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5UNIDADE I Conceitualização 1. CONCEITOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL Trata-se dos conceitos introdutórios à economia e ao comércio internacional. Dito isso, são apresentados inicialmente um panorama do comércio internacional. Seguem-se os fundamentos básicos e as principais teorias de economia internacional como o ajustamento do balanço de pagamentos e o regime cambial flexível e fixo, mercado cambial e uma introdu- ção às finanças internacionais. Na área de instrumentos de política comercial são discutidos os sistemas de tarifas e as restrições não-tarifárias. A disciplina trata ainda da evolução da regulação multilateral e da integração regional. Sendo assim, a economia internacional obe- dece a alguns princípios de outras áreas da economia porque os motivos e comportamento dos agentes econômicos são semelhantes. As lojas de roupas de São Paulo vendem peças tanto da China quanto do Chile; a sequência de eventualidades que deslocaram essas peças de vestuário até o consumidor final no Brasil indefere do país de origem. Entretanto, de acordo com Krugman e Obstfeld (2010) a economia internacional tem suas próprias preocupações e particularidades devidas em parte por que os investimentos internacionais acontecem entre países soberanos independentes. A China e o Chile são países independentes, sendo assim, as mercadorias provenientes de tais destinos pode- riam ser interrompidas caso o governo Brasileiro estabelecesse uma cota de importação como barreira tarifária e limitasse as importações das peças de vestuário. Sendo assim, o problema no comércio internacional consiste em resolver e equilibrar os interesses entre as economias soberanas mundiais. Por conseguinte, os temas debatidos com maior fre- 6UNIDADE I Conceitualização quência em economia internacional são: (a) ganhos no comércio exterior; (b) padrões de comércio; (c) práticas protecionistas; (d) Balanço de Pagamentos (BP); (e) taxas de câmbio; (f) políticas econômicas internacionais conjuntas e (g) mobilidade internacional de capitais. Com relação aos ganhos de comércio exterior, é consensual que deva existir algum comércio exterior entre os países. Krugman e Obstfeld (2010), sublinham que a Noruega não deve plantar suas laranjas, entretanto muitos indivíduos não acreditam que o seu país deva comprar bens e serviços que possam ser produzidos em solo nacional, em resumo para fomentar os empregos internos. Sobretudo, existe a percepção de ganhos de comércio quando os países comercializam produtos e/ou serviços entre outros países resultando em benefícios para ambos os lados. Contudo, uma preocupação latente reside na abertura co- mercial de alguns países cuja base tecnológica, por exemplo, é enfraquecida. Sendo assim, os formuladores de políticas econômicas e alguns grupos de interesse se tornam reticentes a adoção de práticas de comércio internacional porque poderia afetar negativamente suas indústrias devido a elevada competição com produtos e bens de capital superiores tecnolo- gicamente provenientes de outros países. O segundo tema debatido com frequência em comércio internacional são os pa- drões de comércio. Posto isso, os padrões de comércio estão intrinsecamente relacionados com quem vende e para quem vende, ou seja, o clima determina porque o Brasil é rico produtor de cana de açúcar e etanol e a Arábia Saudita exporta petróleo. Entretanto, Krug- man e Obstfeld (2010) argumentam que há aspectos menos perceptíveis nos padrões de comércio internacional, como porque o Japão exporta automóveis e os Estados Unidos aeronaves? Dessa forma, são essas perguntas que buscamos elucidar. Sabemos que deve existir um mínimo de comércio internacional entre os países, a questão que surge é: Quanto de comércio deve ser permitido? Dessa forma, há registros de que desde a criação das nações-Estado existem esforços para proteger a indústria nacional da concorrência estrangeira por meio de subterfúgios como a imposição de limites a importações, restrições tarifárias e não-tarifárias e estimulando as exportações provendo subsídios como é o caso do milho norte americano ou trigo argentino. Entretanto, após a Segunda Guerra Mundial os países liderados pelos Estados Unidos começaram um pro- cesso de liberalização dessas barreiras. Segundo Krugman e Obstfeld (2010), essa política de remoção das barreiras ia de encontro com a opinião de que o livre comércio era uma força para a prosperidade e promoção da paz mundial. Sendo assim, na década de 1990 acordos de livre comércio começam a ser realizados destaca-se o Acordo de Livre Comércio da América do Norte 7UNIDADE I Conceitualização (Nafta) cujos membros e aprovação foram respectivamente Estados Unidos, Canadá e México em 1993 e, sobretudo, a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) por meio do acordo da Rodada Uruguai. O quarto tópico amplamente debatido em comércio internacional é o Balanço de Pagamentos (BP) cuja finalidade se aplica na análise de diversos contextos diferentes, como quando se deseja verificar o movimento de capitais internacionais. Tomemos como exemplo o método vigente (2020) de BP sendo adotado pelo Brasil e outros países signa- tários do Fundo Monetário Internacional, trata-se do BPM6 que entre outras funções con- segue aferir quanto de capital brasileiro está sendo mantido como reservas no exterior seja com a finalidade de saldar contratos em moeda estrangeira ou adquirir bens de consumo e/ou de capital. Além disso, o BP permite verificar se o país está deficitário ou superavitário na Balança Comercial, o que representa a quantidade de comércio internacional que está sendo transacionado com o resto do mundo. Por sua vez, uma diferença encontrada em economia internacional diferente de outros campos da economia é que os países utilizam suas próprias moedas, ou seja, faz parte de sua soberania. Dito isso, os valores relativos das moedas podem mudar abrup- tamente como aconteceu entre o EURO/Dólar quando do estabelecimento da Zona do Euro cujas expectativas eram de valorização dos contratos devido a Unificação da União Européia, entretanto não foi esse o desfecho. Dessa forma, as taxas de câmbio são usual- mente fixadas pelas autoridades monetárias dos países, em vez do equilíbrio proposto pela dinâmica de mercado de oferta e demanda. Esse controle pode ser verificado pela adoção do padrão-ouro amplamente difundido antes da Segunda Guerra Mundial cujo sistema foi descontinuado na Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas de Bretton Woods em 1944 (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010; SANDRONI, 1999). Até então, verificamos que as nações são soberanas e, portanto, são livres para escolher a política econômica que for mais estratégica. Contudo, em um contexto de globa- lização e países intrinsecamente relacionados, a política de um país tende a afetar a política de outro país. Tomemos, como exemplo a sobretaxa do aço pelo governo dos Estados Unidos, essa medida tem por objetivo a proteção das siderúrgicas nacionais e, provoca uma disrupção nessa mesma indústria em países cujo destino de exportação é a economia norte-americana, haja vista, o Brasil que figura entre os maiores países fornecedores de minério de ferro e de aço do mundo. Finalmente, o sétimo e último tópico amplamente discutido no comércio interna- cional trata da mobilidade de capitais. De acordo com Krugman e Obstfeld (2010), esse 8UNIDADE I Conceitualização mercado foi intensificado na década de 1970 com a crise do petróleo qual gerou de forma abrupta a elevação do preço do Barril de Petróleo pela Organização Mundial de Exportado- res de Petróleo (OPEP) evento esse deflagrado por conflitos armados como a Guerra dos seis dias (1967), Guerra do Yom Kippur (1973), revolução islâmica do Irã (1979) e a Guerra Irã-Iraque (1980). Diante do contexto, a elevação generalizada dos preços pressionou o Federal Reserve1 (FED), a adotar uma política monetária e fiscal a partirde 1979 cujo objetivo consistia no aumento das taxas de juros e investimentos para reduzir os impactos da crise. Entretanto, como efeitos colaterais muitos países emergentes haviam contratado suas dívidas em moeda estrangeira, isto é, dólar e taxas de juros pós-fixadas (flutuantes) e observaram seu endividamento aumentar exponencialmente com tais medidas. Krugman e Obstfeld (2010), destacam que países da América Latina foram alguns dos principais afetados como foi o caso do México em 1994 e cujos efeitos negativos se alastraram e contaminaram a economia brasileira contribuindo para além do aumento do endividamento, também da escassez de divisas. Parte desse imbróglio foi sendo resolvido com a continuidade no processo de mo- bilidade de capitais por meio dos chamados petrodólares. Os petrodólares são conhecidos assim devido a abundância de moeda estrangeira adquirida pelos países exportadores de petróleo após os choques de oferta, sendo assim, com o excesso de reservas esses países passaram a investir em bancos nova-iorquinos e londrinos, que por sua vez adquiriram títulos das dívidas de países emergentes, ou seja, o sistema econômico retornava ao status outrora desregulamentado e liberalizado que até então havia sido deflagrado, seguia-se assim, a continuidade do processo de globalização. 1 Federal Reserve conhecido como Banco Central dos Estados Unidos tem por objetivo atuar como autoridade monetária com prerrogativas semelhantes às do Banco Central do Brasil (SANDRONI, 1999). 9UNIDADE I Conceitualização 2. TEORIAS DE COMÉRCIO E SUA EVOLUÇÃO A desidratação do modelo feudal aconteceu entre outras variáveis, devido a uniões entre alguns monarcas e capitalistas que segundo Hunt e Lautzenheiser (2013) retiraram o poder dos senhores feudais de áreas econômicas importantes como a produção e o comércio, iniciando o período capitalista conhecido como mercantilismo. Sendo assim, uma das medidas econômicas mais importantes aplicadas nesse período foi à criação de monopólios comerciais, isto é, a Inglaterra se dispunha a adquirir produtos baratos de uma área atrasada economicamente quando apenas um comerciante inglês negociava ao invés da interferência de vários comerciantes o que provocaria pressão positiva nos preços devido a concorrência. De forma análoga, os negociantes ingleses poderiam vender suas mercadorias a preços superiores aos estrangeiros, caso houvesse apenas um vendedor, contrário a interferência de vários vendedores o que poderia pressionar a redução dos preços. Dito isso, essas medidas restritivas faziam parte da estratégia do governo inglês, o qual poderia proibir a entrada de novos comerciantes em determinado setor cujo monopólio já havia se estabelecido (HUNT; LAUTZENHEISER, 2013). Por sua vez, os países da Europa Ocidental com exceção da Holanda estabeleciam regulamentos com o objetivo de controlar as atividades de comércio exterior. Sendo assim, matérias-primas estratégicas para a economia inglesa eram amplamente tributadas caso fosse destinada à exportação para inibir a fuga, reduzindo, portanto, os custos da industria- lização inglesa. A indústria têxtil foi amplamente beneficiada por essas medidas por meio 10UNIDADE I Conceitualização das restrições e proibições sobre a exportação de produtos como ovinos, lã e fios os quais eram empregados nesta indústria (SALVATORE, 1998). Além disso, medidas eram aplicadas também sobre a importação de algumas mer- cadorias cujo objetivo consistia em proteger a indústria do país não permitindo a proliferação de concorrência estrangeira em território nacional. Todavia, Hunt e Lautzenheiser (2013), sublinham que havia tentativas de violar essas medidas beneficiando grupos específicos como a tentativa dos Atos de Navegação inglês de 1651 e 1660 cujo objetivo era promover a utilização exclusiva de embarcações inglesas com tripulação de mesma nacionalidade. Ademais, não ficam claros os limites da motivação mercantilista sobre aumentar o poder estatal ou os próprios interesses. 2.1 Vantagens absolutas Para compreender essa vantagem, vamos propor um modelo cuja composição possui dois países A e B e cada um detém o fator de produção mão de obra (L) e conse- gue produzir dois bens pão e geléia. Além disso, supomos que a relação de mão de obra necessária para produzir um quilo de pão e a exigida para produzir um quilo de geléia é menor no país A do que em B. Dessa forma, estamos supondo que a produtividade relativa de pão no país A é superior do que a de geléia, ou seja, segundo Krugman, Obstfeld e Melitz (2015) é o equivalente a afirmar que o país A detém uma vantagem comparativa na produção de pão. Sendo assim, quando um determinado país consegue produzir uma unidade de um bem ou serviço com menos trabalho comparado a outro país afirmamos que o primeiro país detém uma vantagem absoluta em produzir este bem. Posto isso, o país A tem uma vantagem absoluta na produção de pão. Ademais, com frequência os debates sobre comércio internacional são eivados de confusão entre os termos: vantagem absoluta e vantagem comparativa. 2.2 Vantagens comparativas Um país detém uma vantagem comparativa na produção de um bem se o tradeoff ou custo de oportunidade desse produto em relação aos demais é inferior nesse país comparado a outros países. Posto isso, Krugman e Obstfeld (2010) argumentam que a América Latina possui uma vantagem comparativa na produção e comercialização de rosas contrárias à produção nos Estados Unidos. Além disso, para que fosse possível ofertar rosas no inverno americano para atender a demanda do Valentine ‘s Day (Dia dos Na- morados) seria necessário um investimento em estufas e insumos que elevariam o custo de produção das rosas, desviando recursos importantes que poderiam ser destinados à produção de computadores. Sendo assim, os Estados Unidos possuem uma vantagem comparativa na produção de computadores em comparação aos países da América Latina que se especializaram em outro tipo de bem. 11UNIDADE I Conceitualização 3. FATORES ESPECÍFICOS E MODELO DE HECKSCHER-OHLIN De acordo com Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p.43), o Modelo de fatores específicos (MFE) teve importantes contribuições dos economistas Paul Samuelson e Ronald Jones. Posto isso, o MFE como o modelo ricardiano simples pressupõe para uma economia cuja produção se baseia em duas mercadorias qual pode alocar a sua mão de obra entre os dois fatores. Contudo, contrário ao modelo ricardiano, o MFE admite a existência de fatores de produção além do fator mão de obra. Além disso, assumindo que a mão de obra seja um fator móvel, ou seja, pode se mover entre os setores, os demais fatores são considerados específicos, sendo assim, eles só podem ser empregados na produção de determinadas mercadorias. Se, adotarmos para uma determinada economia a produção de dois bens como a (a) seda e (b) maçãs e sendo país dotado de três fatores de produção: mão de obra (L), capital (K), ou seja, máquinas equipamentos e edificações e o fator terra (L), composto por terras cultiváveis, florestas e minas. Sendo assim, a seda pode ser produzida utilizando capital e mão de obra, entretanto sem terra, enquanto as maçãs podem ser produzidas usando terra e mão de obra, mas sem capital. Portanto, a mão de obra por serem empregadas em ambas as produções pode ser considerada um fator móvel, enquanto a terra e capital são fatores específicos os quais podem ser utilizados apenas na produção de um dos produtos. A produção no MFE pode ser visualizada por meio da Figura 1. 12UNIDADE I Conceitualização FIGURA 1. MODELO DE FATORES ESPECÍFICOS: PRODUÇÃO DE SEDA E MAÇÃS Fonte: Adaptado de Krugman, Obstfeld e Melitz (2015). Uma inspeção visual na Figura 1 permite verificar que a economia produz no ponto em que sua Fronteira de Possibilidade de Produção (PP) tangencia a inclinação da fronteira sendo esta é igual a menos o preço relativo da produção de seda. Dessa forma, segundoKrugman, Obstfeld e Melitz (2015), um aumento na razão de preços faz com que a produção se desloque para baixo e para a direita ao longo da fronteira de possibilidade de produção qual corresponde à maior produção de seda e menor produção de maçãs. Por sua vez, nós abordamos os fatores de produção e agora vamos compreender porque os países exportam com base na abundância de seus recursos naturais. Sendo assim, para explicar as diferenças dos recursos no comércio internacional vamos por meio de uma modelo explorar como as vantagens comparativas são influenciadas pela dinâmi- ca entre a abundância ou excesso relativo dos fatores de produção com a tecnologia de produção qual impacta na intensidade relativa em como os distintos fatores de produção são empregados na produção de diferentes bens e serviços. A teoria que explica essa interação é denominada como Teoria de Heckscher-Ohlin (H-O) cujo objetivo é enfatizar a dinâmica entre as proporções em que os distintos fatores de produção estão à disposição nos diferentes países e em quais proporções são utilizados para produzir bens e serviços distintos, sendo conhecida também como a teoria das proporções dos fatores (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). Diante do contexto, a “abundância dos fatores” é sempre definida em termos re- lativos, isto é, são comparados a proporção da mão de obra (L) para o capital (K) de dois 13UNIDADE I Conceitualização países (Economia A; Economia B), por conseguinte, nenhum país é abundante em tudo. Dito isso, sabendo que a mercadoria “seda” é mão de obra-intensiva, a PP da Economia A em relação a Economia B é deslocada mais na direção da seda do que na direção da pro- dução de maçãs. Entretanto, como há uma convergência dos preços relativos no comércio internacional, os preços da seda em relação aos preços das maçãs vão se igualar. Mas, como os países detêm abundâncias de fatores diferentes uns dos outros para quaisquer proporções determinada do preço da seda para as maçãs, então a Economia A produzirá uma proporção superior de seda em relação a maçãs do que a Economia B, por sua vez, a Economia A terá uma oferta relativa superior em seda. Posto isso, a curva de oferta relativa da Economia A estará à direita da Economia B (Figura 2) (KRUGMAN; OBSTFELD; MELITZ, 2015). FIGURA 2. PREÇOS RELATIVOS: ECONOMIA A E B Fonte: Adaptado de Krugman, Obstfeld e Melitz (2015). As curvas de oferta relativa das Economias A e B são plotadas na Figura 2. Ado- tamos uma curva de Demanda Relativa para ambos os países, assim, se não houvesse transações com o resto do mundo, o equilíbrio para a Economia A seria no ponto 1 e o preço relativo da seda seria , por sua vez, o equilíbrio para a Economia B seria no ponto 3 com o preço relativo da seda em . Dessa forma, não havendo comércio o preço relativo da seda seria inferior na Economia A comparada a Economia B. Sendo assim, quando a Economia A e B realizam comércio internacional entre si, seus preços relativos tendem a convergir. O preço relativo da seda sobe na Economia A 14UNIDADE I Conceitualização e diminui na Economia B e um preço relativo mundial novo da seda é composto em um ponto entre os preços relativos 1 e 3. A Economia A torna-se assim um exportador de seda porque a mão de obra é abundante comparada a Economia B e porque a produção de seda é mão de obra-intensiva em relação a produção de maçãs. Por conseguinte, a Economia B torna-se um exportador de maçãs, porque é abundante em capital e a produção de maçãs é capital-intensiva. Ademais, essas previsões do padrão de comércio adotando o modelo 2x2x2 (dois produtos, dois fatores e dois países) podem ser generalizadas segundo Krug- man, Obstfeld e Melitz (2015), por meio do teorema de Heckscher-Ohlin cuja definição afirma que o país que é abundante em um determinado fator exporta o bem cuja produção é intensiva nesse fator. SAIBA MAIS O economista húngaro, Bela Balassa, em 1965, contribuiu para o enriquecimento do entendimento sobre competitividade no comércio internacional por meio do conceito de Vantagem Comparativa Revelada (VCR). Tal método surge como uma proposta alter- nativa cujo objetivo consiste em identificar quais os setores que um determinado país detém vantagem comparativa na produção e exportações. Fonte: FIGUEIREDO, A. M; SANTOS, M. L.Evolução das vantagens comparativas do Brasil no co- mércio mundial de soja. Revista de Política Agrícola. Ano XIV, n.1, Jan./Fev./Mar., 2005. REFLITA Não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu próprio “auto-interesse”. Adam Smith 15UNIDADE I Conceitualização CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro (a) estudante, nesta unidade aprendemos sobre as principais características, conceitos e definições que abrangem o comércio internacional como os padrões de co- mércio, práticas protecionistas, Balanço de Pagamentos (BP), Taxas de Câmbio, Políticas Econômicas Internacionais conjuntas e a mobilidade de capitais de forma breve e resumida. Na sequência, descrevemos as principais Teorias do Comércio Internacional, apresentando o mercantilismo cujas práticas envolviam o monopólio de atividades comerciais por deter- minados indivíduos privilegiados pelo Estado cuja função era elevar os preços das exporta- ções e reduzir das importações de um país, a rigor citamos os Atos de Navegação inglesa. Por sua vez, seguimos abordando as vantagens absolutas e comparativas expli- cando que as vantagens absolutas envolvem a produção de um bem ou serviço por um país com custo de trabalho inferior a outro país e as vantagens comparativas tratam dos custos de oportunidade que determinado país possui em produzir um bem ou serviço comparado a essa mesma produção em outro país. Finalmente, apresentamos o Modelo de Fatores Específicos (MFE) e o Modelo de Heckscher-Ohlin (H-O). O primeiro com os fatores móveis e específicos e o modelo H-O com o incentivo a exportação de bens e serviços cuja produção seja intensiva em fatores abundantes no país em questão observando os preços relativos dos fatores. Na próxima unidade, continuaremos o nosso processo de aprendizagem abordando os instrumentos de Política Comercial, as formações dos Blocos Econômicos e a Taxa de Câmbio. 16UNIDADE I Conceitualização MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Economia Internacional Autor:KRUGMAN, P; OBSTFELD, M; MELITZ, M. J. Editora:Pearson Education do Brasil Sinopse: Em parceria com Maurice Obstfeld e Marc J. Melitz, Paul Krugman traz na décima edição de Economia internacional os úl- timos acontecimentos da área, com uma linguagem didática, clara e analítica, que permite ao leitor analisar os quadros passados e atuais do mercado econômico. Com uma revisão rigorosamente atualizada dos capítulos, a obra se divide em duas partes – voltadas ao comércio e às questões monetárias – e discorre sobre alguns desenvolvimentos significativos nos lados teóricos e práticos, além de responder às sugestões dos leitores. Além disso, conta ainda com estudos de caso que reforçam os temas abordados, ilustran- do sua aplicabilidade no mundo real e fornecendo importantes informações históricas. FILME/VÍDEO Título: 13 Dias que Abalaram o Mundo Ano: 2000 Sinopse: Em outubro de 1962 um avião U-2, que fazia vigilância de rotina, tira fotos que revelam que a União Soviética está em processo de colocar uma plataforma de lançamento de armas nucleares em Cuba. Estas armas terão a capacidade de destruir em minutos a maior parte do leste e sul dos Estados Unidos quando ficarem operacionais. O presidente John F. Kennedy (Bruce Greenwood) e seus assessores têm de pôr um plano de ação contra os soviéticos. Kennedy está determinado em mostrar que ele é forte o bastante para resistir a ameaça e o Pentágono aconselha o exército dos Estados Unidos a contra-golpear, o que poderia levar a outra invasão norte-americana em Cuba. Entre- tanto, Kennedyestá receoso em levar a cabo esta operação, pois uma invasão norte-americana poderia fazer com que os soviéticos partissem para a retaliação na Europa. Por treze dias o destino da humanidade esteve nas mãos de um grupo reunido no salão oval na Casa Branca, pois a possibilidade de uma guerra nuclear era real e navios soviéticos rumavam para Cuba levando o material que faltava para terminar a plataforma de lançamento, que estava sendo construída em ritmo acelerado. 17UNIDADE I Conceitualização WEB Missão Brasil – Ep. 2: Comércio Exterior O Brasil é um dos países mais fechados do mundo e está atrasado em relação ao comércio global. Que modelo de produção mundial que não estamos envolvidos? Link: https://youtu.be/FKsDoNnjDgI
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