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FMU - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas APS – DIREITO_PROCESSO DO TRABALHO Elaborada por: Tatiane Cristina Lauriano – R.A. 7428892, aluna da Turma 003207D02 – 7º Semestre do Curso de Direito. São Paulo/SP 2023 2 A APS (Atividade Prática Supervisionada) proposta é constituída de duas situações problemas que percorrem a fase de conhecimento e de execução no dissídio individual trabalhista. I - Um vendedor externo, Genivaldo, contratado pela empresa “Atacado Geral Ltda.”, que atua no setor de distribuição de doces e balas em geral, recebeu em sua CTPS anotação acerca da exceção do artigo 62, inciso I da CLT, eis que o empregador não realiza controle formal da jornada de trabalho. Em seu labor Genivaldo comparecia à empresa pela manhã e elaborava um roteiro de visitas, a partir de carteira de clientes de área definida pela empresa, prevendo no mínimo 20 (vinte) visitas diárias. Por volta das 8:30 da manhã Genivaldo saía da empresa para realizar as visitas do roteiro, mantendo constante contato por telefone, quando informava o horário de chegada e saída em cada cliente. Encerradas as visitas o vendedor enviava o relatório através de e-mail ao Supervisor da área de venda. Como mencionado Genivaldo não registrava em controle de frequência a sua jornada, que em média era de 10 horas, sem intervalos, de segundas a sábados. Dispensado após dez anos de serviços prestados, sob o fundamento de justa causa por ato de concorrência desleal em prejuízo da empresa, Genivaldo propôs Reclamação Trabalhista em face de sua ex-empregadora, onde pretende a descaracterização da justa causa, o pagamento de horas extras e seus reflexos e pagamento de empréstimo que ele autor fez ao sócio da empresa. Em audiência realizada, a conciliação proposta pelo juiz foi infrutífera. Em sua defesa a empresa “Atacado Geral Ltda.” sustenta nada dever a título de horas extras, dada à exceção a que estavam sujeitos os seus vendedores, e que a justa causa encontra-se caracterizada na medida em que o empregado nas suas horas vagas como era proprietário de estabelecimento comercial em sociedade com sua esposa, vendia outros produtos alimentícios no varejo, especialmente batatas fritas e salgadinhos em geral. 3 A contestação foi apresentada ao advogado de Genivaldo que rechaçou por negativa geral os fatos narrados na defesa e reiterou o conteúdo da petição inicial. Ato contínuo o juiz iniciou a instrução informando que dispensava o interrogatório do autor e do preposto, perguntando às partes se tinham provas, o advogado do autor informou que apresentaria duas testemunhas e a ré que apresentaria apenas uma testemunha. Iniciada a colheita da prova oral, as testemunhas do autor informaram nada saber acerca dos fatos relacionados à justa causa e confirmaram que o autor estava submetido a controle informal de horário eis que se reportava a empresa nos exatos termos narrados na petição inicial. A testemunha da empresa, que exercia a função de diretor comercial com participação acionária de 40% do capital social da empresa, foi contraditada pelo advogado do autor, sob o fundamento de exercício de cargo de confiança na empresa e por ser sócio do empreendimento. A contradita não foi acolhida, sendo que o juiz se baseou nessa decisão no fato de que a testemunha convocada embora diretor não tinha real interesse na demanda. O advogado apresentou protestos, que restaram consignados em ata de audiência. A testemunha da empresa foi ouvida e nada acrescentou com relação às horas extras, mencionando tão somente que o trabalho do autor era realizado externamente sob a supervisão do depoente. Com relação à justa causa seu depoimento foi no sentido que ele havia investigado o fato pessoalmente e constatou que o autor era sócio minoritário de estabelecimento comercial localizado em frente a um clube onde eram vendidos no varejo toda a espécie de salgadinhos e por fim com relação ao empréstimo informou que de fato a empresa era devedora. A instrução foi encerrada e as partes apresentaram alegações finais remissivas e ato contínuo o juiz prolatou a sentença julgando todos os pedidos iniciais improcedentes com fundamento na prova produzida em audiência, imputando ao autor as penas de litigância de má fé no percentual de 20% e atribuiu custas 4 processuais definidas em lei e honorários sucumbenciais arbitrados no percentual de 20% ao empregado calculado sob o valor da causa fixado por sentença em R$ 50.000,00. Nos autos constava pleito do autor no sentido de concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, assim publicada a sentença o advogado de Genivaldo apresentou medida processual visando o exame desse ponto omisso da decisão, bem como rebateu a falta de fundamentação da decisão com relação a litigância de má fé. O juiz recebeu a medida processual referenciada no parágrafo anterior, julgando-a improcedente sob o fundamento que não havia qualquer omissão no julgado, novamente, inconformado o autor no prazo apresentou medida processual objetivando reforma da decisão, que restou em juízo de admissibilidade denegada por falta de preparo. Mais uma vez o autor inconformado aviou nova medida processual. Pergunta-se: 1. Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus da prova no acaso acima apresentado? Fundamente sua opção de forma completa, inclusive abordando brevemente a questão da inversão do ônus da prova no processo do trabalho. Resposta: O magistrado agiu corretamente, pois conforme dispõe o Art. 818, I, II, CLT, uma vez que cabe ao reclamante o fato constitutivo ao seu direito, e ao reclamado quanto à existência de fato impeditivo, modificado ou extintivo do direito do reclamante. Em relação a inversão do ônus da prova, no Processo do Trabalho, tem a função do equilíbrio da relação trabalhista, invertendo-se assim, o ônus da prova que seria do empregado ao empregador quando for o caso, com fulcro no artigo 818, parágrafo 1. 5 2. Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor? Resposta: O protesto tem a finalidade é recorrer em momento oportuno, sendo um direito do advogado deixar isso registrado no processo, com fundamento legal no artigo 795, CLT e artigo 817, CLT. 3. O juiz poderia dispensar o interrogatório das partes? Resposta: O interrogatório das partes trata-se de uma faculdade do julgador e não uma obrigação, conforme artigo 848, caput, CLT. Deste modo, poderá ser dispensado pelo juiz. 4. Explique à luz da doutrina, legislação e jurisprudência os fundamentos que deveriam ser utilizados pelo advogado de Genivaldo ao formular a contradita. Resposta: O advogado do Genivaldo deveria ter fundamentado quanto a contradita testemunhal no artigo 447, parágrafo 3º, I, CPC. Nesse, para provar a contradita, é necessário comprovar que a testemunha está inteirada nas atividades da empresa. Não somente ligada, mas também é sócio da empresa com 40% de participação de lucros. 6 5. Explique o que são razões finais remissivas? Se hipoteticamente os advogados optassem por razões finais orais, quais as cautelas que deveriam ser observadas? Resposta: São aquelas que reiteram tudo que já foi apresentado anteriormente no processo, ou seja, é a ratificação do advogado sobre o que já foi apontado no processo. Se optasse, por razões finais orais, é necessário cautela ao tempo concedido a cada parte, artigo 364, caput, CPC, prevê o tempo de 20 minutos para cada parte, podendo ser prorrogado em 10 minutos a critério do juiz. Em caso de litisconsórcio, o prazo será de 30 minutos. Contudo, o tempo será dividido entre os litisconsortes, conforme parágrafo 1 do referido artigo. 6. Agiu corretamenteo juiz ao arbitrar os honorários sucumbências no percentual de 20% a ser calculado considerando o valor da causa? Resposta: Sim, o juiz agiu corretamente quanto aos honorários sucumbências estabelecidas a 20% calculados sob o valor da causa com fundamento no Artigo 85, parágrafo 1, CPC. 7. Qual a medida processual utilizada pelo autor para o exame dos pontos omissos da sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida a medida quais os seus efeitos? Resposta: A medida processual cabível seria os embargos de declaração, com prazo de 5 dias uteis. Com o devido acolhimento dos embargos, o juiz teria deferido a justiça 7 gratuita, a ação seria julgada improcedente e passaria ser julgada parcialmente procedente. 8. Qual a medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento da medida processual em relação à omissão? Qual o prazo e o marco inicial desse prazo? Quais os seus pressupostos genéricos? Resposta: Após o indeferimento dos embargos da declaração, a medida cabível é o Recurso Ordinário, com prazo de até 8 dias úteis, contados a partir da intimação da decisão. 9. Qual a medida judicial cabível da denegação da medida judicial referida no item 5 Quais as obrigações da parte que avia essa medida? Qual o juízo de interposição? Qual o juízo de conhecimento? Qual o objetivo dessa medida? Resposta: É possível pleitear o Agravo do Instrumento, sendo obrigatório a parte que o juntar, anexar a cópia da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas do Agravante e do Agravado, petição inicial, da contestação, da decisão originária, do deposito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar e da comprovação do recolhimento das custas. O juízo de interposição é o juízo “a quo”; o juízo de conhecimento é o juízo “ad quem”. O objetivo dessa medida é destrancar o Recurso Ordinário para que seja apreciado em 2º grau. 10. Considerando-se que o Tribunal deu provimento a medida judicial que combateu a decisão denegatória da medida principal, bem como provimento parcial a própria medida principal reconhecendo o direito 8 às horas extras e o direito de Genivaldo receber valores relacionados ao empréstimo sem apresentar tese explícita o que resta do ponto de vista processual para que Genivaldo possa defender seus interesses com relação a justa causa e a litigância de má fé? Apresente a(s) medida(s), prazo(s), finalidade(s) e pressuposto(s) específico(s) ao caso concreto. Resposta: O recurso cabível neste caso, é o Recurso Revista, com prazo de até 8 dias. Está previsto as finalidades e pressupostos no Artigo 896, alíneas a), b), c), e incisos CLT 11. Como o Tribunal reformou a sentença com relação ao empréstimo, qual ou quais a medidas que a empresa pode adotar? Qual ou quais os seus prazos, pressupostos, efeitos, juízo de admissibilidade, julgamento e fundamento jurídico? Resposta: A medida cabível neste caso é o Recurso Ordinário, com prazo de 8 dias úteis, Artigo 895 II, CLT e artigo 899, CLT, para caracterizar o aspecto devolutivo da medida processual adotada. II- Intimada para se manifestar acerca dos cálculos ofertados pelo autor da ação, hipotética empresa demandada formulou impugnação específica inclusive apresentando cálculos que julga corretos no percentual de 50% dos cálculos presentados pelo autor. Ato contínuo os cálculos do autor foram homologados e expedido mandado de citação penhora e avaliação, assim foi citada a empresa executada. Não pagando nem 9 oferecendo bens à penhora, retornou o Senhor Oficial de Justiça ao local e penhorou, então, incontinente o automóvel do sócio da empresa, estacionado na rua, em frente ao estabelecimento. Pergunta-se: 1. Agiu corretamente o juiz na homologação dos cálculos? Explique. Resposta: Sim, o magistrado agiu corretamente. Após intimação das partes para elaboração dos cálculos de liquidação, o juiz poderá abrir vista para impugnação, no prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto de discordância, sob pena de preclusão. Artigo 879 parágrafo 2, CLT. 2. Qual a medida jurídica que pode utilizada pela empresa e/ ou por seu sócio em razão da penhora? Em que prazo? Qual o fundamento a ser utilizado pela empresa e/ou por seu sócio nessa medida? Resposta: Nesse caso, a medida jurídica que deve ser utilizada são os Embargos à Execução, visto que penhorado os bens, o executado terá 5 dias uteis para apresentar os Embargos, devendo a empresa impugnar a sentença de liquidação. Artigo 884, parágrafo 3º, CLT. 3. Qual o recurso cabível da decisão proferida que manteve a penhora do carro? Qual o prazo, quais os requisitos desse recurso? Resposta: 10 O recurso cabível para essa fase do processo é o Agravo de Petição, cujo prazo é de 8 dias, recurso no qual o requisito de admissibilidade diz respeito ao conteúdo do recurso, o qual deve expressamente conter: a) a matéria específica impugnada; b) os valores expressamente impugnados, delimitado dos valores incontroversos. A delimitação da matéria e dos valores tem como finalidade a continuidade da execução em face da parcela incontroversa, nos termos da Súmula 416 do TST. Artigo 897, a), parágrafo 1, CLT 4. Na hipótese de não provimento desse recurso pode a empresa manusear outro recurso? Qual? Sob qual fundamento intrínseco. Resposta: Sim, é possível manusear o Recurso de Revista previsto no artigo 896, CLT. Para que tal recurso seja admitido é preciso que todas as decisões proferidas se enquadrem em alguma das situações, segundo o próprio artigo 896, a), b), c) CLT.
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