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02 Das Exceções e das Alegações Finais em Forma de Memoriais

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Conteudista: Prof.ª M.ª Rosa Maria Neves Abade 
Revisão Textual: Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza
 
Objetivo da Unidade:
Aprender duas peças processuais também muito importantes na área penal: as exceções e as alegações finais em forma de
memoriais. 
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Das Exceções e das Alegações Finais em Forma de Memoriais
Aspectos Formais das Exceções
Definição
Exceções são procedimentos incidentais em que se alega um direito que pode extinguir, modificar, impedir ou adiar a pretensão do autor.
Figura 1 – O processo
Fonte: Getty Images
 
#ParaTodosVerem: fotografia colorida de uma pilha de folhas de um processo; em cima dessa pilha, há um martelo de
juiz, em madeira, com detalhe dourado, apoiado em uma base, também de madeira e com o mesmo tipo de detalhe
dourado. Fim da descrição.
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 Material Teórico
“Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
Assim, nos termos do artigo supracitado, podem ser opostas as seguintes exceções: suspeição; incompetência do juízo; litispendência;
ilegitimidade de parte e coisa julgada.
Classificação das Exceções
As exceções podem ser:
Fundamento Legal
Estão dispostas nos artigos 95 a 111 do Código de Processo Penal – CPP.
Ao elaborar a peça processual adequada, deverá fundamentar no artigo 95 do CPP e, também, no artigo que especialmente dispor sobre a exceção.
Por exemplo, na exceção de suspeição, o fundamento legal adequado será: artigos 95 e 254 do CPP (esse último dispõe sobre as exceções).
As exceções (de litispendência, de coisa julgada, de incompetência do juízo ou de ilegitimidade de parte – art. 95-112 do CPP) serão processadas
em apartado (art. 396-A, § 1º).
Nomenclatura a ser Utilizada nas Exceções
Exceções em Espécie
- BRASIL, 1941, n. p.
Peremptórias: são aquelas que, quando acolhidas, põem termo à causa, extinguindo o
processo; destacam-se as exceções de litispendência e coisa julgada;
Dilatórias: são aquelas que, quando acolhidas, acarretam única e exclusivamente a prorrogação no curso do processo;
destacam-se as exceções de suspeição, incompetência e ilegitimidade de parte.
Excipiente: aquele que alega a exceção;
Excepto: aquele contra quem se argui a exceção.
I - suspeição;
II - incompetência;
III - litispendência;
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada. ”
Figura 2 – Justiça não é cega
Fonte: mountainancestors.org
 
#ParaTodosVerem: ilustração da figura mitológica Thémis, deusa da Justiça. Ela está com os olhos vendados, mas com
uma de suas mãos, está levantando a faixa que venda seus olhos, como se estivesse espiando com um olho só. Na sua
outra mão, ela está segurando a balança da Justiça. A intenção é demonstrar que a Justiça está atenta às falhas e às
provas. Fim da descrição. 
Exceção de Suspeição
Destina-se a rejeitar o juiz quando a parte alega falta de imparcialidade. Ela tem preferência sobre as demais exceções. 
 
São hipóteses de suspeição, segundo o artigo 254 do CPP:
Se o juiz for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente estiver respondendo processo por fato análogo etc. sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia;
Se ele, seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a
processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
Se tiver aconselhado qualquer das partes;
Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Fundamento Legal
Tal exceção vem prevista nos artigos 96 a 107 do CPP. 
Os motivos ensejadores de suspeição estão previstos, como já vimos, no art. 254 do CPP (amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes,
se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente estiver respondendo processo por fato análogo etc.) Vide Artigos 253 e 254 do CPP.
Endereçamento
Deverá ser oposta junto ao juiz da causa.
Espécie de Exceção
A exceção de suspeição tem caráter dilatório, ou seja, não é julgado enquanto não soluciona a suspeição.
Momento Processual para Arguir Exceção de Suspeição
Observações: se o motivo da suspeição for descoberto em momento posterior, poderá ser arguida após. 
Legitimidade Ativa
Suspeição Ex O�cio
Pelo acusado: na resposta à acusação (mas deve ser através de incidente); 
Pelo querelante: na petição inicial.
A exceção de suspeição pode ser proposta pela defesa ou pela acusação, inclusive pelo
assistente de acusação; 
Pode ser proposta de forma pessoal ou por procurador com poderes especiais.
- BRASIL, 1941, n. p.
“Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo Por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá
imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.”
Suspeição Arguida pela Parte – Procedimento
Está descrita no artigo 98 do Código de Processo Penal – CPP:
Se o juiz não se der por suspeito ex o�cio (por ele mesmo), a parte pode propor exceção de suspeição, conforme art. 98 do CPP, supra.
 Assim, a exceção deve ser interposta por petição dirigida ao juiz suspeito, assinada pela própria parte ou por procurador com poderes especiais. 
A petição deve ser fundamentada e deve estar acompanhada de prova documental e do rol de testemunhas, caso necessário.
Interposta a petição com a exceção junto ao próprio juiz do processo, este poderá adotar as seguintes providências:
Procedimento Perante o Tribunal
No tribunal, a exceção será distribuída a um dos componentes da câmara ou da turma especial (composta pelos quatro vice-presidentes e pelo
decano, órgão competente para apreciação da suspeição), o qual atuará como relator. Este, por sua vez, poderá:
Decisão na Exceção de Suspeição
- BRASIL, 1941, n. p.
Reconhecer que é suspeito: nesse caso, fará declaração por escrito, especificando o motivo legal e, sem seguida, remeterá os
autos do processo principal ao seu substituto legal (art. 99 do CPP). Dessa decisão não cabe qualquer recurso. Somente é
passível de correição parcial, por tumultuar a tramitação do feito;
Declarar que não é suspeito (art. 100 do CPP): nessa hipótese, determinará a autuação da exceção em separado. Após,
apresentará a sua resposta por escrito, em um prazo de três dias, podendo anexar documentos e arrolar testemunhas, se
necessário. Em seguida, remeterá os autos ao tribunal da segunda instância (TJ ou TRF, conforme o caso) em 24 horas, para
julgamento.
Rejeitar liminarmente a exceção, se entender absolutamente infundada a sua oposição (art. 100, § 2º);
Se não rejeitar liminarmente a exceção, mandará processá-la, tomando as seguintes cautelas (art.100, § 1º):
Determinação da citação das partes no processo principal;1
Escolha da data e do horário para ouvir as testemunhas eventualmente arroladas.2
Se julgada procedente a exceção, o juiz suspeito será afastado e o processo será encaminhado ao substituto legal de tal juiz,
 bem como serão declarados nulos os atos processuais praticados até aquele momento (art. 101 – primeira parte e art. 564,
“Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por
procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.”
Sujeitos Passíveis de Suspeição
Sujeitos Não Passíveis de Suspeição
Segundo o artigo 107 do CPP, não é possível suspeição durante o inquérito policial. Todavia, o Código de Processo Penal prevê que o delegado deve
declarar-se suspeito, quando tiver motivo legal para tanto. Caso não declare, resta à parte recorrer ao superior hierárquico da citada autoridade
policial.
Figura 3 – As nulidades devem ser barradas
Fonte: Getty Images
inciso I, do CPP). Ficando evidenciado erro inescusável do juiz, o tribunal determinará a este que pague as custas referentes à
exceção (art. 101 do CPP);
Se julgada improcedente a exceção, os autos serão devolvidos ao juiz, e, caso fique evidenciada a má-fé do excipiente, o
tribunal
aplicar-lhe-á uma multa.
Juízes de qualquer instância (art. 103 do CPP); 
Membros do Ministério Público (art. 104 do CPP); 
Intérpretes, peritos, funcionários da justiça e serventuários (art. 105 do CPP);
Jurados: (arguida oralmente, imediatamente após a leitura que o juiz faz da cédula sorteada, art. 459, § 2º e art. 460 do CPP). A
arguição e a decisão serão documentadas em ata.
 
#ParaTodosVerem: fotografia colorida de peças de madeiras, simulando um dominó, em que parte delas está caída, de
forma enfileirada; há a mão de um homem barrando a queda das peças, fazendo com que as demais se mantenham em
pé. A figura quer demonstrar que se há uma causa de nulidade, esta deve ser barrada. Fim da descrição.
Exceção de Incompetência de Juízo
A incompetência fundamenta-se na ausência de capacidade funcional do juiz, podendo ser oposta por escrito ou oralmente no prazo de defesa.
O seu pressuposto básico é a existência de uma ação penal em andamento, em foro incompetente.
Está descrita no artigo 108 do CPP:
Fundamento Legal
A exceção de incompetência deve ser fundamentada nos artigos 108 e 109 do CPP.
Legitimidade Ativa
Pode ser oposta pelo réu, pelo querelado e pelo Ministério Público.
O juiz, observando ser incompetente, deve, de ofício, declará-la e remeter o processo ao juízo correto. Da decisão, cabe recurso em sentido estrito
(art. 581, inciso II, do CPP).
Oportunidade para Arguir Exceção de Incompetência
- BRASIL, 1941, n. p.
Incompetência relativa (territorial): a exceção deve ser arguida no prazo da resposta à acusação, sob pena de preclusão e
prorrogação da competência;
“Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa.
§ 1º. Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os
atos anteriores, o processo prosseguirá.
§ 2º. Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada
verbalmente.
Art 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o tome incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou
não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior.”
Endereçamento
Deverá ser oposta junto ao juiz da causa.
Prazo
Como já estudamos, a exceção deve ser oferecida no prazo da defesa prévia (resposta à acusação), por meio de incidente, sob pena de preclusão
(no caso de incompetência relativa). No caso de incompetência absoluta, esta pode ser alegada a qualquer tempo.
Procedimento
Decisão
Obs.: Na exceção de incompetência não há suspensão do processo.
Exceção de litispendência
Funda-se no princípio de que ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo fato (non bis in idem).
Cabe quando uma ação repete outra em curso: mesmo fato, mesmo pedido e mesmo réu. Mesmo que tenha tido outro enquadramento legal. Por
exemplo: um processo que foi denunciado por tráfico de entorpecentes, e no outro processo (idêntico sobre os mesmos fatos) o enquadramento
foi por uso de entorpecente. 
São elementos que identificam a demanda e impedem a litispendência:
Incompetência absoluta: poderá ser arguida a qualquer tempo. Por exemplo, incompetência em razão da matéria (processo
tramita na Justiça estadual, mas o juiz competente para julgar o feito é o juiz federal).
Pode ser arguida de forma oral (nesse caso, será reduzida a termo) ou pode ser arguida por
escrito;
Recebida a exceção de incompetência pelo juiz, este mandará autuar em apartado (por meio de incidente);
O Ministério Público deverá ser ouvido a respeito da exceção, desde que não seja ele o proponente;
O juiz então julga a exceção nos seguintes termos:
Se o juiz julga improcedente e continua com o processo (não cabe recurso, admite-se o habeas corpus e a alegação do assunto
em preliminar de futura apelação);
Se o juiz julga procedente, declarando-se incompetente. Remete os autos ao juiz que entender competente, tornando-se nulos
os atos decisórios. Porém, os atos instrutórios podem ser ratificados no juízo que receber o processo (cabe recurso em sentido
estrito).
Assim, se alguém já estiver sendo processado por infração, não poderá ser processado pelo mesmo fato em outro processo. 
Decisão
Procedimento
Exceção de Ilegitimidade de Parte
Cabe arguir quando a parte for ilegítima.
Abrange a titularidade do direito de ação (legitimidade ad causam). Por exemplo: a queixa não poderá ser oferecida em caso de ação pública (a não
ser que seja ação penal privada subsidiária da pública).
Pode se referir à capacidade de exercício necessário para a prática dos atos processuais (legitimidade ad processum). Por exemplo: quando o
querelante é incapaz, menor de 18 anos, não podendo estar em juízo, ou quando o querelante não é o representante legal do ofendido.
Uma vez reconhecida a ilegitimidade ad causam, o processo é anulado ab initio.
Uma vez reconhecida a ilegitimidade ad processum, a nulidade pode ser sanada a qualquer tempo, mediante ratificação dos atos processuais já
praticados (art. 568 do CPP).
O pedido (na ação penal é aplicação da sanção);
As partes em litígio;
A causa de pedir. É a razão do fato pela qual o autor postula a condenação, ou seja, o fato criminoso.
Da decisão que acolher a exceção da litispendência: cabe recurso em sentido estrito (art. 581, inciso III, do CPP);
Da decisão que não acolher a exceção da litispendência: inexiste recurso específico; constrangimento sanável por habeas
corpus;
Se o juiz acolher ex o�cio: o recurso possível é a apelação (art. 593, § 11, do CPP).
O rito é o mesmo da incompetência;
Não há prazo para a interposição;
Deve ser arguida no segundo processo;
Se houver instauração de novo inquérito policial, e não de outra ação, o remédio adequado será o habeas corpus;
Não importa se no segundo processo foi dada qualificação jurídica diversa; se o fato é o mesmo, haverá litispendência;
Não há suspensão do processo.
Recursos
Procedimento
Nos termos do art. 110 do CPP, a exceção de ilegitimidade de parte é processada como a de incompetência do juízo.
Exceção de Coisa Julgada
Essa exceção cabe quando uma ação repete outra transitada em julgado, ou seja, alguém já foi processado e condenado ou absolvido
definitivamente em um processo, há coisa julgada, e esse alguém vem a ser processado novamente pelos mesmos fatos.
A exceção de coisa julgada funda-se também no princípio non bis in idem.
Pressupostos
São pressupostos à oposição da exceção de coisa julgada os seguintes requisitos:
Se for proposta uma segunda ação, esta não poderá ter seguimento, e, assim, abre-se a possibilidade para várias soluções: 
Rito
Consoante o art. 110 do CPP, o rito é o mesmo da exceção de incompetência.
Da decisão que reconhecer a exceção de ilegitimidade de parte: cabe recurso em sentido estrito (art. 581, inciso III, do CPP);
Da decisão que não reconhecer a exceção de ilegitimidade de parte: não há recurso específico. No entanto, pode-se arguir o
fato em preliminar de apelação ou habeas corpus, para reconhecer o constrangimento ilegal.
Identidade entre o réu da primeira e da segunda ação penal;
Identidade do fato cuja repressão se pediu na primeira ação e ora se pede na segunda;
Identidade da imputação em ambas as ações;
Decisão definitiva com trânsito em julgado na primeira ação.
O juiz pode rejeitar a denúncia, caso reconheça a existência da coisa julgada. Da decisão cabe
recurso em sentido estrito;
Por outro lado, se o juiz percebe a existência da coisa julgada após o recebimento da denúncia, e em qualquer fase do processo,
ele pode declará-la de ofício e extinguir o processo sem julgamento do mérito;
A exceção de coisa julgada pode ser arguida pelo réu ou pelo Ministério Público.
Procedimento
Decisão
Estrutura da Peça Prática de Exceções
Endereçamento
modelos_de_exceções.docx
15.6 KB
Pode ser arguido verbalmente ou por escrito, em qualquer fase do processo e em qualquer
instância;
O juiz deve ouvir a outra parte e o Ministério Público, caso este
não tenha sido o autor da alegação;
A exceção deve ser autuada em separado.
Se o juiz julga procedente, a ação principal será extinta, e dessa decisão cabe recurso em sentido estrito;
Se o juiz julga improcedente, a ação principal continua, e dessa decisão não cabe nenhum recurso específico, mas o
interessado poderá impetrar habeas corpus ou revisão criminal.
Se for crime doloso contra vida e matéria federal: juiz federal da vara do júri; 
Se for crime doloso contra vida e matéria estadual: juiz de direito da vara do júri; 
Se não for crime doloso contra vida e matéria federal: juiz federal da vara criminal; 
Se não for crime doloso contra a vida e matéria estadual: juiz de direito da vara criminal.
Importante! 
Realize o download do arquivo a seguir e veja um exemplo de Modelo de Exceções.
https://articulateusercontent.com/rise/courses/4-c-A4eWgrm5Geaq0vtAgQhW72EtfpDu/A2MCnDjIb-iyh3re-modelos_de_exce%25C3%25A7%25C3%25B5es.docx
Agora que aprendemos sobre as exceções, vamos aprender sobre as alegações finais em forma de memoriais. Vamos lá?
Aspectos Formais das Alegações Finais em Forma de Memoriais
Os memoriais são a forma escrita das alegações finais. O memorial é peça penal apresentada pelas partes ao final da instrução criminal, a fim de
convencer o juiz sentenciante da tese alegada. É a última manifestação das partes sobre o mérito da causa antes da sentença. 
Figura 4 – Advogado peticionando
Fonte: Getty Images
 
#ParaTodosVerem: fotografia colorida de um homem digitando uma petição em seu computador. A figura mostra
apenas as mãos, parte de seus braços e de seu tronco. Ele está de camisa branca e gravata azul marinho, com listras em
azul-claro. Fim da descrição.
Os memoriais são a forma escrita das alegações finais. O memorial é peça penal apresentada pelas partes ao final da instrução criminal, a fim de
convencer o juiz sentenciante da tese alegada. É a última manifestação das partes sobre o mérito da causa antes da sentença. 
Os memoriais possibilitam que as partes revisem todo o processo e as provas que foram produzidas, trazendo nessa peça processual os pontos
fortes para as suas alegações e, é claro, a tentativa de convencer o juiz dos pedidos realizados antes de proferir a sentença.
As alegações finais são oferecidas, em regra, oralmente, ao final da audiência de instrução criminal. 
Todavia, em determinados casos, o juiz abrirá prazo para que as partes as ofereçam por escrito, em forma de memoriais.
Dessa forma, é importante fazer os memoriais de forma clara, objetiva, coerente e persuasiva, para que a possibilidade de uma sentença favorável
aumente. 
Por isso, todo cuidado na elaboração dessa peça é imprescindível!
Fundamento Legal
O fundamento legal para apresentar os memoriais estão dispostos nos artigos: art. 403, § 3º e  art. 404, parágrafo único, do CPP. 
Endereçamento
A peça deve ser endereçada ao juiz da vara em que o processo está tramitando. 
Momento Processual
Como já dito, encerrada a audiência de instrução e julgamento, as partes devem oferecer as alegações finais oralmente, nos termos do art. 403 do
CPP. Essa é a regra. 
Entretanto, em algumas situações excepcionais, as alegações orais são inviáveis. 
Já pensou um processo com dez réus? O juiz teria que disponibilizar 20 minutos para cada um dos réus apresentar sua defesa em debates orais. A
audiência seria interminável, não é mesmo? As alegações poderiam se estender por horas.
E, já pensou, se o processo, mesmo com um só réu, possuir vários volumes ou apresentar teses jurídicas complexas?  
- Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). (BRASIL, 1941, n. p., grifos nossos)
“Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20
(vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir,
sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
[…]
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco)
dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída
sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco)
dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. ”
Nesse caso, por ser o tempo exíguo, a defesa poderia ficar prejudicada.
Para evitar qualquer prejuízo, o artigo 403, § 3º, do CPP, trouxe a previsão de que o juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número
de acusados, conceder às partes o prazo de cinco dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de dez dias
para proferir a sentença.
Assim, logo após a audiência de instrução e julgamento, em razão da complexidade do caso ou do grande número de réus, pode o juiz conceder
prazo para que as partes ofereçam as alegações por escrito, em forma de memoriais. 
Há, na verdade, três casos em que o juiz pode converter os debates orais em memoriais. São eles: 
Identificação da Peça
Normalmente, o problema solicitado na OAB ou em outro concurso trará as seguintes expressões:
Prazo
Como vimos, quando as alegações finais forem orais, o juiz concederá 20 minutos após o término da instrução. Primeiro a acusação e por último
a defesa. São os debates orais.
Se houver vários réus (artigo 403, § 3º, do CPP);
Caso complexo (artigo 403, § 3º, do CPP); ou 
Se surgirem provas novas (artigo 404, parágrafo único, do CPP).
“Houve o fim da audiência de instrução.”;
Ou mencionará: “O Ministério Público apresentou memoriais.”;
“O juiz converteu os debates orais em memoriais escritos.”;
“O Ministério Público pediu a condenação do réu.”;
“O MP ofereceu memoriais e a defesa foi intimada tal dia.” 
Importante! 
Se o réu acabou de ser citado, a peça é resposta à acusação e não os memoriais. Memoriais sempre serão ao
final da instrução. 
Todavia, nos casos previstos nos artigos 403, § 3º, do CPP e art. 404, parágrafo único, do CPP, em que as alegações finais forem em forma de
memoriais, o prazo será de cinco dias, a contar da intimação.
Exemplo: você, como advogado, foi intimado no dia 28/10 (sexta-feira) para apresentar memoriais. Qual será o último dia do prazo? Bem, se a
intimação foi no dia 28, o início da contagem será no próximo dia útil subsequente. Logo, o prazo processual começa na segunda-feira, já que
não dá para começar e encerrar a contagem em finais de semana ou feriados nacionais. Então, ficará: segunda-feira 30, terça-feira 01/11, quarta-
feira 02/11, quinta-feira 03/11 e sexta-feira 04/11, a qual será o último dia do prazo.    
Na área penal, não contamos somente os dias úteis. A partir do primeiro dia útil, contamos os dias corridos.
Figura 5 – Advogados analisando uma tese
Fonte: Getty Images
 
#ParaTodosVerem: fotografia colorida de um grupo de advogados discutindo sobre uma tese. A figura mostra apenas o
tronco e as mãos dessas pessoas, à frente de uma mesa, que, pelo movimento das mãos, parecem estar discutindo uma
tese jurídica. À frente da mesa, há um notebook prateado, aberto, e uma balança da justiça, em cima de uma pilha de
livros de capas pretas. Também, há um martelo da justiça do outro lado da mesa. Fim da descrição.
Teses de Defesa
Há várias teses que podem ser mencionadas nos memoriais, tais como: negação de autoria, negação do fato, alguma excludente, atipicidade etc.  
Pode ocorrer de haver somente tese de mérito. Nesse caso, a peça conterá “Dos fatos”, “Do direito” e “Do pedido”.
Pode ocorrer de o problema apresentado trazer uma situação de nulidade ou extinção de punibilidade. Nesse caso, antes de tudo, você colocará
um tópico “Preliminarmente”,
e apresentará sua tese preliminar antes mesmo do Direito. 
Em caráter preliminar, podemos alegar, por exemplo: 
causa de extinção de punibilidade; nulidades;
Desclassificação
Benefícios (regime mais brando, substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos etc.) 
Vamos aprender cada uma delas, passo a passo!
Pois bem! Quando você elaborar uma peça de alegações finais, deve verificar se há alguma preliminar a ser arguida.
 Vamos conhecê-las:
Preliminares
Se não houver inciso específico para encaixar a nulidade, use o art. 564, inciso IV, do CPP. Sempre olhe se dá para encaixar o 5º, LV, CF (ampla
defesa).
Tese de Mérito (No Mérito)
No mérito, podemos alegar: negação de autoria; falta de justa causa; excludente de tipicidade;
excludente de ilicitude; excludente de culpabilidade;
Teses subsidiárias: nesse caso, podemos alegar subsidiariamente, na remota hipótese de o juiz entender pela condenação, que
ao menos conceda algum benefício. São causas alegadas após o mérito  (antes do pedido). Coloque assim: “Em caso de
condenação, em linha subsidiária.......”
Extinção da punibilidade: como tese preliminar, é possível pedir a extinção da punibilidade,
caso esteja presente uma das situações descritas no art. 107 do Código Penal (Rol
exemplificativo). Há outras causas de extinção de punibilidade, espalhadas no Código Penal ou
em Lei especial. Por exemplo, a reparação do dano no peculato culposo (art. 312, § 3º, do CP) ou
mesmo pagamento do débito nos crimes tributários e previdenciários (art. 9º da Lei
10.684/2003). A sentença que reconhece a extinção da punibilidade não é absolutória, e sim
declaratória. Por isso, não se deve pedir a absolvição porque há prescrição ou decadência, mas
deve pedir que o juiz declare sua ocorrência;
Nulidade: preliminarmente, é possível alegar a nulidade de algum dos atos do processo. A nulidade não acarreta a absolvição do
réu, mas a anulação do ato viciado e de todos os posteriores.  As causas que podem anular um processo estão descritas no art.
564, CPP (exemplos: a falta de citação, a inversão tumultuária do processo, a falta de um laudo, a ausência de resposta à
acusação, que é indispensável, ou outra irregularidade). Nesse caso, você deverá colocar “Preliminarmente: O processo está
nulo porque .................”, então, você deve requerer que seja decretada a nulidade: 
 
Ab initio: ou seja, desde o início. É o velho ditado: “pau que nasce torto, nunca se endireita.” São os casos em que há
incompetência/ilegitimidade/inépcia/denúncia desacompanhada de exame de corpo de delito ou denúncia baseada só em
prova ilícita; ou 
 
“A partir de”: nesse caso, após o recebimento da denúncia, você deverá requerer que seja decretada a nulidade a partir de
determinado ato (da resposta à acusação, da audiência de instrução). Entendeu?
O mérito é a apreciação dos fatos, é a análise do mérito da causa. É nesse momento que a acusação apresenta todas as provas para comprovar a
procedência da denúncia ou da queixa-crime (prova de autoria e materialidade do crime).
A defesa, por sua vez, tentará demonstrar o contrário, que a denúncia ou a queixa-crime é improcedente. Deve provar que o réu não cometeu o
crime, não concorreu para o crime ou que os fatos não ocorreram da forma apresentada pela acusação ou, ainda, que há alguma excludente de
ilicitude (que o réu agiu em legítima defesa, estado de necessidade etc.); que houve erro de tipo (por exemplo, que o réu não tinha percepção da
realidade; se a prova for insuficiente para condenar, se há dúvida que o réu cometeu o crime). No final, deverá pedir a absolvição do réu. 
Teses Subsidiárias: “Em Caso De Condenação”
A defesa não se limita somente a demonstrar a absolvição do réu, mas, em geral, tudo o que for favorável ao acusado. Aliás, em alguns casos,
diante do conjunto probatório, a absolvição nem sequer é possível. Por isso, é preciso estar atento a todos os aspectos da acusação. Nesse caso,
após a tese de mérito, pode ser requerido algum benefício para o réu. Esses benefícios são requeridos após a tese de mérito. São eles:
Pedido Final nas Alegações Finais
O pedido sempre deve ser harmônico com a tese defendida. Se arguiu nulidade, deve pedir para o processo ao final ser considerado nulo; se
sustentou que o réu não é o autor do crime, deverá pedir ao final que seja absolvido por negação de autoria. Se sustentou em linha subsidiária a
desclassificação do crime, deve requerer que seja desclassificado o crime. 
No que tange à tese de mérito, as hipóteses de absolvição estão descritas no artigo 386 do CPP.
Hipóteses do art. 386 do CPP
No que tange à tese de mérito, as hipóteses de absolvição estão descritas no artigo 386 do CPP.
Desclassificação para crime menos grave. Exemplo: A e B estão sendo processados por crime
de homicídio. A matou C, mas B não queria matar, somente ferir. Porém, no momento do crime,
A sacou uma arma e matou C. B não sabia que A estava armado. Logo, o advogado de B pode
pedir a desclassificação do crime para lesão corporal, pois B não tinha intenção de matar, mas
somente de ferir. Outros exemplos: desclassificação de roubo para furto; homicídio doloso para
culposo etc;
Afastamento de circunstância agravante ou aplicação de atenuante: as circunstâncias agravantes estão previstas no art. 61 do
Código Penal. Nos memoriais, se for o caso, deve ser pedido o afastamento da agravante. Da mesma forma, é possível pedir a
aplicação de alguma das atenuantes, previstas no art. 65 do CP;
Afastamento de qualificadora ou de causa de aumento: é possível requerer a desclassificação ou mesmo o afastamento de
alguma qualificadora. Por exemplo: se o réu foi denunciado por furto qualificado pelo concurso de pessoas (art. 155, § 4º, do
CP), mas a situação é de furto simples (art. 155, “caput” do CP),  é possível  também pedir o afastamento da causa de aumento;
Benefícios quanto à pena: 
Aplicação da pena no mínimo legal: o artigo 59 do CP trata sobre a dosimetria da pena. Em memoriais, é possível alegar que as
condições previstas no artigo são favoráveis ao acusado (os antecedentes, por exemplo)
Regime mais benéfico (art. 33, CP): também é possível pedir, em antecipação, algum benefício a que o réu faça jus, em caso de
condenação, a exemplo da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito (art. 44 do CP), do “sursis” (art.
77) e da aplicação de regime mais brando do que o fechado
Nos incisos IV e V, houve a repetição do posicionamento: no inciso IV, está provado que o réu não participou do crime. No inciso V, todavia, não
há provas suficientes para demonstrar a sua participação ou a sua autoria. 
Reconhecimento da inexistência do fato (I): Aqui, tem-se a certeza de que o fato criminoso não
existiu. Exemplo: a vítima do crime de homicídio aparece viva (nesse caso, o pedido será feito
assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no artigo 386, inciso I, do CPP);
Dúvida sobre a existência do fato (II): Nesse caso, não há certeza de que o fato ilícito realmente ocorreu;  o pedido será feito
assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no artigo 386, inciso II, do CPP. Nos incisos I e II, ao tratar da materialidade, o
legislador trouxe duas situações: em uma, há a certeza de que o fato não existiu (I); em outra, há dúvida, que deve prevalecer
em favor do réu (II);
Fato atípico (III): Aqui o fato existiu, mas não constitui crime: por exemplo, crime impossível; consentimento da vítima acima
de 14 anos não caracteriza estupro etc. Nesse caso, o pedido será feito assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no
artigo 386, inciso III, do CPP;
Certeza da não autoria (IV): O crime aconteceu, mas com certeza não foi o réu. Exemplo: o réu comprova que no momento do
crime estava em outra cidade; nesse caso, o pedido será feito assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no artigo 386,
inciso IV, do CPP;
Dúvida sobre a autoria (V): Veja que, enquanto o inciso IV traz a certeza, o inciso V traz a dúvida. Nesse
caso, o crime existiu,
mas há dúvida se o réu foi o autor. O pedido será feito assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no artigo 386, inciso V,
do CPP.
Excludente da ilicitude (VI): Nesse caso, há informações de que o réu agiu, por exemplo, em
legítima defesa ou estado de necessidade (artigos 23, 24 e 25 do CP) ou da culpabilidade. Por
exemplo, comprova que o réu foi coagido de forma moral irresistível (artigos 21, 22, 26 e 28 do
CP). Nesse caso, o pedido será feito assim: o réu deve ser absolvido, com fundamento no artigo
386, inciso VI, do CPP;
Insuficiência de provas para a condenação (VII): Quando não dá para encaixar em nada, usa-se esse inciso. É o chamado
genérico. Deverá ser utilizada de forma residual, quando a absolvição não se encaixar em nenhum dos outros incisos. 
Importante! 
A gravidade em abstrato do crime não pode ensejar regime de pena mais gravoso e que a reincidência não
impede o regime semiaberto; 
O artigo 397 do CPP só é usado para resposta à acusação; 
Não use o artigo 386 do CPP em júri. Só se for em caso de revisão criminal.
Memoriais – Primeira Fase do Júri
Fundamento Legal
No procedimento especial do júri, na primeira fase, não existe previsão legal para a conversão dos debates orais em apresentação de memoriais. 
Todavia, aplica-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo, as disposições do procedimento ordinário (art. 394, §
5°, do CPP). 
Assim, utiliza-se a mesma previsão legal dos memoriais do procedimento ordinário para apresentar os memoriais aos outros procedimentos,
inclusive na primeira fase do júri, ou seja, o fundamento legal também é o artigo 403, § 3º, do CPP.
Prazo
O prazo para apresentação dos memoriais na primeira fase do júri é de cinco dias, contados da intimação.
Recebida a denúncia, é aberto o prazo para a resposta à acusação, como ocorre no procedimento comum. Em seguida, ocorre a audiência de
instrução e julgamento, e, ao final, obtém-se a sentença. Até aqui, é semelhante aos demais procedimentos.  
No entanto, no rito do júri destinado ao julgamento de crimes dolosos contra a vida (homicídio doloso; induzimento, instigação e auxílio ao
suicídio ou à automutilação; infanticídio e aborto), a sentença que põe fim à primeira fase não pode ser condenatória. 
O juiz, na primeira fase do júri, não absolve ou condena o réu, mas se ficar convencido da materialidade e da autoria, deverá encaminhar o
processo ao Tribunal do Júri, no qual, ali sim, o réu será julgado.
A decisão que entende pelo julgamento perante o Tribunal do Júri é denominada “decisão de pronúncia”. Contra ela, cabe recurso em sentido
estrito (art. 581, inciso IV, do CPP). 
Em memoriais, no júri, o objetivo principal é evitar que o caso chegue até a segunda fase, que é o julgamento perante o Conselho de Sentença, o
julgamento pelos jurados.    
Nesses memoriais, o advogado sustentará tese para que o juiz não pronuncie o réu. Assim, três são as hipóteses de teses defensivas: 
Impronúncia (art. 414, CPP): utilizada quando não houver prova da materialidade ou indícios
de autoria. Se convencido, o juiz impronunciará o réu, e o caso será afastado do julgamento
perante o Tribunal do Júri;
Desclassificação para outro crime (art. 419, CPP): quando o crime não for da competência do júri, ou seja, quando não se
tratar de crime doloso contra a vida. Deve pedir: desclassificação e remessa dos autos ao juízo competente. Por exemplo,
latrocínio para lesão corporal seguida de morte;
Absolvição sumária (absolver sumariamente, art. 415, CPP): é a melhor decisão possível para o réu, já que faz coisa julgada
formal e material. O juiz absolve sumariamente, quando, por exemplo, reconhece que o autor do crime doloso contra a vida
agiu sob uma excludente de ilicitude. Por exemplo, se o réu agiu sob legítima defesa. A absolvição sumária do art. 415 do CPP
não se confunde com a absolvição sumária do art. 397 do CPP. Nesta, o pedido é feito em resposta à acusação; na absolvição
sumária da primeira fase do júri, o pedido é feito em memoriais. As teses para absolvição devem ser analisadas na segunda fase,
pelo Conselho de Sentença.
Por fim, o art. 415, parágrafo único, do CPP, veda a aplicação do inciso IV do mesmo artigo, quando se tratar de caso de inimputabilidade, o que
acarreta absolvição imprópria, salvo quando esta for a única tese de defesa. 
Isso porque na absolvição imprópria, há imposição de medida de segurança. Caso o réu queira sustentar a sua inocência, que, se reconhecida, não
gera qualquer medida em seu desfavor, a absolvição sumária por inimputabilidade acaba sendo prejudicial. Por isso, o inciso IV só poderá ser
aplicado quando a inimputabilidade for a única tese defensiva.
Estrutura dos memoriais 
 
A peça de memoriais é idêntica a uma queixa-crime ou a uma contestação da área cível. Para facilitar, siga a seguinte estrutura:
Importante! 
A absolvição sumária do art. 415 do CPP ocorre só depois da instrução (testemunhas, interrogatório,
debates etc.). Você só pede em memoriais ou em eventual recurso à segunda instância. Logo, em resposta à
acusação no júri, você não usará a absolvição sumária do art. 415 do CPP. 
Endereçamento: ao juiz da vara criminal que está com o processo);1
Preâmbulo: qualificação das partes (comece a peça com o nome de seu cliente e utilize a 3ª pessoa do singular, pois você fala
em nome de seu cliente); coloque o nome da peça e o fundamento legal;
2
Dos fatos: narrativa dos fatos (o advogado deve revisar os autos e fazer o resumo dos fatos, relatando todo o ocorrido na lide.
Com isso, o advogado já retoma tudo que ocorreu, como também já elabora um dos tópicos da peça;
3
Do direito: é a fundamentação com análise das provas e das situações expostas nos autos; o advogado deve verificar
primeiramente se há nulidade ou erro procedimental que precise ser sanado antes da sentença. Caso haja, deve apresentar
como preliminar nos memoriais. Em seguida, no mérito da causa, deve analisar as provas. Esse ponto é importantíssimo nos
memoriais, pois é por meio da análise das provas que o advogado poderá reforçar suas teses. Deve verificar a prova pericial,
quando houver, pois ela apresenta a conclusão de um expert sobre algum dos temas em debate na lide, e pode ser
imprescindível na decisão do juiz. Porém, cuidado, pois o laudo pericial pode ser prejudicial ao seu cliente. Nesse caso, deve
combatê-lo. É recomendado fazer a fundamentação, em que serão apresentadas as provas produzidas e os argumentos pelos
quais tais provas corroboram com as alegações feitas anteriormente. Outra prova importantíssima é a prova testemunhal
(prova oral). O advogado deve mencionar as falas das testemunhas e os depoimentos pessoais em seu proveito, demostrando
para o juiz que os depoimentos reafirmam suas exposições anteriores ou invalidam as da parte contrária. Também, as provas
documentais devem ser mencionadas em sua defesa para que o juiz se atente que já estão anexadas aos autos.  E, por último, se
for o caso, elaborar teses subsidiárias (desclassificação do crime, diminuição de pena, regime mais brando etc.),  para também
serem analisadas pelo juiz. Como se trata da última manifestação antes da sentença, as partes têm que apresentar tudo que
tiverem em seu favor;
4
Do pedido: os pedidos, que devem ser harmônicos com a tese levantada;5
No final coloque a expressão: “termos em que, pede deferimento e, logo abaixo;6
modelo da peça de Alegações Finais em Forma de Memorial.docx
15.2 KB
Obs.: Não se esqueça que se for caso de Júri, devemos pedir, conforme o caso: impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
Resolução do problema prático XIV exame 2 fase da OABSP.docx
21.3 KB
Data e assinatura do advogado (no exame da OAB, não pode se identificar): coloque somente a expressão “Nome do
advogado” e OAB nº..........
7
Importante! 
Realize o download do arquivo a seguir e veja um exemplo de modelo da peça de Alegações Finais em Forma
de Memorial
Importante! 
Realize o download do arquivo
a seguir e veja a Resolução do problema prático XIV exame – 2ª fase da
OAB/SP – alegações finais por memoriais
https://articulateusercontent.com/rise/courses/4-c-A4eWgrm5Geaq0vtAgQhW72EtfpDu/kxgW4dGrO4Q9BOkn-modelo%2520da%2520pe%25C3%25A7a%2520de%2520Alega%25C3%25A7%25C3%25B5es%2520Finais%2520em%2520Forma%2520de%2520Memorial.docx
https://articulateusercontent.com/rise/courses/4-c-A4eWgrm5Geaq0vtAgQhW72EtfpDu/jWu5Awtsh5ddp6P4-Resolu%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520do%2520problema%2520pr%25C3%25A1tico%2520XIV%2520exame%2520%25202%2520fase%2520da%2520OABSP.docx
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Vídeos  
Direito Processual Penal - Exceções 
Exceções no Processo Penal – Professor Warlem Freire 
2 / 3
 Material Complementar
Aula 23 - Direito Processual Penal - Exceções
Exceções no Processo Penal - Professor Warlem Freire
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Alegações Finais Orais ou Memoriais no Processo Penal: o que Alegar? 
Alegações Finais Orais ou Memoriais no Processo Penal: o que Alegar? 
  Leitura  
Alegações �nais (orais x memoriais). Defesa. DICAS: Processo Penal e Direito. PRÁT…
Alegações �nais orais ou memoriais no processo penal: o que alegar?
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A Técnica das Alegações Finais 
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A Última Palavra é da Defesa: o Direito do Acusado-delatado a se Manifestar Após as
Alegações Finais do Delator 
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Direito Processual Penal. Alegações Finais. Inversão dos Atos do Processo. Violação do
Princípio da Ampla Defesa. Nulidade dos Atos Processuais
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ACESSE
Incidentes Processuais no Processo Penal – Exceções
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://www.mprj.mp.br/documents/20184/2767077/Sergio_Demoro_Hamilton.pdf
https://ibccrim.org.br/publicacoes/edicoes/4/95
https://www.ibccrim.org.br/noticias/exibir/5735/
https://jus.com.br/artigos/59906/incidentes-processuais-no-processo-penal-excecoes
BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 out. 1941. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm>. Acesso em: 14/03/2023.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 dez. 1940. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 14/03/2023.
DEZEM, G. M. et al. Prática Jurídica: Penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. (e-book)
GLOECKNER, R. J. Nulidades no processo penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. (e-book)
LOPES JÚNIOR, A. Direito processual penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (e-book)
MARCÃO, R. Curso de processo penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (e-book)
NUCCI, G. de S. Prática forense penal. 14. ed. São Paulo: Forense, 2022.
NUCCI, G. de S. Curso de direito processual penal. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022. (e-book)
PACELLI, E. Curso de processo penal. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2017. (e-book)
RANGEL, P. Direito processual penal. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2019. (e-book)
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 Referências

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