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Administração de Comércio Exterior_Politica Comercial

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20UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
1. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA COMERCIAL
O Brasil apresenta vantagens comparativas na cadeia produtiva do aço, começando 
com a abundante oferta de minério de ferro, Usinas Siderúrgicas integradas, e escoamento 
da produção via portos. A perspectiva de expansão do setor pode acontecer através das 
exportações, mesmo com as inúmeras medidas restritivas adotadas pelos países importa-
dores de aço (ANDRADE E CUNHA, 2002). 
Sendo assim, de acordo com Firme e Vasconcelos (2014), às rodadas do General 
Agreement on Tariffs and Trade (GATT) e da Organização Mundial do Comércio (OMC) 
reduziram as barreiras em todo o mundo. Porém há economias em que essas medidas 
de restrição à entrada de produtos estratégicos como o aço, pode fortalecer a indústria 
nacional, como é o caso dos Estados Unidos. Para Andrade e Cunha (2002, p.18), “tal 
cenário inibe, mas não impede a busca de maior expansão nas exportações brasileiras, 
inclusive de maior valor agregado, visto que neles também estão sujeitos às salvaguardas 
e processos antidumping”.
Diante do contexto, os Instrumentos de Política Comercial segundo Krugman e 
Obstfeld (2010), objetivam responder questões como: “Que política comercial os países 
deveriam adotar?” No cenário econômico apresentado os Estados Unidos comumente apli-
cam tarifas à importação do aço impactando diretamente a indústria siderúrgica brasileira. 
Posto isso, surgem as seguintes questões: Quem se beneficiará dessas tarifas? Estes 
compensam os custos? Para responder tais perguntas vamos analisar sob a ótica das (1) 
21UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Tarifas; (2) Subsídios à Exportação; (3) Cotas de Importações e; (4) Restrições Voluntárias 
à Exportação (RVE).
A Tarifa se constitui como a mais simples das políticas comerciais, trata-se da 
cobrança de um imposto sobre a mercadoria importada. Sendo que, as Tarifas específicas 
são atribuídas como um valor fixo em cada unidade de produto importado (e.g.; $1 por 
saca de Tâmaras). Quando se trata de Tarifas ad valorem estas incidem como uma fração 
do valor das mercadorias importadas (e.g. Tarifa de 15% sobre veículos colecionáveis 
importados). Posto isso, o objetivo das Tarifas é elevar o custo de envio das mercadorias 
para um destino e, sobretudo, proteger determinados segmentos industriais nacionais. No 
entanto, a prática de tarifação como medida protecionista têm cedido espaço para alter-
nativas como as barreiras não tarifárias como as cotas de importação as quais limitam 
quantidades a serem importadas e as restrições à exportação cujo objetivo consiste em 
limitar a quantidade de exportações usualmente aplicada pelo país exportador a pedido do 
país importador. Os efeitos de uma tarifa sob a dinâmica de comércio exterior podem ser 
visualizados na Figura 1.
FIGURA 1. EFEITO DA TARIFA SOB O COMÉRCIO EXTERIOR
Fonte: Adaptado de Krugman; Obstfeld (2010).
Segundo Krugman e Obstfeld (2010), as tarifas para os países exportadores podem 
ser entendidas como um custo de transporte. Sendo assim, vamos assumir que a economia 
local são os Estados Unidos (EUA) e a estrangeira é o Brasil (BR). Dito isso, se os EUA 
estabelecerem um imposto de 12% sobre a importação de aço, os exportadores não esta-
rão dispostos a transportar o aço a não ser que a diferença de preços entre os mercados 
nos EUA e BR seja ao menos de 12%. Uma inspeção visual na Figura 1 permite verificar 
os efeitos de uma determinada tarifa (t) sob uma unidade de aço. Não havendo imposição 
22UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
tarifária, o preço do aço estaria localizado em seja nos EUA (local) ou BR (estrangeiro), 
representado pelo ponto 1 na Figura 1. 
Entretanto, após a imposição tarifária, os exportadores não estarão dispostos a 
transportar o aço do BR para os EUA a não ser que o preço nos EUA exceda o preço dos 
BR em pelo menos t. Contudo, caso nenhum aço seja comercializado com os EUA, haverá 
um excesso de demanda por aço nos EUA e um excesso de oferta no BR. Dessa forma, o 
preço do aço aumentará nos EUA e no BR será reduzido até que a diferença de preço seja 
t (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010).
Diante do contexto, a tarifa eleva o preço nos EUA para e reduz no BR para . Nos 
EUA, as siderúrgicas ofertam mais aço ao preço mais elevado contrário a demanda que 
apresenta reduções de tal forma que uma quantidade menor de importações é demandada, 
representado pelo deslocamento do ponto 1 para o ponto 2 na Curva de Demanda por 
Importações (DM)(Figura 1).No BR o preço menor leva a uma oferta inferior e a uma de-
manda mais elevada e, dessa forma, a uma oferta de exportações menor, representada pelo 
deslocamento do ponto 1 para o ponto 3 sobre a Curva de Oferta de Exportações (OX).
Por sua vez, Krugman e Obstfeld (2010), sublinham que, caso o volume de aço 
comercializado reduza de (livre comércio) para , volume com imposição tarifária e a ele-
vação dos preços nos EUA de para é inferior ao montante tarifário, porque parte da tarifa 
compõe a redução do preço das exportações do BR e, portanto, não será repassado aos 
consumidores dos EUA, tal resultado será consequência de qualquer política comercial cujo 
objetivo seja a limitação das importações. Na sequência abordamos o segundo elemento 
comumente utilizado pelas nações como instrumento de política comercial, os Subsídios 
à Exportação.
Os Subsídios à Exportação são considerados um pagamento para uma organi-
zação empresarial ou agente econômico cujo objetivo consiste em destinar produtos e 
serviços para o exterior na forma de exportação. Semelhante a tarifa os subsídios podem 
ser aplicados como um valor sob unidades de produtos ou ad valorem, isto é, por proporção 
da mercadoria exportada. Além disso, quando o Estado (Governo) subsidia uma operação, 
os exportadores exportam o produto até o ponto cujo preço doméstico (nacional) exceda o 
preço no exterior por meio do montante do subsídio (Figura 2).
23UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
FIGURA 2. EFEITOS DOS SUBSÍDIOS SOB AS EXPORTAÇÕES
Fonte: Adaptado de Krugman e Obstfeld (2010).
Uma inspeção visual na Figura 2 permite verificar que os efeitos dos subsídios 
favorecendo as exportações são o inverso do observado com a imposição de tarifas. O 
preço no país se eleva de para , entretanto, como o preço no país importador reduz de 
para então a elevação do preço é inferior ao subsídio. Além disso, no país exportador 
os consumidores são onerados, os produtores ganham e o estado precisa gastar mais 
recursos com subsídio. É possível verificar esse comportamento hachurado na Figura 2 
pela área demarcada como “A” mais “B”, já o produtor aufere ganhos nas áreas “A” mais 
“B” mais “C” e por sua vez, o subsídio do governo, ou seja, a quantidade de exportações 
multiplicada pelo montante de subsídio concedido é observável em “B” mais “C” mais “D” 
mais “E” mais “F” mais “G”. Ademais, a área hachurada em “B” mais “D” mais “E” mais “F” 
e mais “G” representa a perda de bem-estar (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010).
Com a adoção de subsídios como medida de estímulo às exportações e ao desen-
volvimento da indústria nacional contrário à prática tarifária existe uma piora nos termos 
de troca, porque a medida os preços das exportações reduzem no exterior de para isso 
provoca uma perda adicional dos termos de troca. Dito isso, os custos dos subsídios à 
exportação são suprimidos pelos benefícios.
O terceiro elemento utilizado como instrumento de política comercial são as Cotas 
de Importação cujo objetivo é restringir de forma direta a quantidade de alguma mercadoria 
que pode ser importada. Usualmente é operacionalizada por meio da emissão de licenças 
para grupos empresariais específicos e/ou pessoas individuais. Além disso, Krugman e 
24UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Obstfeld (2010) reiteram que as cotas de importação elevam sim os preços domésticos 
do produto importado.Porque devido a limitação das importações a demanda inicial pelo 
produto exceda a oferta nacional mais as importações fazendo com que os preços se 
elevem até que o mercado convirja em equilíbrio. Ademais, a diferença entre as cotas de 
importações e tarifas consiste na arrecadação do governo o qual na primeira não aufere 
receita. Sendo assim, a renda que seria amealhada pelo estado fica retida nas mãos dos 
detentores de licenças, os quais podem revender a mercadoria a um preço mais elevado no 
mercado nacional o lucro obtido é conhecido como rendas das cotas.
Finalmente, a última medida adotada como instrumento de política comercial trata 
das Restrições Voluntárias à Exportação (RVE) sendo conhecida também como acordo 
de restrição voluntária (ARV). De acordo com Krugman e Obstfeld (2010), a RVE se refere 
à cota imposta pelo país exportador e não ao importador. Na prática, como isso funciona? 
É uma medida adotada por determinado país para limitar a quantidade de uma determinada 
mercadoria a ser vendida ao exterior, como foi o caso das limitações de exportações de 
automóveis japoneses para os americanos em 1981. Além disso, é um acordo firmado 
entre ambas as partes e usualmente solicitado pelo importador como medida para evitar 
outras restrições comerciais. Por sua vez, tal medida equivale a uma cota de importação 
concedida a determinado governo estrangeiro e a principal consequência é que a renda 
auferida na aplicação tarifária está sendo direcionado ao país exportador o que eleva ainda 
mais os custos para o país importador.
25UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
2. ECONOMIA POLÍTICA E POLÍTICAS COMERCIAIS
Com exceção de Hong Kong, considerado território autônomo da China, não há evi-
dência de outro país que não adote barreiras tarifárias ou não tarifárias como medida protetiva 
de sua economia doméstica. Sendo assim, Krugman, Obstfeld e Melitz (2015), enfatizam que 
o caso de eficiência para o livre comércio é considerado o inverso da análise de custo de 
oportunidade da adoção tarifária. Ou seja, uma tarifa aduaneira provoca uma perda líquida 
na economia conforme demonstrado na Figura 3, porque cria uma distorção dos incentivos 
econômicos, seja para os produtores ou consumidores. Por sua vez, uma alteração para o 
livre comércio expurgaria essas distorções e aumentaria o bem-estar do país.
FIGURA 3. DISTORÇÕES DE PRODUÇÃO E CONSUMO DADA UMA RESTRIÇÃO
Fonte: Adaptado de Krugman, Obstfeld e Melitz (2015).
26UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Diante do contexto, os ganhos com o livre comércio são maiores para os países 
pobres que estão em processo de desenvolvimento. Dito isso, um ganho adicional está 
relacionado às economias de escala, ou seja, quando internalizadas elas tendem a frag-
mentar a produção, reduzir a competitividade e aumentar o número de empresas no setor 
industrial protegido. Sendo assim a concentração devida ao aumento de empresas simila-
res em determinado setor resulta em ineficiência. A ineficiência pode acontecer devido a 
restrições na importação o que por sua vez permite que uma empresa não especializada 
na área se estabeleça e empregue mais fatores de produção para produzir uma quantidade 
inferior de bens que uma empresa especialista nesse mesmo setor seria capaz de produzir 
(KRUGMAN; OBSTFELD, MELITZ, 2015). Dessa forma, barreiras à entrada de empresas 
de forma excessiva e a permanência na escala de ineficiência produtiva são argumentos 
válidos para o estímulo do livre comércio transcendendo os cálculos de custo benefício.
2.1 A formação de blocos econômicos e sua taxonomia
As economias dos países desenvolveram, supriram e mantêm as negociações com 
países diversos aos seus, parte desses esforços contribuíram para a globalização da eco-
nomia mundial, isto é, o trânsito de mercadorias, serviços, ideias, políticas, conflitos, etc. 
Sendo assim, de acordo com Keedi (2015), o mundo começou um processo de união em 
blocos econômicos cujos objetivos e combinações abrangem as mais distintas intenções 
como a intensificação do comércio entre os países por meio de acordos bilaterais ou multi-
laterais entre os países ou blocos. Evidentemente, os acordos de comércio desejam reduzir 
ou expurgar os impostos, taxas, tarifas ou quaisquer incidências dessas naturezas de sobre 
as mercadorias e ou transações comerciais facilitando o trânsito de produtos, serviços, 
pessoas, capitais e etc. entre os países do acordo, ou membros de um bloco econômico 
(e.g., União Européia, MERCOSUL, Asean, etc.). 
Por sua vez, as áreas ou zonas com preferência tributária ou tarifária são constituí-
das a partir do acordo entre dois ou mais países. Dito isso, para reduzir as tarifas alfandegá-
rias no comércio utilizando o mecanismo de concessão de preferência tarifária é necessário 
eleger um conjunto de mercadorias que serão permitidas a realização dessas negociações 
reduzindo as tarifas de importação. Condições podem ser exigidas para que essa preferên-
cia seja válida como a comprovação de origem do país exportador. Com a adoção de áreas 
ou zonas de livre comércio, os países estabelecem o acordo mútuo de trânsito de produtos 
entre eles sem tributação sobre importação, os chamados direitos alfandegários (KEEDI, 
2015). No Quadro 1 são apresentados alguns acordos comerciais, a saber:
27UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
QUADRO 1 – APRESENTAÇÃO DOS ACORDOS COMERCIAIS OU BLOCOS ECONÔMICOS
Acordo Comercial ou 
bloco
Descrição do acordo ou união comercial
UE
A União Européia é composta pela formação de blocos eco-
nômicos cuja formação aconteceu no século XX. É conside-
rado o mais avançado estágio de acordo econômico entre 
países, caracterizando-se como uma União Econômica es-
tabelecendo uma moeda única em janeiro/2002, o EURO.
Países membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chi-
pre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, 
Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, 
Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polô-
nia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha† e Irlanda do Nor-
te, República Tcheca, Romênia e Suécia.
NAFTA
Acordo de Livre Comércio da América do Norte (North Ameri-
can Free Trade Agreement - Termo em inglês). Sua formação 
inicial era composta por Canadá e EUA em 1988 e em 1992 o 
México aderiu ao acordo
Países membros: Estados Unidos (EUA), Canadá e México. 
Objetivos: Eliminação total das barreiras alfandegárias sobre 
as mercadorias transacionadas entre esses países violando 
sua premissa inicial que era de zona de preferência tarifária.
APEC
Cooperação Econômica Ásia-Pacifico (Apec, Asian Pacific 
Economic Cooperation – Termo em inglês) sua formação 
abrange economias asiáticas, americanas e da Oceania. Foi 
criada em 1989 cujo objetivo era um fórum de discussão entre 
os países da Association of the South East Nations (Asean) 
junto a alguns parceiros da região do Pacifico sendo consoli-
dado em bloco econômico em 1994 quando o objetivo passou 
a ser a transformação da região do Pacifico em uma área de 
livre circulação de mercadorias
Países Membros: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, 
Coreia do Sul, EUA, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, 
Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, 
Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã.
28UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
ALCA
A Área de Livre Comércio das Américas tinha por objetivo, 
um acordo entre os países para livre circulação de merca-
dorias começando com preferências tarifárias reduzindo os 
impostos de importação que no limite seria zero. Entretanto, 
o acordo não prosseguiu porque o Brasil não seguiu com as 
negociações sem estimativa de retomada das conversações. 
Os possíveis países membros seriam:
Países membros: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, 
Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, 
Costa Rica, Dominica, El Salvador, Equador, EUA, Granada, 
Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras,Jamaica, México, Nica-
rágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, San-
ta Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, 
Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela;
ALALC
Associação Latino-Americana de Livre Comércio, instituída 
pelo Tratado de Montevidéu de 1960 cujos objetivos englo-
bam o estabelecimento de uma zona de livre comércio come-
çando um processo de reduções tarifárias entre os países do 
acordo.
ALADI
Associação Latino-Americana de Integração nas Américas do 
Sul, Central e Norte substituta da ALALC. Constitui uma área 
de preferência tarifária, portanto, trata-se de um acordo para 
redução de impostos de importação e não total isenção. Per-
mite acordos bilaterais entre os países membros com prefe-
rências tarifárias maiores que o previsto no tratado geral da 
Aladi.
Países membros: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, 
Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezue-
la;
Panamá aderiu em 2009 e Nicarágua em 2001.
MERCOSUL
Mercado Comum do Sul, teve início com o Tratado de Assun-
ção, celebrado em 26 de março de 1991 entre Argentina, Bra-
sil, Paraguai e Uruguai. Seu objetivo é uma união aduaneira 
cuja tarifa é denominada de Tarifa Externa Comum (TEC). 
Entre os membros originais há livre trânsito de mercadorias 
sendo imposta uma tarifa única de importação para os de-
mais países. O Mercosul possui acordos de preferência tari-
fárias com a Aladi, comunidade andina (CAN) e negociações 
em andamento para fechar acordos com outros blocos1.
29UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Nota 1: †BREXIT: Junção das palavras “British Exit” ou Saída do Reino Unido que foi oficializado 
às 23 (20h horário de Brasília) em 31 de janeiro de 2020 da União Europeia. Na prática, a saída do Reino 
Unido da UE recria fronteiras alfandegárias entre os seus vizinhos como é o caso das inspeções que 
serão submetidas as mercadorias e produtos vindos da Irlanda do Norte os quais precisaram pagar impostos 
de importação (BBC, 2018). A previsão é que o acordo reduza em dez anos as tarifas de exportação da 
América do Sul para a Europa e que no limite esta seja zero, isto é não será aplicada cobrança tarifária nas 
negociações futuras e em contrapartida a Europa precisa reduzir as tarifas de exportação que ela aplica 
nas mercadorias do MERCOSUL. Lembrando que o Brasil é um dos maiores exportadores agrícolas que 
destinam mercadorias à Europa (BRASIL, 2020).
Fonte: Adaptado de Werneck (2008); Keedi (2015) 
Doravante, o Brasil participa de acordos multilaterais como o celebrado com o Acor-
do de Complementação Econômica 18 (ACE 18) em que se estabelece as preferências tari-
fárias com os países, a saber: Argentina, Paraguai e Uruguai independente da classificação 
dada pela Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). Posto isso, a tarifa de importação 
entre esses países não incide, ou seja, é zero com a particularidade da indústria automotiva 
que é considerada por meio do acordo ACE-14 (Brasil-Argentina). Além disso, o Brasil está 
envolvido com outros acordos dessa natureza como ACE 2 (Brasil Uruguai), ACE 53 (Bra-
sil-México), ACE 38 (Brasil-Guiana) e ACE 41 (Brasil-Suriname) (KEEDI, 2015).
Ademais, são apresentados os seguintes acordos que o MERCOSUL está inserido 
e por consequência o Brasil, a saber: ACE 35 (Brasil-Chile), ACE 36 (MERCOSUL-Bolívia), 
ACE 55 (MERCOSUL-México), ACE 58 (MERCOSUL-Peru), ACE 59 (MERCOSUL-CAN) 
e ACE 62 (MERCOSUL-Cuba). Associados a esses acordos comerciais são firmadas par-
cerias entre o MERCOSUL e a Índia, MERCOSUL e Israel estabelecendo preferências 
tarifárias englobando diversas mercadorias de acordo com a classificação NCM.
30UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
3. TAXAS DE CÂMBIO
O câmbio pode ser definido como a troca de uma moeda estrangeira pela moeda 
de outro país, para realizar essa troca aplica-se uma Taxa de câmbio. Sendo assim, a taxa 
de câmbio pode ser definida como o preço entre as duas moedas estrangeiras (Tabela 1), 
ou seja, pressupondo que a troca cambial seja realizada entre a moeda dólar norte-ameri-
cano e o real brasileiro a taxa é definida pela quantidade de reais necessários para adquirir 
uma unidade de dólar ou caso contrário. A valorização cambial da moeda nacional (real) 
ocorre quando há um aumento do seu poder aquisitivo, isto é, quando é necessária uma 
quantidade menor de moeda nacional para obter uma unidade de moeda estrangeira. Se a 
necessidade de moeda nacional aumentar para efetuar essa troca, o cenário predominante 
é de desvalorização cambial (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010; ASSAF NETO, 2018.
TABELA 1. COTAÇÃO DAS TAXAS DE CÂMBIO†
País Nome Símbolo Compraa Vendab
Austrália Dólar Australiano AUD 4,358 4,360 
Canadá Dólar Canadense CAD 4,482 4,483 
Chile Peso Chileno CLP 0,008 0,008 
China RENMINBI CHINES CNY 0,875 0,876 
Colômbia Peso Colômbia COP 0,002 0,002 
Dinamarca Coroa Dinamarquesa DKK 0,911 0,911 
Índia Rupia INR 0,078 0,078 
Japão Iene JPY 0,053 0,053 
Rússia Rublo RUB 0,076 0,076 
Suécia Coroa Sueca SEK 0,665 0,666 
Nota: †Cotações de fechamento de todas as moedas no dia 05/03/2021. Cotação em Real (R$ | BRL).
Fonte: Adaptado de BCB (2020)
31UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Diante do contexto surge a seguinte questão: Qual o interesse em saber sobre a 
taxa cambial? Se a taxa de câmbio está apreciada/valorizada há um desincentivo para a 
exportação, dado que ao exportar as mercadorias a quantidade de moeda nacional obtida 
será menor, ceteris paribus2. O contrário se verifica quando a taxa de câmbio está depre-
ciada/desvalorizado, o que por sua vez, incentiva os exportadores a aumentarem suas 
exportações para o estrangeiro porque obterão uma quantidade maior de moeda nacional 
na troca (MANKIW, 2015; ASSAF NETO, 2018).Os efeitos dessa dinâmica são observados, 
segundo Assaf Neto (2018), na balança de pagamentos cujo resultado será positivo (supe-
ravitário) com a valorização cambial é negativo (deficitário) com a desvalorização cambial.
Ademais, a Taxa de Câmbio pode ser dividida em Câmbio Nominal e Câmbio Real. 
De acordo com Mankiw (2015), a Taxa de Câmbio Nominal é o preço relativo das moedas 
correntes de dois países. Dessa forma, se a taxa de câmbio entre o dólar norte-americano e 
o Real Brasileiro é de R$5,65 para cada $1,00 dólar, será possível trocar um dólar por cinco 
e sessenta e cinco centavos de real nos mercados de câmbio estrangeiros. Já a Taxa de 
Câmbio Real é o preço relativo dos produtos de dois países. Dito isso, a taxa de câmbio real 
indica a base pela qual podemos trocar bens e serviços entre as nações, também conhecida 
como termos de troca e cujo cálculo pode ser expresso por meio da seguinte equação:
Dessa forma, Mankiw (2015), sublinha que a taxa base pela qual trocamos produtos 
estrangeiros por produtos nacionais depende dos preços das mercadorias nas respectivas 
moedas correntes em seus países e, sobretudo, da taxa pela qual essas moedas domésti-
cas são negociadas no comércio internacional.
3.1 Regimes cambiais e sua influência no fluxo comercial
A Política cambial pode ser manejada para atender as necessidades de Balanço de 
Pagamentos do país, haja vista, que um câmbio depreciado tende a favorecer os exporta-
dores os quais intensificaram seus esforços para aumentar o volume de exportações dados 
o aumento da recompensa em moeda doméstica. Entretanto, um aumento nas entradas de 
divisas no país causa aumento da base monetária que, por conseguinte, provoca aumento 
dos preços e da inflação.
2 Expressão em latim que significa “permanecendo constantes todas as demais variáveis”. Muito utili-
zada em economia quando se deseja avaliar as consequências de uma variável sobre a outra, supondo-se as 
demais inalteradas (SANDRONI, 1999).
32UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
Sendo assim, os formuladores de políticas econômicas podem optar por adminis-
trar o câmbio por meio de três regimes cambiais (1) Câmbio Fixo;(2) currency board e; (3) 
câmbio flutuante. De acordo com Assaf Neto (2018), uma taxa de Câmbio Fixo pode ser 
mantida lastreando a um referencial fixo, como ouro, dólar ou uma cesta de moedas. Dessa 
forma, quando há pressão sob a cotação da moeda o ajuste precisa acontecer modificando 
a quantidade de moeda negociada no mercado, ou seja, a autoridade monetária precisa 
dispor muitas vezes de vultosas somas de recursos para arbitrar o preço da moeda e evitar 
um ataque especulativo.
Já o câmbio flutuante ou flexível concede maior liberdade às economias na apli-
cação das políticas monetárias devido à dinâmica de mercado de oferta de demanda pela 
moeda cujo objetivo pode ser dos mais variados. Ademais, o currency board ou conselho 
de moeda é definido como um sistema cujo controle é exercido pela autoridade monetária, 
no caso brasileiro o Banco Central do Brasil (BCB), qual assume um compromisso legal 
de efetuar a troca de moeda nacional por moeda estrangeira forte como âncora a uma 
determinada cotação fixa. Para Assaf Neto (2018), o BCB passa a atuar como uma caixa 
de conversão ao reter moedas estrangeiras em forma de reserva internacional proporcio-
nalmente a moeda em circulação em solo nacional. Sendo assim, dentro desse regime a 
autoridade monetária somente pode emitir papel moeda até o limite das reservas interna-
cionais acumuladas no país. Posto isso, é condição necessária para execução do currency 
board que o país detenha reservas suficientes para garantir as emissões necessárias de 
moeda doméstica, por conseguinte, esse sistema anula os efeitos dos instrumentos de 
política monetária porque se espera que uma vez adotado esse regime as taxas de juros e 
de inflação do país se aproxime das taxas do país da moeda forte admitida como âncora.
33UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
SAIBA MAIS
A economia brasileira enfrentou desafios na década de 1950 com o problema de escas-
sez de divisas seguido de déficit público. Sendo assim, o Governo Vargas adotou uma 
série de medidas econômicas para equalizar o problema cambial como o Sistema de 
Taxas Múltiplas de Câmbio cujo objetivo consistia em aumentar as exportações e redu-
zir as importações e, sobretudo, permitindo a mobilidade de capitais vindos do exterior. 
Entretanto, somente com a Instrução 70 da Sumoc foram introduzidas as principais mu-
danças no mercado cambial brasileiro como a instituição dos leilões de câmbio.
Fonte: VIANNA, S. B; VILLELA, A. Pós-guerra (1945-1955). In: GIAMBIAGI et al (orgs.). Economia Brasi-
leira contemporânea: 1945-2010. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
REFLITA 
É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não po-
dem mudar nada.
George Bernard Shaw
34UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro (a) estudante, nesta unidade estudamos as principais definições e postulados 
que envolvem o Comércio Internacional. Dito isso, apresentamos os principais instrumentos 
de política comercial, começamos por fundamentar a importância de entender as práticas 
protecionistas realizadas por alguns países, haja vista, a tarifação sob o aço brasileiro im-
portado pelos Estados Unidos da América. Sendo assim, iniciamos explicando o que é uma 
tarifa e como se aplica, seja ela, do tipo específica ou ad valorem, por sua vez, explicamos 
que os países podem adotar barreiras não tarifárias como as cotas de importação e as 
restrições à exportação. Além disso, estudamos como são aplicados os subsídios às ex-
portações e as diferenças com a prática tarifária e, por conseguinte, discorremos sobre as 
Restrições Voluntárias à Exportação (VRE) qual se assemelha a uma cota de importação.
 Na sequência, apresentamos as políticas comerciais e a formação dos principais 
acordos e Blocos Econômicos cujo objetivo consiste em reduzir ou eliminar as barreiras 
alfandegárias e permitir o livre trânsito de pessoas, mercadorias, capitais e etc. Finalmente, 
abordamos as Taxas de Câmbio, apresentando a definição de Taxa de Câmbio Nominal e 
Real. Além disso, sendo a política cambial de suma importância para a saúde econômica 
de um país comumente as autoridades monetárias arbitram os preços. Dito isso, essas 
instituições como o Banco Central do Brasil (BCB) se utilizam de sistemas ou regimes 
cambiais, nós estudamos três deles, são estes: o Regime de Câmbio Fixo, Flutuante e 
currency board.
Na próxima unidade, continuaremos o nosso processo de aprendizagem estu-
dando o Balanço de Pagamentos (BP) associado às políticas comerciais, abordamos a 
macroeconomia internacional e, sobretudo, apresentamos os Organismos e Regulamentos 
internacionais.
35UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
LEITURA COMPLEMENTAR
MATTEI, L; SCARAMUZZI, T. A taxa de câmbio como instrumento do desen-
volvimento econômico. Revista de Economia Política, v.36, n.4, pp.726-747, 2016. DOI: 
10.1590/0101-31572016v36n04a04.
36UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Taxa de Câmbio e Política Cambial no Brasil: Teoria, Insti-
tucionalidade, Papel da Arbitragem e da Especulação.
Autor:ROSSI, P.
Editora:Editora FGV
Sinopse:Este livro busca apresentar ao leitor uma abordagem 
sobre a taxa de câmbio que se debruça sobre seus aspectos 
institucionais. Trata-se de entender o funcionamento do mercado 
de câmbio brasileiro e da política cambial e qualificar o papel do 
capital financeiro. O comportamento da taxa de câmbio no Brasil 
e o impacto de políticas cambiais são analisados à luz do qua-
dro regulatório, da operacionalidade do mercado de câmbio, das 
mediações entre os mercados à vista e futuro, da estratégia de 
investimento dos agentes, dos ciclos especulativos e da existência 
de canais de arbitragem.
FILME/VÍDEO
Título: Bitcoin - O Fim do Dinheiro Como o Conhecemos (The End 
Of Money As We Know It).
Ano: 2008
Sinopse: Neste documentário dirigido e roteirizado por Thorsten 
Hoffmann tenta explicar o que exatamente é o Bitcoin de forma 
que até um leigo consiga entender, dando um grande foco não 
apenas para a importância da moeda virtual para o futuro da eco-
nomia, mas também em como ela pode ajudar a evitar o colapso 
financeiro causado pelas práticas duvidosas dos bancos (práticas 
essas que foram as grandes responsáveis pela crise econômica 
de 2008).
37UNIDADE II Blocos e Instrumentalização Cambial
WEB
Na série ‘ECONOMIA BRASILEIRA – A história contada por quem à fez’ a trajetória 
do Brasil é contada do ponto de vista econômico por alguns dos principais protagonistas 
da história recente do país. Ex-presidentes da República, ex-ministros, ex-dirigentes do 
Banco Central, grandes empresários, banqueiros, economistas, historiadores, jornalistas e 
acadêmicos relatam as aventuras e desventuras do país desde 1.492 e discutem soluções 
para a economia brasileira. O corte ágil, a linguagem simples, as animações gráficas e as 
imagens de arquivo (pinturas e obras de arte históricas, fotografias de época e imagens de 
telejornais), tornam a saga brasileira ainda mais interessante. Nos seus 388 primeiros anos 
o Brasil era escravista; na década de 1950, 50% dos brasileiros eram analfabetos; no final 
dos anos 1980, a inflação mensal atingiu 84% e 35% eram pobres e miseráveis. Em 2013 o 
Brasil era a sétima maior economia do mundo, a inflação era de 5,4%, a pobreza havia sido 
reduzida a 12% e o país aspirava a ser rico. “O Brasil é o país do futuro” e “agora o Brasil 
vai dar certo”, mantras das fases de otimismo, foram sempre seguidos de crises. O sucesso 
era, novamente, passageiro.
Link: https://youtu.be/m2aiA8NC66A

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