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heavy dutyheavy duty Do Old School à Ciência da Hipertrofia Por Overred BodybuildingPor Overred Bodybuilding 1 1 1 1 Sobre o ombro de gigantes Todos os direito reservados. 2022 HEAVY DUTY Florianópolis 2022 Do old school à ciência da hipertrofia 1 1 Florianópolis 2022 1 1 SUMÁRIO Introdução Quem foi Mike Mentzer? Sua amizade com Arthur Jones A treta com Arnold Schwarzenegger Vida Pessoal REFERÊNCIAS 6 História do Heavy Duty Capítulo 1Capítulo 1 Quanto mais, melhor? As leis de Mentzer 1ª Lei de Mentzer - Identidade 2ª Lei de Mentzer - Intensidade 3ª Lei de Mentzer - Duração 4ª Lei de Mentzer - Frequência 5ª Lei de Mentzer - Especificidade 6ª Lei de Mentzer - Adaptação 7ª Lei de Mentzer - Progressão REFERÊNCIAS Heavy Duty na Teoria Capítulo 2Capítulo 2 8 8 11 12 13 14 15 16 17 17 18 19 20 21 22 23 261 1 1 1 SUMÁRIO Dicas práticas para realização do treinamento Escolha dos exercícios TREINO 1: Peito e Costas TREINO 2: Pernas e Abdômen TREINO 3: Ombros e Braços TREINO 4: Pernas e Abdômen 2 RESUMO Considerações Gerais Deload Heavy Duty REFERÊNCIAS Heavy Duty na Prática Capítulo 3Capítulo 3 As vias de hipertrofia Quanto mais forte, melhor? É necessário treinar até a falha? É melhor treinar pernas com mais repetições? Pré-exaustão é uma boa estratégia? Qual deve ser a ordem dos exercícios? Descanso entre as séries Heavy Duty na Ciência Atual Capítulo 4Capítulo 4 37 27 28 29 30 32 33 33 34 35 36 26 38 41 43 46 47 47 48 1 1 Descanso entre as séries 48 1 1 SUMÁRIO Qual o mínimo de treino necessário? Divisão de treino O que os bodybuilders mais fazem? Conclusões que a ciência traz sobre o Heavy Duty REFERÊNCIAS 49 50 53 54 58 Como aplicar à sua própria realidade? Capítulo 5Capítulo 5 62 Qual divisão escolher? Precisa ser igual a de Mentzer? E quanto a intensidade do meu treino? Treino fixo ou variável? Como isso pode ser aplicado? O que treinar primeiro? O uso de técnicas no treino Dropset Rest and Pause Cluster Set Muscle Round Conclusões Finais REFERÊNCIAS 62 63 66 68 69 70 70 71 72 73 74 75 1 1 1 1 No automobilismo, a Fórmula 1 é a categoria que medeia o desenvolvimento dos carros populares, da mesma forma o Fisiculturismo é o campo de desenvolvimento para a musculação de forma geral. Este livro tem o objetivo de resgatar um dos métodos de treinamentos mais antigos da musculação, utilizado por grandes fisiculturistas: o A ele aplicaremos asHeavy Duty. evidências científicas que possuímos hoje em dia, verificaremos o que se pode tirar proveito, bem como aquilo que não faz sentido aplicarmos em um planejamento de treino. Grande parte da história, dos protocolos e da filosofia Heavy Duty está explicada no livro High-Intensity Training the Mike Mentzer Way, explicado por John Little e o próprio Mike Mentzer, a qual vocês irão conhecer profundamente no decorrer dos capítulos. Já contextualizando os leitores, na época de Mentzer tudo era feito na famigerada <broscience=, ou seja, a ciência aqui <da rapaziada=. Eles simplesmente colocavam alguns pesos numa barra, e faziam movimentos que faziam sentido. Em termos de execução de exercícios, os fisiculturistas já demonstravam grande expertise sobre como ativar certas partes do corpo com eficiência, ainda que não tivessem grande conhecimento de biomecânica para isso. Todavia, a sistematização de treino era a área do treinamento mais escassa de informações. Apenas uma coisa era unânime para todos os atletas: o treino i d d t t IntroduçãoIntrodução Introdução 1 1 precisa ser duro e desgastante 1 1 A história por trás e todas as curiosidades que envolvem o método; O método clássico do Heavy Duty e como Mentzer pensava; A ciência da hipertrofia atual e as considerações sobre o método Heavy Duty. Mentzer influenciou grandes atletas a aderirem um treinamento diferente dos comercializados, expressando sua defesa de que todos os atletas de sua época treinavam demais. Para ele, o treino longo e desgastante freava a hipertrofia ao invés de ajudar. Alguns treinadores consideram o método Heavy Duty como uma metodologia arcaica e perigosa aos atletas, fazendo com que muitos estigmas e polêmicas sejam levantadas sobre a discussão de como treinar com a maior eficiência possível. Aqui neste livro, iremos dividir nossa explicação em três partes: 1. 2. 3. Dorian Yates, 6x Mr. Olympia, era adepto ao Heavy Duty Introdução 1 1 1 1 Ao passar do tempo, existiram muitos atletas e treinadores que desenvolveram diversos métodos de treinamento e faziam uma relação até mesmo comercial destes métodos. É o caso do grande mestre que criou inúmerosJoe Weider modelos de exercícios que são utilizados até hoje em dia. Weider influenciou a maioria dos atletas da Golden Era, em grande parte pertencente ao estado da Califórnia nos anos 70. O grande nome da época era Arnold Schwarzenegger, porém podemos citar outros nomes como Serge Nubret, Franco Columbu, Ed Corney, dentre outros. Entre esses grandiosos atletas, existia um em especial, o pacato , que era aficionado por treino e umaMichael Mentzer vida regrada. Todavia, por ser muito apegado à ciência, começou a se apartar dos ensinamentos de Weider, assim como veremos a seguir. História do Heavy Duty Capítulo 1Capítulo 1 Quem foi Mike Mentzer? Michael John Mentzer foi um fisiculturista profissional e intelectual americano, que desenvolveu o método Heavy Duty. Foi um dos primeiros cientistas do ramo do treinamento de força, contribuindo com a ciência com diversos experimentos empíricos. Começou no Bodybuilding com apenas 12 anos, influenciado por seu herói Bill Pearl, um dos primeiros fisiculturistas da história (famoso por participar da era pré- esteroides no fisiculturismo). No início, treinava com seu pai que o orientou a treinar três vezes na semana e fez com que Capítulo 1 - História do Heavy Duty 1 1 1 1 Mike aos 15 anos tivesse marcas impressionantes como 170 kg no Supino, já revelando que seria um atleta muito forte. Quando Mike percebeu que tinha uma boa genética, começou ali o sonho de ser Mr. América e começou a imitar aquilo o que os top bodybuilders faziam, treinar por três ou quatro horas em um dia. Após um longo período treinando da maneira clássica como todos faziam, Mentzer indagou esta metodologia e buscou estudar mais profundamente sobre a ciência do treinamento, fazendo com que desenvolvesse sua própria metodologia. Ao longo de sua vida, se envolveu em diversas polêmicas por defender vertentes diferentes das que vendiam na época, além de dizer que desconfiava da necessidade do uso de suplementos (ramo comercial em ascensão na época). Apesar de ter tentado participar de programas de TV e posado para revistas, notou que sua verdadeira vocação era se especializar em treinamento buscando o máximo de performance possível. Como atleta, Mike começou a competir em 1971 vencendo o Mr. Lancaster (campeonato regional) e dali começou sua carreira promissora. Neste mesmo ano, participou do AUU Mr. America, que era considerado o terceiro maior campeonato do mundo, porém ficou com um frustrante décimo lugar, perdendo para um jovem de 19 anos chamado Casey Viator, treinado por Arthur Jones. Chegou a vencer o Mr. América em 1976 e dali foi colecionando vitórias ao longo dos anos, também participando do Mr. Olympia de 1979, onde foi campeão da categoria acima de 200 lb, mas perdeu para seu amigo Frank Zane na disputa de Overall. Capítulo 1 - História do Heavy Duty 1 1 1 1 Famosa pose clássica do Crucifixo em 1978. Mentzer no Mr. Lancaster em 1971 com 19 anos 1 1 1 1 Em 1971, após seu primeiro campeonato, Mike foi competir no AUU Mr. America, uma das competições mais famosas dos EUA e do mundo. Lá encontrou Arthur Jones, que era treinador do ganhador daquela noite, Casey Viator. Viator participou do tão famoso Experimento Colorado, onde foi submetidoa um treinamento de alta intensidade e baixo volume. Arthur também foi o responsável pela criação do método HIT e das máquinas Nautilus, que já eram muito famosas. Dali Jones começou a treinar Mike e a inspirá-lo a treinar com altas cargas e grandes descansos. Este fato é de suma importância para compreensão do desenvolvimento de Mentzer e sua metodologia. Assim como vocês irão ver a seguir, a do treinamento deBASE alta intensidade idealizada por Jones permaneceu intacta nos estudos de Mentzer, porém as diferenças dos treinos HIT e Heavy Duty estariam relacionadas a METODOLOGIA prática. Capítulo 1 - História do Heavy Duty Sua amizade com Arthur Jones Arthur Jones, criador das máquinas Nautilius 1 1 1 1 Em 1980, ocorre o mais controverso Mr. Olympia da história, marcado por uma grande polêmica envolvendo Mentzer e Arnold Schwarzenegger. Nesta época, Arnold (que acabara de retornar ao esporte) era treinado por Joe Weider, considerado por muitos o pai do fisiculturismo por ter criado diversas técnicas de treinamento e claro o próprio Mr. Olympia.… Ocorre que em 1980, Mike Mentzer já tinha desenvolvido seu próprio método de treinamento, o qual contradiz com muitas coisas que Weider pregava (assim como vocês vão saber profundamente, mais adiante), e mesmo sendo considerado o grande nome da noite, foi deixado apenas com o quinto lugar, consagrando Arnold com seu sétimo e último título. Após o ocorrido, Mentzer se aposenta completamente dos palcos e se dedica totalmente a sua carreira como treinador e como estudioso do treinamento. Capítulo 1 - História do Heavy Duty A treta com Arnold Schwarzenegger Mr. Olympia de 1980 1 1 1 1 Mike era uma pessoa extremamente sincera e verdadeira, tinha um apego muito grande com a filosofia e mantinha um compromisso em buscar a verdade sobre todos os âmbitos. Morreu com apenas 49 anos por complicações cardíacas hereditárias, sendo seu falecimento apenas 36 horas depois de publicar seu principal livro. Seu irmão Ray também morreu poucos dias depois, pelos mesmos problemas no coração. Também há indícios de que Mike tinha vício em ,anfetaminas tendo passado 5 anos lutando contra a abstinência. Isso também pode ter contribuído para reduzir sua longevidade concomitante com à sua predisposição desfavorável. Mr. Olympia de 1980 Sua vida pessoal Capítulo 1 - História do Heavy Duty 1 1 1 1 LITTLE, John R. High-Intensity Training the Mike Mentzer Way. McGraw-Hill, 2002. LITTLE, John R. The Wisdom of Mike Mentzer: The Art, Science and Philosophy of a Bodybuilding Legend. McGraw-Hill, 2006. REFERÊNCIAS Capítulo 1 - História do Heavy Duty 1 1 1 1 Para entender sobre as alusões de Mentzer para desconfiar dos métodos clássicos de treinamento, você precisou ser contextualizado no <mundo maromba= da época, que não se diferencia muito dos dias de hoje (ao contrário do que pensam, o <hype= existe a muito tempo), e você notou que existia já um conflito de interesses comerciais liderados pelas revistas de fisiculturismo que explicava sobre técnicas e <leis de treinamento=. Muitas dessas revistas, pregavam ideias absurdas de treino e prometiam ganhos espetaculares como <1kg de músculo por dia=. Como você viu, Mentzer em sua juventude queria, de certa forma, imitar os top bodybuilders e treinava 3 a 4 horas por dia, porém ao mesmo tempo, era um intelectual e buscava sempre indagar aquilo que estava fazendo, e desta maneira, buscou materiais de estudo e de pesquisa para legitimar tudo o que os fisiculturistas faziam ou refutar o que não era verdadeiramente eficiente. O resultado disso, foi uma visão completamente contrária do que era pregada por quase todos os atletas da época, mantendo a lucidez e a desilusão contra essas promessas de ganhos absurdos e pregando uma filosofia de um bodybuilding mais <pé no chão=. Grande parte das pesquisas, veio por influência de Arthur Jones, que já utilizava de treinos extremamente curtos e com baixa frequência. Mentzer entrou de cabeça sobre o estudo dessa linha de raciocínio e desenvolveu os conceitos que você verá a seguir. Heavy Duty na Teoria Capítulo 2Capítulo 2 Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 1 1 1 1 verá a seguir. Quanto mais, melhor? Para Mentzer, os fisiculturistas que treinavam de 2 a 3 horas por dia eram como cegos em tiroteio, pois não tinham base nenhuma sobre como a fisiologia funcionava e faziam aquilo que as pseudo-autoridades diziam ser o melhor. Joe Weider, que era de fato um grande mestre, apoiava a ideia de progredir o volume de treino a cada etapa do treinamento, fazendo jus a terminologia de um princípio posteriormente instaurado chamado: sobrecarga. A sobrecarga, em termos atuais, é basicamente o estresse que você aplica no músculo- alvo, que pode ser proveniente de um aumento de intensidade (carga) ou de volume (número de séries e repetições). Apesar de ter uma boa lógica envolvida nos pensamentos de Weider e demais treinadores (mais adiante apresentarei evidências científicas sobre esta abordagem), Mentzer acreditava que isso era um erro, pois muitos atletas chegavam no final da temporada fazendo 80 a 100 séries por grupamento na semana, o que para ele seria um exagero e atrapalharia o desenvolvimento muscular. A argumentação se baseava no fato de que o músculo poderia atingir um estresse o qual ele conseguia evoluir, porém caso passasse da conta, iria parar ou até mesmo prejudicar o crescimento muscular. Hoje em dia, conhecemos estes dois conceitos como: volume adaptável e volume tolerável. Volume Adaptável Volume de Treino Volume Tolerável OvertrainingEvolução MuscularDestreino Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 1 1 Volume de Treino 1 1 Em seus escritos, Mike comenta que a justificativa de continuar treinando mais do que o necessário, era de que este método formou grandes campeões, porém ele argumenta que haviam grandes potenciais genéticos que acabaram passando da conta e desistindo do esporte, sem que isso fosse exposto na grande mídia. Outro argumento, é de que os atletas utilizavam de grandes quantidades de esteróides para que o estresse obtido no treino não seja convertido em catabolismo muscular. De fato isso é utilizado até hoje, grande parte do uso de esteróides pelos fisiculturistas é aproveitando o efeito anticatabólico deles, ante a tantas loucuras que acabam realizando para chegar em condicionamentos impecáveis. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria As leis de Mentzer De maneira simplista, o Heavy Duty se baseia unicamente em fazer com que o pouco que você faça seja o suficiente para vencer aqueles que fazem algo exageradamente. O ponto chave para chegar neste objetivo, é seguir princípios válidos. Mentzer era um intelectual completo, amava a filosofia pois era nela que encontrava a verdadeira razão de se fazer ciência, por isso acreditava que toda ciência deve seguir certos princípios, que se seguidos com tênue precisão, fará com que os resultados se tornem precisos também. 1ª Lei de Mentzer - Identidade Este primeiro princípio é mais teórico e geral do que específico ao treinamento, Mike aponta que todo fisiculturista erra quando não trata seu esporte como um poço de 1 1 l id d i l i < iê i d 1 1 fisiculturismo é baseada na compreensão da universalidade dos princípios da fisiologia e anatomia humana.=. Fica claro que a primeira <lei= se deve ao fato de que já existiam inúmeros ignorantes que tratavam o esporte como um mero levantamento de peso, feito a base de urros e gritos, sendo que existe uma profundidade enorme para o entendimento sobre como o músculo cresce, como adquirimos força e como perdemos gordura. Mas o que ele quer dizer com o termo Na verdadeIDENTIDADE? é muito simples, Mentzer quer derrubar a afirmação de que <cada um necessita de um treino específico para si mesmo=, ou seja: Em sua argumentação, nós seres humanos somos feitos de células, organismos e reações fisiológicas muito semelhantes uns dos outros,pois do contrário, seria impossível um médico diagnosticar uma doença a pacientes diferentes, e isso derrubaria a legitimidade da ciência da medicina. Para Mike, isso também acontece na ciência do fisiculturismo, por mais que temos pensamentos e personalidades diferentes, podemos optar por gostar mais de um jeito ou de outro, mas isso não remete ao fato de que nossos organismos respondem com certa semelhança uns dos outros. Outro exemplo: você ser mais branco ou mais negro não tira o fato de que ambos podem se bronzear em exposição ao sol, bem como ser um ectomorfo, mesomorfo ou endomorfo não tira o fato de que todos eles podem hipertrofiar seus músculos. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 2ª Lei de Mentzer - Intensidade 1 1 D i d ib i ô i fi i ló i 1 1 semelhantes a todos os seres humanos, Mentzer explica que a Hipertrofia Muscular é o simples fato de gerar um estímulo específico à fibra muscular e nela causar mudanças bioquímicas. Estes estímulos devem seguir uma escala de INTENSIDADE, a qual é inversamente proporcional ao tempo em que o exercício pode ser continuado, ou seja, quanto mais intenso o estímulo, menor é o tempo em que uma pessoa é capaz de suportar aquele trabalho. Esta variável é utilizada em todos os esportes. Nas metodologias de treino de Mike, a intensidade era prescrita de acordo com a porcentagem sobre o máximo do atleta. Hoje em dia chamamos isso de %RM, ou porcentagem da repetição máxima, que na musculação é descrita pela quilagem imposta na resistência. Além disso, Mentzer afirma que a redução da duração do treino também pode ser um aumento de intensidade. Porém, neste caso, apenas considerando o fato de que esteja indo a falha. Ora, se está indo a falha com metade do tempo necessário, é provável que você esteja dando o dobro de intensidade. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 3ª Lei de Mentzer - Duração Uma das grandes coisas que marcaram a ciência de Mentzer no esporte, foi a baixa duração durante os treinamentos. Em termos atuais, chamamos isso de Volume de Treino, o qual mais recentemente é medido em séries semanais, mas pode ser baseado no tempo sobre tensão. Mike chamava os treinamentos dos fisiculturistas adversários 1 1 d < = i id l l d i 1 1 absurdamente desnecessários e estavam agindo como cegos em tiroteio. Trazendo numa perspectiva científica, o impasse dado por ambas as ideias é em qual variável de treino investir. Mentzer acreditava que para ser fisiculturista, a variável mais importante era a intensidade, pois com ela conseguiria um estímulo mais eficiente e mais específico para a modalidade do fisiculturismo, já que o alto volume era mais usado em modalidades como atletismo e maratona (esportes majoritariamente aeróbios). No entanto, o ,Volume de treino jamais deve ser esquecido na verdade, deve ser aplicado em uma escala tolerável, onde tenha um sentido naquilo em que o atleta realmente necessita. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 4ª Lei de Mentzer - Frequência A frequência é basicamente a quantidade de vezes que o estímulo é aplicado no músculo durante toda a semana. Os fisiculturistas da época utilizavam mais dela principalmente para grupamentos mais fracos, mesmo que não planejassem o tamanho do estímulo em cada sessão de treinamento. Mentzer, por outro lado, não vê a frequência aliado a quanto se deve treinar, mas sim a quanto o músculo deve descansar. É comum que qualquer atleta em ascensão, ao ver seus músculos crescerem rápido, gostarem de aumentar cada vez mais o volume de treino, o que acarreta também num aumento da frequência de treino. Na filosofia do Heavy Duty, esse é o principal erro que se pode cometer, pois a hipertrofia só pode acontecer quando os estímulos e os danos tiverem 1 1 t é h d d 1 1 Supercompensação. Então era muito comum existirem protocolos com treinamento de 1 dia seguido de um descanso de 4 a 7 dias (no capítulo 3 teremos a demonstração completa) Para Mentzer, um fisiculturista de sucesso é aquele que consegue sua intensidade, duraçãobalancear corretamente e frequência de treino. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 5ª Lei de Mentzer - Especificidade A especificidade é o princípio que explica os dois principais princípios anteriores: identidade e a intensidade. Na verdade, é uma união destes princípios. Mentzer explica que a Identidade é o fato de reconhecermos que todos os organismos contém uma disposição de células e funções que correspondem a determinados resultados e estes resultados são semelhantes na maioria dos indivíduos da mesma espécie. Você também viu que a intensidade é um princípio importante para o estímulo de hipertrofia na célula muscular, assim como a duração e a frequência também são. O fato é que no fisiculturismo e no treinamento de força em geral (musculação), a alta intensidade corresponde ao estímulo específico da modalidade, assim como o alto volume é específico para esportes de endurance como o atletismo, ciclismo e maratona. Mesmo que seja de simples dedução, o gráfico abaixo demonstra como funciona a inversa proporcionalidade entre intensidade e volume. 1 1 1 1 Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria Mike provoca os atletas que treinam suas <maratonas= tentando crescer seus músculos mas na verdade estão quase fazendo um exercício cardiovascular (daqui que vem o meme <passou de dez é cardio=). Nessa época, Mike já sabia da existência dos mecanorreceptores presentes nos músculos, e como ele mesmo diz, estes são <sensores que regulam o crescimento muscular=. No capítulo 4 retomaremos o assunto da mecanotransdução e o que a ciência atual encontrou. Mínima intensidade Baixa intensidade Alta intensidade 1 segundo 30 segundos 2 horas 6ª Lei de Mentzer - Adaptação A adaptação é o resultado do estímulo em que se impõe no treino, ou seja, a hipertrofia. Mentzer resume como atingir a adaptação muscular hipertrófica em palavras sábias: <O músculo humano apenas cresce através de uma aplicação de um apropriado protocolo de treinamento (Lei 5) de alta 1 1 um apropriado protocolo de treinamento (Lei 5) de alta 1 1 intensidade (Lei 2) sendo que não pode ser de grande duração (Lei 3) e nem de longa frequência (Lei 4).= Também é citado que todo treino de alta intensidade, mesmo que se descanse bem, vai um dia sobrecarregar seu corpo e principalmente sua mente. Mentzer recomenda sempre que isso acontecer, a utilização do que ele chama de <break-in= ou o famoso DELOAD REGENERATIVO (em breve darei exemplos desses protocolos). Vale ressaltar, que a adaptação é um processo geral do corpo humano. Quando voce é exposto é uma caminhada longa (alto volume), mais ao final da caminhada irá sentir desconforto, vai começar a suar e seu coração vai ficar mais acelerado. Se seguir uma constância de várias caminhadas (frequência), seu corpo se acostumará com o estímulo dado e aquilo passará a ser mais fácil pra ele. Aqui começa a grande chave de todo treinamento físico, a progressão. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 7ª Lei de Mentzer - Progressão (último e muito importante) Acredito que esta é a grande unanimidade entre todos os protocolos bons de treinamento. Tanto Weider quanto Mentzer defendem a progressão linear de treino à medida que as semanas avançam. A grande diferença está em onde progredir. A forma mais fácil de se progredir no treino, é com certeza pelo volume e principalmente no número de séries, pois basta você descansar mais um pouco e forçar algumas repetições a mais em exaustão. No entanto, Mentzer acredita que isso é um tiro que com certeza sairá pela culatra. Imagine você 1 1 1 1 tendo que progredir semanalmente 1 a 2 séries, e imagine quantas séries você precisará fazer no ano que vem, pois bem, para Mike é muito mais inteligente progredir na intensidade (carga de treino) pois como já foi dito na primeira lei, o crescimento muscular obedece uma especificidade em que se distingue das demais modalidades esportivas. Um ponto interessantesempre abordado nos livros do Heavy Duty, é que o iniciante não precisa de grandes mudanças em seu treinamento, pois quando ele saiu do seu estado destreinado para um protocolo de treinamento, isto já é um grande degrau que este subiu, portanto as progressões mais altas devem ser feitas no momento em que o indivíduo esteja já numa fase avançada. Mentzer cita que até mesmo a calistenia pode dar grandes efeitos na massa muscular para esses iniciantes, pois o peso corporal já está dando um estímulo mecânico suficiente pro nível de treinamento dele, é claro que, isto não se aplicaria a um fisiculturista de 120 quilos. Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria REFERÊNCIAS LITTLE, John R. High-Intensity Training the Mike Mentzer Way. McGraw-Hill, 2002. LITTLE, John R. The Wisdom of Mike Mentzer: The Art, Science and Philosophy of a Bodybuilding Legend McGraw-Hill 2006 1 1 and Philosophy of a Bodybuilding Legend McGraw-Hill 2006 1 1 Capítulo 2 - Heavy Duty na Teoria 1 1 1 1 Neste ponto do livro, você deve ter ficado um pouco perdido em como era de fato um treinamento Heavy Duty, pois as leis de Mentzer são muito vagas se pensadas de maneira individualizadas. Neste capítulo conseguiremos exemplificar como o Heavy Duty era feito de verdade. Outro ponto interessante que é muito importante ressaltar agora: POUCOS fisiculturistas seguiram fielmente a metodologia Heavy Duty, e quando digo poucos, estou dizendo que dá pra contar nos dedos de uma mão. Isto ocorre porque esta metodologia foi fruto muito mais de inspiração do que de um guia específico. O próprio Dorian Yates que chamava Mentzer e Jones de mestres e os cientistas mais entendidos do esporte, relata que não seguia 100% do que Mentzer dizia pois relatava que sentia que poderia ir mais além no treino, e isso é muito claro no documentário Blood And Guts (disponível no YouTube). Outro fisiculturista muito inspirado em Mike Mentzer foi Ronnie Coleman, no entanto a realidade de Coleman é mais distante de Mentzer do que Dorian era. O rei Big Ron era um fisiculturista que tinha tanta genética que bastava ele treinar da maneira que ele bem entendesse, que dava super certo. Logicamente Coleman não respeitava todo aquele discurso de descanso que Mentzer pregava ser super importante, e pode ser que isso tenha gerado graves consequências para ele. Pode-se dizer o seguinte: existiram poucas pessoas que Heavy Duty na Prática Capítulo 3Capítulo 3 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática 1 1 fizeram fielmente o Heavy Duty e essas pessoas eram 1 1 acompanhadas pelo próprio Mike Mentzer. Na minha opinião, Mentzer pensou na metodologia em que abrangesse o público em geral, ou seja, não usuário de esteroides e não atletas. Não quero dizer que a metodologia não funcione com atletas (até porque tivemos exemplos de quem se deu muito bem), mas quero dizer que os atletas de modo geral, não aguentam ficar descansando por muitos dias consecutivos sem que toquem em uma barra cheia de pesos, a maioria destes atletas são <workaholic=, ou seja, são viciadas em treinar e por isso sentiam dificuldade de seguir fielmente a metodologia de Mentzer. Mesmo assim, o que quero trazer à tona é que o Heavy Duty deve ser olhado como <uma filosofia= e não como uma metodologia engessada. Essa é a grande importância dele para a nossa história. Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática Dicas práticas para realização do treinamento Mentzer introduz seu treinamento simplificando o objetivo: induzir o máximo de estimulação no músculo e usar o mínimo necessário de recuperação a eles; Começar com um alongamento com os músculos envolvidos antes do treinamento; Não exceder na velocidade de execução dos exercícios; Usar a máxima amplitude possível do movimento; Usar o máximo de resistência a qual o músculo é capaz de contrair completamente; Quanto mais treinado é o atleta, mais repetições forçadas Para começar, Mentzer exemplifica algumas técnicas introdutórias para maior estímulo muscular: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 1 1 1 1 7. O resting pause pode ser uma ótima forma de aumentar a duração do exercício sem que prejudique a intensidade do mesmo. 8. No Heavy Duty quando queremos atingir a exaustão muscular, é interessante que usemos as repetições parciais para que consigamos ir além à falha; 9. Mentzer defende a isometria concêntrica em pontos específicos do treinamento; Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática Escolha dos exercícios Mentzer era um fiel defensor do uso das máquinas de musculação, mesmo defendendo que os pesos livres moldam grandes campeões, ele argumenta que as máquinas podem ajudar na estimulação de crescimento muscular já que praticamente deixa seu músculo por todo tempo em estimulação e em tensão mecânica. Essa informação está nos livros dele e também em suas propagandas nas máquinas Nautilus, pois era um dos garotos propaganda da empresa. No entanto, ele argumenta que apenas os pesos livres tem a vantagem de poder moldar ângulos específicos de execução, assim como por exemplo você pode mudar a ativação muscular em uma remada curvada com barra, o que numa máquina de remada isso já é mais limitado por conta da mecânica da máquina já construída, fora o fato de que os pesos livres geralmente recrutam mais musculos durante sua execução, enquanto a máquina tem um potencial mais isolador, o que não necessariamente sempre será o que queremos. 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática TREINO 1: PEITO E COSTAS *Antes de cada exercício, faziam 1 a 2 aquecimentos. Este é sem dúvida um dos mais importantes treinos da semana, onde serão trabalhados os músculos mais bonitos a se apresentar num palco de fisiculturismo. O motivo de escolher o Crucifixo com Halteres no início do treino de peito, foi de isolar o peitoral sem que se perca força dos tríceps e que se prepare para o próximo exercício, e isso parecia ser uma prática comum entre os desenvolvedores dos métodos de alta intensidade: utilizar um exercício isolador no começo do treino, seguido de um composto. O mesmo acontece com o treino de costas, já que o Pulldown é um dos poucos exercícios de costas que se consegue trabalhar isoladamente com menor ação do bíceps braquial. O exercício é seguido por uma Puxada Frontal, que ao que Exercício Séries Repetições Crucifixo com Halteres 1 6-10 Supino Inclinado 1 6-10 Pulldown na máquina 1 6-10 Puxada Frontal 1 6-10 Levantamento Terra 1 6-10 1 1 1 1 parece, Mentzer tinha um apreço grande pela pegada supinada, pois ela era capaz de construir melhor a nossa famosa Lower Back, a parte mais baixa das costas, onde a maioria dos atletas tem dificuldade de desenvolver. Ao final do treino, é colocado o exercício mais estressante do treino, o Deadlift, o qual fará com que o atleta demande demais de seu Sistema Nervoso Central. Por esse motivo, Mentzer orientava em descansar entre 4 a 7 dias até o próximo treino. Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática TREINO 2: PERNAS E ABDÔMEN Exercício Séries Repetições Cadeira Extensora 1 12-20 Leg Press 45° ou Agachamento 1 12-20 Panturrilha Vertical 1 12-20 Abdominais com peso 1 12-20 Novamente aqui existe a escolha de um exercício isolador no início, seguido de um composto. Além disso, era muito comum neste treino fazer a união entre o primeiro e o segundo exercício como uma SUPERSET. Isso era comum, também, pelo fato de que as máquinas Nautilus tinham uma configuração onde existia uma Cadeira Extensora e logo na mesma plataforma um Leg Press Horizontal. 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática Máquina Nautilus que Mentzer fazia sua Super Série Provavelmente você deve estar se perguntando, qual o motivo das repetições mais altas? Mentzer cita em alguns locais que percebeu uma melhor resposta ao treinar pernas com repetições mais altas, mesmo que não tenha apresentado nenhum dado específico, atribuía isso pelo treinamento de pernas fornecer maior aumento de IGF-1, mas isso parece ser mais um chute do queuma comprovação, pelo menos na época de Mike. Importante salientar que esse é um treino arbitrário que segue a metodologia, porém não era incomum a utilização da mesa flexora ou demais exercícios. 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática No treinamento de panturrilhas, Mentzer afirma que a intensidade deve permanecer alta, porém as repetições continuam altas nesse caso devido a amplitude da panturrilha ser muito reduzida. A ideia é nunca sacrificar a técnica pela carga, e isso pode acontecer muito se tratando das panturrilhas (provavelmente você já viu muito isso na sala de musculação). O mesmo serve para os abdominais, até hoje as pessoas tendem a apostar na baixa intensidade e alto volume, com séries de 70, 80 ou até 100 abdominais, bobagem! Para Mentzer, um bom treino de abdominais são aqueles que se pode colocar carga, seja com um cabo ou com uma anilha sobre o tronco. Após isso, mais 4 a 7 dias até o próximo treino. TREINO 3: OMBROS E BRAÇOS Exercício Séries Repetições Elevação Lateral com Halteres ou Máquina 1 6-10 Fly Invertido com Halteres 1 6-10 Rosca Direta com barra 1 6-10 Tríceps Pulley com barra 1 6-10 Paralelas na Máquina ou Livre 1 6-10 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática Mike considerava a Elevação Lateral um dos mais importantes exercícios para um fisiculturista, pois o deltóide lateral é um músculo que chama muito atenção, tanto estando no palco, quanto estando vestido. No treino de braços, além da Rosca Direta, por tempos Mentzer utilizava a Puxada Supinada para treinar bíceps, sim… o exercício de costas no treino de bíceps porém com uma redução na amplitude na última fase do movimento. Para os tríceps, essa metodologia pode ser feita tanto individualmente como em forma de SUPERSET. Primeiro uma extensão básica no cabo, seguido de um triceps Dip na máquina ou livre, sendo um exercício que também estabelece estímulo no peitoral inferior. Terminado o terceiro treino, 4 a 7 dias até o próximo. TREINO 4: PERNAS E ABDÔMEN No treino 4 se repete o treino de Pernas e Abdômen, podendo variar alguns exercícios mencionados no Treino 2. Após isso, mais 4 a 7 dias de descanso até voltar ao Treino 1 de Peito e Costas. Treino Séries em cada exercício Repetições Descanso Treino 1: Peito e Costas 1 6-10 4 a 7 dias Treino 2: Pernas e Abdômen 1 12-20 4 a 7 dias Treino 3: Ombros e Braços 1 6-10 4 a 7 dias Treino 4: Pernas e Abdômen 1 12-20 4 a 7 dias RESUMO 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática Como devem ter percebido, existe uma certa lógica que se mantém em todos os treinos. Primeiro, o princípio da pré- exaustão. Segundo, uma única série de trabalho (fora os aquecimentos). Terceiro, a faixa de repetições. Quarto, falha, e quando digo falha, é FALHA. Quinto, descansos absolutamente longos. Muitas pessoas na sala de musculação consideram a falha como a Falha da Técnica do movimento, ou Falha Técnica, que é parar o exercício quando o movimento deixa de ser 100% correto. Isso é muito aceito atualmente, mas Mentzer acreditava muito nas repetições forçadas para prolongar o estímulo. Por outro lado, ele sabia da incidência de lesões por conta disso, e pedia para seus alunos e atletas descansarem por longos dias e aparecer para o próximo treino apenas quando estiver 100% recuperado fisicamente e mentalmente. Outro ponto citado, cada repetição deve ser feita lentamente, com a recomendação de ter um pico de contração de 2 segundos. Os aquecimentos devem ser feitos de maneira submáxima, entre 7 a 10 repetições, longe da falha. Os aquecimentos podem ser feito de 1 a 2 séries antes das séries principais. É extremamente recomendável que se use um diário de treino, principalmente pra anotar as cargas e o número de repetições executadas. Método preciso, resultado preciso. Mentzer construiu tudo isso com base nos princípios já aqui citados, e um deles se chama progressão, portanto ele recomenda que periodicamente se regule a frequência e volume de treino principalmente depois que se atinge um CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 1 volume de treino principalmente depois que se atinge um 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática certo nível de massa muscular. A recomendação é que se aumente a frequência dos treinamentos, mas mantendo a forma da sessão. Eventualmente, o treinamento vai acumulando cansaço nos praticantes, principalmente se o atleta não seguir fielmente o descanso estipulado, nesses casos é proposto uma ou duas semanas de período regenerativo, onde o aluno ou atleta treinará apenas uma vez na semana, dessa forma: Exercício Séries Repetições Agachamento Livre com barra 1 10, sem falha; Remada Curvada com barra 1 10, sem falha; Supino Reto com barra 1 10, sem falha; Desenvolvimento com barra 1 10, sem falha; Levantamento Terra 1 10, sem falha; Rosca Direta com Barra 1 10, sem falha; Flexão Plantar em pé 1 10, sem falha; Abdominal Solo 1 10, sem falha; 1 1 1 1 Capítulo 3 - Heavy Duty na Prática LITTLE, John R. High-Intensity Training the Mike Mentzer Way. McGraw-Hill, 2002. HIT4120. Mike Mentzer's HIT: Legs. 5 de setembro de 2009. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=pUi-1- u2rVg> MENTZER, M. Heavy Duty. Mentzer-Sharkey Enterprises, INC. 1993 REFERÊNCIAS 1 1 1993 1 1 40 anos depois da criação da metodologia Heavy Duty, a ciência continua evoluindo no campo do treinamento para hipertrofia muscular. Mentzer foi pioneiro no ramo da observação e conclusão sobre os efeitos do treinamento na estética e na evolução do crescimento muscular, porém tinha métodos precários e pouco aceitos cientificamente, por esse motivo não foi levado tão a sério ao longo de vários anos. Todavia, o jogo virou diversas vezes no decorrer destes anos, muitos artigos científicos vieram para legitimar diversas práticas de Mentzer, assim como muitos outros chegaram pra mostrar que se Mike tivesse lapidado um pouco na sua incrível metodologia, poderia ter sido mais utilizado nas salas de musculação. Estes trabalhos científicos você vai conhecer neste capítulo. O grande pesquisador brasileiro Belmiro de Salles diz o seguinte: "Eu estudo treinamento voltado para hipertrofia há mais de 20 anos e continuo tendo mais dúvidas que certezas". Portanto, é claro que não é apenas um pensador ou cientista que terá as respostas para tudo, pois, a ciência evolui com o aprendizado e as lições de diversos mestres e contribuintes, e não apenas com um só homem. Pois isso eu afirmo e vou reafirmar ao passar deste capítulo: NÃO TENHA UM TIME! Seja ele de Mentzer, seja ele de Weider Tenham consciência de… que cada um teve imensas contribuições e cada um teve seus erros, hoje revisaremos sobre isso e tentaremos aprender mais sobre a ciência da hipertrofia. Heavy Duty na Ciência Atual Capítulo 4Capítulo 4 Capítulo 4 - Heavy Duty na Ciência Atual 1 1 1 1 "Eu estudo treinamento voltado para hipertrofia a mais de 20 anos e continuo tendo mais dúvidas que certezas" Capítulo 4 - Heavy Duty na Ciência Atual - Belmiro de Salles AS VIAS DE HIPERTROFIA Por muito tempo se discutiu as vias fisiológicas de hipertrofia, e elas vão de discussões mecânicas, bioquímicas e endócrinas. Na época de Mentzer, a grande idéia que envolvia o conhecimento sobre hipertrofia era o princípio da adaptação, ou seja, você aplica uma certa agressão ao músculo e ali acontecia uma série de reações bioquímicas que obrigavam ao músculo ficar mais forte. Isso está parcialmente correto, pois como o próprio Mentzer dizia: o fisiculturismo é um poço de complexidade. Ele já estava ciente de que a ciência estava simples demais da maneira como era empregada, e com humildade dizia que muito ainda não era sabido sobre a hipertrofia muscular. Mais de 40 anos se passaram, e ainda não sabemos tudo sobre ela. 1 1 1 1 Capítulo 4 - Heavy Duty na Ciência Atual O fato é que depois de todo esse tempo, algumas descobertas foram importantes para o entendimento e para o desenvolvimento do treinamentode força para hipertrofia. Basicamente, hipertrofia muscular é o fato de aumentar o número de proteínas contráteis na célula muscular (síntese proteica), e o contrário disso se chama atrofia muscular (degradação proteica), além disso existe também a hiperplasia muscular, que é o aumento das células musculares, que é mais comum no começo da vida de treinamento. Durante o dia-a-dia existem vários estímulos que fazem a célula produzir ou destruir proteínas, e esses estímulos estão acontecendo o tempo todo como um cabo de guerra. Para se obter hipertrofia muscular, é necessário que se tenha mais estímulos de síntese do que degradação proteica, gerando assim o anabolismo. No caso contrário (degradação>síntese), ocorre o catabolismo. BALANÇO NITROGENADO SÍNTESE PROTEICA DEGRADAÇÃO PROTEICA> HIPERTROFIA MUSCULAR 1 1