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Afecções do Sistema Locomotor dos Equinos P1

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Afecções que acometem o Sistema 
Locomotor dos Equinos 
 
INTRODUÇÃO 
Os equinos possuem uma biomecânica de 
locomoção bem específica, ela é caracterizada 
pelo chamado centro gravitacional. 
Quando o animal está parado, os membros 
torácicos suportam 28% do peso, enquanto os 
pélvicos 22%. Quando o equino está em 
movimento, os membros torácicos suportam 
30%do peso, enquanto os pélvicos 20%. 
Além disso, esses animais podem ser 
caracterizados através de fases de suas passadas, 
havendo 3 principais: 
1) Apoio: quando o casco toca o solo e o 
membro começa a receber o impacto do 
peso do corpo; 
2) Carga: na qual o corpo movimenta-se para 
frente e o centro gravitacional do cavalo 
passa por cima do casco, culminando na 
hiperextensão da articulação 
metacarpofalângica; 
3) Postura: em que a articulação 
metacarpofalângica alcança a conformação 
comparável à postura do cavalo em 
repouso; 
4) Breakover: em que o casco deixa o solo – 
se inicia quando os talões se elevam e o 
casco começa a fazer pivô na pinça, sendo 
medido a partir do momento que os talões 
deixam o solo até o momento em que a 
pinça deixa o solo; 
5) Suspensão: com o membro 
movimentando-se pelo ar e se esticando 
preparando o apoio no solo. 
Divisão morfológica do casco (parte externa): 
-Margem coronária 
-Parede: segmenta-se em pinça, quartos e talões 
-Cunha (ranilha) 
-Linha branca 
-Sola 
Principais estruturas internas do casco: 
-Falange proximal, Falange média, Falange distal, 
Muralha do casco, Sola, Ranilha. Além das 
estruturas ósseas do dígito, articulações, 
ligamentos, cartilagens, tendões, nervos e vasos 
sanguíneos. 
Mecanismo de apoio e função do casco: 
Absorção do impacto, trabalhando como um 
amortecedor para que as forças de ação e reação 
resultantes do contato do casco com o solo, se 
amenizem, e as estruturas dos membros sofram 
menos com o impacto. 
Avaliação do eixo podofalângico: 
Eixo que se refere ao paralelismo existente entre o 
alinhamento dos três ossos do dígito dos equinos: 
falanges proximal, média e distal em relação a 
muralha dorsal do casco e a região dos talões. 
Deseja-se que estas três linhas imaginárias se 
mantenham sempre paralelas, sendo que a 
avaliação desse eixo sempre pela vista lateral. 
É possível perceber através desse eixo, dois tipos 
de alterações: quando está deslocado para trás – 
ângulo quebrado para trás, ou quando está 
deslocado para frente – ângulo quebrado para 
frente. 
AFECÇÕES 
Laminite: é caracterizada como uma inflamação 
das lâminas dérmicas e epidérmicas do casco, 
levando a rotação da falange distal, levando a 
incapacidade dos equinos, claudicação 
permanente, indicativo até mesmo de eutanásia. 
Pode ser dividia em fases, de acordo com seu grau: 
1) Aguda: dor, claudicação, pulsação digital e 
aumento do calor nos cascos; 
2) Subaguda: evolução do quadro, com sinais 
clínicos mais leves e até mesmo sem danos 
laminar mais grave; 
3) Crônica: definido pela rotação da falange 
distal em relação ao casco. 
 
 
Algumas causas para sua ocorrência, são: 
Excesso de carboidratos, distocias, P.O de cólica, 
sobrecarga de peso, traumas, excesso de 
corticoides. 
Além disso, há teorias que podem estar 
relacionadas a casos de laminite, como: 
Teoria vascular ou isquêmica (vasoconstrição, 
hipoperfusão, edema, isquemia, necrose, rotação 
e/ou afundamento da falange distal). 
Teoria mecânica ou traumática (trauma direto no 
casco, forças excessivas no tecido laminar, 
redistribuição da perfusão digital, isquemia, 
necrose, rotação e/ou afundamento da falange 
distal). 
Teoria enzimática ou tóxica (endotoxemia, 
metaloproteinases, colágeno e laminina tipos IV e 
VII, deslocamento de lâminas), 
Teoria inflamatória (infiltração e acúmulo de 
leucócitos, citocinas, proteases, elastases, radicais 
livres e ácido hipocloroso, destruição de clls. 
laminares). 
Os sinais clínicos em membros torácicos são os 
mais comuns, uma vez que são os mais afetados. 
Esses sintomas podem ser divididos de acordo com 
seus graus de acometimento no animal, seguindo 
a classificação de graus de OBEL: 
Grau I, cavalo levanta incessantemente os 
membros, em intervalos de segundos. 
Grau II, movimentação voluntária ao passo, mas 
sua marcha é característica de laminite. Nesta fase 
o animal ainda ergue um de seus membros 
torácicos sem dificultar a posição em estação. 
Grau III, há relutância na movimentação e 
resistência vigorosa na tentativa de elevação de 
um dos membros. 
Grau IV, animal passa maior parte do tempo 
deitado e locomove-se somente se forçado e com 
muita dificuldade. 
Além dos graus de OBEL, há também elevação da 
temperatura na superfície dorsal do casco, pulso 
digital aumentado, edema na margem coronária, 
sensibilidade positiva nos cascos, perfuração de 
sola. 
O tratamento irá envolver um conjunto de 
medidas, como: 
Terapias medicamentosas: 
Acepromazina (0,03 a 0,06mg/kg/IM, a cada 6 ou 
8 horas, no min por 3 dias) 
Isoxsuprina (1,2mg/kg/VO a cada 12 hrs) 
Gliceril trinitrato tópico (2 a 4mg/h) 
Fenilbutazona (2,2 a 4,4 mg/Kg/IV a cada 12 
horas) 
Flunixin meglune (0,5 a 1,1 mk/Kg/IV a cada 8 ou 
12 horas) 
Cetoprofeno (2,2 mg/Kg/IV a 12 horas) 
DMSO (0,1 a 1,0 g/Kg/IV, diluído em fluido 
poliônico com dextrose naconcentração de 10 a 
20% a cada 8 ou 12 horas 
Terapias cirúrgicas: 
-Desmotomia do ligamento acessório proximal 
-Desmotomia do ligamento acessório inferior 
-Tenotomia do tendão do músculo flexor 
profundo do dedo 
-Ressecção da parede do casco 
Terapias conservativas: 
-Gelo 
-Casqueamento (para limitar a ocorrência de 
novos danos, diminuir a dor, estimular um novo e 
correto crescimento do casco, junto com o 
realinhamento da falange distal) 
-Radiografias para acompanhamento da evolução 
do caso. 
O prognóstico se dá por 3 características do 
membro durante a evolução do caso mediante ao 
tratamento instituído: funcional, morfológico e a 
gravidade da laminite aguda inicial. 
 
 
 
 
Displasia fiseal (epifisite, fisite): é uma 
afecção que acomete potros em crescimento, de 4 
a 8 meses de idade, ou aqueles no início da fase de 
condicionamento e de treinamento, de 12 a 24 
meses de idade, em especial aqueles submetidos 
a superalimentação. 
Sua patogenia está relacionada com o processo 
displásico da placa fiseal, por uma desorganização 
estrutural na maturação de células dos 
componentes ósseos e cartilaginosos. 
Nessa afecção ocorre alargamento da região da 
placa de crescimento de alguns ossos longos, 
principalmente junto a fise distal do rádio. 
Algumas causas são: alimentação com níveis 
elevados de proteínas e energia, desequilíbrio na 
relação Ca:P, crescimento rápido, predisposição 
genética e traumas (que se manifestam em razão 
de condicionamento e treinamento intensivo e 
ainda precoce, sobrecarregando a placa fisária. 
Os sinais clínicos podem se manifestar através de: 
-Proeminência na região de metáfise dos ossos 
longos (face medial de rádio e tíbia); 
-Claudicação 
-Aumento da temperatura local 
-Sensibilidade dolorosa a palpação por pressão na 
região afetada. 
Para diagnóstico dessa afecção, é importante 
observar se há espessamento das regiões fisárias 
radiocárpica, desequilíbrios sérios nos níveis de 
Ca:P, e principalmente radiografias desse 
espessamento da extremidade distal da metáfise e 
epífise (confirmando a suspeita). 
O sucesso do tratamento depende da precocidade 
da sua aplicação, com imediata suspensão ao 
treinamento, suplementação mineral adequada e 
retirada do excesso de proteínas e carboidratos da 
ração. 
Além disso, é recomendável a aplicação de tintura 
e iodo a 5% (para auxiliar o restabelecimento do 
fluxo sanguíneo no local e favorecer os processos 
de reorganização das diversas fases de maturação 
endocondral) e repouso mínimo de 3 semanas. 
Osteocondrose/osteocondriite dissecante 
(OCD): é umaafecção que acomete 
principalmente potros que possuem crescimento 
rápido e com grande ganho de massa muscular. 
Especialmente machos com idade variando de 3 a 
6 meses e são submetidos a superalimentação 
com desvios na ingestão de minerais. Além disso, 
animais atletas são os mais susceptíveis ao 
acometimento dessa doença. 
Sua patogenia se caracteriza por distúrbios na 
diferenciação celular na maturação da cartilagem 
das articulações dos membros de potros. 
Já as causas mais comuns são: predisposição 
genética, excesso de energia na dieta, 
desequilíbrios na relação Ca:P, deficiência de cobre 
devido ao consumo excessivo de zinco. 
As lesões acometem principalmente as 
articulações fêmuro-patelar, tíbio-társica e 
úmero-rádio-ulnar. 
Os sinais clínicos mais comuns são: claudicação 
que pode evoluir até seu grau máximo e até levar 
o animal ao decúbito, aumento de volume das 
articulações comprometidas, sensibilidade e 
aumento da temperatura local. 
O diagnóstico deve se basear nos sinais clínicos, 
além de radiografias das regiões acometidas (que 
mostraram imagens características de erosão que 
pode se assemelhar com a osteoartrite 
degenerativa ou lesão cística óssea). 
O tratamento será guiado principalmente por 
medidas corretivas como: restrição ou retirada 
total do concentrado, regulação da proporção 
Ca:P, 
Além do repouso prolongado (4-6meses), 
administração de fenilbutazona (2,2 a 4,4 
mg/kg/IV), infiltração articular com ácido 
hialurônico e glicosaminoglicanos, artroscopia 
para remoção dos “Flaps”. 
O prognóstico é reservado! 
 
 
 
Exostose: se caracteriza pela proliferação do 
periósteo do terceiro osso metacárpico, devido a 
traumatismos. 
Ela ocorre mais comumente em animais jovens 
que são inseridos no trabalho de maneira precoce 
= antes da união entre os ossos metacárpicos. Tem 
associação também a deficiências de minerais, 
como Ca, P, e Vit. A e D. 
Os sinais clínicos se iniciam através da claudicação 
ao trote, vista principalmente em terrenos duros. 
Além disso, é possível notar na face lateral ou 
medial do osso metacárpico, um aumento de 
volume de consistência dura, que pode estar frio 
ou quente, mas sensível a palpação. 
O diagnóstico é realizado pelos sinais clínicos e 
confirmado através de radiografias. 
Já, o tratamento inicia-se com aplicação de duchas 
e quentes intercaladas, seguido por massagem 
com pomadas iodetadas uma vez ao dia. É 
importante submeter o animal também a ligas de 
descanso, administração de fenilbutazona e 
repouso. 
 
Artrites: TODO processo inflamatório que 
atinge as articulações. 
Para que haja funcionamento e metabolismo 
correto dos componentes cartilaginosos 
articulares e do líquido sinovial é importante e 
fundamental a síntese de proteoglicanos oriundos 
da Vit. D e a síntese de ácido hialurônico, que 
compõe as cartilagens e o líquido sinovial. 
A etiopatogenia dessa afecção se dá por uma 
variedade de causas: 
As causas primárias de artrites são: traumas 
diretos e ferimentos com penetração de bactérias 
ou de corpos estranhos. 
Já as causas secundárias podem ser: má 
conformação óssea, aprumos irregulares, 
deficiências nutricionais (proteínas, vitaminas, 
minerais), superalimentação, osteocondrite 
dissecante, pneumonias por Rhococcus equis, 
infecção do cordão umbilical (artrite séptica e 
osteomielite do potro). 
Devido a essa gama de causas, podemos classificar 
então as artrites de 4 maneiras: 
ARTRITE SEROSA (traumática): devido a traumas 
diretos em animais que sofrem coices sobre as 
articulações ou pancadas em obstáculos durante 
saltos. 
Seu processo se caracteriza pela inflamação do 
tecido sinovial com aumento da quantidade de 
líquido sinovial produzido. 
ARTRITE INFECCIOSA (supurativa): 
devido a traumas diretos, punções realizadas sem 
assepsia ou pela via hemática ou linfática devido a 
processo local realizado em outras regiões do 
organismo. 
Nela, as cartilagens e as extremidades ósseas 
podem estar acometidas e desenvolverem lise 
gradativa, podendo evoluir para osteoartrite 
degenerativa e anquilosante, com perda 
progressiva da função articular. 
ARTRITE DEGENERATIVA (osteoartrite): é 
caracterizada por redução do espaço articular e 
presença de neoformações ósseas em graus 
variados ao redor da articulação (sendo observado 
radiograficamente). 
Apresenta-se como degeneração e proliferação de 
ossos, lesões nas cartilagens e espessamento da 
membrana sinovial e da capsula articular. 
ARTRITE ANQUILOSANTE: é caracterizada pela 
degeneração e hipertrofia ou proliferação óssea 
nas lesões cartilaginosas e periosteais, levando a 
um estado final de ossificação, produzindo 
restrição total ou parcial dos movimentos. 
Ela pode ser a fase final da artrite degenerativa, ou 
de qualquer outra forma de artrite grave e crônica. 
Os sinais clínicos gerais são: deformação 
(aumento de volume da articulação), calor (na 
aguda), dor, claudicação que pode variar na 
intensidade/graus e tipos (alto, média ou baixa), 
conforme a gravidade das lesões e da articulação 
atingida. 
O diagnóstico deve ser realizado através da 
associação dos sinais clínicos (aumento de 
volume, flutuação, calor, doe e claudicação) + 
histórico (idade, alimentação, tipo de trabalho, 
traumas agudos ou crônicos, manejo, condições de 
aprumos, intervenções por leigos) + radiografia, 
US, artroscopia e artrocentese. 
O tratamento deve ser realizado através da 
administração de: 
-AINES (fenilbutazona 2,2 a 4,4mg/kg/IV/BID); 
-Corticoides intra-articular (3 aplicações de 
betametazona 15mg/ml/total de 2,5ml com 
intervalo de 7 dias entre as aplicações) – 
contraindicado em casos de artrites sépticas. 
-Hidroterapia (3x ao dia, por 20 min para alívio dos 
sinais inflamatórios); 
-Repouso em baia (no mínimo 15 dias); 
-DMSO (aplicação tópica sobre a articulação 
afetada); 
-Lavagem articular (com ácido hialurônico 20 a 
40mg, podendo-se repetir depois de 7 dias, 
glicosaminoglicanos polissulfatados 500 mg, 
podendo-se repetir a cada 4 dias, com total de 7 
aplicações, amicacina 500 mg/SID/por no mínimo 
5 dias- Gentamicina 150 mg/SID/por no mínimo 5 
dias. 
-Fisioterapia, artroscopia, antibioticoterapia 
(Penicilina benzatina 20000 UI/Kg/IM/ a cada 24 
horas por 7 dias e gentamicina 6,6 mg/Kg/IV/SID/ 
por 7 dias); 
 
Tendinite: processo inflamatório que pode 
acometer principalmente os tendões flexores e 
suas bainhas sinoviais dos membros anteriores dos 
cavalos de corrida, ou dos membros posteriores de 
cavalos de sela e tração. 
A causa mais comum da tendinite é o esforçado 
exagerado de extensão sobre os tendões = 
causando distensão de suas fibras (que por não 
suportarem a tração mecânica, podem apresentar 
rupturas parciais desenvolvendo severa e dolorosa 
reação inflamatória local. 
Além dessa causa principal, fatores como: 
Treinamento forçados e inadequados, fadiga 
muscular após longas corridas/caminhadas, 
ferrageamento impróprio, trabalho precoce, 
natureza do solo (arenoso e/ou fofo), cavalos 
pesados pedados ou obesos, defeitos de aprumos, 
debilidade de estruturas tendíneas e 
ligamentosas, lesões podais – podem ser 
desencadear a tendinite. 
Sobre a patogenia, a ação traumática sobre 
tendões pode desencadear duas situações de 
lesões bem diferentes: 
1) Trauma por hiperextensão com produção 
de lesões microscópicas; 
2) Ação traumática aguda desencadeando 
lesão macroscópica com ferimento e 
descontinuidade da estrutura tecidual do 
tendão. 
 
Os sinais clínicos irão se diferenciar de acordo com 
duas fases, aguda e crônica: 
Fase aguda: -quando em repouso, o animal 
procura manter o membro em flexão passiva, 
apoiando a pinça do casco no solo, aliviando, desta 
forma, a pressão sobre os tendões e a sensação de 
dor; 
-Claudicação até grau IV; 
-Postura de elevação do boleto quando em 
repouso; 
-A região comprometida apresenta-secom 
aumento de volume e da temperatura, tumefação 
difusa e intensa dor a palpação, mesmo que 
superficial. 
Fase crônica: decorre da evolução da fase aguda, 
e, em geral, por tratamento insuficiente ou mal-
conduzido; 
-Claudicação discreta; 
-O local acometido irá se apresentar com 
aumento de volume firme (fibrose), geralmente 
indolor, com restrição de movimentos dos 
tendões flexores devido as aderências. 
O diagnóstico deve ser realizado através da 
manifestação dos sinais clínicos, do exame físico 
(dos tendões, iniciando junto a articulação cárpica 
ou társica, na face posterior do membro, e descer 
até a articulação metacarpo ou 
metatarsofalângica) e da US. 
O tratamento vai depender de qual fase esse 
animal se encontra. 
Na fase aguda, deve-se realizar: 
-Repouso 
-Duchas frias 3 vezes ao dia, com duração mínima 
de 20 minutos cada aplicação 
-Ou bolsa de gelo aplicadas por 10 minutos 
-Massagens com dexametasona e DMSO 20% 
-Ligas de descanso 
-Fenilbutazona 
Já na fase crônica, deve-se instituir: 
-Tratamento com substâncias revulsivas (pomadas 
iodetadas) 
-Ultrassonografia terapêutica 
-Lazer 
-Plasma rico em plaquetas. 
 
Desmite palmar ou constrição do 
ligamento anular: uma afecção que se 
desenvolve geralmente como sequela de 
tendinites crônicas, traumatismo fechados, 
ferimentos incisos e infecções local sobre a região 
palmar da articulação metacarpofalângica. 
Dessa forma pode ser considerada uma 
enfermidade secundária, que se constrói na 
maioria das vezes pelo mesmo trauma que causou 
a tendinite. Ela se caracteriza pelo espessamento e 
aumento de produção de líquido sinovial da 
bainha tendinosa. 
Os sinais clínicos mais comumente observados 
são: distensão de bainha dos tendões flexores 
superficial e profundo e espessamento fibroso do 
ligamento anular. 
O diagnóstico vai ser baseado na presença da 
claudicação persistente após quadros de tendinite 
crônica ou traumas sobre a região, nas 
características de deformação local. Mas a 
confirmação é realizada por meio da US medindo-
se a espessura do ligamento. 
O tratamento deve ser realizado de acordo com o 
diâmetro do espessamento da região, assim: 
Espess. de 5 a 8 mm: 
-Fenilbutazona 
-DMSO tópico 
-Pomadas iodetadas nos casos crônicos 
-Repouso 
-O cavalo deverá ser movimentado 2 a 3 vezes ao 
dia para evitar a formação de novas aderências 
entre o tendão flexor superficial e o ligamento 
anular. 
Espess. acima de 8 mm: 
-Desmotomia do ligamento anular. 
 
Síndrome do canal cárpico ou constrição 
do ligamento anular carpal: decorrente de 
traumas que possam lesar apenas tecidos 
adjacentes oriundos de fraturas do osso cárpico ou 
devido a sinovite da bainha cárpica. 
Nessa enfermidade, cavalos de corridas e saltos 
são os mais predispostos (devido ao movimento 
de hiperextensão e flexão das articulações dos 
ossos cárpicos). 
 
Os sinais clínicos evidentes são: claudicação, 
aumento de volume flutuante na região do canal 
carpal, devido a sinovite, restrição da flexão 
passiva da articulação cárpica e tensão do 
ligamento anular. 
O diagnóstico é confirmado através dos sinais 
clínicos e observação do aumento da 
radiopacidade na radiografia, e em alguns casos, 
observação de fratura do osso cárpico acessório, 
que em geral já se encontrara em fase de 
organização. 
O tratamento é feito cirurgicamente pela técnica 
de desmotomia do ligamento anular carpal, 
seguido de repouso por 90 dias. 
 
Bursite ou higroma: decorrente de processos 
inflamatórios das bolsas subcutâneas, que são 
estruturas que facilitam o deslizamento da pele 
sobre superfícies de consistência dura, formando 
uma "almofada” entre a pele e o osso. 
No cavalo, as principais bolsas subcutâneas estão 
situadas sobre: 
-Olécrano (cotovelo) 
-Calcâneo (jarrete) 
-Tuberosidade ilíaca 
-Cernelha entre as cartilagens da escápula 
-Articulação atlanto-occipital 
-Nuca 
As causas dessa enfermidade geralmente são 
decorrentes de traumas constantes sobre a bolsa 
subcutânea, geralmente em: 
-Animais estabulados em baias de piso duro e com 
cama insuficiente; 
-Animais que estão sempre sob transporte; 
-Animais que permanecem por longos períodos 
em decúbito; 
-Secundariamente a brucelose que acomete a 
bolsa nucal e da cernelha. 
Já os sinais clínicos podem variar de acordo com 
a forma, aguda: 
A região acometida apresenta processo de 
aumento de volume da bolsa, edema subcutâneo, 
aumento da temperatura local, sensibilidade a 
palpação e flutuação devido ao aumento de 
produção de líquido sinovial. 
Na forma, crônica: 
Pouca sensibilidade, sem sinais evidentes de 
inflamação, exceto aumento de volume, ausência 
de flutuação, a palpação revela espessamento da 
cápsula da bolsa e da pele. 
No tratamento deve-se realizar punção 
evacuatória, injeção de corticoides intrabursal + 
massagem local com pomadas iodetadas. 
Nas bursites supuradas deve-se associar o 
tratamento anterior junto com antibióticos + 
remoção cirúrgica da bolsa. Além disso, pode 
injetar tintura de iodo 10% para irritar a cápsula 
espessá-la, facilitando, dessa forma, a sua 
visualização para dissecação durante a cirurgia.

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