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Pratica Cambial

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Prévia do material em texto

2012
Prática cambial
Prof. Amarildo Furtado de Pinho 
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Amarildo Furtado de Pinho
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
332.456
 La Torre, José Alfredo Gomez de
 Prática Cambial / José Alfredo Pareja Gomez de La Torre; Amarildo 
Furtado de Pinho. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 237 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 599-4
 1.Prática cambial.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
T689p
III
aPresentação
Caro acadêmico!
O livro que você está prestes a estudar tem a intenção de explicar 
o funcionamento do fluxo monetário entre países através do mercado de 
câmbio, tanto em nível macro (as relações monetárias entre governos de 
diferentes países) como as relações micro (as relações financeiras e comerciais 
entre empresas).
O mercado de câmbio abrange muitas áreas, desde a necessidade de 
um sistema padronizado para fechar os contratos de câmbio, até questões 
financeiras que podem comprometer a economia de um país. Tudo isso 
vamos estudar passo a passo neste livro, primeiro as questões macro e depois 
as questões micro, que fazem parte desse mercado cambial indispensável 
para a comercialização de bens e serviços e financiamento internacional. Em 
outras palavras, vamos analisar o mercado começando a estudar a floresta, 
as moedas internacionais para depois entrar em detalhes nas árvores.
O livro foi escrito em meio a uma crise internacional muito 
interessante, a crise do euro. Assim, você poderá analisar situações que estão 
interferindo nas taxas das moedas num cenário mundial e que não têm prazo 
para se estabilizar.
Além do caderno, você terá o apoio da trilha de aprendizagem no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. Nesta trilha, você encontrará material 
de apoio que poderá ajudá-lo nos estudos.
Desde já a equipe pedagógica da UNIASSELVI lhe deseja um 
excelente estudo, pois lhe trará novos conhecimentos que ampliarão suas 
competências profissionais.
Prof. Amarildo Furtado de Pinho
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL 
 NA PRÁTICA CAMBIAL ............................................................................................ 1
TÓPICO 1 – CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL .......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A ECONOMIA INTERNACIONAL .................................................................................................. 4
3 O NOVO CENÁRIO ECONÔMICO APÓS A CRISE INTERNACIONAL 
 DE 2008 (CRISE SUBPRIME) .............................................................................................................. 5
4 FATOS QUE ESTÃO MUDANDO O CENÁRIO ECONÔMICO MUNDIAL ......................... 6
5 ABERTURA ECONÔMICA DO BRASIL ........................................................................................ 6
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM 
 O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL ...................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL) ............................................................................... 20
2.1 SISTEMA DE PAGAMENTOS EM MOEDA LOCAL (SML) .................................................... 23
3 UNIÃO EUROPEIA .............................................................................................................................. 24
3.1 O TRATADO DE MAASTRICHT .................................................................................................. 25
3.2 O EURO COMO MOEDA ÚNICA DA UE .................................................................................. 25
3.3 O BRASIL E A RELAÇÃO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPEIA (UE) ........................ 29
4 ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................................. 30
5 A ÁSIA E A CHINA .............................................................................................................................. 33
6 NAFTA .................................................................................................................................................... 36
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 – O MERCADO CAMBIAL INTERNACIONAL .......................................................... 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 MERCADO CAMBIAL ........................................................................................................................42
2.1 DEFINIÇÃO DE CÂMBIO EM SI .................................................................................................. 42
2.2 PARIDADE DE PODER DE COMPRA DE UMA MOEDA (PPP) ............................................ 42
3 BALANÇO DE PAGAMENTOS ........................................................................................................ 44
4 RESERVAS CAMBIAIS ....................................................................................................................... 45
5 EURODÓLAR ........................................................................................................................................ 47
6 CONTROLES NA PRÁTICA CAMBIAL ......................................................................................... 49
7 DOENÇA HOLANDESA .................................................................................................................... 51
8 MERCADO PARALELO ...................................................................................................................... 52
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56
sumário
VIII
TÓPICO 4 – O MERCADO CAMBIAL BRASILEIRO DURANTE AS ÚLTIMAS 
 TRÊS DÉCADAS.............................................................................................................57
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................57
2 OPERAÇÕES DE COBERTURA, REPASSES INTERBANCÁRIOS E 
 COBERTURA INTERBANCÁRIA ..................................................................................................57
3 O MERCADO CAMBIAL CONTROLADO ..................................................................................58
4 AS DESVALORIZAÇÕES CAMBIAIS ANTES DO PLANO REAL .........................................59
5 O PLANO REAL ..................................................................................................................................59
6 VALORIZAÇÃO DO REAL NA SEGUNDA FASE DO PLANO REAL ..................................63
6.1 GUERRA CAMBIAL .....................................................................................................................64
6.2 AS NOVAS NORMAS CAMBIAIS ..............................................................................................66
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................68
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................73
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................74
UNIDADE 2 – ASPECTOS FINANCEIROS DA PRÁTICA CAMBIAL .....................................75
TÓPICO 1 – MODALIDADES DE FINANCIAMENTO NO COMÉRCIO 
 INTERNACIONAL BRASILEIRO ..............................................................................77
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................77
2 ACORDOS COMERCIAIS E ORGANISMOS DE FOMENTO AO 
 COMÉRCIO INTERNACIONAL ....................................................................................................78
2.1 BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID) ..........................................78
2.2 CORPORAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL (IFC) .....................................................81
2.3 FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI) ..................................................................82
2.3.1 Balanço de pagamentos .......................................................................................................82
3 CAPTAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS EM MOEDA ESTRANGEIRA DE CURTO 
 E LONGO PRAZO E MEIOS DE FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO .............................84
4 MEIOS DE FINANCIAMENTO PARA AS EXPORTAÇÕES ....................................................85
4.1 FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO ..................................................................................85
4.1.1 Commercial papers (CP) .........................................................................................................85
4.1.2 Certificado de depósitos (CD) .............................................................................................86
4.1.3 Pre-export ................................................................................................................................86
4.1.4 Adiantamento sobre contrato de câmbio (ACC) ..............................................................87
4.1.5 Adiantamento sobre cambiais entregues (ACE) ..............................................................88
4.1.6 Supplier’s credit e buyer’s credit .............................................................................................88
4.1.7 Forfaiting .................................................................................................................................89
4.1.8 Swaps .......................................................................................................................................89
4.2 FINANCIAMENTO DE MÉDIO E LONGO PRAZO ...............................................................90
4.2.1 Bônus ......................................................................................................................................90
4.2.2 Repasse em moeda estrangeira ...........................................................................................91
4.2.3 BNDES – Fundo Garantidor para Investimentos (BNDES FGI) ....................................91
4.2.4 Financiamentos com recursos de BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) ....93
4.2.4.1 BNDES PSI – exportação pré-embarque ........................................................................93
4.2.5 Financiamento às exportações – Proex ..............................................................................96
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................100
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
IX
TÓPICO 2 – CAPITAIS INTERNACIONAIS E A PRÁTICA DE IDE 
 (INVESTIMENTO DIRETO EXTERNO) ..................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 SEGURANÇA, RENTABILIDADE E SATURAÇÃO DE MERCADOS FINANCEIROS ....103
2.1 CAPITAIS DE RISCO DE CURTO PRAZO ................................................................................108
2.2 CAPITAIS DE RISCO DE LONGO PRAZO ...............................................................................110
3 IDE (INVESTIMENTO DIRETO EXTERNO) NO BRASIL .......................................................111
4 O CAPITAL ESTRANGEIRO E SEUS EFEITOS NA TAXA CAMBIAL..................................114
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................116
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................118TÓPICO 3 – SISTEMAS MONETÁRIOS E A SUA INFLUÊNCIA NA 
 PRÁTICA CAMBIAL .....................................................................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 BALANÇO DE PAGAMENTOS ......................................................................................................120
3 FINANCIAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS COM AS 
 RESERVAS CAMBIAIS .....................................................................................................................124
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
TÓPICO 4 – A LEI DA OFERTA E DA PROCURA NA PRÁTICA CAMBIAL E AS 
 FLUTUAÇÕES NA TAXA DE CÂMBIO ....................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 A TAXA E A LEI DA OFERTA E DA PROCURA .........................................................................129
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA FLUTUAÇÃO DAS TAXAS DE CÂMBIO ...........130
4 A TAXA DE CÂMBIO COMO POLÍTICA ECONÔMICA E O FUNDO 
 DE ESTABILIZAÇÃO CAMBIAL ...................................................................................................132
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
TÓPICO 5 – AS DIFERENTES FORMAS DE PAGAMENTO ......................................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 REMESSA ANTECIPADA E SEM SAQUE ....................................................................................139
2.1 REMESSA ANTECIPADA ............................................................................................................139
2.2 REMESSA SEM SAQUE ................................................................................................................140
3 COBRANÇA DOCUMENTÁRIA ....................................................................................................141
4 AS DIFERENTES ALTERNATIVAS E CARACTERÍSTICAS DA CARTA DE CRÉDITO ..142
4.1 CARTA DE CRÉDITO IRREVOGÁVEL .....................................................................................143
4.2 CARTA DE CRÉDITO RESTRITA ...............................................................................................143
4.3 CARTA DE CRÉDITO TRANSFERÍVEL ....................................................................................144
4.4 CARTA DE CRÉDITO ROTATIVA (REVOLVING) ...................................................................144
4.5 CARTA DE CRÉDITO COM CLÁUSULA VERMELHA (RED CLAUSE) ............................145
4.6 CARTA DE CRÉDITO STAND-BY LETTER OF CREDIT ........................................................145
4.7 CARTA DE CRÉDITO BID LETTER OF CREDIT .....................................................................146
5 MODALIDADES FINANCEIRAS DAS CARTAS DE CRÉDITO ............................................146
5.1 LIQUIDAÇÃO DAS DIVISAS NAS EXPORTAÇÕES COM CARTA DE CRÉDITO...........147
X
6 OPÇÕES E INCENTIVOS ÀS EXPORTAÇÕES ATRAVÉS DO BACK TO 
 BACK E DRAWBACK ........................................................................................................................148
6.1 INCENTIVO TRIBUTÁRIO ÀS EXPORTAÇÕES DRAWBACK .............................................150
7 FACTORING INTERNACIONAL ....................................................................................................151
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................153
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156
UNIDADE 3 – ASPECTOS OPERACIONAIS DA PRÁTICA CAMBIAL E ANÁLISE 
 DE PREÇOS INTERNACIONAIS ...........................................................................157
TÓPICO 1 – O FECHAMENTO DE CÂMBIO .................................................................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159
2 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES NA PRÁTICA CAMBIAL ..........................................................159
2.1 BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) ...............................................................................160
2.2 BANCOS AUTORIZADOS PARA OPERAR NO MERCADO DE DIVISAS ........................161
2.2.1 Posição de divisas ao final do dia .......................................................................................162
2.2.2 Participação das instituições financeiras no mercado cambial ......................................163
2.3 EMPRESAS QUE INTERAGEM NO MERCADO CAMBIAL ................................................166
2.4 CORRETORES DE CÂMBIO ........................................................................................................169
3 COTAÇÕES, POSIÇÃO DE CÂMBIO E O SPREAD CAMBIAL .............................................170
3.1 POSIÇÃO COMPRADA ...............................................................................................................170
3.2 POSIÇÃO VENDIDA ....................................................................................................................171
3.3 POSIÇÃO NIVELADA ..................................................................................................................171
3.4 POSIÇÃO IDEAL ...........................................................................................................................171
4 TIPOS DE MERCADO DE CÂMBIO .............................................................................................174
4.1 MERCADO DE CÂMBIO SACADO ...........................................................................................174
4.2 MERCADO DE CÂMBIO MANUAL .........................................................................................175
4.3 MERCADO DE CÂMBIO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO (INTERBANCÁRIO) ..................176
4.3.1 Mercado de câmbio primário ..............................................................................................176
4.3.2 Mercado de câmbio secundário e/ou interbancário ........................................................176
4.4 MERCADO DE CÂMBIO FUTURO E À VISTA .......................................................................177
4.4.1 Mercado de câmbio futuro ..................................................................................................177
4.4.2 Mercado de câmbio à vista ..................................................................................................178
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................178RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................181
TÓPICO 2 – O SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SICOMEX) 
 E OS CONTRATOS DE CÂMBIO DE EXPORTAÇÃO ..........................................183
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................183
2 RECURSOS DOS EXPORTADORES NO EXTERIOR ................................................................183
3 FECHAMENTO DE CÂMBIO..........................................................................................................185
4 CONTRATOS DE CÂMBIO DE EXPORTAÇÃO .........................................................................187
5 LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CÂMBIO ...........................................................................188
6 ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE CÂMBIO DE EXPORTAÇÃO .......................................189
6.1 PRORROGAÇÕES AOS CONTRATOS ......................................................................................190
6.2 CANCELAMENTO E BAIXA DO CONTRATO DE CÂMBIO DE EXPORTAÇÃO ...........191
7 ALTERAÇÕES NO CONTRATO DE CÂMBIO DE IMPORTAÇÃO .......................................192
8 MODALIDADES NOS TEMPOS DOS CONTRATOS DE CÂMBIO 
 DE IMPORTAÇÃO .............................................................................................................................194
8.1 CONTRATO DE CÂMBIO PARA PAGAMENTO ANTECIPADO ........................................194
XI
8.2 CONTRATO DE CÂMBIO PARA PAGAMENTO À VISTA ...................................................195
8.3 CONTRATO DE CÂMBIO PARA PAGAMENTO A PRAZO .................................................196
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................197
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................201
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................202
TÓPICO 3 – FORMAÇÃO DE PREÇOS DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO 
 CONSIDERANDO A PRÁTICA CAMBIAL ............................................................203
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................203
2 FATORES PARA DETERMINAR O PREÇO DOS PRODUTOS EXPORTÁVEIS ................203
3 FATORES PARA DETERMINAR O PREÇO DOS BENS E SERVIÇOS A 
 SEREM EXPORTADOS .....................................................................................................................205
4 FATORES PARA DETERMINAR O PREÇO DOS BENS E SERVIÇOS A 
 SEREM IMPORTADOS .....................................................................................................................207
5 APURAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS A SEREM IMPORTADOS .........................210
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................217
TÓPICO 4 – FERRAMENTAS FISCAIS NA PRÁTICA CAMBIAL E 
 MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE CAPITAIS ........................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 RENDIMENTOS DE CAPITAL NO EXTERIOR ..........................................................................219
3 PAGAMENTO DO IMPOSTO DA RENDA DOS LUCROS GERADOS NO EXTERIOR ..220
4 OS CONTROLES DOS FLUXOS DE CAPITAIS INTERNACIONAIS E OS 
 CAPITAIS BRASILEIROS NO EXTERIOR ...................................................................................222
5 QUESTÕES OPERATIVAS DO FLUXO MONETÁRIO INTERNACIONAL 
 DAS EMPRESAS E PESSOAS FÍSICAS ........................................................................................224
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................225
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................231
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................232
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................233
XII
1
UNIDADE 1
A CONJUNTURA INTERNACIONAL E 
NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• visualizar o contorno econômico internacional em que o Brasil está inse-
rido e a sua relação com o mercado cambial;
• reconhecer os principais sócios comerciais do Brasil e como eles podem 
influenciar na taxa de câmbio do real;
• conhecer como funciona o mercado de câmbio internacional;
• saber por que os países precisam de reservas internacionais.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
TÓPICO 1 – CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE 
INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO 
BRASIL
TÓPICO 3 – O MERCADO CAMBIAL INTERNACIONAL
TÓPICO 4 – O MERCADO CAMBIAL BRASILEIRO DURANTE AS 
ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CENÁRIO ECONÔMICO 
INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você sabe quantas transações que envolvem a prática 
cambial estão inseridas nos produtos que você compra no mercado? Na verdade 
é difícil de determinar, mas a prática cambial faz parte do dia a dia das transações 
internacionais. Estas transações não param de crescer ano a ano, acompanhando 
assim um processo de integração comercial constante e muito forte entre os 
diferentes países que fazem parte da economia mundial. Grande parte dessa 
integração é mais um reflexo do fato que na atualidade o mundo é um grande 
ambiente global, graças às inovações e aprimoramentos dos serviços logísticos e 
de comunicação.
Assim, sob este cenário neste primeiro tópico vamos analisar e estudar:
• Como funciona a economia internacional com seus diferentes mercados e 
necessidades, com suas diferentes opções de oferta de bens e serviços e com 
sua disponibilidade limitada de matérias-primas. Oferta limitada para um 
consumo de bens e serviços que aumenta todos os anos, reflexo claro da 
progressiva e ilimitada procura de novas necessidades humanas.
• Como a economia mundial durante os últimos anos vem se transformando a 
passos muito rápidos, tanto assim que o cenário econômico mundial de hoje é 
muito diferente do cenário de 10 ou 20 anos atrás.
• Como a abertura econômica do Brasil vem transformando nosso país e como 
esse aumento de produtos exportáveis brasileiros vem trazendo um impacto 
muito forte na oferta de produtos no comércio internacional.
• Quais são os fatos que estão transformando o novo cenário econômico mundial. 
As perspectivas econômicas atuais vão mudar de maneira mais agressiva o 
comércio internacional de bens e serviços, principalmente se analisarmos 
as perspectivas da nova classe média dos grandes países que não param de 
crescer, tais comoo Brasil, a China e a Índia.
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
4
Com tantas mudanças acontecendo lá fora e aqui no Brasil vamos 
começar a inter-relacionar os diferentes interesses que os países têm para atuar no 
comércio internacional. Interesses tais como: necessidade de matérias-primas, de 
tecnologia de ponta para aprimorar processos, mão de obra qualificada, produtos 
industriais com valor agregado, vantagens econômicas na produção de um bem 
em um país etc.
Nesse contexto econômico mundial é que vamos começar a estudar a 
Prática Cambial. Logo, nos próximos tópicos vamos conhecer a relação direta do 
mercado de câmbio com a economia global. Vamos lá? 
2 A ECONOMIA INTERNACIONAL
Para satisfazer o aumento progressivo do consumo, os países têm 
aumentado a sua interdependência econômica, tornando hoje o comércio 
internacional uma atividade muito dinâmica. Nesse cenário de consumo e 
produção mundial de bens e serviços, os países procuram satisfazer suas 
necessidades primárias e progressivas no mercado mundial, produzindo uma 
rede matricial de inter-relações comerciais e monetárias que ninguém sabe onde 
começa nem onde termina. 
Seguramente você tem se perguntado: Mas quais são essas necessidades 
primárias dos países?
 Os países são formados por pessoas que precisam satisfazer a suas 
necessidades básicas, tais como moradia, deslocamento e alimentação. Esses 
tipos de necessidade são conhecidos em economia como necessidades básicas.
E as necessidades progressivas? À medida que o ser humano vai progredindo, 
novas necessidades vão surgindo, tais como: roupa de moda, restaurantes, comida 
mais elaborada, educação, carros de luxo, lazer etc. Assim, essas necessidades (que 
não são básicas para sobreviver) são conhecidas como progressivas.
Agora que temos mais clareza sobre como são classificadas essas 
necessidades, vamos ver como o mercado mundial faz para que o comércio 
internacional de mercadorias consiga satisfazê-las. Procura primeiramente as 
melhores regiões no globo para extrair matérias-primas, produzir insumos e bens 
de consumo e, em seguida, oferece bens e serviços onde sejam necessários. Com 
certeza o mercado por si só vai encontrar a melhor opção possível para produzir 
onde o custo/benefício for menor. Deste modo, um país pode ser competitivo 
produzindo máquinas industriais, outro tem mão de obra barata, outro tem 
TÓPICO 1 | CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL
5
disponibilidade de extrair e produzir matéria-prima a preços competitivos, e 
assim por diante. Assim existe um mix ponderado de exportações e importações 
entre quase todos os países do mundo, onde a prática cambial é uma peça chave.
É nesse complexo, mas muito dinâmico comércio internacional, que a 
economia do mundo se desenvolve hoje em dia. A atividade econômica entre os 
países tornou-se interdependente de tal forma que não cabe mais uma nação se 
isolar do mundo. Hoje, as economias fechadas são bem poucas e as poucas que 
ainda existem apresentam uma economia muito pobre, com pouca dinâmica e 
com uma sociedade que consegue, com sorte, satisfazer apenas as necessidades 
básicas da maioria de sua população.
Agora vamos analisar o novo cenário mundial.
3 O NOVO CENÁRIO ECONÔMICO APÓS A CRISE 
INTERNACIONAL DE 2008 (CRISE SUBPRIME)
Antes da crise econômica mundial de 2008, o poder econômico mundial 
ainda estava concentrado principalmente nos EUA, na Europa (UE) e no Japão; 
pelo menos esta era a percepção geral, logo as decisões geopolíticas giravam em 
torno dessas economias. Depois da crise, entretanto, ficou bem mais claro como 
está mudando esse cenário mundial. 
Cabe lembrar que, embora a grande recessão começasse nos EUA, os 
países que mais sofreram e perderam poder econômico foram os países da União 
Europeia, com exceção da máquina econômica da Alemanha. Assim, ficou claro 
quais são os países ou regiões com maior capacidade de se adaptar à nova situação 
mundial. No ano da crise, 2008, muitos bancos quebraram e outros não graças à 
intervenção dos governos. 
Estes governos hoje têm dívidas públicas muito altas. Tal como a situação 
da Espanha: o governo ajudou muito seu sistema financeiro em problemas e logo 
passou a ter uma dívida bem alta em relação ao seu PIB, passando de 36,30% em 
2007 a 68,50% em 2011. Segundo artigo econômico da Globo, “A dívida pública 
espanhola alcançará 79,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, contra 
68,5% no fim de 2011 [...]” (DÍVIDA..., 2012).
Seguramente você está se perguntando: quais são esses países que estão 
concentrando agora o poder econômico? Com certeza os países do Primeiro 
Mundo, mas agora também entrarão no jogo de maneira direta e para ficar: a China, 
o Brasil, a Rússia e a Índia. A partir do ano 2009 a China se converteu no primeiro 
exportador do mundo, no ano 2011 tornou-se a segunda economia mundial. 
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
6
Assim, neste novo contexto mundial, as decisões econômicas e geopolíticas 
vão ter que ser negociadas entre todos os países, onde cada um, como país líder, 
representará uma região. Por exemplo, o Brasil poderá representar os interesses 
comerciais dos países da América do Sul. 
4 FATOS QUE ESTÃO MUDANDO O CENÁRIO 
ECONÔMICO MUNDIAL
Será que o cenário atual que acabamos de estudar vai ficar?
Sob esse novo cenário é que o Brasil entrou no jogo das grandes potências 
que têm a força de influenciar a dinâmica da economia mundial. Desta maneira, 
por exemplo, o Brasil tem o poder de influenciar a oferta de certos produtos 
necessários para satisfazer as necessidades do consumidor mundial. 
Assim o Brasil está se convertendo numa peça chave, especialmente 
na produção de commodities para alimentar o mundo, como também para o 
fornecimento de energia. Em termos de capacidade agrícola:
Há uma grande expectativa mundial do Brasil enquanto fornecedor 
mundial de alimentos, fibras e energia. A agricultura ocupa hoje 
60 milhões de hectares. Somos os únicos no mundo a dispor de 100 
milhões de hectares para crescer, sem contar áreas de preservação 
permanente (NEVES, 2011, p. 29).
Ou seja, o horizonte de terras agrícolas pode ser ampliado em 170%. Logo, 
faz sentido esse enorme interesse pela agroindústria nesta região do mundo. 
Vantagem competitiva que o Brasil tem que aproveitar para alavancar de uma 
maneira segura seu desenvolvimento econômico sustentável.
5 ABERTURA ECONÔMICA DO BRASIL
Em termos internacionais, o Brasil é ainda considerado um país de 
economia relativamente fechada, se compararmos seu PIB em relação a suas 
exportações. Para você ter uma visão melhor deste fato, observe o quadro a seguir 
dos principais exportadores mundiais e a relação nas suas economias.
TÓPICO 1 | CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL
7
QUADRO 1 – PRINCIPAIS EXPORTADORES DO MUNDO, EM TRILHÕES DE US$
Posição País Exportações PIB %
1 China 1.506 5930 25%
2 Alemanha 1.337 3286 41%
3 Estados Unidos 1.270 14527 9%
4 Japão 765 5488 14%
5 França 509 2563 20%
10 Reino Unido 406 2263 18%
17 Espanha 268 1395 19%
23 Brasil 200 2143 9%
FONTE: <http://knoema.com/nwnfkne>; <http://www.nationmaster.com/graph/eco_exp-
economy-exports>. Acesso em: 24 jul. 2012.
Contudo, se compararmos o Brasil de hoje com o Brasil de há três décadas, 
muito tem acontecido, e os esforços do país para se abrir ao mercado mundial têm 
sido enormes. Esforços que têm um reflexo direto na melhora de qualidade nos 
produtos consumidos hoje em dia no país.
O processo de abertura iniciou na década de 90, quando o governo de 
Collor começou a fazer mudanças estruturais na política de comércio exterior 
brasileira. Após a queda do muro de Berlim e, por conseguinte, a queda do sistema 
comunista soviético, veio ao mundo uma nova ordem mundial, a globalização. 
Deste modo o Brasil foi pressionado para se integrar mais comercialmente com os 
outros países, através de acordos bilaterais e multilaterais. 
Neste contexto, nos anos 90, para melhorar a competitividadedos produtos 
e serviços produzidos no país, o governo brasileiro criou alguns programas tais 
como: o Programa de Competitividade Industrial e o Programa Brasileiro de 
Qualidade e Competitividade. Estes programas foram as diretrizes para uma 
política industrial e de comércio exterior, norteando assim recursos financeiros e, 
sobretudo, processos de inovação e aprimoramento industrial e/ou tecnológico.
Os resultados desta nova política industrial fizeram com que as empresas 
mudassem sua perspectiva de geração de lucros. Antes desta década, na maioria 
das vezes, as empresas tentavam melhorar seus lucros através de ajustes financeiros 
e ganhos no mercado financeiro, pois praticamente não havia concorrência 
estrangeira. Depois deste período, no entanto, o jeito de enxergar a gestão de 
gerar lucros mudou para ficar. As empresas começaram a investir em processos 
de reestruturação em busca de competitividade, eficiência e qualidade, para poder 
assim se manter no mercado e aumentar as vendas internas e as exportações.
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
8
Com a implantação desta nova política de comércio exterior, a maior parte 
das barreiras não tarifárias foi abolida, e as barreiras tarifárias foram reduzidas 
drasticamente. Sabe em quanto foram reduzidas? Na média houve uma redução 
de quase 60%.
Temos que lembrar que na década de 1990 existia uma forte pressão da 
demanda interna, logo pressão inflacionária: momento econômico oportuno para 
implantar o Plano Real. Com a estabilização da moeda e a queda dos impostos 
de importação, o mercado interno foi invadido por produtos com preços 
competitivos, segurando a pressão da inflação. Este fato simbolizou mais um 
referente para a abertura comercial. 
Sob esse novo cenário é que as empresas nacionais tiveram que enfrentar 
a concorrência externa, procurando logo reduzir custos e otimizar processos, ou, 
caso contrário, poderiam simplesmente fechar. O fato foi um incentivo para a 
modernização e a inovação, através de importação de insumos e bens de capital. 
Assim se promoveu o dinamismo que ainda faltava à industria nacional diante 
dos desafios da globalização.
Será que todo esse processo de abertura comercial foi tão fácil e não 
apresentou problemas? Mais adiante na Unidade 2 vamos analisar em mais 
profundidade o Plano Real e os outros efeitos não tão bons que influenciaram a 
economia brasileira.
O MUNDO GLOBALIZADO ESTÁ COM ENORME DIFICULDADE PARA 
ENCONTRAR A PORTA DE SAÍDA DA CRISE INICIADA EM 2008/2009
Sidnei Moura Nehme
O mundo globalizado está com enorme dificuldade para encontrar a porta 
de saída da crise iniciada em 2008/2009 e que, desde então, revela-se mutante 
passando do sistema financeiro, que tornou pública toda sua irresponsabilidade 
no trato do crédito, para os governos que buscaram resgatá-lo e agravaram suas 
situações fiscais, embora também notoriamente tenha havido irresponsabilidades 
da grande maioria dos governos, especialmente na eurozona, no convívio 
com uma moeda nova e única desamparada por controles eficazes por parte 
das autoridades gestoras. Em perspectiva a crise pode, então, vir a atingir o 
todo, governos e sistemas financeiros, e globalizar-se provocando uma queda 
generalizada da atividade econômica.
Esta perspectiva de agravamento da crise é o grande temor presente 
globalmente e deixa evidente que não se podem ter expectativas de melhora de 
curto prazo. Há um longo e penoso trajeto a ser transcorrido, antes que se possam 
vislumbrar melhoras.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL
9
Na Europa, as autoridades buscam superar o quadro ambíguo e 
complexo, e está claro e evidente que os problemas não se limitam a recursos 
financeiros para evitar as quebras, mas há empecilhos relevantes de natureza 
política, com governos fragilizados e que não têm força e autonomia política 
para colocar em prática planos de austeridade visando a reordenamentos dos 
desmandos cometidos. Entre os países membros da comunidade da eurozona 
há enormes conflitos de interesses e recíprocas desconfianças e acusações, nem 
sempre expressadas publicamente, mas repercutidas através de movimentos 
das populações de cada país, que não querem se resignar a devolver o que 
conquistaram sem méritos efetivos de crescimento sustentável.
O enorme aporte de liquidez da ordem de Euros 1,0 Tri não foi suficiente 
para levar o sistema bancário a restabelecer o crédito em abundância para reativar 
a atividade econômica, pois os riscos presentes inibem movimento neste sentido 
e conduzem à “estocagem” destes recursos em aplicações no próprio BCE.
Assim, o emprego e a renda são diretamente afetados e não se restabelece 
a atividade econômica sustentável.
Nos Estados Unidos, epicentro do início da crise, parece que tudo que era 
possível já foi feito e não houve sucesso considerável na recuperação da renda 
e do emprego. As cifras injetadas pelo governo americano na economia foram 
dantescas, mas os resultados pífios, pois, da mesma forma que se vê agora na 
Europa, também não provocou a fluidez do crédito.
O grande “sonho” dos mercados financeiros é que o governo americano, 
através do FED, venha a anunciar um novo plano de incentivo, o chamado “QE3”, 
para que inunde o sistema de liquidez e então se inicie nova rodada de euforismo 
sem causa, interferindo largamente na especulação com ativos no mercado global.
Há uma velha máxima que diz que os sistemas financeiros não têm pátria, 
pois focam unicamente o lucro onde estiver a oportunidade. Quando vemos este 
tipo de comportamento, que ignora a situação crítica das economias, mas forja 
movimentos nos preços dos ativos como se nada tivessem a ver com o quadro 
real, sentimos que aquele pensamento está sendo validado.
A China “começa a fazer água” e o mundo começa a olhar para a sua 
parte interior, suas imperfeições e dificuldades para efetivamente se tornar um 
país desenvolvido. Na última década se tornou a 2ª maior economia, passando 
França, Reino Unido, Alemanha e Japão e em alguns itens específicos com viés 
de superar os Estados Unidos. Responde por quase um décimo do PIB mundial, 
contudo os benefícios desta ascensão meteórica não estão sendo compartilhados 
igualmente por seus 1,4 bi de habitantes. O PIB chinês, quando dividido por 
sua população, representa US$ 9.143,00 per capita, algo como o 91º do mundo. 
Há nichos de grande opulência e riqueza nas cidades maiores, mas há enormes 
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
10
bolsões de pobreza na região rural onde o trabalhador recebe em torno de US$ 
2,00 por dia. A renda na zona urbana é mais do que o triplo da zona rural. Para 
atingir padrões de país desenvolvido, o PIB deveria representar algo como US$ 
15.000,00 per capita, e não parece que esta cifra será atingida tão rapidamente.
O país revela uma dependência externa maior do que percebida e tem um 
mercado interno insuficiente para dar suporte ao seu crescimento sem repercutir 
a queda de atividade das economias desenvolvidas. E isto está ganhando 
transparência mais acentuada neste momento.
No Brasil, a Presidente Dilma apontou problemas cruciais para o 
travamento da atividade econômica. Mas acreditamos que podemos ter soluções 
paliativas temporárias, mas consistentes somente com reformas estruturais de 
grande abrangência.
Dados, números que “são frios e não têm amigos”, demonstram nossas 
mazelas e o porquê não conseguimos crescimento sustentável. Nos últimos 7 
anos os custos na produção brasileira, segundo dados disponíveis, cresceram 
46% enquanto nos Estados Unidos 3,6%. A produção por hora trabalhada, entre 
1980 e 2011, cresceu 18% no Brasil, enquanto nos Estados Unidos 66%, no Reino 
Unido 86% e na Turquia 203%.
Esta é a guerra que precisamos enfrentar internamente com decisões 
firmes e amplas. Feito isto, será fácil nem percebermos a tal “guerra cambial”, 
pois teremos produtividade e competitividade.
É perceptível que a investida dogoverno sobre os “spreads” bancários, que 
tornam o juro brasileiro descabidamente elevado, está alcançando resultados. 
Bancos privados sentiram o peso da intervenção do governo via bancos oficiais. 
O problema que resta é saber se a fluidez do crédito efetivamente ocorrerá, pois 
uma coisa é o discurso e outra é a prática.
Há forte expectativa sobre o teor da Ata da mais recente reunião do COPOM 
para vislumbrar-se a possibilidade de novos cortes na SELIC. Acreditamos que a 
tendência de novos cortes esteja presente, pois decididamente o governo parece 
disposto a ousar nesta linha buscando compatibilizar a taxa de juro brasileira ao 
seu conceito internacional.
O BC parece ter a percepção mais correta sobre os impactos desinflacionários 
da crise internacional no Brasil, sendo desnecessário afirmar, embora não destaque 
que atingirá nossa atividade econômica provocando retração nas expectativas 
sobre o crescimento do PIB.
TÓPICO 1 | CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL
11
A estratégia câmbio em alta, juro em baixa e efeitos externos equalizando 
as pressões inflacionárias a ponto de anulá-las é uma equação que exige 
acompanhamento contínuo.
E a nossa percepção é de que o governo tem consciência que o fluxo 
cambial tenderá a ser menos favorável, o que por si só exercerá pressão natural 
de alta no preço da moeda americana, mas busca administrar esta alta para 
monitorar se a inflação sustenta linha decrescente no país, o que é fundamental 
para que ambos os objetivos – dólar em alta e juro em baixa – ocorram na forma 
estratégica delineada.
A alta do dólar é uma tendência, no nosso entender, na medida em que o 
fluxo cambial demonstrar-se menos favorável ou até negativo. Continuamos com 
a projeção de R$ 2,00 ou pouco mais para o final do ano.
O governo certamente não descarta esta possibilidade, mas precisa 
acompanhar as repercussões benéficas da crise sobre a inflação brasileira que lhe 
possibilitará manter o juro baixo. Por isso, dentro do possível, busca administrar 
o mercado de câmbio e a formação do preço não deixando a elevação consolidar-
se rapidamente, mas a força do mercado é muito forte e se o fluxo cambial 
tornar-se negativo de forma sustentável, não terá muitos espaços para induzir o 
comportamento, a menos que passe a vender dólares para os bancos, o que será 
constrangedor para quem alegou que estávamos sendo atingidos por “enxurrada 
de dólares” e “tsunami monetário”.
O único entrave para um corte mais incisivo no juro é a problemática com 
as cadernetas de poupança, praticamente imutáveis em suas regras num ano 
eleitoral, face às repercussões negativas numa base enorme de beneficiários.
Mas, como temos salientado, é tempo de observar, não há certezas, são 
crescentes, isto sim, as incertezas.
Sidnei Moura Nehme, economista, diretor executivo - NGO Corretora 
de Câmbio
FONTE: Adaptado de: <http://câmbionews.blogs.advfn.com/2012/04/24/o-mundo-globalizado-
esta-com-enorme-dificuldade-para-encontrar-a-porta-de-saida-da-crise-iniciada-em-20082009-
e-que-desde-entao-revela-se-mutante-passando-do-sistema-financeiro/>. Acesso em: 4 jun. 2012.
12
Neste tópico você estudou:
• Como funciona a dinâmica do comércio internacional, como era nossa economia 
há 20 anos e como é agora.
• Que nosso país no passado sofreu com um processo de grande instabilidade 
interna, com uma inflação extremamente elevada.
• Que grandes mudanças na economia mundial, com o efeito da globalização, 
deram origem a novas lideranças mundiais como a China, Índia e até mesmo o 
Brasil, principalmente no que tange à produção agrícola, abastecendo o mundo 
com forte crescimento no agronegócio.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Quais os principais interesses econômicos que influenciam diretamente a 
dinâmica do comércio internacional? 
2 Antes de 2008 a economia mundial era dominada principalmente pelos 
EUA e Europa. A partir de então surgiu uma nova ordem mundial, com 
o posicionamento de novas lideranças econômicas. Quais países são 
considerados os novos líderes mundiais no comércio?
3 Embora o Brasil tenha aberto suas portas para o comércio mundial, suas 
ações ainda são muito frágeis, levando-se em consideração que ainda não 
podemos nos considerar um país que vende produção com valor agregado 
em escala. Mas, apesar disso, em tempos passados a situação era muito pior. 
Quando começou o processo de abertura econômica do Brasil?
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS 
ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O 
COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Seguramente, você deve se perguntar qual é o motivo para estudar de 
novo os blocos econômicos, se já foram vistos nas outras disciplinas?
Com a globalização e a acirrada concorrência internacional, os países têm 
a necessidade de formar blocos comerciais e econômicos, desenvolvendo assim 
grupos de países com mais força comercial diante da agressiva concorrência 
internacional. Assim, desenvolvendo esses blocos, os países conseguem melhores 
posições comerciais e financeiras, dando dinâmica ao fluxo internacional de 
capitais, com importantes implicações para o mercado de divisas, aprimorando o 
mercado de câmbio. 
É precisamente nesse contexto financeiro que vamos analisar os principais 
países e blocos econômicos que influenciam a economia do Brasil e, portanto, da 
posição do real perante as outras moedas. Assim, antes de estudar os principais 
parceiros do Brasil, vamos dar uma olhada no comportamento da Balança 
Comercial do Brasil, dos últimos anos.
O comércio internacional do Brasil tem experimentado uma dinâmica 
de crescimento exponencial. Deste modo, pode-se observar que as exportações 
brasileiras das últimas décadas têm mostrado um comportamento extraordinário, 
com exportações de US$ 34 bi no ano de 1989 e finalizando o ano 2011 com mais 
de US$ 256 bi, ou seja, em 23 anos o aumento nas exportações foi de 653%! 
Fato que se pode alinhar com a abertura comercial que começou no governo do 
presidente Collor. 
Apesar deste extraordinário desempenho do comércio exterior das últimas 
décadas, o Brasil ainda é considerado uma economia relativamente fechada. Se você 
analisar o Brasil no ano de 2012, verá que ele passou para a 6ª potência econômica 
mundial, mas ainda fica na 20º posição entre os maiores importadores e na 22º entre 
os maiores exportadores do mundo. Ou seja, para ficar numa posição equilibrada 
em relação ao tamanho de sua economia, o país deveria aumentar suas exportações 
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
16
até chegar a uma posição próxima à 6ª entre os maiores exportadores. Veja o caso 
da economia francesa, ela é a 5ª potência econômica e o 6º maior país exportador 
do mundo. Pode-se concluir que existe ainda um enorme potencial para ampliar o 
comércio internacional do Brasil nos próximos anos, para isso é preciso modernizar 
e dinamizar ainda mais o mercado cambial. 
Ainda que o Brasil mantenha uma economia relativamente fechada, as 
variações no comércio exterior trazem um impacto direto ao mercado cambial. 
Assim, podemos observar que, desde que começou o Plano Real, os anos de 
maior desvalorização aconteceram quando a balança comercial foi negativa, 
finais da década de 90, e quando o saldo desta teve queda durante a crise de 
2008. Ou seja, o mercado cambial está diretamente relacionado ao movimento da 
balança comercial. Fato de que devemos nos lembrar sempre quando pensamos 
na posição do câmbio, como se pode conferir no seguinte gráfico:
GRÁFICO 1 – BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL, EM MILHARES DE US$, DESDE 1989
FONTE: Adaptado de: <http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1331125742.pdf>. 
Acesso em: 24 jul. 2012.
Se observarmos o gráfico, vamos ver que, quando a balança comercial 
ficou negativa ao final dos anos 90, o real sofreu desvalorização; do mesmo modo 
também se desvalorizou após a crise de 2008, data na qual o saldo da balança 
comercial decresceu. Ao contrário disso, podemos ver quando o saldo começa 
a se recuperar,ao longo da década de 2000 até o ano 2008. Ao longo de 2009, o 
real também teve momentos de valorização, pois nesses anos o saldo líquido da 
balança estava se recuperando.
Seguindo esse padrão de comportamento, será que vamos experimentar 
um cenário de desvalorização do real a partir do ano 2012? 
A perspectiva do ano 2012 é de queda na balança comercial, pois, com 
a crise da dívida na Zona do Euro e as perspectivas negativas na economia 
mundial, a tendência nos preços das commodities é mesmo de queda. Logo, com 
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
17
mais de 70% das exportações em commodities (matérias-primas), não é improvável 
esperar uma queda no balanço de pagamentos. Desta maneira, o real poderia 
sofrer uma desvalorização, aliás, no segundo trimestre do ano 2012 já sofreu uma 
queda (pontual) de 16%, passando de R$ 1,72, em 1º de março de 2012, até R$ 2,00, 
no dia 16 de maio de 2012. 
Além deste panorama, devemos acrescentar a queda dos juros em 2012, o que 
poderá afetar ainda mais o déficit em conta corrente externa do Brasil, provocando 
saída de capitais de curto prazo, colocando assim mais pressão sobre o real.
Para observar como se tem comportado a balança comercial do Brasil, 
vamos analisar o comportamento das importações e das exportações do Brasil 
em relação a seus principais sócios, no quadro a seguir.
QUADRO 2 – PRINCIPAIS SÓCIOS COMERCIAIS DO BRASIL (IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES)
FONTE: Adaptado de: <http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1331125742.pdf>. 
Acesso em: 24 jul. 2012.
Importações em Milhões de US$, Principais Sócios Comerciais do Brasil
Importações de:
Ano 2006 Ano 2011
Posição Importações Participação Posição Importações Participação
Asia
União Europeia
Estados Unidos
MERCOSUL
América Latina, exc. 
MERCOSUL
Africa
1
2
3
4
6
5
22.887,00
20.121,00
14.850,00
8.971,00
7.357,00
8.088,00
24,97%
21,95%
16,20%
9,79%
8,03%
8,82%
1
2
3
4
5
6
70.076
46.416
34.225
19.375
18.435
15.436
31,00%
20,50%
15,10%
8,60%
8,10%
6,80%
Maiores Importações por País
Estados Unidos
China
Argentina
1
3
2
14.850,00
7.989,00
8.057,00
16,20%
8,70%
8,80%
1
2
3
34.225
32.788
16.906
15,10%
14,50%
7,50%
Exportações em Milhões de US$, Principais Sócios Comerciais do Brasil
Exportações de:
Ano 2006 Ano 2011
Posição Exportações Participação Posição Importações Participação
Asia
União Europeia
América Latina, exc. 
MERCOSUL
Estados Unidos
Africa
3
1
4
5
2
6
20.792,00
30.374,00
17,431,00
13.951,00
24.679,00
7.441,00
15,10%
22,06%
12,66%
10,13%
18,00%
5,40%
1
2
3
4
5
6
76.697
52.946
29.293
27.853
25.942
12.225
30,00%
20,70%
11,50%
10,90%
10,10%
4,80%
Maiores Importações por País
Estados Unidos
China
Argentina
3
1
2
8.399,00
24.679,00
11.714,00
6,10%
18,00%
8,50%
1
2
3
44,315
25,942
22,709
17,30%
10,10%
8,90%
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
18
GRÁFICO 2 – PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES
FONTE: Adaptado de: <http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1331125742.pdf>. 
Acesso em: 24 jul. 2012.
Nestes dados podemos visualizar que o maior mercado internacional 
é a Ásia, que ganhou uma grande posição nos últimos anos. Além disto, é 
interessante observar que, embora o maior mercado seja, de fato, a Ásia, há uma 
boa ponderação entre os maiores parceiros. Nenhuma região tem mais de 30% 
das exportações totais, e, se, por exemplo, somarmos o MERCOSUL com o resto 
da América Latina, isso vai representar 22,40% do total das exportações.
Outro dado interessante é que com todas essas grandes regiões o Brasil 
tem uma balança comercial positiva, com a exceção dos Estados Unidos e da 
África. Este fato e a saudável ponderação entre as várias regiões do mundo fazem 
com que a dinâmica do comércio internacional do Brasil seja muito flexível, bem 
estruturada e com uma fonte diversificada de divisas, atingindo estabilidade e 
sustentabilidade no comércio exterior brasileiro, logo estabilidade no câmbio.
O grande ponto fraco do comércio internacional brasileiro é o aumento 
relativo das commodities nas exportações brasileiras, passando de 51% em 2000, do 
total das exportações, a 69,40% em 2011. Embora isso apresente riscos, devemos 
analisar que esse fato tem acontecido devido ao enorme e acelerado aumento na 
demanda externa, logo, na produção nacional, destas commodities.
Principais Mercados de Destino das Exportações
Principales Destinos de las Exportaciones / Major Markets for Brazilian Exports
- Participação % / Participación % / % Share - 2011
2,0
4,8
4,8
10,1
20,7
11,5
10,9
22,4
30,0
Europa Oriental / Eastem Europe
África / Africa
Oriente Médio / Middie East
Estados Unidos / United States
União Europeia / European Union
- Demais da AL e Caribe / LA & The 
Caribbean, exc. Mercosur
- Mercosul / Mercosur
América Latina e Caribe / Latin Ame-
rica & The Caribbean
Ásia / Asia
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
19
Tem sido tão rápido o aumento na exportação das commodities que o país 
não está conseguindo agregar valor a estes produtos básicos na mesma velocidade, 
já que não é possível montar fábricas para dar conta do processamento destes 
produtos básicos em poucos anos. Precisa-se de investimento, tempo, redução 
de impostos de produtos industrializados, planejamento e incentivos por parte 
do governo, ou seja, falta dinamismo para uma economia como a brasileira, que 
demora a reagir. 
No entanto, o governo da presidente Dilma e os empresários já estão se 
alinhando para dar mais valor agregado aos produtos exportáveis, através de projetos 
de industrialização e incentivos para aprimoramento e inovação nas agroexportações.
GRÁFICO 3 – PARTICIPAÇÃO % DAS EXPORTAÇÕES POR BLOCO ECONÔMICO
FONTE: Adaptado de: <http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1331125742.pdf>. 
Acesso em: 24 jul. 2012.
Participação % das Exportações por Bloco Econômico
Participación % de las Exportaciones por Zonas Económicas 
Exports Share % by Economic Blocks
2011
33
50
31
64
41
25
12
38
42
27
15
21
14
76
19
34
20
46
52
16
32
10
77
4
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Manufaturados / Manufactured
Semimanufaturados / Semimanufactured
Básicos / Basics
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
20
Caro acadêmico, sobre este plano do governo para incentivar a indústria 
brasileira e as exportações, sugiro que você dê uma olhada no Plano Brasil Maior, 
em que se expõem, entre outros temas, alternativas para reduzir o custo Brasil. 
DICAS
Para aprofundar seus conhecimentos, você pode acessar este plano através do 
material de apoio desta disciplina ou através do seguinte endereço: <http://www.brasilmaior.
mdic.gov.br/>.
Para finalizar, é interessante observar que o grande comprador de matérias-
primas é a Ásia. Os outros mercados procuram produtos brasileiros com maior 
valor agregado, em especial os países de América Latina e os Estado Unidos. Ou 
seja, analisando esses gráficos podemos ver que o Brasil deve se focar em:
• Aprimorar a venda de commodities, especialmente para a Ásia, visando adicionar 
valor agregado a estas exportações, ou seja, produtos semimanufaturados, tal 
como óleo de soja.
• Posicionar ainda mais os produtos com maior nível de desenvolvimento (valor 
agregado) nos mercados que já os estão demandando, por exemplo, o resto 
da América Latina e a América do Norte (Canadá e Estados Unidos). Também 
deve procurar novos mercados destes produtos na Ásia.
Deste modo, o enorme potencial de crescimento das exportações brasileiras 
poderá atingir níveis mais sustentáveis, no tempo,o que poderá trazer para o 
real uma taxa de câmbio sem maiores variações e complicações, assegurando, 
portanto, desenvolvimento e estabilidade à economia brasileira.
Agora vamos analisar aos principais parceiros comerciais do Brasil e as 
suas implicações para a taxa de câmbio. Vamos lá?
2 MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL)
Lembrando o que já foi estudado, a formação do bloco foi materializada 
no ano de 1991, na cidade de Assunção, com o chamado Tratado de Assunção 
entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A partir desse momento começou 
a se desenvolver o processo de união aduaneira entre os quatro países, fato que 
vem influenciando e melhorando o comércio regional entre os países membros 
e entre outros países convidados como associados comerciais: Chile, Bolívia, 
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
21
DICAS
Caro acadêmico, para ter maiores informações sobre o MERCOSUL, você pode 
acessar o seguinte site: <http://alicewebmercosul.desenvolvimento.gov.br/>.
Peru, Colômbia e Venezuela, este último em processo, talvez, de se converter 
em membro definitivo. Deste modo, está se incrementando a dinâmica do fluxo 
de capitais que entram e saem constantemente da região do MERCOSUL e da 
América do Sul como um todo. 
Para conseguir esse objetivo de união aduaneira entre os quatro países 
membros, primeiramente foram eliminados os impostos de importação das 
mercadorias produzidas e exportadas para quaisquer destes quatro países 
membros. Logo, para atingir esse fim foi determinado que: nos processos de 
importação, o importador tem que receber por parte do exportador o Certificado 
de Origem do MERCOSUL, no qual expõe que:
1. O produto a produzir utilize pelo menos 60% de matéria-prima produzida em 
qualquer um dos países que formam o MERCOSUL.
2. E/ou que os insumos importados de terceiros países (extrabloco) passem por 
um processo de transformação que lhes confira uma nova identidade, em vista 
de criar indústrias que gerem valor agregado, além do simples processamento 
de matérias-primas.
O segundo passo, para atingir a unificação aduaneira, foi definir a Tarifa 
Externa Comum (TEC). Porém, para que ela fosse definida, os países membros 
tiveram que passar por um processo de negociação de vários anos. Por enquanto, 
nem todos os associados têm o mesmo nível de desenvolvimento e força 
econômica, por isso o processo de demarcação da Tarifa Externa Comum tem sido 
desenvolvida gradativamente e com várias exceções e complicações no tempo. 
Em relação à posição cambial dos quatro países associados, o processo 
de integração comercial tem provocado vários impasses, desde o início do 
MERCOSUL, decorrentes da valorização e desvalorização de suas quatro 
diferentes moedas. Este quesito reflete como as dinâmicas econômicas díspares 
destes países podem afetar as relações comerciais a qualquer momento, 
principalmente entre os dois maiores sócios, a Argentina e o Brasil. 
Este impasse já aconteceu em 1999, quando o real foi fortemente depreciado 
atingindo uma posição frente ao dólar de R$ 2,21. Logo as mercadorias e serviços 
brasileiros ficaram bem mais competitivos dentro do MERCOSUL, principalmente 
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
22
em relação às mercadorias da Argentina. Acrescente-se o fato de que, nessa data, 
a moeda argentina estava bem sobrevalorizada em relação ao dólar, aumentando 
ainda mais a desvalorização do real no comércio entre os dois países.
Nesta conjuntura, para os argentinos a situação da economia foi 
devastadora na época, 1999, dependente do enorme mercado brasileiro. Por outro 
lado, para os brasileiros, foi uma medida necessária para evitar um colapso do 
real. Ou seja, neste exemplo podemos conferir que, quando acontece uma crise, 
os países procuram melhorar suas condições e posições de interesse, visando 
resguardar as condições macroeconômicas básicas. 
 
Se o governo brasileiro não tivesse desvalorizado o real, teríamos o 
agravamento da crise cambial, já existente, o que nos levaria para uma moratória 
da dívida externa. Não só o Brasil sofreria, mas também todos os países do 
MERCOSUL, particularmente a Argentina (MAIA, 2011, p. 365).
Tomando como exemplo essa situação entre o Brasil e a Argentina, e muitas 
outras conjunturas ao longo da história, temos que nos lembrar de que entre as 
nações não existem “amigos”, existem interesses que levam a um relacionamento 
de amizade e respeito. 
Esse relacionamento entre países faz com que se desenvolva um elo 
muito forte entre as taxas de câmbio e as posições relativas de competitividade 
das nações. Assim, no curto prazo, a desvalorização da moeda pode ajudar as 
exportações, como tem acontecido no Brasil e em muitos outros países. Porém, no 
longo prazo as vantagens comparativas da produtividade possuem muito mais 
peso na competitividade das nações. Na situação brasileira a competitividade 
industrial vem diminuindo em relação a outros países, no que diz respeito ao 
MERCOSUL, em relação à Argentina e ao Uruguai.
Entre os problemas desta falta de competitividade brasileira está a pesada 
carga tributária e os altos juros, quesito muito importante na hora que uma 
empresa quer se estabelecer na região do MERCOSUL. Tanto assim que algumas 
empresas estrangeiras, e mesmo indústrias brasileiras, têm se estabelecido na 
Argentina e/ou no Uruguai para vender para o imenso mercado nacional. 
DICAS
Para aprofundar este tema muito interessante, sugerimos acessar o seguinte 
artigo econômico do Estadão de São Paulo: <http://www.estadao.com.br/noticias/
impresso,custo-brasil-e-competitividade,685364,0.htm>.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
23
Sob a perspectiva das grandes diferenças econômicas e da competitividade 
entre os quatro países membros, seria possível o MERCOSUL desenvolver uma moeda 
comum? Caso fosse, seria conveniente? Levando em consideração essas questões, 
vamos analisar agora as vantagens e as desvantagens de uma moeda comum:
Vantagens:
• estabelece risco cambial zero entre os países membros;
• elimina o protecionismo do amparo das taxas de câmbio.
Desvantagens: Precisa-se:
• definir um déficit orçamentário máximo que seja atingível;
• combinar níveis mínimos de inflação;
• estabelecer níveis máximos de dívida pública;
• homologar a taxa de juros.
As vantagens de uma moeda única podem ser muito boas e atraentes, 
mas se os países membros não tiverem suas economias bem harmonizadas e 
niveladas, com uma política monetária única, logo surgirão problemas muito 
maiores que as vantagens mais adiante. E, com certeza, extremamente complexas 
para solucionar, tal como a situação da UE (União Europeia) do ano 2012. 
Voltando para a pergunta inicial sobre uma moeda única para os países 
membros do MERCOSUL, a resposta pode ser que por enquanto essa ideia ainda 
está longe de ser atingida, pois os riscos são muito altos, além de os países ainda 
não estarem preparados. Se países de maior desenvolvimento, que passaram 
anos desenvolvendo o projeto do euro, estão encontrando sérios problemas com 
sua moeda única, cabe ao MERCOSUL aguardar e analisar melhor a situação. 
Entretanto isso não impede que algumas medidas já tenham sido tomadas para 
desenvolver uma trilha inicial que possa levar os sócios do MERCOSUL a uma 
possível alternativa de moeda comum no futuro.
Em referência ao euro vamos analisar essa questão em profundidade mais 
adiante, pois é uma situação que vale a pena analisar por si só.
2.1 SISTEMA DE PAGAMENTOS EM MOEDA LOCAL (SML)
Em vistas de começar essa trilha para atingir uma moeda comum e para 
reduzir os custos nas transações cambiais, o MERCOSUL (a partir de outubro de 2008) 
estabeleceu que o comércio regional não precisa comprar mais em dólares americanos. 
Desta maneira, foi formado o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML).
Exemplo: antes dessa data uma empresa brasileira que queria importarmatéria-prima da Argentina tinha que vender reais para comprar dólares que logo 
seriam transferidos ao banco do exportador lá na Argentina. Logo, o exportador 
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
24
tinha que vender esses dólares para comprar moeda local, pesos argentinos. 
Portanto, com o Sistema de Pagamentos em Moeda Local, pôde ser eliminada 
a intermediação do dólar nas transações entre os países membros, reduzindo 
custos no processo.
A ideia foi muito adequada e desde essa data vem se desenvolvendo certa 
procura por essa modalidade de câmbio. Porém, na prática, o mercado cambial 
não tem aceitado essa modalidade, mantendo o dólar como moeda referencial 
na maioria das transações entre os países membros. Ou seja, o mercado ainda 
procura pelo dólar na hora de fazer as transações internacionais, mesmo entre 
países do mesmo bloco, tal como o MERCOSUL.
DICAS
Aprofunde-se no assunto, consultando SML (Brasil-Uruguai): <http://www.fiesp.
com.br/derex/publicacoes/pdf/2.%20daniel%20gersten%20reiss%20-%20banco%20central.
pdf>; <http://www.aduaneiras.com.br/destaque/brasil_argentina_sml.asp>.
3 UNIÃO EUROPEIA
Esse bloco econômico iniciou seu processo de integração no ano de 1952, 
com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Geopoliticamente 
essa época foi muito importante, sendo o primeiro passo para uma integração 
econômica e, pela primeira vez, num bloco de países, houve uma transferência 
real de alguns direitos de soberania. 
Hoje seu nome oficial é União Europeia (UE), depois de ter experimentado 
uma evolução constante no seu processo de integração e de aceitar novos 
membros. O bloco, quando foi criado, tinha seis membros: Alemanha Ocidental, 
Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo. Atualmente conta com 27 países 
membros, com quase 500 milhões de pessoas, 23 línguas oficiais. Sendo assim é 
um dos mercados mais importantes para as exportações do Brasil.
Neste tópico não vamos entrar em detalhes já estudados sobre este bloco. 
Agora vamos nos focar nas questões ligadas à prática cambial.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
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3.1 O TRATADO DE MAASTRICHT
Neste tratado datado do ano de 1992, foi desenvolvido o primeiro passo 
para uma integração monetária, tratado no qual os países do Mercado Comum 
Europeu mudaram seu nome oficial para União Europeia (UE). Neste tratado 
foram definidos os seguintes pontos:
• Integração econômica: mercado sem fronteiras onde haverá independência 
política entre os países membros.
• Banco Central Europeu (BCE): em Frankfurt foi estabelecida a sede do Banco 
Central, que iniciou como Instituto Monetário Europeu, para em 1999 se 
transformar em BCE.
• Moeda única: foram estabelecidas as metas para a criação de uma moeda única, 
o euro. Essas metas são:
• déficit orçamentário de 3% do PIB;
• inflação com um mínimo de variação entre os países, assim foi estabelecida 
uma variação de 1,5% da média dos três países com menor inflação;
• dívida pública de não mais de 60% do PIB.
3.2 O EURO COMO MOEDA ÚNICA DA UE
Após o tratado de Maastricht, e só depois de vários anos de negociações, 
o euro começou a operar a partir de 1999 e unicamente como moeda escritural 
entre os Bancos Centrais dos países membros. Bem depois, no começo do ano 
2002, as cédulas das moedas dos diferentes países membros começaram a circular 
juntamente com as novas moedas e cédulas do euro. Em meados desse mesmo 
ano, o euro começou a circular livremente como moeda única, entre seus países 
membros, tirando assim de circulação todas as moedas nacionais.
Hoje dos 27 países membros da União Europeia, 17 têm o euro como 
moeda única, os outros 10 países não a usam por diversos motivos. Primeiro, 
porque alguns deles são membros novos que estão em processo de cumprir as 
rígidas normas estabelecidas. Além disso, outros países como o Reino Unido, a 
Dinamarca e a Suécia não têm adotado o euro por questões internas, tais como:
• O Reino Unido simplesmente, desde o início das conversações sobre a moeda 
única, estabeleceu não aderir à zona do euro.
• A Dinamarca e a Suécia, através de plebiscitos realizados no ano 2000 e 2003, 
respectivamente, rejeitaram o euro como moeda.
Antes de entrar em mais detalhes sobre o euro e para visualizar como têm 
sido as flutuações do euro versus o dólar desde seu nascimento, vamos mostrar as 
taxas históricas em relação ao dólar.
UNIDADE 1 | A CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL NA PRÁTICA CAMBIAL
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GRÁFICO 4 – COTAÇÃO DO EURO X DÓLAR AMERICANO DO PRIMEIRO MÊS DE CADA ANO 
FONTE: <http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/conversao.asp>. 
Acesso em: 24 jul. 2012.
Cotação Euro X Dólar*
20122011200920072005200320011999
1,50
1,40
1,30
1,20
1,10
1,00
0,90
0,80
Podemos observar que o euro tem apontado variações bem fortes no seu 
histórico de taxa de câmbio, com perspectivas incertas depois de estourar a crise 
da dívida pública na zona do euro. Crise que está se aprofundando em 2012, logo 
muitos investidores e o comércio mundial estão à espera dos acontecimentos.
Apesar desta situação complexa, desde que começou a moeda única, o 
euro vem trazendo as seguintes vantagens:
• Melhorou a posição financeira dos países europeus, como bloco perante o dólar 
em nível mundial. Deste modo, atingiu perspectivas de concorrer com o dólar 
como moeda nas negociações internacionais. O posicionamento do euro tem 
sido tão importante, e case de sucesso econômico, que em pouco mais de uma 
década de seu nascimento em qualquer país do mundo podem-se trocar euros 
por moedas nacionais. 
• Conseguiu reduzir os gastos administrativos, decorrentes da eliminação dos 
custos das transações das negociações de câmbio entre os países que adotaram 
o euro, trazendo maior estabilidade ao fluxo das exportações e importações 
entre esses países.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL DO BRASIL
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• Estabeleceu uma política macroeconômica estável dentro da zona do euro, impedindo 
políticas inadequadas aos interesses comuns dos países membros. Melhorou muito 
o nível da classe média, especialmente dos países mais pobres do bloco.
Assim, é difícil não aceitar as melhorias que o euro tem trazido aos países 
europeus. Entretanto, o futuro da moeda única e até da economia mundial estão 
em risco. A partir da crise financeira do ano de 2008, o euro vem apresentando 
um cenário instável e falta de dinâmica para reagir ao estancamento econômico 
mundial. Situação que ficou bem mais evidente em 2010, quando iniciou a crise 
dos mercados financeiros da dívida pública da Grécia, Irlanda e Portugal, que logo 
se espalharam para a Espanha e Itália. Em 2012 as dívidas da França, Holanda e 
da Bélgica também começaram a dar sinais de risco, ou seja, o efeito “dominó”, 
tão temido, da dívida pública começou de fato.
Seguramente, caro acadêmico, você deve se perguntar: mas por que se 
apresenta a crise da dívida nos países do euro?
Existem várias respostas e pontos de vista diferentes, porém os analistas 
econômicos e financeiros apontam um fator em comum para essa crise: a 
dívida pública para socorrer os bancos que quebraram quando estourou a crise 
internacional em 2008. Aliás, crise que tem sido a pior desde a grande depressão 
dos anos 30 do século passado, cujas sequelas ainda não terminaram. Nesta crise 
o Brasil não sofreu muito e, o mais importante, não teve implicações pós-crise 
graves, ainda. Por enquanto, o Brasil estava bem preparado macroeconomicamente 
e houve a boa procura das commodities pela China e Índia, que ajudou e muito.
Como já se falou, os países da zona do euro, para socorrer seus bancos, 
começaram a incrementar sua dívida pública e ultrapassaram o limite estabelecido 
em 60%. Se não tivessem feito isso, os bancos com problemas poderiam ter entrado 
em falência criando um efeito dominó, o que poderia começar uma bola de neve 
cujo fim ninguém saberia prever.
Os países

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