1cm
de espessura Ex. fragmento de rim com camadas cortical,
medular e pelve
• Antes de colocar os fragmentos de intestino no formol é
necessário remover as fezes sem danificar a mucosa
• Os intestinos devem ser fixados até 20 minutos após a
eutanásia/morte do animal para evitar a autólise
• Todos os órgãos podem ser colocados juntos no mesmo
frasco com formol
• Conserve as amostras em formol tamponado a 10% na
proporção de uma parte de tecido para 10 ou mais partes de
formol (1:10).
• Manter em temperatura ambiente (21-23°C)
6 ° PA S S O
• Descrever as alterações
encontradas na necropsia
• Anote as alterações macroscópicas e as amostras colhidas em uma ficha de 
necropsia para envio ao laboratório
• Lembre-se de incluir na descrição das lesões aspectos como localização, 
distribuição, cor, tamanho, forma e consistência. A ficha de necropsia em 
anexo pode ser utilizada múltiplas vezes com o uso de marcador permanente.
E M PA C O TA M E N T O A D E Q U A D O E 
E N V I O R Á P I D O A O L A B O R AT Ó R I O ,
S E G U I N D O S E I S PA S S O S :
4 °
1. Obter o histórico clínico
2. Realizar o exame externo da carcaça
3. Realizar o exame interno da carcaça
4. Remover os órgãos em monoblocos
5. Examinar os órgãos e colher amostras
6. Descrever as alterações da necropsia

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