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Universidade Cruzeiro do Sul Curso: Licenciatura em Química Aluno: César Augusto Silva de Souza RGM: 25451171 Atividade Avaliativa 3 - Unidade III - Prática de Ensino de Ciências Nos Anos Finais do Ensino Fundamental I: O ato de ensinar requer uma dedicação do professor em vários aspectos, por exemplo, a escolha de uma metodologia de ensino adequada para um determinado conteúdo, a fim de que o conhecimento possa ser “transformado” em algo possível de ser aprendido. Ensinar Ciências é fácil? Somente ensinar teorias proporciona a construção do conhecimento? Diante de tais fatos, surge a necessidade de implementação de aulas práticas, como a aula em laboratório de Ciências e a aula de campo, em que é possível realizar a contextualização, a interdisciplinaridade e o aluno colocar em prática o que viu de forma teórica, aplicando todo o seu conhecimento. Dessa maneira, reflita sobre os principais desafios, as possibilidades e os benefícios da aplicação das aulas em laboratório de Ciências e em campo no contexto do ensino Fundamental (disciplina de Ciências). Na ausência de recursos (didáticos, financeiros, etc.) da escola, é possível realizar uma aula prática? Além do mais, quais conteúdos do ensino fundamental podemos selecionar para aplicar essas aulas práticas? Vamos lá? RESPOSTA Reflexão: Segundo LEME (2019), a partir dos acordos, nos anos de 1960, entre o Ministério de Educação do Brasil (MEC) e a United States Agency for International Development (USAID) foi posto no campo educacional a concepção de uma educação tecnicista, que visava transformar alunos para o mercado de trabalho, nesse ínterim houveram reformas curriculares no ensino, como “a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), instituída em 1961, com a finalidade de renovar o ensino de ciências no país, haja vista a visão muito técnica sobre a ciência” (VIEIRA, 2012). A mudança de visão do ensino tecnicista para um ensino mais inovador se deu a partir da década de 80 com a implementação das ideias socioconstrutivistas na qual os alunos estão ativamente envolvidos em seu aprendizado para alcançar novos entendimentos, desde então as ideias de aulas experimentais como ferramenta de construção de um conhecimento mais participativo ganharam força no debate educacional. É de conhecimento dos professores de ciências o fato da experimentação despertar um forte interesse entre os alunos em diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Por outro lado, não é incomum ouvir de professores a afirmativa que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois funciona como meio de envolver o aluno nos temas que estão em pauta (GIORDAN, 1999). Como toda boa prática implementada, a experimentação ainda possui muitos obstáculos a serem vencidos, o desafio que então se apresenta é o de propiciar um ambiente que permita o diálogo entre a teoria e o experimento, sem estabelecer entre eles uma hierarquia e uma regra de procedência (AMARAL; SILVA, 2000). É importante considerar que os fenômenos práticos do Ensino de Ciências não devem estar limitados àqueles que podem ser criados e reproduzidos na sala de aula ou no laboratório, mas sim permitir que se permeiem pelas negociações de significado do ponto de vista dos alunos. As vivências e ocorrências do mundo social, ao serem incluídas na aula, possibilitam que as formas como os conceitos funcionam nas relações sociais possam ser experienciadas pelos alunos (MACHADO, 1999). A utilização de experimentos como ponto de partida, para desenvolver a compreensão de conceitos, é uma forma de levar o aluno a participar de seu processo de aprendizagem. O aluno deve sair de uma postura passiva e começar a perceber e a agir sobre seu objeto de estudo, tecendo relações entre os acontecimentos do experimento para chegar a uma explicação causal acerca dos resultados de suas ações e/ou interações (CARVALHO et al., 1995). Embora possamos considerar os desafios da experimentação tais como o uso de instrumentos ou reagentes perigosos, é possível montar experimentos de baixos custos com materiais baratos e de fácil acesso, muitas escolas , principalmente aquelas em cidades isoladas, não possuem laboratórios ou salas equipadas para experimentação, no entanto é possível montar pequenos experimentos em sala de aula que tragam a luz o conhecimento teórico aplicado em sala, uma aparato simples , por exemplo, uma garrafa, óleo de cozinha, agua e serragem podem demonstrar propriedades físicas com a densidade dos materiais, uma simples pedra de gelo derretendo sobre uma chapa pode trazer a luz os estados físicos da matéria, ou ainda é possível mostrar a propagação de ondas sonoras em um experimento com barbante e copos descartáveis. Dessa forma, para que a atividade experimental possa ser considerada uma atividade investigativa, o aluno não deve ter uma ação limitada à simples observação ou manipulação de materiais, mas, sobretudo, deve conter características de um trabalho científico. Sabendo que o objetivo das ciências é a explicação e a predição é necessário que o aluno trabalhe dentro dessa perspectiva dando-se oportunidade para que essa capacidade se desenvolva tendo em vista suas limitações e seu próprio conhecimento. REFERÊNCIAS AMARAL, L.O.F.; SILVA, A.C. Trabalho Prático: Concepções de Professores sobre as Aulas Experimentais nas Disciplinas de Química Geral. Cadernos de Avaliação, Belo Horizonte, v.1, n.3, p. 130-140. 2000 CARVALHO, A. M. P.; GIL, D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações.2. ed. São Paulo: Cortez / Coleção questões da nossa época, 1995. 120 p. DA SILVA VIÉGA, Paula Vasconcellos; WAGNER, Caroline. EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA ANÁLISE NOS ANAIS DO ENPEC SOBRE EXPERIMENTAÇÃO INVESTIGATIVA E REPRODUÇÃO DE EXPERIMENTOS HISTÓRICOS. III CIÊNCIA EM AÇÃO, p. 28. LEME, Renata Bento; BRABO, Tânia Suely Antonelli Marcelino. Formação de professores: currículo mínimo e política educacional da ditadura civil-militar (1964- 1985). ORG & DEMO, v. 20, n. 1, p. 83-98, 2019 GIORDAN, Marcelo. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química nova na escola, v. 10, n. 10, p. 43-49, 1999. MACHADO, A.H. Aula de Química: discurso e conhecimento. Ijuí: UNIJUÍ, 1999. 200p.
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